Elements escrita por Jowlly


Capítulo 13
Batalha


Notas iniciais do capítulo

Heeey!
Nem demoramos, né? E o cap. ainda ta grandinho :v

É isso! Boa leitura!



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Minhas pernas ficaram bambas e minha visão turva. Tudo escureceu. Eu realmente não devia ter me esforçado tanto...

Eu não sabia quanto tempo tinha passado quando consegui, de pouco em pouco, recuperar minha consciência. Tudo continuava escuro, apesar de eu ter quase certeza de que já tinha aberto meus olhos. Comecei a sentir um calor bom, acolhedor, e senti meu corpo se reerguendo junto, recuperando as energias. Ao longe e um tanto quanto abafada ouvi uma voz.

– Acha que devíamos ter feito isso? – não consegui reconhecer de primeira, mas logo veio-me Max a mente.

– Fica quieto, acho que ela está acordando! – devia ser Zack...

De repente a escuridão começou a se perder a tudo ao redor de mim foi pegando uma clareza tão grande que me incomodou, até que, finalmente, a minha visão se focou e os acontecimentos anteriores voltaram a minha mente.

Eu estava em volta de um círculo de fogo, literalmente, as chamas quase que da minha altura e rapidamente consegui me estabilizar de novo. A minha energia havia voltado instantaneamente e eu me sentia ainda mais forte.

Olhei para os meus salvadores. Max fitava-me com alívio e Zack com o orgulho. Atravessei o fogo normalmente e agradeci os dois. Olhei ao redor e ao perguntar onde eu estava, responderam que atrás do prédio da Conventionis.

De repente, acompanhado de Peter, Drake surgiu, vindo, pelo jeito, de não muito longe.

Ele sorria, mas parecia estar cansado.

– O que houve? – perguntei ao ver a ferida cicatrizada em seu braço.

– Quando você desmaiou levou Drake junto, mas ele durou um pouco mais... – Peter respondeu por ele. – Lembra do seu bracelete? Eles realmente conectam a força de vocês dois, por isso que quando um fraqueja o outro também fraqueja. Por pouco ele não foi ferido gravemente por uma das ninfas, mas a Lauren alcançou-o antes. Levamos a ferida para tratar com a Sasha enquanto os outros cuidavam de você, pois sabíamos que quando você se recuperasse, ele estaria bem de novo.

Fiquei sem palavras. No momento nem pensava no bracelete ou em ao menos tira-lo para não prejudicar Drake... fiquei um pouco envergonhada, e, pelo jeito, eles perceberam.

– Não se preocupe, Sofi, você não sabia... – Max me acalmou, mas eu dei de ombros.

– De qualquer jeito, sinto muito, Drake...

– Tudo bem, eu entendo – ele sorriu reconfortantemente, um sorriso que não era em nada típico dele.

– Mas agora temos que voltar, na frente ainda está uma zona e estamos longe de terminar com isso... – Zack falou, liderando os outros.

Observei cada um dos garotos com uma calma que eu não imaginava ter naquele momento.

Peter estava com um pijama azul com algumas listras mais claras, mas agora, estava todo sujo e até mesmo rasgado. O seu cabelo ruivo chegava a parecer molhado por causa do suor e seus olhos, apesar de tudo, não representavam tanto cansaço quanto eu achava que teria se fosse ele. Continuavam verdes e bonitos, no momento, tomados por preocupação.

Drake estava com uma bermuda qualquer e uma camiseta recém-rasgada, ambas também bem sujas. Seus pés estavam sangrando um pouco, afinal, chinelos não eram o melhor calçado para uma batalha. Seu cabelo parecia mais escuro de noite, obviamente, mas seus olhos mel estavam tão ansiosos para voltar a luta quanto os meus.

Reparei, enfim, que Zack estava sem camisa e apenas com uma calça de tecido fino preta. Não pude deixar de olhar pro seu abdômen... porque, né? Não tinha como não olhar. O cabelo estava mais indomado que o normal e os olhos estavam cansados. Senti-me mal após verificar as várias feridas em seu corpo. Aquilo devia doer...

