O Tempo que Leva escrita por Bruna Guissi


Capítulo 6
Pilares de Areia


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem! :
Fiquei fora na parte da manhã, e quando voltei, a internet estava desligada D:
Estou colocando aqui, com muito amor, e dor no coração pelo atraso, o sexto dia do desafio!
Um abraço!
Viva la Vida – Coldplay



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Mikaela. – ouvi um sussurro. Franzi o rosto e resmunguei alguma coisa que nem eu mesma entendi. Senti uma risada próxima de mim. ­– Preciso ir para casa. – ouvi, então uma sensação quente e úmida na minha testa – Tchau.

Lembro de ter ouvido algo como papel sendo rasgado e passos em algum lugar, e mais alguns barulhos de longe que não consegui identificar: meu sono estava bom demais. Fazia tempo que não dormia assim.

Não sei dizer quanto tempo depois aconteceu, mas acordei, e sem o despertador hoje.

Espreguicei-me demoradamente na cama, enrolada na colcha. Abri os olhos para o sol alto na janela. Bocejei de leve.

Nossa, nunca dormi tão bem. Sentei na cama, e senti a colcha cair do meu corpo. O espelho no canto mostrava meu reflexo, que olhei com certa surpresa. Soltei uma risada.

Nunca havia dormido nua antes. Então lembrei o motivo, e virei para o lado, encontrando apenas um pedaço de folha de papel arrancado de um dos meus cadernos.

“Precisei ir para casa.

Tentei te acordar, mas você tem um sono muito pesado, sabia?

Até amanhã,

Ian”

Abri um sorriso torto ao ler. Agora me lembro de algo me incomodando durante o sono. Eu ri. Mas por algum motivo eu me lembro de uma barulheira qualquer. Dei de ombros.

Fui para o banheiro me lavar. A água descia como um relaxante muscular ao longo do meu corpo. Repassei os eventos da noite anterior pela minha cabeça.

Fora tão... bom. Tudo; a comida, a bebida, as pessoas... Ian... “Eu te disse.” Soltei um suspiro, lembrando do momento. Não consegui conter um sorriso de satisfação e saudade.

Nunca me imaginei dormindo com alguém que mal conhecia. Mas não era bem assim, era? Nunca me imaginei transando com mais ninguém além de Phelipe... Bom não até ontem à noite.

Também não esperei que fosse ser tão bom. Foi diferente de tudo o que eu esperava. Ele... eu sei lá. Ah!, suspirei.

O que eu estou fazendo?

Desliguei o chuveiro e saí do boxe, enxugando meu corpo. Fui para a frente do espelho pentear o cabelo.

Eu me sinto estranha.

Caminhei para o quarto e coloquei uma roupa, adiando a hora de chegar à cozinha e à sala, e olhar a bagunça. Olhei para o rádio relógio ao lado da cama. Puta merda, duas horas! Como não acordei?

Fui para a cozinha, agora com pressa, mas estaquei no lugar logo que cheguei no fim do corredor. Estava limpa. Fui até a sala, e ela também estava limpa. Arrumadinha! Como estava antes de começar a sequer cozinhar.

Soltei um suspiro, tocada.

Voltei para a cozinha, para comer alguma coisa. Ele havia deixado as garrafas e latas da noite anterior agrupadas em cima da pia. Tinha outro pedaço de papel ali.

“Eu não sabia onde deixar.”

Sorri com vontade. Na verdade dei uma risada, achando graça da situação; ele acordara mais cedo, arrumara sua casa e deixara bilhetes espalhados por todo o lugar. Este agora era de um caderno com linhas verdes e folhas nos cantos.

Juntei as garrafas e latas em um sanito e levei para o corredor, para jogar na lixeira. Voltei e fui para a lavanderia, recolher as roupas que deixei ali. Levei-as para o quarto e coloquei em cima da cômoda, onde achei meu “pijama” e um terceiro bilhete que tinha apenas uma gatinha desenhada.

Por motivo nenhum corei.

Balancei a cabeça e ri. Ele deve ter TOC, só pode.

Voltei para a cozinha para comer o último pedaço da megapizza do dia anterior, junto com algumas batatas. Virei para a geladeira para pegar um pouco de suco, e vi mais um bilhete ali, e sorri novamente.

“Comi uma maçã e um pedaço de melancia.

Não posso morrer de fome, não é?”

