Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 52
Miss Ovo na cara.




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Capitulo 53 — Miss Ovo na cara.

Seth.

Minha cabeça já latejava em antecipação ao que Jacob diria. Provavelmente ele explodiria e diria que não aceitaria ajuda. Mas eu não tinha certeza absoluta sobre isso. Pelo menos não mais agora, já que Jacob tinha imprinting por Leah e não Ness.

Espero que tudo ocorra certo, porque segundo Lesley, a ajuda dele será nossa ida direta para o lugar que queremos ir e sem ele não chegaríamos á tempo.

Eu tentei me concentrar em minha respiração. Já fazia algumas horas que eu não conseguia respirar direito, por causa desses problemas que não saem da minha cabeça e o fato de estarmos voando faz horas não me fazia bem. Jacob e Jon dormiam em seus assentos negros de couro, babando e roncando, apesar do barulho.

Eu não conseguia pregar o olho um segundo se quer.

Sentia algo estranho no ar. Era como um aperto no coração ou um pressentimento ruim sobre tudo aquilo. Eu sabia que eu devia estar fazendo planos, armando planos B, C e D, mas aquele pequeno incomodo me tirava a concentração que eu pouco tinha quando estava longe dela.

A imagem de Giovanna sorrindo para mim maliciosa brotou em minha mente e eu suspirei como um garotinho apaixonado. Onde será que ela estava naquele momento? Estava bem? Mal? Esperava que ao menos estivesse salva e viva.

Eu percebi que sentia falta do cheiro dos seus cabelos a cada segundo do dia e a abstinência do cheiro estava me fazendo mal.

Por que o imprinting tinha que ser tão poderoso? Por que tinha que me fazer parecer um idiota ciumento, extremamente preocupado com o mais leve arranhão em sua pele?

Eu me senti um tremor me percorrer ao imaginar Renesmee machucando minha Anna.

O que eu faria se isso acontecesse? Eu mataria Nessie, a garotinha com quem eu convivi os últimos anos e que vi crescer diante dos meus olhos? Eu duvido que conseguisse, apesar que tenho certeza de que vontade não me faltaria. Eu sempre era extremo quando se tratava de Anna.

Olhei pela janela, observando o sol que se punha alaranjado.

Mais um dia se foi, pensei tristemente.

E nenhuma noticia.

Jacob começou a se mexer inquieto enquanto dormia e eu me virei para observar. Ele parecia que tentava correr, os lábios abriam resmungando, até Jake dar um pulo do banco, olhando perdido para todos os lados.

— Leah! — Ele gritou parecendo angustiado.

— Hey, cara! — Eu o chamei

Ele passou as mãos no rosto e se sentando lentamente novamente. Ele me olhou por alguns segundos e respirou fundo esfregando os olhos, em um gesto de cansaço.

— Tem algo de errado. — Ele diz.

— Eu também estou sentindo. — respondo — Parece que alguma coisa está para acontecer...

— Espero que seja apenas coincidência... — Ele resmunga se encostando ao banco e encarando a janela por algum tempo, em silencio.

Uma pergunta coçou na minha língua.

— O que você sonhou? — perguntei curioso.

Ele não respondeu imediatamente, mas quando o fez parecia um tanto melancólico.

— Com Leah. Ela parecia preocupada e corria como loba em uma floresta estranha... E Anna estava nele também... E Nessie.

O modo como Jacob disse “Nessie” me chamou a atenção, além do fato de Anna estar no seu sonho e eu o observei melhor. Ele viu meu olhar de interesse e respirou fundo, como se estivesse sendo obrigado a falar alguma coisa que não queria.

Eu encolhi meus ombros imaginando que eu estava sendo enxerido demais.

— Se não quiser não precisa me contar. Tudo bem. — Eu disse tentando evitar o tom de decepção.

— Não... É só que... Eu não tenho certeza o que era que acontecia. — ele coçou os olhos — Eu só tinha certeza que Leah corria desesperada pela floresta, como se tivesse que chegar rápido e depois tinha Ness rindo e Anna e... Eu não tenho certeza.

Meu coração saltou a menção do nome dela.

— Eram apenas flashes, Seth. Não é como se Anna estivesse mesmo com aparência de uma morta ou coisa assim... Er, quero dizer... Foi só um sonho estupido. Esqueça isso. Não é como se significasse que vai acontecer ou que está acontecendo. Não sou a Alice.

