Um divã para dois escrita por Tulipa


Capítulo 16
Dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a recomendação linda da Joice, meus Deus, que monte de palavras lindas. Eu amei, flor. Obrigada pelo carinho.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/589814/chapter/16

*Tony*



Faz pouco mais de dois meses desde a nossa conversa sobre futuro. Estamos indo bem, caminhamos numa velocidade ditada por ela, Pepper não conseguiu cortar relações com o dr Hayden ainda. Segundo ela o desligamento deve ser gradativo, e nesses dois meses nós estivemos lá duas vezes, basicamente não falamos de nada tão importante, o nosso terapeuta já não diz mais nada do que já não saibamos.

Na última sessão eles pareceram inverter os papéis, ela fez várias perguntas sobre a Luna, filha dele, Pepper parece estar levando a sério essa coisa de ser fada madrinha da garota, só está esperando Jessica vir à NY, parece que ela fica em LA até o final do próximo mês gravando o disco, pro encontro entre ela e a menina acontecer. Enquanto a Pepper faz planos pros outros, faço pra nós, nosso aniversário é no mês que vem e eu espero que ela goste do destino que escolhi pra viajarmos. Ah sim, ela vai gostar.

Vai ser ótimo ter alguns dias de descanso antes de novamente se afundar no trabalho. Trabalho no qual ela me envolveu também. A Stark em parceria com a prefeitura de Nova York cuidará da revitalização dos Centros Comunitários de quatro distritos da cidade: Brooklyn, Bronx, Queens e Staten Island. Pra me convencer a fazer parte do projeto ela disse que se trata de Tecnologia e Filantropia. Basicamente, o prefeito de Nova York junto com as sub-prefeituras dos distritos cuidará da reforma dos centros, é claro com uma enorme doação financeira nossa, e nós cuidaremos da geração de energia, futuramente todos os centros comunitários terão a sua própria fonte de energia autossuficiente, é mais barato pra eles e ecológico também.

—O projeto em Staten Sland pode ficar incrível.— ela comenta animada, ao analisar algumas fotos, estamos na sala de reuniões da empresa —Imagina aquela roda-gigante com uma iluminação especial.

—Baby, Staten Sland está longe de ser uma Londres, tá? Deixa essa coisa de iluminação pra London Eye.— eu falo.

—Vai ficar lindo, pensa com carinho?— ela pede.

—Posso pensar, mas se acontecer será algo meramente decorativo, a roda-gigante não funciona à noite.

—Já parou pra pensar que pode não funcionar porque não há luz?— ela rebate.

—Você é muito sagaz.

—Eu sei.— ela diz.

—Se eu disser que faço, você me libera da reunião?— eu barganho.

—Tony, é só uma troca de ideias, não vai durar nem 1h.

—Por favor, baby, você sabe que eu detesto reuniões. E o meu papel nesse projeto é meramente operacional, estou nos bastidores, o holofote é seu.

—Mas é o seu nome, sua empresa.— ela argumenta.

—Seu nome, sua empresa, Sra Stark.— eu replico —Já fiquei aqui o dia todo, baby. Há anos você não me faz trabalhar assim, e o projeto ainda nem começou, imagina quando...

—Pode ir.— ela me interrompe resignada, me levanto antes que ela mude de ideia —Aposto que você vai pra academia. Não sei por que essa obsessão agora.— ela também se levantou e segue meu caminho em direção à porta da sala de reuniões.

—Não é uma obsessão, eu estava indo pra academia hoje pela manhã quando você me arrastou pra cá. Preciso malhar, baby, tenho que estar em forma.

—Pra quê?— ela pergunta curiosa, e segura a porta pra que eu não saia.

—Pra estar em forma.— eu afirmo —Não sou mais aquele garoto gostoso que você conheceu.

—Bem, eu não sei quem enfiou na sua cabeça que você está fora de forma, deve ter sido um daqueles seus amigos, talvez aquela roupa do Steve fique justa em você, mas e daí?— ela provoca.

—Capitão Rogers.

—O quê?— ela pisca algumas vezes.

—Pra você o nome dele é Capitão Rogers.— eu falo.