Peguei um livro no meu quarto e fui para a sala. Sentei no sofá perto do rádio, e então percebi que meus CD’s estavam organizados dentro da estante baixa, e, se não me engano, por ordem alfabética. Neste bilhete tinha uma clave de sol.

Balancei a cabeça e me ajeitei no sofá. Mas não consegui me concentrar na leitura; eu não conseguia parar de pensar nos olhos dele, em como brilhavam no escuro; no cheiro dele que ficou preso no meu nariz, e como tudo começou no sofá que eu estava sentada agora.

Senti algo parecido com um sapinho pulando no meu estômago.

Mikaela! O que é isso?

Respirei fundo. Não posso ficar em casa agora. Preciso de um ar. Peguei meus óculos e minhas coisas, e sai com a bicicleta pouco usada para rua.

Fazia tempo que não pedalava um pouco; acostumei-me com o metrô. Fui para a larga praça, espairecer. Pedalei furiosamente pela ciclovia.

Não consigo entender! Cada vez que me lembro da noite anterior, sinto um espasmo pelo corpo; não consigo controlar o que penso... Não me sinto no controle de mim mesma.

I used to rule the world

(Eu costumava governor o mundo)

Seas would rise when I gave the word

(Mares se levantariam quando eu ordenasse)

Now in the morning I sleep alone

(Agora eu durmo sozinho, de manhã)

Sweep the streets I used to own

(Varro as ruas que costumava possuir)

Balancei a cabeça nervosamente, passeando a esmo. Tinha que estar em casa antes das quatro para me arrumar para o trabalho. Graças a deus não sairia hoje a noite, então poderia descansar um pouco, e talvez ver Ian na segunda...

I used to roll the dice

(Eu costumava jogar os dados)

Feel the fear in my enemy's eyes

(Sentir o medo nos olhos dos meus inimigos)

Listen as the crowd would sing

(Ouvir enquanto a multidão cantaria)

"Now the old king is dead!

(Agora o antigo rei está morto)

Long live the king!

(Vida longa ao rei)

Não vi bem por onde estava indo, e quase acabei por atropelar um transeunte inocente...

Mikaela!

Olhei incrédula para a figura na minha frente.

Phelipe! – respondi, com a boca entreaberta. Ele abriu um sorri empolgado.

Estava suado; usava uma camiseta regata e uma bermuda para correr, além dos fones de ouvido colocados. Tirou um deles para me escutar.

–Oi! – disse com um sorriso, ofegante pelo esforço. Eu apenas pisquei – Como estão as coisas? – agora com um sorriso tímido. Eu saí da ciclovia com a bicicleta agora do meu lado, livrando o caminho para outros. Ele fez menção de me cumprimentar no rosto, mas eu recuei, e ele parou, percebendo o que fez.

–Estão bem. – respondi, agora com o cérebro funcionando um pouco mais rápido. Não conseguia parar de enxergar Ian – E na empresa?

–Bem. O pessoal adorou o restaurante, aliás. – acrescentou, com um sorriso menos empolgado. Ficamos em silêncio por uns segundos até que ele continuasse – E seus pais... Como estão?

Engoli em seco. “Ah, filho da mãe.” Jusiete, você nem imagina.

Estão bem. – repeti a frase, agora com o maxilar duro. Ele apenas acenou com a cabeça.

–E o restaurante? – tentou novamente, agora coçando a testa, visivelmente sem graça. Respirei fundo.

–Fui promovida. – respondi automaticamente, com um sorriso metido no rosto.

–Sério? – perguntou agora com um pouco mais de interesse.

–Vou começar como membro da equipe de cozinha amanhã. – respondi, então ele abriu um sorriso sincero. Não faz isso. Não faz.

–Isso é ótimo! – disse segurando-me pelos braços brevemente, depois soltando – Temos de comemorar! – Franzi o cenho, quase rindo da CARA DE PAU dele.

–Não temos não! – na verdade eu ri mesmo. Ele inclinou a cabeça para o lado, como se olhasse para uma criança teimosa – Não sei se se lembra, mas não somos mais nada um do outr-

–Mikaela, - me interrompeu, e eu ainda o olhava com a expressão incrédula – não estou insistindo em nada, só quero que fiquemos bem. Vivemos tanto tempo juntos. – explicou, a expressão no rosto tristonha. Cruzei os braços – Você disse que não me odiava. – cobrou.