Era possível eu ficar mais preocupado do que eu já estava? Aparentemente, era.

Senti um frio descer pela minha espinha.

— Foi somente um sonho. Fim de papo, Seth. Você não vai ficar pensando que isso esta mesmo acontecendo, me ouviu? É só meus medos controlando os meus sonhos.

Eu tentei acreditar em suas palavras, mesmo que elas soassem muito falsas aos meus ouvidos. Minhas mãos tremiam e eu sabia que não era porque eu ia me transformar em lobo.

Apenas sonhos, Seth. Se controle, cara!, pensei comigo mesmo.

— Vamos mudar de assunto — ele sorriu nada convincente — O que Lesley disse para você aquela hora?

Eu fiquei tenso.

Não sabia se era pior ficar pensando que Anna estava quase morrendo ou se falar sobre aquilo com Jacob.

— Só que iremos encontrar ajuda de um cara quando chegarmos lá, nada de mais. — Falei evasivo, evitando os olhos de Jacob.

Vi ele estreitar os olhos em minha direção.

— Só isso? — perguntou inquisitivo e eu encolhi os ombros.

— É... Ele vai conseguir nos levar mais rápido do que se fossemos sozinhos. — tentei falar como se eu não queria nada demais. Fiquei olhando a janela e cruzei os dedos para que ele não preguntasse mais nada.

Será que aquele negócio de cruzar os dedos funcionava mesmo?

— Seth? — Ele perguntou cuidadoso — Quem é que vamos encontrar?

Eu fechei os olhos por um momento. Droga.

— Hã... Namarunã... El... — murmurei baixo sem olhar para ele.

— O quê? Fala direito, garoto!

— O Nahuel! Pronto, falei! — Eu berrei encarando Jacob que ficou rígido assim que ouviu o nome.

Jon acordou e olhou perdido para nós.

— Que gritaria é essa?

— Como assim o Nahuel?!? — perguntou Jacob ignorando Jon e parecendo começar a tremer

— Lesley disse que nós teríamos que procurar a ajuda dele assim que chegássemos lá. — Eu contei apertando as minhas mãos — Que ele seria nossa passagem de ida para Renesmee.

Jake bufou revirando os olhos e eu franzi a testa para aquilo.

— Quanta ironia, não é mesmo? Faço de tudo para fazê-lo ficar longe de Ness e ele é quem vai nos levara para perto dela? — resmungou trincando os dentes — Tem mesmo que ser justo ele? Que droga, poderia ser qualquer outra pessoa... Até mesmo os sanguessugas italianos!

Eu olhei de soslaio para ele.

— Do que vocês estão falando? — perguntou Jon coçando os olhos e nos encarando.

— A velhaca atacou de novo com sua magiquinha barata! — Bufou Jacob — Disse que temos que pedir ajuda para Nahuel! Você acredita?

Jon me olhou confuso

— E o que que tem Nahuel? Ele não é mestiço como Renesmee? Qual o problema?

— O termo correto é híbrido — corrigi. Jon deu de ombros, indiferente.

— Qual o problema?! Qual o problema, você me pergunta?!? — exclamou Jacob parecendo indignando — O cara só falta agarrar Nessie na minha frente!

Eu encarei Jacob confuso pelo modo ciumento que falava de Renesmee. O que tinha acontecido para ele voltar a falar dela daquele jeito?

Nessie? Desde quanto voltou a chama-la pelos apelidos? — foi minha vez de franzir a testa, desconfiado. — Espere, o impriting com a Leah foi desfeito??

Jon nos olhou perdido.

—Não, é claro que não! Eu nunca deixaria!! — Ele me cortou raivoso — Só que as coisas mudaram um pouco.

— O que quer dizer? — perguntou Jon

Jake respirou fundo, parecendo perceber que fora encurralado. Eu e Jon o olhavam inquisitivo.

— Renesmee fez o desejo para voltar a ser meu imprinting, mas... — Ele molhou os lábios, nervoso — Mas eles me deram um poder de escolha dessa vez.

— Como assim?

