Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 69
O tão desejado The End


Notas iniciais do capítulo

Sim, este é o capitulo 70! Sim, este é o capitulo que me fez chorar. Ai, meu coraçaum... Se preparem, é tudo que eu posso dizer. Segurem seus forninhos, porque está chegando!
Boa leitura!



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Capitulo 70 — O tão desejado The End

Seth

Eu me sentia como... Como se eu estivesse em queda livre constante desde que vi Jon no alto das escadas com aquele vaso nas mãos. O frio em minha barriga seria considerado incomodo se ele não só existisse porque eu estava nervoso. Mas não um nervoso irritado, um nervoso ansioso, que me fazia perder a fome que eu sentia ferozmente e me deixava eufórico.

Eu lutei para ficar sentado enquanto Jon descia lentamente a escada. Parecia que ele fazia de propósito aquilo, somente para atrasar o meu encontro com Anna.

Fiquei surpreso quando vi Caroline descer a escada escorada em Pamela, sorrindo aquela perfeita cópia do sorriso de Anna, que eu teria acreditado que fosse ela se não tivesse aquele pequeno defeito dos olhos de cores tão diferentes, que parecia quebrar todo ou qualquer encanto que eu poderia nutrir por ela.

Somente Anna seria tão perfeita quanto Anna poderia ser. Nem mesmo a Carol, que era idêntica a ela, poderia superar aquilo. Não, Caroline nunca poderia substituir Anna.

Senti uma mão em meu ombro quando levantei em frente á um Jonathan sério e concentrado. Olhei para o lado e vi Jacob sorrindo confiante para mim, me incentivando um aceno de cabeça veemente, que serviu para me tirar do pequeno estado de torpor que entrei sem saber.

Olhei por cima dos ombros de Jon, e Caroline e a Pamela de Jon, sorriram para mim em expectativa. Caroline sibilou “Vamos!” feliz para mim, fazendo um gesto com a mão em direção ao Jonathan.

Dei uma olhada rápida na direção onde Anna estava, deitada no sofá cheia de hematomas.

“Você vai ficar bem” Repeti a minha promessa mentalmente, que eu vinha lhe dizendo desde que a segurei em meus braços “Vou fazer a dor passar”

Encarei Jon com expectativa, esperando ver em seus olhos a mesma felicidade que sentia em mim, mas tudo parecia muito confuso naqueles dois pares de olhos negros. Eles pareciam meio tristonhos... Talvez magoados... Ou aquilo era pena? Não... Talvez ele tenha percebido que tenha perdido Anna para sempre para mim, finalmente.

Eu não gostava muito de ter pensamentos egoístas e nem coisa parecida, mas quando se tratava de Anna... Eu mudava completamente. Por isso não fiquei tão arrependido ao pensar “Há! Dessa vez eu ganhei, Flint” enquanto puxava a pétala com agilidade e pedia com todo o meu ser e pensamento para Anna se curasse.

Naquela vez, não ouve a voz repetindo o desejo, somente um clarão amarelado forte. O sol que iluminava La Push naquele momento parecia uma lâmpada incandescente comparada com aqueles raios de luz que irradiava do exato local onde Anna estava.

Logo depois do clarão mais forte, a luz amarelada e tão mística, diminuiu de uma vez, apenas deixando a pele pálida dela com micro pontinhos brilhantes, talvez do tamanho das células, que pareciam correr sobre seu corpo.

No começo, parecia que por onde aqueles micro pontinhos dourados e brilhantes passavam, deixavam um rastro, mas depois de alguns segundos, percebi que na verdade, não era um rastro, mas sim, as células já curadas, já da cor normal da pele de Anna. Eles pareciam um tipo de purpurina que as crianças usam no primário para colar em seus desenhos, só que “corriam” sobre a pele.

O mais espantoso era ver os hematomas roxos, sendo riscados pelos pontinhos brilhantes tantas e tantas vezes, até que não havia mais nenhum pedacinho da pele de cor que não fosse a cor dela.

E em todo esse processo, Anna não se moveu um centímetro. Continuou de olhos fechados enquanto sua pele voltava à cor normal. E quando tudo parecia bem e nos seus lugares, os pontinhos se juntara no centro do peito de Anna e se apagaram ao mesmo tempo, deixando para trás uma garota normal, que parecia que estava apenas dormindo.