Fechei os olhos, suspirando. Ele não estava sendo justo! Se eu pudesse bateria os pés no chão e chacoalharia os braços e começaria a gritar “NÃ-NA-NI-NA-NÃO!”. Mas eu não podia. Não podia, porque teoricamente falando eu era uma ser racional, que leva em consideração os sentimentos alheios, COISA QUE ELE NÃO FEZ QUANDO ME DISSE QUE EU ERA INSENSÍVEL, INDIFERENTE, E QUE NÃO TINHA CERTEZA SE QUERIA PASSAR O RESTO DA VIDA COMIGO!

Abri os olhos, engolindo em seco.

–Eu já almocei... – mas então meu estômago me traiu, denunciando os restos de comida que eu ingerira. Ele suavizou a expressão.

–Vamos ali na cafeteria, mesmo. Não precisa comer se não quiser, mas podemos pelo menos conversar? – eu já ia dizer não quando ele disse – Por todo esse tempo, Mika. Por favor.

Isso não é justo! Quando foi que comecei a dever algo para ele? Quando foi que deixei de mandar em mim mesma???

One minute I held the key

(Num minuto eu segurava a chave)

Next the walls were closed on me

(No Segundo as paredes me cercavam)

And I discovered that my castles stand

(E eu descobri que meu castelo está erguido)

Upon pillars of salt and pillars of sand

(Sobre pilares de sal, pilares de areia)

Sentamo-nos na janela, um de frente ao outro. Pedi alguns pães de queijo e um suco (já estava lá mesmo), e ele comeu algo com mais sustância por causa do exercício físico. Fiquei encarando minha bicicleta presa do lado de fora.

Começamos a comer; eu ainda observava o lado de fora, que por sinal escurecia por causa uma futura chuva, quando ele começou a falar.

–Mika, eu sei que eu não dei me expliquei direito-

–Mikaela. – corrigi com a voz neutra, ainda olhando para a janela. Ele bufou impaciente.

Segurou meu queixo e virou meu rosto para olhá-lo nos olhos. Eu conseguia ver que os deles estavam feridos, e no reflexo que eles mostravam, via os meus, frios como o inverno russo.

–Para com isso. – pediu, e eu só consegui continuar olhando, vendo até onde ele iria implorar – Não quero que me odeie, Mikaela.

–Já disse que não te odeio. – expliquei calmamente, ainda sem tirar os olhos dele – Só não quero, não preciso, ver você agora. – completei. Ele estendeu a mão para afagar minha bochecha, mas eu não deixei, soltando meu queixo da mão dele, voltando o rosto para a janela.

Foi então que o vi. Engoli em seco, levantando, esquecendo-me de qualquer coisa no mundo. Parado ali de pé, olhando para dentro da cafeteria com um olhar confuso. Ian!, gesticulei.

Phelipe acompanhou meu olhar para entender meu súbito demonstrar de emoções. Então o rosto de Ian pareceu inundar de compreensão. Ele deu um sorriso que não consegui entender, então balançou a cabeça e começou a andar.

Sai correndo do lugar, deixando aquele idiota me chamando sozinho.

I hear Jerusalem bells a ringing

(Eu ouço os sinos de Jerusalém tocando)

Roman Cavalry choirs are singing

(Os corais da cavalaria romana cantando)

Be my mirror my sword and shield

(Seja meu espelho, minha espada e escudo)

My missionaries in a foreign field

(Meus missionários em uma terra estrangeira)

Ian! – gritei, tentando acompanhar seus passos rápidos. – IAN! – agora mais alto, com algo que cheirava a desespero na voz. Ele parou somente para atravessar a rua. Esqueci completamente da minha bicicleta. Começou a chuviscar.

Corri mais rápido alcançando-o do outro lado da rua, conseguindo agarrar seu braço e fazê-lo virar para me olhar.

Por algum motivo que me desorientou, ele tinha um sorriso meio cruel no rosto.

–Ian, eu... – comecei.

–Mikaela, que bom te ver. – cumprimentou, e o sarcasmo na voz foi como um tapa. Não escondi a expressão de choque no meu rosto.

–O que está fazendo..? – perguntei, sentindo a garganta apertar. Meu Deus... isso não é justo! – Por que está desse jeito? – perguntei, controlando a voz. A chuva agora já caía forte.

–Olha, eu sabia que não tínhamos nenhuma relação nem nada, mas você realmente parece esquecer as pessoas rápido demais, não é? – instintivamente levantei o braço em frente ao peito, como se pudesse me proteger da raiva dele.