Por último, foquei em Max. Ele era o que estava menos ferido, dentre os quatros, mas mesmo assim não escapava de alguns arranhões ou hematomas. Estava com uma bermuda e a camisa suja, o cabelo igualmente bagunçado e os olhos vermelhos analisadores, quase que pensativo.

– Sofia?- Peter enfim falou, tirando-me do meu transe.

– D-desculpe... estava pensando... É melhor nós irmos, não?

Eles riram brevemente da minha confusão e, em fila, foram voltando para dentro do prédio, onde seguiriam para a batalha. Drake pediu permissão para apagar o fogo, mas eu não deixei, já que queria eu mesma dar um jeito nisso.

Ele me olhou com uma sobrancelha levantada, como se duvidasse, e a melhor coisa que eu fiz foi prova-lo.

Do mesmo jeito que treinei, puxei o fogo para mim. Adorava a sensação quente e acolhedora que aquilo me dava, além de retomar mais ainda a minha energia, o que foi bom pra mim e para o garoto, afinal.

– Nada mal, hein, Sparks?

– Obrigada, MacLain...

Ele sorriu de volta e entramos no prédio.

Assustei-me com a quantidade de pessoas que estava lá dentro. Pelo menos metade do prédio inteiro. Alguns estavam cuidando dos outros, pegando comidas, bebidas e quem conseguia, ajudava-os a se curarem... mas o que realmente me espantava era a quantidade de feridos.

As pessoas sangravam, faziam caretas de dor, passavam medicamentos em si próprias e até mesmo tinha aqueles que usavam os próprios poderes para dar um jeito sozinhos. Observei com ainda mais cuidado e profundidade.

Todas aquelas pessoas, uma por uma... eu conseguia ver... elas já haviam sofrido antes... as pessoas que enfaixavam seus próprios braços faziam com tanta praticidade que é como se fosse algo comum, natural, para eles. Cada gesto e movimento certeiro de todos ali me fez ver como é natural estar machucado para aquelas pessoas... e isso me trouxe uma péssima sensação.

Havia acabado de saber da história de Karen e Lauren e já me senti péssima. Elas foram incrivelmente batalhadoras na vida que tiveram, mesmo quando parecia que o mundo conspirava contra elas.

Pensar que cada uma daquelas pessoas haviam sofrido, seja mais ou seja menos, ou até mesmo do mesmo jeito, (aponto de conseguirem cuidar de si próprias e suas feridas com tanta facilidade) deixava-me... agonizada.

O clima todo me passava uma sensação que eu nunca experimentei. Uma mistura de esperança, dor, tristeza e sabedoria quase que indescritível. Eu não tinha palavras para aquilo.

Eu não estava mentalmente preparada para tudo aquilo...

Senti uma mão tocar meu ombro e olhei para ele. Drake parecia realmente preocupado comigo.

– Você está bem?

– Vou ficar... – respondi rapidamente, sem deixar que ele puxasse o assunto para aquela parte. Eu realmente tinha a esperança de que iria melhorar, só não podia ficar pensando naquilo no momento.

Viu em direção a porta de vidro e de lá conseguia ver parte da batalha. Era incrível como as pessoas mesmo com dificuldades davam conta de ocupar duas ninfas para mata-las. Não conseguia enxergar Zack, mas Peter mantinha-se resistente, lutando corpo a corpo. Nunca entendi muito bem o poder dele, mas parecia ser bem útil.

Lauren mandava uns irem e voltarem da batalha para o prédio, além de proteger algumas pessoas até a última gota com um escudo que ela própria materializava.

Por vezes, via algumas ninfas caindo do nada, parecendo ser puxadas e até mesmo como se levassem socos, demorei para entender que quem estava fazendo tudo aquilo era Ryan, mas que mantinha-se invisível.

Surpreendi-me um pouco ao ver que Max estava lá fora, mas pouco fazia. Ele ajudava as pessoas feridas a saírem do meio da confusão e algumas vezes, só se precisasse, lutava corpo a corpo com os monstros. Era como se ele nem tivesse poder...