Todos suspenderam a respiração, vendo o peito de Anna subindo e descendo, ritmado.

Eu estava suando frio, uma coisa quase impossível de se acontecer quando se é um lobo.

Anna.

Negro. Estava tudo simplesmente um breu.

Era como nadar no nada. Como deixar de existir. Como mergulhar em um sono sem sonho. Sem pensamentos, sem desejos, sem angustias, sem nada. O Nada bem concreto e nenhum pouco abstrato

Nada. Vazio. Zero. Inexistente. A ausência de tudo.

Eu estava perdida no meio do Nada, literalmente.

“Você está equivocada novamente” Ecoou uma voz, se propagando por quilômetros e fazendo ecos.

“Estou?” perguntei

“Nada é a palavra que adotais para explicar o que não se explica, ou que, foge-lhe ao conhecimento. O nada, de fato, não existe. O nada é o que nunca passou por vosso pensamento, sendo deste modo, nós, nunca ei de conhecermos o nada, e consequentemente, não ei de sabermos o que ele é. Pode significar muito mais do que aparenta... Ele pode ser tudo, inclusive sentimento; E se tu deduziste que este é o Nada, se tu o podes sentir, logo ele existe.”

“Então... O Nada é algo?”

“O Nada é algo que tu desconheces”

“Então se o nada é algo, e eu estou nesse nada, onde eu estou?” perguntei para a voz.

“Exatamente.” Respondeu a voz, ecoando novamente por toda a extensão de “nada”.

E quando o ultimo eco foi ouvido, um milhão de pontinhos brilhantes começaram a dançar em minha frente, em um dourado lindo e de cor tão pura e intensa, que nunca poderia ser reproduzida por mãos humanas. Aquilo só poderia ser divino.

Os pontinhos dourados continuaram a dançar em minha visão, até todos eles saírem correndo e sumirem, deixando para trás apenas um vermelho.

Não, não um vermelho sangue... Um vermelho meio bordo... Talvez um rosa mais escuro... Como... Como... Como quando você está de olhos fechados e enxerga a sua pálpebra.

Espere...

Eu abri lentamente os olhos, enxergando tudo perfeitamente. As cores pareciam totalmente novas depois de tanto tempo sem vê-las. Parecia até mesmo uma dádiva poder enxerga-las. Á minha frente havia um teto branco com desenhos em cinza e eu estava deitada em algo macio. Talvez aquilo fosse uma parede azul... Havia um silencio ao redor estranho, como se o ar estivesse impregnado de sentimento.

Um sentimento que era despejado no ar pela respiração pesada e ritmada de mais alguém da sala. Um silencio tão grande que eu pude ouvir um martelar frenético de um coração.

Eu estava prestes a abaixar os meus olhos para procurar à causa aquilo, quando fui devorada por algo negro e muito, muito quente, que me agarrou.

Por um segundo eu soltei um grito assustado, mas assim que senti o seu perfume, eu simplesmente me agarrei mais ainda á coisa que me abraçava.

Seth Clearwater estava ali, com todos os seus quarenta graus e sua camisa negra, me prendendo em um abraço de urso.

Tudo voltou de uma vez para a minha cabeça enquanto eu senti que Seth me abraçava sentada, com o rosto enterrado nos meus cabelos. Foi impossível não sorrir e me agarrar mais á ele.

— Anna. Anna. Anna. Anna. Anna. Anna. — Ele não parava de dizer, me abraçando com força e me segurando como se para se certificar de que eu era real. — Oh Deus, Anna. Anna!

Foi inevitável não sorrir e rir enquanto ele me abraçava e eu o abraçava de volta.

— Hey Seth, calma. Eu estou bem aqui. — E foi minha voz soar que o garoto ficou ainda mais ansioso, me abraçando com mais força ainda, passando a mão pelas minhas costas, meu rosto e meus cabelos, possessivamente.

Eu podia ouvir as risadas ao redor, femininas e masculinas, mas eu não prestei atenção, não quando ele se levantou e me girou no ar sem nunca deixar de me abraçar.