Do que está falando? Não seja imbecil! – disse, mas sabia que não tinha raiva na minha voz. Só o desespero ferido. Na verdade acho que estava a beira de desabar. Senti meus olhos arregalados arderem. O que está acontecendo? Estava gelada até os ossos.

Ele pareceu notar, porque engoliu em seco, olhando para os lados. Passou a mão pelos cabelos, então voltou a me olhar.

–Eu... – então ele suspirou, deixando os ombros caírem em arrependimento – Não quis dizer isso...

Tem certeza? – perguntei, agora com um pouco de raiva, deixando uma lágrima escorrer. Limpei rapidamente, mas ele notou, assustado. MERDA NÃO ACREDITO QUE ESTOU CHORANDO! Respirei fundo e virei de costas para ele, tentando recuperar o fôlego.

Então senti aquele calor agradável que vinha dele me envolver; segurou-me por trás, abraçando-me os braços junto ao meu peito, com força. Senti que apoiava a testa na minha cabeça.

Ah, eu sou tão idiota! – disse baixinho. Pude ouvi-lo engolir em seco – Me perdoa. – então enfiou o rosto na base da minha nuca, esfregando o rosto – Por favor, me perdoa. – pediu de novo.

Senti meu corpo se acalmar e ao mesmo tempo ganhar vida.

–Era ele, não era? – perguntou Ian, sem aguardar resposta – Eu percebi quem era e não consegui evitar. – Trinquei os dentes, segurando alguma coisa saltitante no estômago, algo inquieto na mente e o arrepio que percorria minha espinha. Como não explodi com tudo isso? – Eu realmente estou... ferrado. – então soltou uma risada rouca no meu ouvido.

Eu me virei para ele, para observar aqueles olhos que estavam tristonhos e sem graça, confusa. Não conseguia falar nada. Ele ainda me segurava pela cintura.

–Mikaela, eu acho... acho que estou me apaixonando. – disse com o ar mais grave que já vi, colocando a mão direita no meu rosto. Eu suspirei – Não tenho mais controle nenhum sobre mim. Você é meu ponto fraco.

–Você mal me conhece. – sussurrei, assustada. Baixei os olhos, encarando o peito da camisa encharcado. Ele me trouxe para mais perto, fazendo com que eu apoiasse a cabeça no ombro dele.

–Isso é o que mais me assusta. – sussurrou. Eu o entendi na hora.

Então era isso? Paixão. Como pode ser?

For some reason I can't explain

(Por um motivo que eu não sei explicar)

Once you where gone there was never

(Uma vez que você foi embora, não existiu mais)

Never an honest word

(Nunca uma palavra honesta)

But that was when I ruled the world

(Mas, isso foi quando eu dominava o mundo)

–Mikaela? – chamou uma voz logo atrás. Senti Ian enrijecer nos meus braços. Apertei as costas dele de leve antes de soltá-lo e virar.

Phelipe estava parado ali, na chuva, com a minha bicicleta, encarando a cena.

–Obrigada. – disse fazendo menção de pegar a bicicleta. Ele engoliu em seco, e hesitou por uns instantes, então me deu.

–Quem é ele? – perguntou com a voz baixa, escondendo seus olhos. Franzi o cenho.

–Só alguém que me ajudou. – respondi. Ele pareceu não entender, não que eu me importasse.

Virei para Ian, que tinha os olhos curiosos e ansiosos enquanto esperava. Sem querer, sorri.

It was the wicked and wild wind

(Foi o terrível e selvagem vento)

Blew down the doors to let me in

(Que derrubou as portas para que eu entrasse)

Shattered windows and the sound of drums

(Janelas destruídas e o som de tambores)

People couldn't believe what I'd become

(O povo não poderia acreditar no que me tornei)

–Onde está sua moto? – perguntei, notando que Phelipe soltara um arquejo ao ouvir a frase.

–Deixei na frente do seu prédio. – deu um sorriso tímido – Seu porteiro disse que tinha vindo andar de bicicleta no parque, então vim te procurar. – deu de ombros.

Caminhamos até meu prédio apenas nós dois, a chuva sem dar trégua.

–Achei que só te veria amanhã. – falei.

–Eu esqueci de uma coisa. – respondeu. Franzi o cenho – Esqueci meu celular aqui. – Ah!

–Tudo bem, sobe comigo. Eu não cheguei a vê-lo. Sabe onde deixou? – perguntei, quando passávamos pela portaria e seguíamos para o hall de entrada.