Drake olhou para mim com os mesmo olhos de antes, eu já ia sair e começar tudo de novo quando ele me chamou.

– Sofia... – olhei-o – Estamos compartilhando as mesmas habilidades, mas eu também consigo ter uma noção dos seus sentimentos... Eu sei que esta preocupada, que esta indignada e com medo, aliás, nunca viu nada igual. E eu admito, sinto o mesmo... – ele me olhava com tanta profundidade que parecia ler minha alma... se é que não estava fazendo isso mesmo. – Mas em momentos como esses, não podemos deixar que a emoção nos domine...

Senti meus olhos umedecerem um pouco, Drake não tinha noção do quão certo estava... Antes que pudesse chorar, segui seu conselho. Respirei fundo e obriguei-me a sentir despreocupada com tudo aquilo.

Só então saí pela porta de vidro, com Drake ao meu lado.

As ninfas mais próximas pareciam ter sentido nossa presença no mesmo instante. Algumas deixaram de atacar nossos colegas para nos atacar. Não deixaríamos barato.

O bracelete brilhou e eu percebi que minhas táticas também estavam na mente de MacLain, por isso, poupei o tempo de explica-lo.

Corri para o meio de tudo aquilo, assim como ele, para que não colocássemos em risco nosso próprio lar mais do que ele já estava, além de que lá no meio seria mais fácil para derrotarmos nas.

Não demorou muito para que eu sofresse, não só uma, mas várias, tentativas de ataque. Desviei-me de um golpe que uma delas me daria com suas garras. Antes que eu recuperasse do ato, outra já estava tentando novamente. Ao desviar, acabei caindo no chão. Fiz a primeira coisa que me veio a mente: queimei. Concentrei-me e deixei meu corpo em chamas, assim seria muito mais fácil ao menos espanta-las.

Meu plano deu certo a princípio, mas aquelas ninfas eram mais teimosas do que pareciam. Consegui desferir alguns golpes em uma ou em outra, que acabam tendo a pele queimada e urrando de dor. A cada urro de dor que davam, atraíam uma coleguinha ainda mais louca para me matar.

Vi que Drake fazia a mesma coisa. Afastavam-nas com jatos potencializados de água, algumas voavam longe e outras infelizmente eram mais resistentes.

Em um momento de distração, acabei sentindo um corte no meu ombro que ia até metade do antebraço. Não parei muito para prestar atenção, para ser sincera, não perdi tempo em ir atrás daquele ser e machuca-lo também.

Por um segundo não me reconheci... mas se fosse parar para pensar no meio da batalha, já estaria morta.

Drake e eu conseguíamos nos virar, conseguíamos nos dar bem na maioria dos casos, apesar da dor e do cansaço, mas se olhássemos ao redor, veríamos que éramos um dos poucos naquela situação.

Apesar de, ainda não entendo o por quê, boa parte das Ninfas estarem sobre nós dois, ainda tinha muitas em cima dos outros, e os outros estavam lutando arduamente para conseguirem se livrar delas...

A cada segundo que passava mais um se feria gravemente e Lauren o mandava para dentro do prédio, para que pudesse se tratar. A proporção de gente que saía do campo era maior do que a proporção que entrava e isso, sem dúvida, era preocupante.

As ninfas não eram tão fáceis de matar, mesmo com nossos poderes, elas pareciam ter muito mais agilidade do que nós, muito mais experiência do que nós e muito mais tática do que nós.

– Lauren, me escuta, por favor! – ouvi Max gritar. Não era a primeira vez que eu o ouvia, mas era a primeira que eu prestava atenção no que dizia. Ele parecia estar pedindo alguma coisa para a líder.

– Agora não, Maxell! Já disse que não! – ela estava nervosa e concentrada no que fazia.

– Você sabe que pode dar certo! – ele disse.

– Não vai dar certo! – sua voz era certeira.

–Deixe-me provar o contrário, então! – ele falava com suplicancia, fiquei impressionada com o modo que ele dirigia-se a ela, sem aceitar um não. Nunca vi ninguém fazendo isso com Lauren...