—Ciumento.— ela revira os olhos —Não importa o que eles digam a respeito do seu corpinho. Pra mim você sempre será uma delícia.— ela dá uma palmada na minha bunda e abre a porta, eu a fecho —Decidiu ficar?

—Isso é assédio, sabia?

—Me processe.— ela responde irônica.

—Se você não vai demorar posso te esperar pra treinarmos juntos, como antigamente.

—Preguiça.— ela enruga o nariz —Você sabe que eu prefiro yoga e corrida.

—Não me culpe por tentar.— dou-lhe um beijo breve —Você sabe onde me encontrar quando subir.

—Hum-rum.— ela afirma e me beija —Agora vá embora porque se os caras chegarem e você ainda estiver aqui vai ficar chato sair.

—Caras?— arqueio a sobrancelha —Quantos caras?

—O prefeito e os quatro subprefeitos. Mas eles são feios, gordos e velhos, nada atraentes.— ela diz, sei que está brincando pelo seu tom —Acho que um deles é careca, o outro tem uma verruga no rosto. Todos são horríveis.— murmuro em descontentamento, ela ri —Você tem cinco segundos ou terá que ficar, 1...— ela começa —2...— eu saio, porque sei que se ela chegar ao cinco não vai mesmo me deixar sair.

Caminho até o nosso elevador, falo nosso porque ele é o único que vai até a cobertura, onde moramos. Parece estranho morar e trabalhar no mesmo prédio, mas Pepper lida bem com isso, ela diz que as vezes até esquece que está praticamente em casa. Aperto o botão e ao fazer meu reconhecimento biométrico a porta se abre pra que eu entre, e quando ela está fechando vejo o prefeito e os outros saírem de um dos elevadores na outra extremidade do hall, e eles não são nada feios.

Depois de desembarcar na sala vou ao quarto. Livro-me do blazer da camisa, dos tênis que não são próprios pra malhar, e do jeans escuro que usava. Visto uma regata branca e uma calça de moletom preta, calço os tênis adequados e saio do quarto. A academia aqui é completamente igual a da mansão, aparelhos de musculação e aeróbica de um lado, meu ringue e o saco de box no outro, a única diferença é que não vejo o mar através da vidraça que vai do chão ao teto.

Me alongo, faço 15 min. de esteira pra aquecer, outros 15 min. de speed bag pra pegar o ritmo e então vou dar um socos e chutes de verdade no saco de boxe. É ótimo, alivia o stress, não que eu esteja estressado mas liberar endorfina é sempre bom. Por muito tempo essa foi a minha única maneira de liberar endorfina, agora é só um complemento, me relaxa e faz com que eu perca a noção do tempo.

Sr, chamada da Agente Romanoff.— a voz robótica de Jarvis faz com que eu desperte.

—Atenderei aqui mesmo.— aviso, pego a toalha esticada sobre as cordas do ringue e enxugo o rosto e pescoço, vou ao frigobar e pego uma garrafa de isotônico —O que eu não fiz agora?— pergunto ao olhar pro monitor na parede.

O certo é "O que você fez agora". ela diz —Queria dizer que depois de várias tentativas você finalmente acertou, quase matei o Clint com as minhas novas pulseiras que você projetou. ela me diz estranhamente animada.

—E as flechas dele funcionaram da maneira esperada?

Vão servir, se ele for mais rápido.— ela responde e eu rio, Natasha pode parecer fria, mas é tão ou mais convencida do que eu.

—Que bom.— respondo —Não me encham o saco por um bom tempo então.— fico em silêncio e ela também por tempo o suficiente pra ficar estranho, é sempre assim —Não foi por isso que você ligou, foi?

—É que... ela hesita, nem parece aquela mulher que me manipulou anos atrás e fingiu ser outra pessoa pra se infiltrar na empresa —...Faz algum tempo desde aquele dia, você nunca mais me ligou pra chorar, as coisas devem ter se resolvido, certo?

—Eu nunca te liguei pra chorar, mas sim, tudo está bem.— respondo.

Não chorou, tem certeza? Posso jurar que te ouvi chorar.

—Posso jurar que você bebeu demais aquela noite.

E ainda assim te dei uma surra na sinuca, disso me lembro bem. ela ri.

