Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 38
Agir primeiro, pensar depois - Ligando os pontos


Notas iniciais do capítulo

Oláá, eu voltei novamente! Eu ando meio indecisa sobre postar ou não novos capitulos. Como sabem, eu já tenho a história toda pronta, e vou postando quando tenho tempo. Mas ultimamente eu tenho tido muito tempo e venho tendo muita vontade de postar, mas o indice de visualizações do ultimo capitulo anda tão baixo que eu fico pensando: "será que estou postando rapido demais?". Eu gostaria que vocês dessem a suas opiniões. Eu devo continua a postar nesse ritmo ou devo estabelecer um dia de postagem?
Boa leitura!
PS. AHHH, EU FIZ ALGO REALMENTE ERRADO, ENTÃO ESSE CAPITULO É DUPLO, OK?
BEIJO BEIJO



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Capitulo 38 — Agir primeiro, pensar depois

Quil

O caminho até os penhascos foi realmente desesperador. Eu não tinha certeza o que era o que mais me deixava louco, se era as vozes em minha cabeça, o fato de minha Claire estar em perigo ou a recém descoberta de que Jon e Seth era a mesma pessoa... Aquilo parecia impossível.

Eu não consegui me demorar mais naqueles pensamentos. Estava tentando ignorar as vozes altas em meus pensamentos, exclamando assustadas, começando a sincronizarem em busca de Claire, e apenas me focar em sentir o cheiro melhor. Precisava encontrar Claire o mais rapido possivel e mais leve hesitação já era motivo de perca de tempo. Não havia mais tempo para perder.

Senti Seth alcançar o meu flanco enquanto corria rapidamente por entre as arvores até o penhasco mais próximo. Vi na sua cabeça que ele tentava farejar enquanto corria.

Mas não foi pelo cheiro que eu consegui chegar até ela facilmente. Não, tinha alguma coisa em mim que parecia chacoalhar me por dentro e dizer "É por ali!".

Eu não tinha certeza do que era, mas... era forte. E depois de alguns segundo seguindo aquele instinto, eu pude ouvir a voz doce de Claire irrompendo o silencio ali perto, implorando socorro.

Foi como se a voz dela acionasse um turbo em mim e eu comecei a correr tão rápido, que acreditei que se estivesse com Leah, que poderia ganhar dela facilmente. Eu mal senti a minhas patas tocando o chão enquanto eu corria.

O penhasco em que ela estava era o mais distante, porém o menor. Eram apenas alguns metros a cima do mar que batia contra a rocha, mas eu não consegui me sentir aliviado. Não quando eu imaginava as pedras que tinham não muito abaixo da água. Se Claire caísse dali... Eu não podia nem pensar naquilo.

Eu nem acreditava que hoje de manhã eu desejava um pouco mais de movimentação de La Push. Humf! Como eu estava reclamando de barriga cheia!

Assim que as arvores foram ficando mais raras, eu fui tentando diminuir minha velocidade, derrapando e arrancando um sulco verde do chão. Quando eu vi, eu estava na beira do penhasco, na forma humana, me inclinando o máximo que eu conseguia a procura de Claire.

Meu coração parecia estar na minha boca e minha respiração estava ficando pior a cada segundo. Se eu a perdesse... Eu nunca poderia algum dia declarar que a amo como eu amo agora... Nunca teríamos nossa primeira noite juntos... Nunca teríamos filhos e depois netos... Eu nunca mais a teria comigo. Eu não poderia conviver com isso.

E ali estava ela, á poucos metros a baixo de mim, pendurada pelos pés por uma corda grossa, os pulsos presos e os olhos vendados; A cabeça dela estava vermelha por passar algum tempo de cabeça para baixo e os perfeitos cabelos levemente encaracolados pendendo para o mar. E lá estava, a baixo dela, o que eu temia. As pedras pretas que impediam a total dominação da água salgada por ali. E apesar de todas as orações que fiz a caminho dali, para todos os deuses que eu conhecia, havia coisa pior.

E não, não era por conta da chuva que começava a cair.

O pior tudo era que a que a corda, que estava segurando para que ela não caísse daqui de cima e se esborrachasse nas pedras, não estava presa em lugar algum. Ela estava flutuando, no ar, como se estivesse presa em um galho invisivel que ia até bem longe do próprio penhasco. Uns cinco metros de distancia de mim.

Naquele momento eu nem sentia mais, nada nem pensava em mais nada. Meu coração já havia ido para o bebeléu fazia tempo e se eu tivesse comido alguma coisa eu já teria vomitado, tamanho o meu desespero.

— Claire? — Foi o maximo que consegui forçar as palavras de minhas garganta.

Claire, que antes havia parado de se mexer, agora balançava como um macaco de um lado para o outro tentando arrancar a venda. Eu quase tive um ataque do coração ao ver aquela corda balançar no ar.

— Quil? Você está aqui? Ou é o celular? — Ela falou desesperada — Quil, ah céus, onde eu fui me meter?

— Acalme-se Claire, eu estou aqui. Nós vamos arranjar um jeito de te tirar dai, ok? — Eu forcei novamente para que minha voz não saísse tremida.

— Agora a pergunta é como. — Falou baixo Seth ao meu lado, que agora tinha duas pernas e vestia as calças. Aquilo me lembrou de um pequeno detalhe que eu havia esquecido.

— Ah, droga. Minhas roupas. — Eu bravejei alto, verificando se Claire não estava vendo nada por um segundo. Eu tampei com as mãos minha intimidade

— Como assim "Droga, minhas roupas"? — Perguntou Claire inocentemente e eu me senti corar.

— Embry já está trazendo uma bermuda para você. — Seth disse rapido, se segurando para não rir. — Agora, vamos voltar o problema principal... Como vamos tirar Claire dali.