Ao mais uma me atacar, fazendo com que eu caísse no chão, parei de prestar atenção naqueles dois e concentrei-me na minha própria batalha.

Estava cada vez mais difícil segura-las, cada vez mais difícil espanta-las e quem dirá mata-las...

Certo momento acabei caindo, mas ao invés de me levantar com a agilidade de sempre, senti algo segurar meus pés e caí novamente na tentativa. Quando uma ninfa veio para cima de mim, pensei que seria o fim, mas, de repente, um impulso a fez quase que voar para trás. Fiquei um segundo sem entender até Ryan sair de sua invisibilidade.

Suspirei em alívio:

– Obrigada, você me salvou.

– Não tem de quê... – ele já ia voltar ao modo normal, mas eu o impedi.

– Ryan! – chamei-o e o rapaz olhou para mim, sério como sempre. – O que Max está querendo?

– Ele diz ter um plano para derrota-las.

– Ótimo! Tudo que precisávamos! – animei-me só com a ideia.

– Mas não vamos executa-lo. – ele falou tão friamente que me arrepiou.

Entre a conversa, diversas vezes ainda tínhamos que ficar atento com o nosso redor e protegermos a nós mesmo, desviando de um ou outro golpe, golpeando uma ou outra ninfa.

– Por que não?!

– Ele não é confiável, Sofia. – o olhar que Ryan me passou naquele momento foi demasiado assustador.

Estava pronta para argumentar de volta quando ele tornou a ficar invisível e provavelmente saiu de perto de mim.

Eu nunca havia realmente conversado com o cara, e considerando que a primeira conversa foi aquela, suponho que ele não tenha ido muito com a minha cara. Legal, mais um. Suspirei irritada.

Voltei a me concentrar na luta, mas quanto mais eu desviava mais difícil ficava. Em certo momento, abaixei ao mesmo tempo em que duas ninfas iriam desferir um golpe em mim, foi muita sorte elas terem machucado a si mesmas. Aproveitei que estava abaixada e dei uma rasteira em outra delas, que acabou caindo. Levantei-me no mesmo instante e lancei uma coluna de fogo a ela. Ouvi-la urrando de dor feriu meus ouvidos, mas quando o fogo se apagou, existiam apenas cinzas no local. Menos uma.

Por um segundo, fiquei zonza, fraquejei e uma grande dor veio na minha perna esquerda. Estranhei ao constatar que nada havia me acertado ali, mas logo lembrei-me de Drake. Ele não estava tão longe de mim, mas não eram poucas ninfas que o cercavam. Consegui avistar sua coxa sangrando, manchando o tecido da roupa já rasgada.

Desviando-me daqueles monstros, consegui chegar até ele. Drake estava caído no chão e mantinha-as afastadas com jatos da água. Antes que eu pudesse socorrê-lo, ele me avisou da minha condição. Notei então que continuava, literalmente, pegando fogo. Acabei com aquilo em alguns segundos e então gritei por ajuda.

Apesar das pessoas terem olhado e visto a necessidade, não conseguiam ajudar. Estavam muito ocupadas tentando não serem mortas.

Drake e eu apenas conseguíamos afasta-las. Apenas conseguíamos sobreviver.

Finalmente, uma luz veio até nós... e quem diria que tal luz fosse Zack. Ele surgiu rapidamente de não-sei-onde, falou para não nos preocuparmos, para eu levar Drake até o prédio que iria cuidar por um tempo daquelas ninfas. Drake iria retrucar, mas eu não deixei. Não pensei duas vezes em ajuda-lo a apoiar-se em mim e o mais rápido que conseguíamos fomos para dentro de Conventionis.

Espantei-me ao constatar que o número de pessoas ali dentro havia ficado ainda maior.

Deitei-o no primeiro sofá livre que encontrei e subi um pouco sua bermuda. Ele fazia caretas de dor de dar pena a cada movimento. O corte parecia um pouco profundo, mas era difícil analisar quando tanto sangue estava saindo. É, aquilo mancharia o sofá...

