Há um lugar reservado para mim em teus braços, que reivindico a cada segundo. Porém, não posso obtê-lo, e para mim o romance dolorido soa como se tu fosses um amor platônico, uma dama idealizada. Meus ideais nunca foram muito certos, eu admito de antemão. Em um momento poético posso dizer que não há musa inspiradora melhor do que uma mulher complicada, e talvez não haja inspiração maior do que o sofrimento.

A dor é, sem dúvidas, interessante e observar o mundo com auto piedade, tentador. Existe algo na saudade que torna a presença de uma pessoa o melhor presente que há. Existe algo no desejo de ter algo impossível – ou nem tanto – que o torna um sonho. Afinal, é nossa fútil natureza o “querer”, não podemos deixar isso de lado nem mesmo quando palavras românticas e bonitas são proferidas, pois nelas ainda existe esse fator tão sujo de todos nós. Apesar de que, o amor também é um fator mais presente do que imaginamos.

Existe algo no amor que, assim como todo o resto, é tão real, mas tão inexplicável que deixa-me sem palavras o suficiente para utilizar pleonasmo. É mesmo inexplicável, o que fazer quanto a isso?

Suprimindo o anterior “talvez”, posso jurar que o que inspirou qualquer ser que tenha ousado registrar sua passagem curta por esse mundo foi a perspectiva de que talvez o tal sofrimento passasse, e daí os sonhos, as ilusões, o tempo olhando para o nada esperando que algum milagre aconteça tenham valido à pena. Não que ilusões sejam de todo ruins.

Porém, minha principal dentre tantas outras, é de que ao reivindicar novamente um espaço em teus braços, um dia poderei tê-lo.