— Eu... Eu meio que sinto algo pelas duas, tem o mesmo tamanho e intensidade, como se tivesse dividido meu coração ao meio... E eu tenho que escolher com qual eu quero ficar para sempre, e dessa vez não terá mais volta. — Ele contou, incomodado.

— E você não escolheu logo a Leah, porque... — Falou Jon em tom debochado querendo que Jacob justificasse a resposta.

— Jonathan! — repreendi o mirando bravo

— O quê? É óbvio que Leah é a melhor opção! — Jon se fez de inocente — Se tivesse que escolher entre uma mestiça vampira--

— Hibrida — corrigi

— Que seja. Entre um hibrida filha da sua antiga paixãozinha que te trocou por um vampiro purpurizado e uma loba, quente, com pouca roupa, que além de muito gostosa deve ser, sem sombra de duvida, muito boa de cama...

Um rosnado alto de Jacob fez Jonathan se interromper e eu dei graças á Deus por não escutar mais aquelas coisas sobre minha irmã.

Jonathan apenas riu, balançando a cabeça e apontando para ele como se dissesse “É disso que eu estou falando”.

Eu fiquei em silencio, não querendo expor minha opinião. Eu sabia que meu voto seria injusto, já que Leah é minha irmã e eu adoraria ter Jake, que apesar de já ser meu irmão, iria ser incrível se fosse realmente da família. E... Bem, ele fazia bem para ela e todos nós sabíamos que se Jacob escolhesse Renesmee... Talvez Leah voltasse a ser a mesma de antes.

— Jon... Não é tão fácil quanto parece — Respondeu Jacob meio tristonho — Quando eu sequer cogito a possibilidade de ficar com uma das duas é como de metade de mim estivesse morrendo. A dor... É insuportável. Imaginar-me sem aquela outra parte parece errado e eu fico me perguntando toda hora se eu tenho certeza se aquela é minha escolha correta, mas a resposta é sempre a mesma: Não. Eu não tenho certeza. É impossível escolher entre elas.

Jake me olha cansado, parecendo analisar a minha reação ás suas palavras. Talvez ele esperasse que eu gritasse com ele e dissesse tudo o que ele passou nas mãos de Renesmee e de sua família e que Leah era a melhor opção, mas... Eu nunca faria uma coisa daquelas com o meu amigo.

Seu sorri tristonho, como se compartilhasse de seu sofrimento. Ele sorriu de volta em uma forma de agradecimento por eu não lhe julgar.

Apenas balancei a cabeça levemente e olhei para Jon, que tentava entender nossa conversa silenciosa com uma careta estranha. Ele balançou a cabeça levemente, como se concluísse que não entendia nada.

— Bem, para mim ainda parece fácil. — disse por mim e puxou um dos livros que estavam ao seu lado, com capa meio alaranjada e abriu quase no final — Convenhamos, Jacob, e com todo o respeito Seth, mas Leah é realmente muito, muito gostosa.

Um pensamento me ocorreu e eu sorri debochado para Jon enquanto Jacob rosnava alto para Jonathan.

— Jonathan, isso é tecnicamente, incesto, cara — Eu ri de sua cara de confuso — Se tecnicamente somos a mesma pessoa e ela é minha irmã... Então ela é sua irmã também.

Jon ficou me encarando alguns segundos enquanto absorvia aquilo e ao final riu pelo nariz e deu de ombros, voltando sua atenção para o livro, não antes de murmurar um:

— Valeria a pena.

Ugh.

— Você é nojento, Jonathan — resmungou Jake e eu concordei.

— É o que dizem. — Ele murmurou antes de ficar em completo silencio lendo com voracidade exagerada o seu livro.

Me perguntei o que tinha de tão bom para ele nunca desgrudar dele. Percebi que quando ele estava lendo, parecia que ele não via mais nada ao redor, como se sumisse dali. Será que aquele era o meio que ele arrumara para não acabar louco, como eu, de tanto pensar, preocupado, em Anna?

Ajeitei-me de forma que pudesse olhar novamente pela janela confortavelmente. Agora o céu estava quase que totalmente escuro e só sobrara o fino rastro de luz no horizonte que logo seria tomado pela lua e o céu estrelado.

Sem tirar os olhos das estrelas que se moviam lentamente junto com nós, me perdi em devaneios pelo que me pareceram alguns minutos, mas o fato de Jacob voltar a roncar me fez perceber que fora bem mais do que eu havia pensado.