Prensei os lábios, preocupada.

– Alguém! – chamei – Alguém, por favor, nos ajude!

Sasha apareceu no momento certo. Ela carregava vários panos e esparadrapos e ao ouvir meu pedido aproximou-se. Ela chegava a parecer mais exausta do que as pessoas da batalha, presumi que estava trabalhando demais lá dentro.

Deixou os objetos em cima da mesa e logo fitou a coxa de Drake.

– Tsc, vamos ter que ser rápidos, ainda tem vários na fila... mas isso vai doer.

Drake olhou para ela desconfiado e quando ela aproximou-se para colocar a mão em cima da ferida, quase a impediu, se eu não tivesse o acalmado. Os três próximos segundos foram praticamente insuportáveis.

Drake deu um grito tão agonizante que fez com que as outras pessoas ao redor olhassem para ele. Eu não estava em uma situação tão diferente, apesar de saber que ele sentia muito mais, o bracelete também não me poupou aquilo.

Ao tirar a mão, apesar do sangue seco ainda permanecer lá, a ferida estava totalmente fechada.

Nós três estávamos um pouco ofegante, principalmente Sasha, que parecia ainda mais cansada. Senti um pouco de pena, aquela batalha não estava sendo fácil para ninguém.

Ela olhou para mim e espantou-se. No primeiro momento não entendi o porque, mas logo lembrei-me do meu braço. Pareceu que foi só eu lembrar-me dele que o desgraçado resolveu dar sinal de vida. Antes não parecia doer tanto quanto estava doendo naquele momento...

Sasha nem pediu permissão ou deu algum aviso antes de encostar em minha ferida e curá-la. Não demorou mais que dois segundos, não senti tanta dor quanto Drake havia sentido, mas não pude deixar de soltar um resmungo.

Ambos a agradecemos, ela apenas confirmou com a cabeça, pegou suas coisas em cima da mesinha e direcionou-se a outras pessoas, tão feridas quanto.

Muita, muita gente mesmo, estava lá. Acho que apenas por volta de ¼ ainda encontrava-se lá fora, lutando com as ninfas. E a cada minuto que passava outra pessoa entrava, sendo que devia demorar uns cinco minutos para alguém sair e voltar a luta.

Estávamos perdendo. Precisávamos de alguma coisa, alguma atitude... algum plano.

Direcionei meu olhar a situação fora do prédio e me impressionei. Algo havia mudado.

Chamei Drake e rapidamente nós saímos.

O local encontrava-se silencioso... encontrava-se, na verdade, extremamente estranho.

– Rápido, Maxell! Fale, explique! Eu e Anna não aguentaremos por muito tempo! – Lauren gritou.

Reparei que oitenta por cento das ninfas estavam “presas” do lado de fora de uma grande bolha que envolvia todo o prédio e os arredores. As ninfas batiam na “parede de vidro”, loucas para entrarem. Conseguia perceber aquela bolha por ela ser um pouco mais escura que o ambiente normal. Observei também que não era apenas Lauren que sustentava a estrutura, mas uma outra garota, loira e baixinha, do outro lado também ajudava. Elas pareciam estar fazendo muita força para manter tudo aquilo.

As ninfas que estavam dentro da bolha haviam sido simplesmente congeladas, não sabia dizer por quem, todas de diferentes posições e caretas...

As pessoas dentro da bolha estavam recuperando o fôlego, pareciam exaustas e sem energia alguma, elas concentravam-se em Max, atentas ao que esse pronunciava. Passei a prestar atenção também.

– Então, de acordo com o plano, Zack juntará todas em um só monte, o que ficaria mais fácil para extermina-las... – ah, então Lauren havia se rendido ao plano! Ainda bem! – As outras pessoas podem ajudar a deixa-las no centro do modo que conseguirem. De resto, não será tão difícil. – ele havia encarado a mim e a Drake – Drake tirará boa parte da água do corpo delas, desidratando-as, e Sofia usara seu fogo para queima-las rapidamente. – ele estava mais certo do que falava do que nós estávamos certos de que iríamos conseguir.

