– E qual é a sua relação com esses seres?

Ele não ficou surpreso com a revelação, na verdade sua expressão demonstrava que eu havia confirmado suas suspeitas.

– Sou fruto de um relacionamento entre um deus e um mortal, mais especificamente uma semideusa, metade humana, metade deus, ganhamos alguns poderes, mas continuamos mortais.

– E quais são esses poderes?

– Isso depende de qual deus você for filho. No meu caso sou filha de Afrodite, o que me concede o um poder chamado Charme, que me permite persuadir qualquer humano, animal, monstro e, dependendo, até deuses.

– Existem mais como você?

– Sim. E não irei falar mais nada sobre eles, por isso não desperdice suas perguntas.

– O que atacou a base aérea naquele dia?

– Monstros. Estão ocultos aos humanos, o que não os impede de causar danos aos mesmos.

– Por que nos atacaram?

– Eles não atacaram vocês, atacaram a mim. O único objetivo que eles tinham quando tentaram jogar aquele troço no chão era me matar. Normalmente, monstros não atacam humanos, eles só atacaram seus agentes porque pensaram que eles estavam tentando me proteger.

– E porque eles a atacaram?

Eu tinha a leve impressão de que ele pensava que eu era a vilã dessa história, o que não era verdade, pelo menos, não dessa vez.

– Monstros atacam qualquer semideus que cruzar seu caminho, eles têm ódio dos deuses e resolveram que vão descontar em nós e isso é desde sempre, mas no meu caso houve um motivo especifico para que um exército de monstros viesse me matar.

–E qual seria?

Bem é isso, agora é a parte que eu conto para as forças secreta que estamos diante de um Apocalipse e torço para que ele acredite que a melhor solução é que eu vá bater um papo com os deuses e não um ataque preventivo a tudo quanto é coisa que pertença ao mundo do Abracadabra.

– Será que dá para parar de me olhar assim? Eu não sou a vilã da história, okay? É o seguinte: existe uma corja de deuses querendo mandar na Terra, o que, no começo, deu uma Guerra Geral é... eu sei que não respondi sua pergunta, mas já vou chegar lá, presta atenção na história. Enfim... Onde eu estava mesmo? Atá, lembrei: eles criaram um acordo e a guerra cessou. O acordo constituía no fato de nenhum interferir explicitamente na vida humana e nos domínios dos outros, basicamente, um conselho foi criado e eles ficaram em paz até então.

Até que eu estou explicando direitinho, já posso revogar meu diploma de professora.

– Um belo dia, um deus chifrudo resolveu destruir a terra, vocês foram lá, chutaram a bunda dele e fim certo? Bem, na verdade não, a parte que vocês não sabem é que, apesar de o Olimpo ficar bem ali, se não fossem por vocês terem parado Loki ele teria conseguido, em uma coincidência, incrível demais para ser de verdade uma coincidência, todos os deuses estavam em suas próprias guerras, os olimpianos lutavam contra Gaia, a Mãe Terra, em uma batalha praticamente perdida, enquanto isso, o Olimpo, que vocês não sabem, mas fica em Manhattan, estava completamente desprotegido; se Loki tivesse destruído o Olimpo, Gaia teria vencido e só aí o mundo já se afundaria em caos, fora a parte que caos alimenta caos e, provavelmente, todos os outros deuses teriam perdido também; felizmente deu tudo certo e, por incrível que pareça, os deuses resolveram relevar somente com a punição de Loki, pelo menos a maioria. Uma guerra foi travada em território grego do lado do Olimpo e Zeus jamais irá admitir tal insulto, ele vai declarar guerra aos Nórdicos. O que vai virar uma Guerra Geral e o principal campo de batalha será a Terra.

– Jamais ficaríamos parados enquanto isso acontece.

– Fico feliz em ouvir isso Fury. Então pensamos da mesma forma à questão disso tudo e eu tenho um plano, mas preciso de proteção e é nessa parte que o motivo de eu estar aqui, aguentando essa ladainha toda, aparece.

– E porque deveríamos ajudar você? - Perguntou o Capitão Gostoso - Como podemos saber que não está do lado deles?

– Não pode, não tenho como provar, é confiar ou não.