All The Stars escrita por Petit Belier


Capítulo 1
Todas as estrelas


Notas iniciais do capítulo

Ola, gente o/
Então, essa é a minha primeira fanfictions no fandom de Senhor dos Anéis, embora eu já leia um pouco no mesmo e já tenha pensado em escrever nele há algum tempo. Eu não faço ideia se esse ship é famoso no fandom, mas decidi escrever porque gosto dele.
Eu sei que é quase uma ofensa desfazer um casal canônico como Elrond e Celebrían, mas... a vida tem dessas. Por favor, não me matem 8D
Well, essa fic é de presentinho pra minha coisa fofa, a Malu B (fico em dúvida se esse "B" é de Bélier ou Bear, embora tenha quase certeza de que é a segunda opção).

Marida ;-; pode não estar a coisa mais fofa do mundo, mas eu tentei ._. espero que goste. Kissus :**




Só um aviso a mais: Essa história se passa no momento em que Elrond decide mandar Arwen para as terras imortais, no filme, quando ela está fazendo o caminho para os portos, tem uma visão e volta correndo. Só pra o pessoal se situar xDD



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All The Stars

O sol já estava se pondo e aquela era a última noite em que veria sua filha, Arwen, em Valfenda. Para sua segurança, havia decidido manda-la para os portos cinzentos e de lá para fora da Terra Média, e esta, com algum custo, aceitou ir embora.

Imaginou que fosse realmente difícil decidir ir embora e deixar o amor de sua vida ali, mas o que fazer se era o fim daquela Era e muitas coisas poderiam acontecer de ruim com os elfos... Não era mais o lugar dos elfos.

Elrond suspirou pesadamente ao pensar nisso, ficaria ainda por mais algum tempo, para ver a resolução dos acontecimentos com a Sociedade do Anel e suas forças, mas já mandava uma boa parte dos habitantes de Valfenda para os portos na manhã seguinte, sua filha, alguns dos seus conselheiros... ele.

Sentiu o peito pesar de dor ao lembrar-se desse detalhe, de que também mandaria Lindir ir em acompanhamento à Arwen. Nunca havia lhe dito nada do que sentia, até por ser casado com uma elfa, que mesmo não estando ali, ainda guardava um lugar especial em seu coração.

Com o sol se pondo, algumas das estrelas já começavam a surgir no céu, deixando Valfenda ainda mais bela do que já era em tons naturais, o crepúsculo lhe dando um ar de soberania com a magia élfica.

Aquilo distraiu Elrond, que em sua contemplação, não notou a aproximação de um dos seus conselheiros.

– Boa noite, senhor. – soou calma e suave a voz ao seu lado, fazendo-o voltar à realidade.

Elrond sorriu ao reconhecer a voz, virando levemente o rosto para fitar o dono da mesma, assentindo em correspondência ao cumprimento.

– Essa é a última noite em que verá as estrelas daqui, de Valfenda. – disse Elrond, voltando a olhar o céu.

– Sim senhor. – concordou Lindir, um pouco mais baixo, apoiando as mãos no parapeito de pedra, suspirando logo após, antes de continuar.

– Gostaria que soubesse, senhor, que eu pretendo dar o melhor de mim para levar a senhorita Arwen em segurança até os portos. Sabemos como as estradas estão obscuras nos últimos tempos... – foi interrompido pela voz suave mas imponente de seu senhor, em um riso breve.

– Não diga essas coisas, Lindir, bem sabe que Arwen saberia se defender melhor do que ninguém se algo de estranho ocorresse no caminho até os portos. Fora isso... bom, eu agradeço que dedique-se a ela tanto assim. Eu sei que ela não o ama como você deseja... as coisas devem ser difíceis.

Nesse momento, Lindir franziu o cenho, em estranhamento àquelas palavras, como assim “amá-lo como ele deseja...”.

– Perdão, senhor... não sei do que se trata quando diz isso sobre... amor... eu não espero que sua filha me ame, na verdade, fico muito feliz com o respeito que ela tem por mim. E sempre teve, inclusive.

