Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 64
Finalmente o esperado encontro


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Capitulo 65 — Finalmente o esperado encontroSeth

Dizem que quando você está ansioso para que algo aconteça, fica imaginando todas as formas daquilo acontecer ou de como irá acontecer.

Se eu já imaginei aquele encontro com Anna? Inúmeras vezes e de inúmeras formas.

A maioria com um final feliz, não posso negar: Com ela em meus braços, dizendo que tudo ficaria bem se nós apenas ficássemos juntos... E algumas outras tristes onde ela não aceitava o que eu tinha para dizer e ia embora.

Mas em todas essas vezes que eu imaginei o nosso encontro, ela estava acordada.

Os olhos azuis me sondando ou rindo. A voz gritando ou sussurrando. Ela fugindo ou me abraçando. Viva. Em todas às vezes ela estava viva enquanto nossos olhos se conectavam novamente.

E agora, depois de realmente acontecer, eu vejo que eles tinham razão quando dizem que nunca é como você espera.

Agora, com ela desmaiada em meus braços, a única coisa que conseguia pensar, ver, ouvir e sentir era o martelar fraco de seu coração, sem poder ser agraciado por um ultimo vislumbre de seus olhos azuis para poder me consolar.

Jacob

Para resumir: A coisa toda não estava nada boa.

Tínhamos três corpos sem vida na lancha. Duas garotas desmaiadas. Um lobo depressivo. Uma loba preocupada e um humano, que dirigia o barco, ainda em choque.

Se a lancha acelerasse mais, alçaria voo! Gritei para Jon diminuir a velocidade, mas novamente ele não ouviu. Estava alucinado.

Seth tinha simplesmente pegado Anna do colo de Leah assim que foi possível e levou para a parte mais afastada do barco. Ele falava coisas desconexas como se para consolar a garota desmaiada, dizendo que tudo ficaria bem, enquanto enterrava o rosto nos cabelos dela.

Jasmine continuava desmaiada na cabine junto de Jonathan e os corpos que estava na proa foram parar no convés de alguma maneira.

Tinha que controlar aquela bagunça, o olhar de Leah dizia isso, mas a única coisa que conseguia pensar era naqueles dois buracos negros me olhando enquanto estava sentada na beira da lancha.

E apesar de eu saber que as coisas entre nós não estava nenhum pouco acertadas e que teríamos muitas, muitas discussões pela frente sobre como ela estava certa em tentar matar a Renesmee em frente a minha casa e em como eu deveria perdão pelos meus erros, eu estava feliz de vê-la novamente e saber que estava a salvo.

Seu típico meio sorriso cínico e a sobrancelha fina sobrepujada estavam ali, como se perguntasse “Está olhando o quê, otário?”, ao mesmo tempo em que falavam “Hey baby... Vem sempre aqui?”.

Foi preciso a lancha bater com mais força na agua e jogar o mar em cima de mim para eu voltara realidade e tentar organizar aquela bagunça

— JONATHAN, DIMINUA A DROGA DA VELOCIADADE!

— EU NÃO VOU DIMINUIR PORRA NENHUMA! ANNA PRECISA DE UM HOSPITAL! — Ele gritou de lá da cabine

— SE CONTINUAR DESSE JEITO NÓS NEM NO HOSPITAL CHEGAMOS! ACABAMOS MORTOS ANTES DE CHEGAR LÁ!

Ele gargalhou alto antes de falar em um tom mais baixo, que se fosse um humano normal nunca escutaria.

— Quer apostar?

Revirei os olhos para ele e respirei fundo antes de me virar para Leah, que já estava se levantando, como se previsse que eu iria pedir sua ajuda.

Eu não poderia fazer nada por Seth se não deixa-lo sozinho... Sei que se fosse comigo seria o que eu mais iria querer, então foi o que fiz... Então só sobrava um problema a resolver e ele se mostrava muito grande e desesperadoramente sem solução á longo prazo.

— Você pode me ajudar com os...?

— Corpos? Claro. — Ela respondeu interrompendo e indo para o convés antes de mim.

Eu tinha esquecido como era bom ter Leah por perto... Quero dizer, quando ela está de bom humor, é claro. Ela parecia decidida a não discutir sobre tudo hoje e estava me tratando de maneira até que bastante natural — o que ainda me deixa um pouco preocupado. De qualquer forma, estou preparado para que ela vire para mim do nada e comece a gritar como uma louca a qualquer segundo.

Nós levamos os corpos com cuidado até um tipo de “quarto” interno do barco. Eu reparei nas marcas de dentes perto do pescoço dos funcionarios mortos com pesar quando os coloquei sobre a cama e ao lado deles quem os matou.

Não sei, se fosse eu o morto no lugar deles, se iria querer ficar ao lado da garota que me matou. Mas quando olho para o rosto pálido da meia-vampira, os olhos fechados e os cabelos destruídos, ela ainda parece um anjinho incapaz de fazer mal á uma mosca.

Mesmo eles não podendo levantar e reclamar da minha opção de lugares, eu hesitei muito antes de colocar o corpo frio da garota de cabelos bronze ao lado deles.

Três corpos sem vida e frios no quarto me pareceram cruel demais quando eu virei às costas. Aquela cena que era o resultado de toda aquela caçada atrás de Anna.

Leah parou em minha frente quando fechei a porta, me sentindo sem ar. Uma das suas mãos tinha um cobertor de casal marrom com desenhos de flores por toda a extensão. Na outra, a velha inimiga. A causadora da dor de Seth, Anna e Jonathan. Causadora da morte de Renesmee e quase da minha própria. E pela expressão de Leah, a dela também.

Eu quis pegar aquela coisa e jogar o mais longe de mim, dentro do mar e nunca mais ver, torcendo para que um tubarão acabe engolindo ela, mas eu nem ao menos conseguia olhar para aquela coisa.

Nunca pensei que uma mera arma me afetaria tanto assim.

Deslizei pela parede até sentar no chão enquanto assistia Leah pular minhas pernas com agilidade antes de entrar no quarto, deixar a arma sobre o corpo de Renesmee e cobri-los com o cobertor gigante antes de fechar a porta novamente.

Meus miolos pareciam de molho em agua quente e minha cabeça doía. A única coisa que queria fazer era ficar sentado ali, encarando o papel de parede feio do corredor, tentando acreditar em tudo que estava acontecendo.

Droga, eu ainda tinha que me preocupar o que iriamos fazer com aqueles corpos, como Bella reagiria e toda aquela merda!!

Leah sentou ao meu lado e não disse mais nada.

Era estranho tudo aquilo. Uma hora tínhamos esperança, na outra, nenhuma. Uma hora felizes, na outra, tristes. Em um segundo havíamos cumprido nosso objetivo, no outro parecia ainda faltar muita coisa pela frente. Eu estava ficando cansado de toda aquela incerteza.

Não sei quanto tempo ficamos naquela posição, batendo nossas cabeças regularmente contra a parede quando o barco balançava demais, apenas em silencio e olhando para frente.

E no final, quando eu percebi que precisavam de mim lá em cima, eu virei para Leah e sorri fracamente, sentindo meu peito se aquecer ao ver os seus olhos tão próximos dos meus.

— Obrigado por ficar comigo aqui.

— Não precisa agradecer... As vezes, tudo que precisamos é de uma conversa... Não importa o tipo de conversa.

Como se é possível sentir mais amor por alguém que já se ama tanto?

— Obrigado. — eu disse do mesmo jeito — Eu precisava dessa conversa.

E mais tarde estaria comprovado que aquele foi a melhor conversa que eu já tivera em toda a minha vida.


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