–Não faço ideia. – disse, então deu um sorriso torto – Pode estar na sala, no corredor, no seu quarto... – eu ri.

O elevador chegou, e subimos para o corredor vazio do sétimo andar. Destranquei a porta que dava na lavanderia, para que pudéssemos por as roupas encharcadas ali.

–Pode pendurar por ali. – apontei um lugar qualquer, e ele tirou a camisa de manga comprida e permaneceu apenas de calça. Abri um sorriso que eu sabia que era libidinoso, porque ele fez a mesmíssima coisa quando fiquei apenas de calcinha e sutiã.

–Pode procurar a vontade, eu vou para o quarto tomar um banho. – ele apenas acenou com a cabeça em resposta, caminhando até a sala.

Encostei a porta do quarto e fui para o banheiro. Tirei o resto da roupa úmida e entrei no chuveiro. Ouvi passos pelo quarto.

–Achou o celular? – gritei pela porta.

–Ah... Na verdade não. – ouvi perto da porta do banheiro. Eu estava de costas, mas consegui ver a sombra dele no batente.

–Tem certeza que procurou direito? – perguntei.

–Ahan. – respondeu. Então entrou no banheiro, fazendo com que eu abraçasse o tórax instintivamente.

–O que foi? – perguntei, certa de que estava ficando vermelha. O banheiro começou a encher de vapor.

Ele começou a tirar o restante da roupa, então arregalei os olhos.

O que está fazendo? – perguntei, rindo.

–Tomando banho, oras. – então entrou no boxe comigo, que repentinamente não era tão espaçoso assim. Permaneci de costas, embaixo da água.

Ele abaixou minhas mãos de leve para os lados do meu corpo e se aproximou para dividir a duxa, e eu tenho certeza que se não estivesse em baixo da água, teria pegado fogo.

–Posso ser idiota mais uma vez? – perguntou ao meu ouvido, e meu corpo ficou visivelmente arrepiado.

Dei um pigarro.

–Posso evitar que seja? – ele riu com a resposta. Então esfregou o nariz na minha nuca, e eu fechei os olhos por reflexo, aproveitando a sensação. Ele colocou a mão na lateral da minha coxa, e percorreu o caminho suavemente até minha costela. Não sei como, mas os arrepios ficaram ainda mais fortes. “Baixo demais...”

–Se importa com o ele vai pensar? – perguntou, e não precisou explicar o que quis dizer.

Nem um pouco. – sussurrei, então virei para encará-lo.

Revolutionaries wait

(Revolucionários esperam)

For my head on a silver plate

(Pela minha cabeça em um prato de prata)

Just a puppet on a lonely string

(Apenas uma marionete em uma solitária corda)

Oh who would ever want to be king?

(Oh, quem realmente ia querer ser rei?)

Ele me observou por alguns minutos, percorrendo o desenho do meu corpo com as mãos, como que para conhecer cada centímetro. Eu consegui enxergar, ali.

Ele era minha cura.

I hear Jerusalem bells a ringing

(Eu ouço os sinos de Jerusalém tocando)

Roman Cavalry choirs are singing

(Os corais da cavalaria romana cantando)

Be my mirror my sword and shield

(Seja meu espelho, minha espada e escudo)

My missionaries in a foreign field

(Meus missionários em uma terra estrangeira)

For some reason I can't explain

(Por um motivo que eu não sei explicar)

I know Saint Peter won't call my name

(Eu sei que São Pedro não chamará meu nome)

Never an honest word

(Nunca uma palavra honesta)

But that was when I ruled the world

(Mas, isso foi quando eu dominava o mundo)

I hear Jerusalem bells a ringing

(Eu ouço os sinos de Jerusalém tocando)

Roman Cavalry choirs are singing

(Os corais da cavalaria romana cantando)

Be my mirror my sword and shield

(Seja meu espelho, minha espada e escudo)

My missionaries in a foreign field

(Meus missionários em uma terra estrangeira)

For some reason I can't explain

(Por um motivo que eu não sei explicar)

I know Saint Peter will call my name

(Eu sei que São Pedro chamará meu nome)

Never an honest word

(Nunca uma palavra honesta)

But that was when I ruled the world

(Mas, isso foi quando eu dominava o mundo)




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Notas finais do capítulo

AAAh, me perdoem mesmo, sério :
Espero que tenham gostado!
Comentem, deixem um amor, uma opinião, um abraço!
Até amanhã!
Um beijo e um cheiro!



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