O mais velho parou o que dizia, erguendo as sobrancelhas. Algo estava errado naquilo, sempre acreditou que Lindir fosse apaixonado por sua filha, até aprovaria que os dois estivessem juntos, afinal, era mais digno a ela que se casasse com algum elfo, mesmo que isso doesse em si mesmo.

– Pensei que a amasse. – disse, por fim, notando que o elfo ao seu lado inquietava-se com a menção a esse assunto.

– Não senhor, sempre a respeitei como sua filha, nada mais que isso. Eu... – sentiu a voz falhar, rindo um pouco para descontrair aquilo antes de continuar o raciocínio. – Deixaria de confiar em mim se soubesse quem eu amo. E... não é apropriado, senhor. Podemos mudar de assunto?

Agora Elrond estava curioso com aquilo, se não era sua filha, quem será que Lindir amava?

Olhou-o, deixando de observar o céu, deixando alguns momentos em completo silêncio suspensos no ar, antes de dar início a sua fala.

– Eu gostaria de saber, Lindir, se não é a minha filha, quem é a pessoa que ama? E eu não acredito que vá deixar de confiar em você... é algo tão sério assim? Não é a minha esposa, é...? Há tanto tempo ela foi embora da Terra Média.

Lindir ficou completamente sem graça nesse momento, desviando o olhar do de seu senhor, virando-se para observar as estrelas dessa vez.

– Não... não é a sua esposa. Mas é tão vergonhoso quanto. – sentiu o rosto arder um pouco. Estava com medo de dizer aquilo, depois de tantos anos com isso guardado, era até improvável que pudesse simplesmente dizer assim, ainda mais naquela noite decisiva.

Do seu lado, Elrond ainda fitava o mais novo, esperando sua resposta. Notou seu rosto corado, assim como a indecisão estampada em suas feições. Ficou imaginando o quão difícil aquilo parecia para ele.

– Não deseja me contar, Lindir? – perguntou e, incapaz de manter-se quieto diante daquela situação, ergueu uma das mãos, acariciando suavemente os cabelos escuros do elfo a sua frente, fazendo com que Lindir, mesmo sem querer, voltasse a olhá-lo.

– Eu o amo, senhor. Perdão por isso. Perdão. Eu não queria dizer algo tão vergonhoso assim, sei que o senhor ama sua esposa e que pretende encontra-la fora da Terra Média. Eu sei que eu sou apenas um servo e que não deveria nem pensar em dizer algo tão absurdo assim. Eu sei que o senhor é um homem e... – sentiu a voz falhar novamente, engasgando com as palavras e decidindo calar-se, baixando a cabeça também, de tanta vergonha, sem nem notar a forma com a qual seu senhor o olhava.

– Lindir... por que... não me disse isso antes? – perguntou, olhando seu rosto, vendo-o erguê-lo em surpresa àquelas palavras.

– Mas... isso é horrível. – disse, vendo que seu senhor o olhava ainda de forma calma, como se nada houvesse acontecido, como se ele nunca houvesse dito tais palavras tão vergonhosas.

Elrond riu baixo, antes de aproximar-se um pouco mais do menor, voltando a acariciar seus cabelos, estendendo o toque para seu rosto suave.
Deslizou os dedos por sua pele, tocando seu queixo devagar, enquanto olhava em seus olhos, pensando exatamente no que dizer.

– A nossa proximidade nos últimos séculos pode ter trazido aos nossos corações o mesmo sentimento, não? – Elrond declarou quase em um sussurro, enquanto ainda apreciava as feições do conselheiro, com uma calma arrastada e quente.

Lindir fechou os olhos por alguns instantes, respirando fundo, processando o que havia acabado de ouvir, demorando-se alguns instantes nisso, antes de voltar a olhá-lo, falando baixo.