—Bem, eu não disse que era bom em sinuca, mas se você vier até aqui posso te dar uma surra agora.— provoco.

Você não bateria numa garota, Stark. ela diz.

—Você não é qualquer garota.— rebato —Nem é uma garota.

Verdade, e é por isso que não irei até aí, sem uma daquelas suas armaduras, fatalmente você apanharia muito, e pior, na frente da sua esposa. ela diz, e eu imediatamente olho pra trás, Pepper está parada na porta da academia —Stark, eu vou desligar agora, porque pelas roupas dela, você já tem alguém pra te bater. Natasha some do monitor.

Pepper esta usando uma calça de malha preta um pouco folgada, que ela costuma usar pra fazer yoga, e um top preto, seus cabelos estão soltos.

—Comecei sozinho, você disse que não vinha.— faço sinal pra que ela se aproxime.

—E não vinha.— ela vem chegando mais perto —Mas a reunião durou menos que o previsto, eu não tinha nada pra fazer quando subi, decidi me trocar e vir pra cá.

—Fez bem.

—Acha mesmo? Não interrompi nada?— ela pergunta um tanto agressiva —Talvez você quisesse convidá-la pra, sei lá, voltar ao lugar onde ela te deu uma surra na sinuca.— Pepper cruza os braços. Agressiva, defensiva, péssimo sinal —Quando foi isso?

—Antes de Los Angeles.— respondo —Baby, nada aconteceu, tá? Natasha é só uma colega de trabalho.

—Uma colega de trabalho com a qual você já quis transar. Curioso nós estarmos na academia, né? Foi aqui que nos conhecemos, quer dizer, não aqui, mas numa academia. Natalie Rushman, do jurídico, como eu poderia esquecer aquela cara que você fez quando a viu?

—Que cara, não fiz cara nenhuma?

—“Você foi modelo em Tóquio? Ela foi modelo em Tóquio”, “Você fala latim? Ela fala latim” — ela me imita e ironiza —E depois de tudo você disse “Eu quero ela”.

—Baby, eu a queria na empresa, por isso a contratei.— me defendo.

—Você nem era mais o chefe, a contratou passando por cima da minha autoridade, porque tê-la na empresa era o meio mais fácil de levá-la pra sua cama, não é?— ela pergunta —E fez de tudo pra conseguir, meu Deus...— ela passa as mãos pela testa —Aquele seu aniversário, eu odiei aquela sua festa, você desdenhou do meu presente, você... Urgh! Você deixou ela usar a manopla da sua armadura e eu se quer podia chegar perto daquelas coisas.

—Porque você ficava histérica.

—Claro, porque é muito normal alguém voar numa armadura e sempre voltar com dezenas de marcas de tiros, ou ver um louco com um chicote fatiando aquilo com você dentro, ou...

—Se nós tivéssemos ido a Veneza eu teria cancelado a minha festa, sugeri, foi você quem não aceitou.

—Nós iriamos a Veneza, ficaríamos numa linda suíte no Cipriani pra você conseguir o que queria há dez anos, e quando voltássemos pra Los Angeles eu seria trocada pela nova Bethany Cabe.— ela diz com raiva —Você é mesmo um cretino.

—Era!— eu me altero —Eu era um cretino, nunca neguei isso, aliás, quando você me conheceu eu já era um cretino. Do que mais você me chamava também? Babaca. É, eu era um babaca, e ainda assim você se apaixonou por mim, não foi?

—Foi.— ela diz, ri e descruza os braços —Amor, você é um bobo, eu te amo, sabia?

—Oi?— pergunto confuso.

—Agora você tinha que dizer que me ama também.— ela continua rindo.

—Talvez quando você fizer sentido.— eu digo.

—Eu estava fazendo um cena, só de brincadeira— ela disse.

—Parecia sério, bastante sério.— eu jogo a toalha sobre as cordas do ringue —Ressuscitar Bethany Cabe, precisava?

—Bom, no começo eu detestei a Natasha porque era assim que eu a via, mas depois...— ela dá de ombros.

—Você não está brava por causa do bar? Mesmo?— pergunto.

