Cherry Bomb escrita por ApplePie


Capítulo 19
O sequestro


Notas iniciais do capítulo

Terminei de editar quase todos os capítulos. Acredito que hoje mesmo eu acabo a história!!! ♥
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/589616/chapter/19

 

Liam

Meu coração estava disparado e minhas mãos tremiam.

Era óbvio que eu já tinha beijado meninas antes. Não era novidade. Porém, por alguma razão meu coração estava na minha garganta.

Porém todo o nervosismo logo se desfez quando o prazer de ter os lábios de Cherry nos meus tomou conta da minha mente e quando ela – que obviamente estava mais chocada que eu – devolveu o beijo com tanta ferocidade quanto eu.

Parecíamos que estávamos no deserto há dias e finalmente conseguimos um pouco de água. Eu via fogos de artifício e eu decidi que eu nunca queria que aquela sensação fosse embora.

Seus braços envolveram meu pescoço enquanto uma das minhas mãos segurava sua cintura firmemente e a outra envolvia seu cabelo azul. Comecei a acariciar seu cabelo, ajeitando-o para trás de sua orelha enquanto ainda tínhamos fôlego para continuar o nosso beijo.

Quando todo esse fervor finalmente se cessou e não aguentávamos mais ficar sem respirar, descolamos nossos lábios e eu comecei a dar leves selinhos no canto de sua boca apenas para provocar.

Cherry pareceu entender a provocação, pois começou a rir e abriu seus olhos que até então estavam fechados.

— Eu... — nós dois dissemos ao mesmo tempo e demos risada.

— Gente, isso tá muito fofo acho que eu vou chorar — congelei quando eu ouvi uma tentativa de sussurro que eu conhecia demais logo atrás de mim.

Cherry ficou rígida também em minha frente e olhou pra alguma coisa atrás de mim.

— Shiiiiuuu, Bryan, eles vão nos escutar — outra voz disse num sussurro que estava bem alto para o meu gosto.

— Eu estou me sentindo um voyeur — uma terceira voz disse.

— Ué, eles pararam? — a segunda voz disse.

Olhei para Cherry que não sabia se enfiava sua cabeça num buraco ou se gargalhava. Suspirei.

Andei até o final do corredor e me deparei com Ellie, Bryan e Jack no chão agachados bisbilhotando tudo que estava acontecendo.

Fechei meus punhos.

— Oh, hey Liam. Nós estávamos apenas observando tudo que estava acontecendo e devo dizer que estou bastante chocado com sua atitude, já que você é mais do tipo tímido...

Ellie bateu no Bryan.

— Vocês... — eu trinquei meus dentes para não falar algo que eu fosse me arrepender depois.

—...Só estávamos tentando proteger vocês — Ellie terminou a frase enquanto observava suas unhas como se fosse super normal observar seu amigo pegando uma garota. Talvez fosse. — Não há a mínima necessidade de tanto alvoroço.

— Eu só vim aqui porque eles pediram — Jack fez uma cara de “não me culpe, por favor”.

— Martin? — Cherry perguntou.

— Ele não quis vir. Algo sobre “proteger a privacidade dos outros”. Vadia, por favor, não existe privacidade na nossa geração — Bryan fez uma cara de quem estava decepcionado com a atitude do amigo.

Bufei.

— Considerando que vocês estragaram o meu tempo com a Cherry, acho que está hora de vocês irem.

— Eu disse que ele ia ficar bravo — ouvi Jack sussurrando para os dois quando eu me virei.

— Vamos para o meu quarto? — perguntei pra Cherry. — Acho que lá pelo menos vamos conseguir conversar a sós.

— Own. Que coisa fofa — Ouvi Bryan dizer enquanto Ellie e Jack o arrastavam. — Não se esqueçam da camisinha.

Até as orelhas de Cherry ficaram vermelhas nessa hora.

***

Eu e Cherry ficamos alternando nossas conversas com beijos e carinhos. Não conversamos sobre o que nós éramos naquele momento, até porque naquela hora nada mais importava.

Eu estava feliz e ela estava feliz. Isso era o bastante.

Duas horas depois descemos as escadas para terminar de arrumar toda a bagunça e fazer um lanche.

Eu fiz um sanduíche de presunto parma com queijo branco. Cherry comia rapidamente enquanto assistia o noticiário.

Parece que o notório Aaron Wright, CEO da empresa Wright Security, foi visto saindo de uma das ruas residenciais, Mission St, em São Francisco a passeio. Estamos tentando entrar em contato com ele, mas seu agente disse que por enquanto ele não tinha nada a declarar...

— Isso é mau — disse Cherry com uma cara de preocupação.

— Por que, Lexi?

— Porque Liam, isso é rede nacional. Sabrina vai ligar os pontos e entender que ele estava vindo me ver. Se ela sabe a rua não vai demorar muito ela descobrir a casa. Esse é uma rua curta, Liam.

Joguei tudo na pia.

— O que faremos então?

—  Podemos ficar com meu irmão no hotel – o que é um pouco arriscado – ou...

— Vou ligar para algum dos meninos e pedir ajuda.

Cherry assentiu.

— Vou arrumar nossas coisas — e com isso ela saiu correndo para separar o essencial.

Liguei para Bryan.

— Vamos, Bryan, atenda à merda do telefone.

Nada.

Próximo foi Jackson.

Nada.

Eu estava quase desistindo quando Martin finalmente responde no terceiro toque.

— Está tudo bem, Liam?

— Tudo está longe de estar bem, Martin. Preciso da sua ajuda. Há algum quarto que posso usar como sobra?

— Tem, claro, Liam. É pequeno, mas se for por pouco tempo acho que não vai ter problema para vocês.

Martin quis dizer que ficar poucos dias não teria problema porque ele mora dentro do conjunto de apartamentos para alunos da faculdade, então até a inspeção, nós podíamos ficar lá se fôssemos discretos.

Agradeci e rapidamente desliguei o telefone.

Encostei na bancada da cozinha e fiquei pensando. Até quando? Até quando nós teríamos que fugir da psicopata da tia de Cherry?

Até ela morrer? Vaso ruim não quebrava, era provável que aquela mulher vivesse até os cem anos e então o que faríamos? Mudaríamos para outro continente quando eu terminasse a faculdade?

Eu não conseguia ver soluções na minha frente que não me incomodassem e isso me chateou muito.

Suspirei e decidi não pensar no assunto naquele momento. Eu precisava apenas tirar Cherry com segurança.

Eu estava indo em direção às escadas quando escutei algo atrás de mim. Antes que eu conseguisse me virar alguma coisa acertou à parte de trás da minha cabeça e em menos de um segundo a minha visão ficou turva e eu caí no chão.

Mal eu sabia que estava prestes a conhecer o inferno de Cherry.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cherry Bomb" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.