Ouvi Jon fungar ás minhas costas e eu me virei para ver o que estava acontecendo.

Eu segurei o riso com toda a força que eu tinha. A cena á minha frente era no mínimo hilária.

Jon tinha se curvado quase totalmente sobre o livro e parecia estar já na ultima pagina, mas o pior não era o fato de ele estar quase com o nariz dentro das paginas e sim que ele chorava silenciosamente enquanto lia debilmente.

Ele fungou novamente, secando as lágrimas antes que caíssem no livro.

Jon fechou o livro devagar, como se aquilo fosse a coisa mais preciosa do mundo e ficou olhando a parte de trás do livro por alguns segundos, limpando as lágrimas e fungando todo tempo. Parecia que seu nariz tinha entupido.

Eu engoli o riso e tentei fazer cara de paisagem. Não estava sendo fácil, mas eu consegui mantê-lo.

— O final é tão ruim que você está chorando? — perguntei fazendo graça e ele se assustou ao constatar que eu ainda estava acordado.

Ele passou as mãos pelo rosto, limpando as lágrimas rapidamente.

— O quê? Chorar? Quem está chorando?

Eu ri baixo

— Então todo mundo morreu no final? Que trágico. Até eu choraria se uma saga de livros que me parece tão boa acabasse desse jeito besta — provoquei

— Não acabou desse jeito, apesar de muitas pessoas importantes ter morrido — ele fungou novamente olhando o livro — mas o final é até que bem bonito.

Eu tentei imitar o sorriso idiota que ele colocava quando iria fazer comentários de mau gosto comigo.

— Resolveu trocar de lado, Jonathan? Estou percebendo que esse livro te deixou mais afeminado — Eu ri da cara que ele fez.

— Ah, cala a boca, Seth. — Ele vociferou pegando um livro qualquer do monte e jogando em minha direção. Eu peguei o livro no ar sem dificuldade e Jon bufou irritado. — Você só diz isso, porque nunca leu isso aqui.

— Depois de ver você chorando, nem se quer vou cogitar a hipótese — Provoquei novamente só por pirraça e ele revirou os olhos estendendo a mão para pegar de volta o livro que jogara em mim.

— Sempre soube que foi idiota, mas dessa vez você se superou — Disse quando colocou o livro na pilha novamente e eu ri dele.

— Só estou brincando, Jon.

— Eu sei, idiota.

Eu revirei os olhos para sua resposta.

— Pensei que tinha dormido — comentou ele.

— Anda difícil eu pegar no sono ultimamente — respondi passando a mão no rosto.

— Sei o que quer dizer — Jon murmurou baixo — É impossível dormir pensando que talvez ela nem ao menos viva esteja e que tudo o que fizemos até agora foi tudo em vão.

Eu sorri tristemente, compartilhando o mesmo pensamento.

— Sem falar os sonhos... — Continuou — Você tem sonhado com ela?

Eu balancei a cabeça afirmando e Jon me olhou sério, como se tentasse resolver algum problema de matemática difícil.

— Com o que exatamente?

Eu respirei fundo olhando para as estrelas.

— Com os momentos que tivemos, principalmente. — respondo voltando a olhar para ele — Quando estávamos felizes juntos.

Jon sorriu, me incentivando a continuar.

— O meu ultimo sonho foi do dia anterior á aquela festa estupida. — comecei a contar sem olhar para ele — Ela e Claire tinham inventado de fazer uma receita que viram na TV de manhã que era bastante complicada. Quando eu comentei que talvez elas não conseguissem, Anna fez questão de apostar comigo.

— Tipico dela. Ela adora ser desafiada

Eu sorri, concordando.

— Então, eu fiquei passeando ao redor dela enquanto elas preparavam, para analisar as minhas chances de perder a aposta, porque apesar de eu honrar minhas promessas, eu não tinha dinheiro suficiente para honrar aquela e se elas ganhassem eu estava perdido.

— Estava tentando trapacear? — ele perguntou levantando a sobrancelha para mim e eu concordei rindo. — Que baixo, Clearwater.

— Tenho certeza que faria o mesmo, Flint.

— É, eu faria o mesmo. — Ele riu e eu continuei o meu relato.