—Não, eu já sabia.— ela responde pra minha surpresa —Natasha foi legal nesse ponto, nos estávamos em LA quando ela ligou pra dizer que se eu visse algo na imprensa não tinha nada a ver, que ela só foi te encontrar porque percebeu que você precisava conversar.

—Você acreditou nela?

—Bem, pra ser sincera, até aquela noite da aula de matemática tive minhas dúvidas.— ela fala —Na verdade, naquele dia, a minha insegurança foi desencadeada porque eu lembrei disso.

—Porque você não me perguntou nada antes?

—Por medo de não gostar do que ouviria.— ela confessa.

—Essa ligação dela foi algo combinado entre vocês?— desconfio.

—Não, apenas coincidência.— ela responde —E então, vamos?— ela pega elástico que estava em seu pulso e prende is cabelos num rabo de cavalo.

—Você quer treinar comigo?

—Ali.— Pepper aponta pro ringue.

—Não vai prestar.— sorrio maliciosamente.

—Pode tirar o seu cavalinho da chuva, não vai rolar.— ela diz convicta.

—Veremos.— eu digo —Mas antes, você precisa se alongar.

—Eu sei.— ela começa, volto ao saco de boxe enquanto ela se alonga e aquece —Acho que já deu, né?— Pepper questiona depois de uns 15 minutos.

—Não vou pegar leve.— digo ao subir no ringue.

—Quem disse que eu quero algum tipo de vantagem?— ela pergunta enquanto passa entre as cordas e sobe ao ringue.

No centro do ringue ela me encara com confiança, em nada me lembra a Pepper a quem eu tentei dar aulas de defesa pessoal anos atrás. Não que ela não fosse boa, ela era, e muito, por vezes esquecia que estávamos apenas treinando e me dava socos e ponta pés bem doídos, mas as aulas nunca duravam muito. Se fossemos ao chão ela fatalmente acabava e começávamos outra coisa, que queima muitas calorias também.

—Ai, baby!— reclamo e levo a mão à lateral da minha coxa dolorida, acabo de levar um chute.

—Levante a guarda, amor.— ela ataca e eu me defendo, então vem uma sucessão de ataques contra mim.

Me defendo dos ataques dela até estar contra as cordas, então chega a hora de reagir. Revido seus ataques e ela se esquiva, uma, duas, três vezes. Não tenho a intenção de atingi-la de verdade, por que tenho medo de não conseguir calibrar a força do chute ou do soco. Hesito e ela reage. Fico alguns minutos me defendendo, me esquivando, e quando me dou conta estou no chão com Pepper sobre mim.

—Você tá ótima nisso, andou treinando?

—Você sequer reagiu, Tony.— ela ofega cansada.

—Ainda assim te fiz suar bastante.— replico.

—Mas eu achei que seria mais divertido.— ela diz e sai de cima de mim —Ainda mais depois de ver você chamando a Natasha, achei que você quisesse mesmo lutar com alguém.— ela diz ao sentar.

—Só pra saber, isso ainda é parte da cena de ciúme de brincadeira ou é de verdade?— sento-me confuso, ela revira os olhos —Baby, eu a estava provocando de brincadeira também. Sabia que ela não viria.

—Mas e se ela viesse? Você ficaria cheio de dedos pra treinar com ela também?

—Não sei, acho que não.

—Tá vendo!

—Mas, baby, ela é treinada pra levar porrada, né? Já você...

—Eu o quê?

—Você é o meu amor, e eu não posso te bater de verdade, oras.— eu digo —Nós sempre treinamos assim.— me aproximo e coloco alguns fios de cabelo soltos atrás de sua orelha —Além disso...

—Hum?

—Você meio que me desconcentrou, né? Esse top aí é sacanagem.

—Você se desconcentrou porque estava pensando em sacanagem desde a hora em que subimos no ringue.— ela diz —Não tem nada a ver com a minha roupa, eu poderia estar de burca e você estaria pensando no depois.

—Porque o depois é a melhor parte do treino.— eu sorrio.

—É?— ela se aproxima mais —Você gosta?— tudo que consigo fazer é murmurar uma afirmação enquanto a vejo engatinhar em minha direção como um felino prestes a dar o bote —Suados, no meio do ringue, né?— ela diz com o rosto bem próximo —Só que não vai rolar, amor.— ela ri contra os meus lábios.