– Mas são muitas! Eu e Sofia havíamos feito isso só com algumas, três no máximo! – Drake exasperou-se.

– Vocês farão o possível. – disse simplesmente, dando-me um nó na barriga. – Ainda sim, quem conseguir jeitos de mata-las antes disso ajudará bastante.

Todos ficaram em silêncio por alguns segundos.

– Gente... eu... eu não sei se vou conse... – Lauren tentou reclamar, mas Max a interrompeu.

– Espere! Aguente mais um pouco! – falou rapidamente, como se tivesse surgido uma ideia de gênio em sua mente. E, na verdade, surgiu mesmo. – O problema de estarmos perdendo até agora é porque não conseguimos usar esses poderes em conjunto um com os outros... Quem foi que congelou as ninfas aqui de dentro? – perguntou, correndo os olhos pelas pessoas.

– E-eu... – uma garota de cabelo cacheado respondeu em meio de todo aquele silêncio.

– O gelo está apenas em volta, impedindo-as de se movimentar, ou realmente pegam nelas, congelando seus organismos?

– Se eu não me engano, pega de verdade nelas.

– Ótimo!

Algumas pessoas ainda não estavam entendo, como eu...

– Samuel?! – Max chamou por um nome que eu não reconhecia.

Um garoto de pele escura e porte físico médio apareceu entre as pessoas, fazendo um sinal para que Max prosseguisse com a ideia.

– Acha que consegue quebra-las? – os olhos do de cabelo branco quase que brilhavam.

– Tenho certeza – ele sorriu como se aprovasse a ideia.

Não podia deixar de ficar surpresa quando aquele garoto com uma estatura um pouco maior que a de Drake, o que, vai por mim, não era grande coisa, deu um soco em um daqueles grandes blocos de gelo, fazendo com que ele partisse em milhares e milhares de pedacinhos pelo chão. Menos outra.

Vi que eu não fui a única a ficar impressionada. Suponho que seu poder seja superforça ou coisa parecida.

Não pudemos ficar muito tempo apreciando o que havia acabado de acontecer, já que logo ouvimos um grito de Lauren. Virei-me a tempo de ver a barreira se quebrando e, de certa forma, nunca havia visto algo mais belo.

Os “vidros” partiram-se em pequenos pedaços, mas caíam com leveza, quase como pétalas de flores, e a maioria, antes de chegar ao chão, desaparecia no ar, dando um leve brilho.

Minha vontade era de ficar muito tempo observando e observando, mas, infelizmente, não tive a oportunidade. Foi tudo muito rápido. As ninfas voltaram a atacar. Felizmente, a maioria de nós já estávamos bem descansados.

Consegui, pelo canto do olho, observar Samuel destruindo as outras congeladas, isso, pelo jeito, deixaram as que estavam chegando bem nervosas.

Zack logo colocou o plano em prática. Ele, com sua supervelocidade, corria em volta delas, obrigando, de vezes em vezes, fazê-las com que aproximassem mais e mais, juntando-as mais e mais. Nenhuma conseguia pega-lo no ato, ainda bem.

Certo momento vi que ele parou e concentrou-se em duas que estavam mais distantes. Provavelmente, percebeu que seria muito difícil fazer com que apenas essas duas que se safaram aproximassem novamente, então ele fez algo bem mais interessante. Começou a circulá-las cada vez mais rápido. Eu não sabia dizer o que estava acontecendo, mas parecia que, de algum modo, elas estavam ficando mais fracas. Colocaram a mão em suas próprias gargantas, caíram de joelhos...

– Inteligente. – Karen apareceu do meu lado e falou quando notou quem eu observava. Fiz cara de desentendimento e ela me explicou. – Ele está acabando com o oxigênio lá, vai fazer isso até elas morrerem... e... espera um pouco... é, morreram.

As duas ninfas então caíram no chão, aparentemente sem vida.

Zack voltou a correr em volta de todas as outras, que já haviam se dispersado novamente mais um pouco. Com isso, ele acabava aproximando as pessoas que lutavam com elas, o que era um pouco perigoso, pois podiam machucar quem não queriam... mas não havia outro jeito.