— Então sem querer eu esbarrei na bancada quando Anna estava com o trigo na mão, fazendo boa parte do pó virar sobre a roupa dela quando tomou um susto com a bancada se mexendo. — eu ri levemente — A cara dela na hora foi hilária.

— Deixa eu adivinhar: Ela te olhou feio, te chamou de idiota com uma voz fininha que ela só faz quando se finge de zangada e virou o resto do trigo em você. — falou Jon e eu comecei a rir concordando.

— Então, de repente eu levei um ovo bem no meio da cara. Claire também tinha se sujado por minha culpa e estava com a mão toda melada de ovo, porque se assustou com Anna e o trigo. Foi aí que começou a guerra de comida pela casa. — contei rindo e Jon me acompanhou. — Tenho que admitir, Claire tem uma bela mira.

— Podíamos eleger ela como a Miss Ovos na Cara quando virmos ela de novo — falou Jon e eu concordei rindo falando que podíamos fazer uma coroa de penas.

Jon riu mais ainda.

— Eu também sonhei com Anna esses dias, mas o meu era bem mais engraçado. — se gabou Jonathan e eu revirei os olhos — Envolve o Porsche 911 verde limão do diretor, uma serra elétrica e muitos, muitos tacos mexicanos extras picantes.

Eu comecei a rir antes mesmo de Jon começar a contar como os tacos picantes do almoço foram parar dentro do carro do diretor por um “acidente” de Anna e como a porta do carro sumira misteriosamente junto com a serra elétrica do trabalhador que cortava alguns galhos do campus.

Não sei quanto tempo eu e Jon ficamos trocando história e rindo — mais ele contando do que eu — mas quando eu vi nós sentimos que estávamos descendo para pousar.

Olhei para a janela, tentando identificar algum dos prédios ao redor e aquela praia estranha ao longe. Ouvimos o piloto avisar que nós desceríamos ali para pegar um avião direto para o Rio de Janeiro e eu e Jon começamos a pegar algumas coisas nossas e nos preparar para descer.

Jacob acordou logo que pousamos e Jon nos guiou até outro avião, que por acaso era muito parecido com aquele que derrubamos na Venezuela — Jon havia descoberto que a casa da Tia Lesley era em algum lugar na fronteira do Brasil, Venezuela e Guiana.

Eu nunca havia ido para o Brasil, na verdade, nunca tinha ido se quer saído de Forks e La Push a não ser para ir para Port Angeles ou algum lugar por perto assim. O ar ali era mais seco do que eu estava acostumado e era estranho quando eu passava ao lado de algumas pessoas e elas falavam em outra língua.

De alguma forma Jon conseguiu falar em um espanhol muito ruim com a aeromoça que só falava português e descobrimos que estávamos. Pelo que Jon entendeu eles fariam uma ou duas escalas para chegar ao nosso destino final, o que demoraria em torno de umas 4 horas e pouco de viagem.

Eu respirei aliviado ao saber que chegaríamos ao amanhecer e logo eu estaria com Anna em meus braços.

Jacob e Jon se lançaram em uma conversa sobre como Português era tão parecido, mas tão diferente de Espanhol e depois começaram a trocar palavras em Espanhol, treinando para caso precisasse falar. Jon disse que já havia feito alguns cursos, mas não sabia falar perfeitamente, já Jacob e eu, só sabíamos o que aprendemos em nossas aulas mal frequentadas na escola.

Eu caí no sono ouvindo Jon corrigir Jacob e comendo meu vigésimo oitavo pacotinho de amendoim que a aeromoça trouxera. Só acordei com um cutucão de Jacob e um anuncio do piloto, que apesar de eu não entender nada do que ele disse em toda a frase, entendi duas palavras que já me clarearam a mente e me despertar por completo.

Rio de Janeiro.

Anna estava mais perto e eu já sentia meu coração pulando pela boca.

Finalmente.


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Notas finais do capítulo

Notinha: Para quem não entendeu o motivo de Jon dizer “mestiço” em vez de “hibrido” ao falar sobre Nahuel é porque o termo “mestiço” é usado em Harry Potter — que é o livro que Jon está lendo — para definir os bruxos que tem metade sangue humano e metade sangue bruxo. Seth o corrige como “hibrido”, pois esse termo é mais usado para meios vampiros do que “mestiço” ou “meio-sangue”



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