—Baby.— eu choramingo —Isso é tortura.

—Chuveiro, vem, nós vamos sair hoje.

—Não lembro de termos planos.— comento me arrastando pra fora do ringue.

—Lembra que eu queria muito ver O rei leão na Broadway e estava esgotado?— assinto —O prefeito tinha ingressos pra hoje, mas a primeira-dama está convalescendo de gripe e não pode ir. Ganhamos os ingressos. Yey!

—Eu tava feliz de não termos conseguido, porque Broadway na sexta é...

—Se você não quiser ir, não precisa, vou sozinha.— ela me dá as costas e deixa a academia.

—Baby...— chamo ao entrar no quarto.

—Já disse que você não precisa ir, Tony.— ela me poda antes que eu possa falar.

—Baby eu não disse que não ia.— argumento.

—Quando eu disse que consegui você disse que estava feliz por eu não ter conseguido os ingressos no meio da semana, você quer que eu interprete como?— ela pergunta —Mas tudo bem, só não fique argumentando porque não quero me atrasar, pretendo jantar antes da peça.— ela passa por mim e vai pro banho.

—E eu?— pergunto ao ouvi-la abrir o chuveiro.

—Sair com você estava nos meus planos, agora não está mais.— ela diz bastante brava.

A deixo em seu banho, vou ao closet escolho uma roupa e vou ao quarto de hóspedes pra me banhar e arrumar. Depois de muitos minutos estou na sala, pronto pra sair, a espera dela e nada dela aparecer.

—Jarvis, que horas são?

20h15, Sr.— Jarvis responde.

Acho estranho ela ainda não ter aparecido, o teatro provavelmente é às 22h, mas o jantar, a essa hora, com certeza, perdemos. Vou ao quarto, a luz está apagada e quando a acendo, vejo Pepper deitada em nossa cama.

—Baby...?

—Não quero falar com você.— sua voz está diferente.

—Baby, você tá chorando?— me sento na cama, ela vira pro outro lado —Porque você está chorando?

—Porque eu queria sair com você, mas parece que nada que não envolva nós dois pelados é bom pra você.— ela funga.

—Olha pra mim.— eu peço —Pep, por favor.

—Porque você está bonito assim?— ela pergunta ao me ver de jaqueta e cabelo arrumado.

—Pra mostrar o quanto você está sendo injusta. Estou pronto, de roupa, há quase uma hora esperando por você. Vamos, levanta.

—Que horas são?— ela senta.

—Agora? Por volta de 20h30.— respondo.

—Não vamos conseguir jantar.

—A gente come um hot-dog.— eu enxugo seu rosto e a beijo, ela sorri e levanta —Vou esperar na sala.— aviso.

Em alguns minutos ela está pronta, linda, num vestido rosa clarinho com pequenos babados na saia.

—Parece que eu chorei?

—Você chorou?— eu replico, ela sorri discretamente.

—Desculpa o drama.— ela diz —Eu tenho até uma justificativa, mas vocês homens sempre acham que é frescura.

—Deixa eu adivinhar, você começou o dia de bom humor, mais tarde ficou agressiva e depois chorona, e embora esteja exalando feromônios nós não vamos ficar pelados juntos pelos próximos dias. Acertei?

—Cientificamente correto.— ela diz —Você é o marido mais inteligente do mundo. Te amo.— eu a puxo em meus braços e beijo seus cabelos —É a segunda vez que digo que te amo hoje e você não diz nada.— ela resmunga.

Seguro seu rosto, aproximo o meu e lhe dou um beijo doce —Também te amo, baby, te amo muito. Demais.

—Também não precisa exagerar, Tony. Soa falso. Vamos embora.— ela me solta e caminha pro elevador. Esse mês os hormônios dela vão me enlouquecer, certeza.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpa o capítulo bestinha (é que eu sempre quis escrever uma cena dessas na academia, rsrsrs), mas ele tem ganchos importantes pro desenrolar da história.

Vejo vocês em breve.
Beijos :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um divã para dois" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.