Eu não cabia dentro de mim à alegria sentida por ter os braços que tanto amo envolto de mim, suspendendo meus pés, levando-me ao paraíso. Refugiei-me no pescoço dele, inalei o seu perfume que me acalma e me enlouquece ao mesmo tempo. Senti ele se arrepiar com isso, sorri, e em seguida ele apertou — como se fosse possível — mais meu corpo contra o dele, como se para unir-nos como um e nunca mais nos distanciarmos.

E aqueles olhos negros e brilhantes que eu senti tanta falta estavam ali novamente. Aquele rosto perfeito, aquela voz perfeita, aqueles cabelos perfeitos... Tudo ali em minha frente. Tudo o que eu sentira falta. Tudo o que eu precisava para voltar a respirar novamente.

Nosso beijo tem gosto de saudade e de amor, aquele que sentimos um pelo outro e que mesmo depois de tudo, parecia se não o mesmo, maior. Ele encostou a boca no meu ouvido e sussurrou: “Desculpe”.

E eram lágrimas de alivio que escaparam dos meus olhos enquanto nós começávamos uma discussão sobre quem era que devia pedir desculpas e quem deveria desculpar.

Comigo, de um lado, dizendo que era ele que devia me desculpar e com ele, do outro lado, dizendo que era eu quem deveria se desculpar. Dessa maneira o sorriso parece se costurar com mais firmeza em meu rosto, e a certeza que tudo estava bem se apodera de mim.

Tudo estava ainda mais perfeito quando sou abraçada por Pamela e Caroline ao mesmo tempo, sendo brindada com uma piada mal contada de Jacob:

— A Bela Adormecida agora é só bela, porque ela finalmente acordou! — disse ele e Pamela e Caroline desataram a rir, dizendo que não era exatamente assim que se contava.

Eu e Carol tivemos nossa pequena conversa silenciosa, onde simplesmente nos abraçamos — apesar de sentir aquela estática tremenda e vontadezinha de manda-la se catar — e olhamos uma nos olhos da outra.

— Obrigada. — Me limitei a dizer — Por segurar as pontas enquanto eu de...

— Não ouse dizer “desistia”, garota. — Ela respondeu com um sorriso, que eu retribui com confiança, a abraçando novamente.

— Cara, isso é tão estranho! Parece que você está abraçando o espelho, vaquinha! — Disse Jon ainda do outro lado da sala e todos riram

Eu franzi a testa para ele, estranhando a atitude dele, e eu quase abri a boca para falar aquilo em voz alta, mas ele mexeu as sobrancelhas para mim, formando uma carranca de bravo um segundo antes de voltar à expressão normal. E aquilo só significava que ele falaria depois qual era a coisa que ele estava escondendo.

Eu dei de ombro e apenas sorri calorosamente para ele e Jon retribuiu. Jon brincava mais uma vez, mas desta vez, em um tom mais baixo:

— Senti saudades de te chamar de vaquinha, vaquinha.

— E eu senti saudades de ouvir você me chamando de vaquinha, Jon. — Eu disse e ele riu.

— Bem, ainda bem que está viva Anna! — Exclamou Pamela e eu sorri para ela — Parece que você conseguiu!

— Por falar nisso... O que estamos fazendo na casa de Jon? Pensei que eu e Leah estávamos no Brasil... E... Eu não tinha levado um tiro? Onde está Leah? O que aconteceu enquanto eu apaguei?

— Pois é crianças, agora é vez do papai aqui explicar tudo. Vamos, vamos, saiam de perto da garota bonita... Estou brincando Seth, você sabe disso. Você pode ficar. Se quiser pode até mesmo me ajudar a por ela a par de tudo!

— Hey, eu estava junto também! Tenho o direito de contar a minha versão do que aconteceu! — Exclama Jon

— E quem quer ouvir a sua versão? Você é só um humano chato que nos atrasou. — disse Jacob em visível ar de provocação.

— Eu atrapalhei?! Atrapalhei??! Olha aqui, se não fosse por mim, nem de La Push vocês tinham saído!

E foi entre mais alguns risos, piadas e até mesmo lágrimas que Jacob, Seth e Jon contaram toda a meleca que eles tinham feito até chegarem aqui.

O quão estranho poderia ser aquele mundo? Estranho o suficiente para eu, uma grande fã, notar.


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