Cap 05- Immortals

Depois daquele dia, começou a segunda parte da iniciação, fiquei os dias praticamente inteiros vendo cada parte de cada simulação, anotando, preciso falar que são três Divergentes, tenho que falar com Emma sobre o fato de ela e Tris serem irmãs, ainda tenho que fazer pela primeira vez uma simulação do medo, como devem saber, antes do “teste final” temos que treina-los a passar numa paisagem do medo, que como Lauren se recusou a faze-lo já que já o fez no ano passado eles terão que treinar na minha, portanto vou para a pira, o andar onde realizarão as passagens não tem nada de muito especial, fora o quadrado de vidro e o computador, poderia passar por um andar inutilizado, percebo que não há ninguém então vou até uma das cadeiras e me sento olhando pela janela, cada detalhe da cidade, então vejo uma silhueta entrando na sala, silenciosamente me levanto, e ando até aquele vidro, enquanto o computador fica pronto Quatro injeta o soro por uma agulha, dói, mas não me esquivo, será pior se eu o fizer, entro naquele cubículo, a sensação é de estar caindo no sono, ou de estar tendo uma vertigem não soube especificar, apenas esperei a simulação se formar por completo, o local que formava era um dos edifícios mais altos da cidade eu estava quase caindo, presa apenas pelas mãos ao parapeito, e chovia, não conseguiria subir, então fiz o mais lógico, soltei minhas mãos, já que ia morrer de todo jeito, não iria e dar esperanças de sair dali, então eu estava em um quarto, totalmente fechado, sem nem existir entrada para oxigênio, logo, dos quatro cantos das paredes, começaram a sair insetos, subiram em cima de mim, me debati, tentei me comprimir em posição fetal, mas não tinha jeito, então me lembrei que não existiam entradas de ar nem buracos, então, como eles estavam aqui¿ São falsos, apesar do medo tentando me dominar, lutei para tentar me acalmar, tentei não pensar neles, gradativamente os batimentos de meu miocárdio, diminuíram de velocidade.

O cubículo desapareceu e eu estava, no meio dos de uma sala na sede da Erudição, sentada em uma cadeira atrás de uma mesa , não entendo o que faço aqui, não temo a Erudição, então vejo que alguém me leva em direção a uma sala, mandam-me atirar nas pessoas que estão a minha frente, nunca as vi na vida, eu hesito em atirar e por isso eles sorriem, eu pergunto o porquê de mata-los, eles me respondem “Divergentes”, pego a arma, engatilho e em vez de mata-los, me mato.

A sala desaparece e estou no meio da rua, junto com outros traidores, entre eles Jeanine Mathews, Max e Eric, Marcus Eaton, líder da Abnegação, junto a Joana Reyes, líder da Amizade e Jack (cujo o sobrenome não sei), líder da Franqueza estavam na nossa frente, expondo os crimes vejo os olhares de decepção de meus pais, vejo Emma, ao lado deles, com olhar de repugnância, tento me defender, falando a verdade, tentando convence-los de que não fiz aquilo por que quis, não para matar Divergentes, e sim porque tive medo do que aconteceria se recusasse, por que infelizmente isso é a verdade, sou uma covarde, por dizer não ao plano de Jeanine, no entanto, ninguém acredita, na realidade, quem acreditaria, acho que nem eu mesma acreditaria, então ouço um tiro, vejo-me com a barriga vermelha, a roua suja de sangue meu sangue, a ultima coisa que digo é “desculpe”;

Agora estou na sala de jantar de minha antiga casa, com todos a mesa, até Emma, ela e Beatrice estão com roupas da Audácia, Caleb com roupas da Erudição igual a mim, meus pais com suas tradicionais roupas da Abnegação, todos olham pra mim e falam como fui a pior das pessoas, fui egoísta, mentirosa, ajudei a começar uma guerra, que fui uma covarde e que fui burra, as vozes se elevam cada vez mais e eu saio correndo, elas não diminuem, pelo contrário, só aumentaram, então fiz a primeira coisa que pensei ao ouvir o som do trem, corri e fiquei na frente dos trilhos, aguardando a morte, mal senti o impacto, porque acordei da simulação, suada, com lágrimas quase secas e tremendo, recupero-me o mais rápido possível, levanto e saio, pergunto com a voz ainda levemente trêmula para Quatro

– Fui muito mal¿ - Ele me olhou e fez que não com a cabeça, lançou um olhar preocupado e murmurou alto o suficiente para que eu ouvisse,

– Na realidade não, você tem apenas 5 medos, e o tempo não foi ruim, no entanto, acho melhor falar com Max, não é seguro para o segredo da Erudição que um iniciando veja que você tem medo de ser pega junto com os líderes disso ou algo sobre sua família

– Isso eu percebi, eu... tenho que falar com ele logo, tchau, até depois

– Até depois.

Me virei, subi o resto dos andares da Pira e fui em direção a sala de Max, que por sorte estava saindo da sala,

– Max, preciso falar com você – Falei num folego só, ele assentiu, e entramos em sua sala, expliquei todo o caso, ocultando a parte do desculpe a cidade, o fato de ter me matado em vez dos divergentes e de mudei a minha reação sobre o que eles disseram, para ter os matado. Ele apenas ouviu e disse que iria falar com Lauren, para complementar a fala perguntando o seguinte

– Lary, essa hoje, durante uma ronda na área dos sem-facção um de nossos lideres, levou dois tiros, acidentais, e ficará impossibilitado de avaliar as paisagens do medo, oque faremos daqui a dois dia como sabe, queria te perguntar se você não assumiria o lugar dele, o Quatro recusou, e como agora a “preparação doa iniciandos para paisagem do medo” será feita com a da Lauren, poderia me fazer esse favor¿

– Claro, só isso¿ - Ele afirmou, e eu passei pela porta e fui em direção ao refeitório, a essa hora todos já haviam de estar lá, jantei rapidamente e fui dormir, sonhei com o “julgamento em praça publica” da minha paisagem do medo, nada que eu não esperasse.