– Entendo... sim, senhor, me perdoe por isso. Eu... – calou-se no mesmo momento, ao notar que Elrond se aproximava de si, ficando com os lábios muito próximos aos seus, quase encostados. Podia sentir sua respiração leve e morna, assim como o seu perfume. Queria abraça-lo nesse momento mas nenhum músculo de seu corpo se movia.

– Não peça perdão... Não é culpa sua... – sussurrou, fazendo aquele momento durar um pouco mais, com os lábios quase tocando os do menor. Mas então lembrou-se de sua esposa, que mesmo longe ainda o esperava, lembrou-se dos seus filhos e da desonra de fazê-los saber de algo assim. Não podia fazer aquilo, estava quebrando regras demais.

Afastou-se, olhando-o por um tempo, antes de voltar a observar o céu. Notou que Lindir sentiu sua mudança, pois nenhuma palavra de contrariedade foi dita diante do estranhamento da situação.

Apenas o silêncio.

Este durou por longos minutos, até que o conselheiro pode finalmente falar, também olhando para cima, para o céu.

– Todas as estrelas brilham intensamente esta noite, senhor. – declarou, com firmeza, apagando de si a vontade que sentia de desabar aquele momento, entendia a situação de seu senhor, sabia o porquê da hesitação e da desistência. O que não sabia era como iria seguir sua vida a partir daquele instante.

– Sim, brilham. Esse é o anúncio do fim do tempo dos elfos na Terra Média. Tudo está acabando. – disse, Elrond, um tanto triste, mas sem perder a seriedade tão característica de suas palavras.

– Também anunciam que possíveis mudanças podem acontecer no futuro deste lugar, não acha? – disse, Lindir, distraído.

– Sim, e é exatamente isso o que nós esperamos que aconteça, não? A Sociedade do Anel precisa disso...

Lindir manteve-se estático por um tempo, até desencostar do parapeito, começando a se afastar.

– É a nossa última conversa antes da ida aos portos... espero que... espero que eu possa vê-lo do outro lado. Passar bem, senhor. – declarou, demonstrando claramente o quão triste estava com o desfecho daquele encontro. Esperava tudo, menos esse fim vergonhoso.

– Eu também espero vê-lo, Lindir... espero encontra-lo novamente. Eu... – virou-se, olhando-o, mesmo que o conselheiro já estivesse um tanto mais afastado. – Quando chegar a terra dos imortais, eu irei pedir perdão a Celebrían... por ter passado tanto tempo longe... por não mais amá-la como quando a deixei ir embora... e também por amar outra pessoa... mais do que a amo. Eu realmente espero vê-lo de novo após esse dia...

Lindir parou de andar ao ouvir aquilo, novamente um dos momentos em que precisava respirar fundo e reter as informações. Mesmo estando triste, aquilo o aliviava e dava esperança, mesmo sem a certeza de que o veria novamente.

Assentiu, olhando seu senhor uma última vez antes de se afastar, andando mais rápido, até quase correr para seus aposentos, precisava preparar-se para a manhã seguinte.

O fato era que não fazia ideia se os dois poderiam se ver mais uma vez do outro lado, mas esperaria ansiosamente por isso.

Elrond, que ainda estava a olhar o céu, previa naquelas estrelas bem mais do que surpresas para o futuro da Sociedade do Anel, via também a própria vida, tão longa e serena até aquele dia, quebrando-se como um cristal frágil, sem mais um padrão para seguir.

Algo tão incomum assim havia lhe acontecido, algo que não costumava ser certo entre os elfos, mas que fazia com que ele se sentisse outra pessoa naquele instante. Havia encontrado o amor novamente.

Pagaria por isso, pagaria por desfazer-se de compromissos antigos, mas seu coração já lhe pedia há tempos para ser ouvido, e no fim, ele se sentia feliz por dar-se mais uma chance.

Sorriu. Todas as estrelas brilhavam àquela noite. Todas as estrelas lhe sorriam também.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, pessoas. E, por favor, não me matem ;-;



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