Um nível considerável de ninfas haviam, ainda bem, sido mortas. Agora estávamos usando mais nossos poderes em conjunto, era impressionante como isso facilitava as coisas.

Aqueles que os poderes não eram úteis no momento viam de fora, assim como eu e Drake, que esperávamos nossa deixa.

– Max – Ouvi Drake chama-lo – Para que eu retire a água delas, preciso que estejam sozinhas, os outros tem que sair...

O albino pensou por um tempo.

– Certo, entendo... sugestão?

Antes que Drake respondesse, Karen se intrometeu.

– Deixa comigo.

Com isso, gritou para que Lauren, no meio daquele bolo, ativesse a proteção própria, pois ela iria precisar. Seja lá o que isso for, ela confirmou que estava ativado. Eu, particularmente, não vi diferença nenhuma...

De duas em duas pessoas, a Karen foi tirando nossos colegas de lá. Ela os levitava e trazia para perto de nós, acontece que a cada pessoa que ela tirava de lá, maior era a proporção de ninfas para pessoas, o que deixavam o pessoal restante em uma situação bem mais difícil.

A última a sair dali foi Lauren, que apesar de tudo, não parecia tão ferida, provavelmente era isso que significava “proteção própria”...

Zack continuou correndo em volta delas, deixando-as ainda mais próximas. Ao ver a quantidade, fiquei até mesmo orgulhosa. Das trezentas que nos atacavam antes, lá estavam com no máximo setenta e cinco, muitas já haviam morrido.

Lauren gritou para que Zack se afastasse e assim ele fez, no mesmo instante, porém, ela fechou as ninfas em uma barreira, junto com a outra garota de mesmo poder. As ninfas, desesperadas, tentavam bater para sair.

– Drake, agora! – ela gritou.

Pude sentir a concentração do rapaz quando ele juntou todas as suas forças para que, de pouco em pouco, toda a água dentro do corpo daqueles monstros saíssem. Demorou pelo menos dois árduos minutos para que uma grande quantidade de água concentrasse em cima delas.

Não perdi tempo, não sabia o quanto Lauren iria aguentar, muito menos Drake.

Juntei todas as minhas forças restantes, lembrei-me do que tinha acontecido na noite anterior e juntei, junto com tudo isso, raiva, muita raiva. Concentrei-me e transformei toda essa raiva em poder. Senti-me tomada de novo. O resultado foi explosivo.

Soltei uma coluna de fogo em direção a elas e em alguns minutos, após gritos, urros e berros da dor de serem queimadas vivas, viraram cinzas.

Quase que instantaneamente, Lauren e a outra garota desfizeram a barreira e caíram de joelhos no chão, exaustas, assim como Drake, que soltou toda a água em cima das cinzas, diluindo-as.

Houve um suspiro de alívio coletivo, todos caíram exaustos no chão, sem planos para levantar. E eu realmente queria dizer que havia acabado assim, que não houve danos piores ou que estavam todos felizes.

Naquela noite aprendemos a nunca deixar nada passar, nenhum detalhe, nenhuma brecha.

Quando Zack fez com que “todas” as ninfas ficassem juntas, entre as árvores, ainda restava uma... e foi essa uma que nos deixou alarmados novamente. Foi essa uma que fez toda a diferença.

Mesmo depois que consideramos vitória, cantamos antecipadamente. Foi tão rápido que ninguém soube dizer o que aconteceu, mas em uma velocidade sobrehumana, aquela ninfa surgiu tão rápido quanto desapareceu. Ela surgiu e ao ir embora, levou uma pessoa com ela.

Ela havia raptado Karen.


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Notas finais do capítulo

Yeey! O que acharam?
Acham que esses novos personagens devem aparecer mais? E por que ninguém confia no Max? E agora, o que vai acontecer com a Karen?

Queremos muuuito saber a opinião de vocês! Sei que tem fantasminhas aí, então, por favor, manifestem-se!

Bjss, até o próximo capítulo