— Esperai... Embry está trazendo roupas pro Quil? — perguntou ela girando na corda ás cegas — Por que? Por acaso el... Ah! ... Entendi.

E como se fosse possivel Claire conseguiu ficar ainda mais vermelha.

— Certo... Chega do momento constrangedor... — murmurou Seth — Jacob e os rapazes logo estarão aqui e quando eles chegarem é melhor nós termos um plano...

— Uh, Seth... Por que vocês simplesmente não puxam a corda? — Perguntou Claire inocentemente. Eu mandei um olhar perfurante para Seth. Se ele assustasse a garota eu jurava que acabava com sua raça.

— É porque nós não alcançamos Claire. Está meio longe... — Ele respondeu para o meu alivio.

Eu me perguntei se aquele... sei lá, feitiço da corda no ar iria durar para sempre ou uma hora ele acabaria... Eu não poderia arriscar que ele acabasse. E se acabasse pelo menos que fosse comigo junto.

Assim que os lobos/garotos chegaram e me entregaram a calça eu me permiti pensar melhor. Jacob, que havia acabado de chegar, já estava na beira do penhasco analisando a distancia e conversando baixo e rapido para que Claire não conseguisse entender e não entrasse em desespero.

Claire começou a se balançar de um lado para o outro, na corda.

Acho que ela havia percebido que alguma coisa estava errada e estava tentando tomar consciencia de que distancia que ela estava do penhasco. Começara a aparecer uma ruga em sua testa vermelha, como se ela achasse estranho não ter batido em nada ainda. Aquilo era problemático. Se ela finalmente percebesse seria um grande, grande problema.

Os garotos haviam chegado e estavam discutindo, mas eu não conseguia participar daquela conversa. Minha mente ficando a cada segundo mais desesperada.

Eu vi que a cada vez que ela se balançava na corda, como se fosse um balanço de parquinho, a corda descia um pouco no ar, com o peso que ela fazia.

Ela estava descendo.

Eu tive que agir.

Eu nem sei o que eu pensei na hora, ou se eu tinha algum plano que eu fabricara inconscientemente, mas do mesmo jeito eu peguei um pouco de distancia, empurrando todos do caminho, e pulei do penhasco, me esticando ao máximo para alcançar a corda e Claire, torcendo para que caso eu caisse de lá de cima, os meus genes de lobos me salvasse por tempo suficiente para salvar ela.

E torcer para que não a derrubasse no meio do processo.

Capitulo 39 — Ligando os pontos.

Quil

Tudo bem, pular daquele jeito não foi a coisa mais inteligente que eu já poderia ter pensado em fazer. A ideia em si era até que racional e até que havia sentido, mas os riscos eram grandes demais para que alguém — e sã consciência — fizesse aquilo mesmo.

Somente depois que meus pés deixaram o chão foi que eu percebi o tamanho que era esses riscos. E cara... Eu já fora mais inteligente e esperto do que aquilo.

O pulo em si era o que eu menos temia apesar de tudo. O que eu devia ter pensado melhor fora como eu iria me segurar naquela corda e bem... Se ela iria ou não cair com o meu peso. Mas graças á alguns genes a mais que eu recebi quando fui gerado pela minha querida mãe, eu consegui alcançar a parte da corda bem a cima de onde Claire estava amarrada.

Esse foi o lado bom, eu segurei na corda.

Agora o lado ruim foi que meu corpo continuou a ser lançado para frente e quando eu vi, a corda com Claire balançar para um lado e eu para o outro, bamboleando e fazendo nossos corpos darem um encontrão no meio do caminho. Quando o houve o primeiro choque entre nossos corpos eu me arrependi de ter feito algo tão precipitado no mesmo segundo.

Eu ouvi semi grito de Claire de surpresa e dor... E meu corpo inteiro se contorceu para fazer de tudo para não trombar com seu corpo novamente... Mas lá estava eu novamente quase acertando o meu pé no rosto da minha Claire, sem saber o que fazer.

Pânico.

Uma ideia um tanto impossível fez-se presente em minha cabeça e eu nem me perguntei se era possível aquilo dar certo enquanto nós balançamos mais alto um longe do outro. Dessa vez, em vez de tentar me refrear de alguma maneira, eu tomei impulso, puxando a corda de uma vez e fazendo Claire subir muitos mais alto do que antes, na minha altura.

Eu podia ouvir os garotos gritando ao fundo e até mesmo a própria Claire gritando como se estivesse em uma montanha russa da morte, mas tudo não passava de um zumbido no fundo da minha mente. Eu estava preocupado demais em salvar Claire e tentar não machuca-la para ouvir o que diziam.

Assim que o corpo de Claire ficou suspenso por segundos no ar antes de voltar a descer, exatamente como acontece quando se estar em um Bunge Jumping, eu a agarrei no ar, a segurando pela cintura comigo. Minha mão direita segurando firme na corda e a esquerda grudando Claire em meu peito.

Claire respirava forte, ainda com o grito entalado na garganta e parecendo que estava morrendo de medo. O pano negro que a vendava caiu e ela piscou furiosamente, olhando desesperada ao redor, vendo o quão longe estávamos do penhasco e como a corda flutuava no ar.

Enquanto ela ainda tentava entender o que acontecia, eu via a corda descendo lentamente no ar, como se não aguentasse o nosso peso. Os garotos começaram a gritar mais coisas, mas a única coisa que conseguia pensar era que Claire estava em meus braços.

Eu passei meus olhos por todo o seu corpo, a procura de um arranhão que eu poderia ter feito em seu corpo perfeito. Tinha certeza que se encontrasse nem que fosse um mínimo corte, eu não conseguiria me perdoar.

Eu sai de meus pensamentos quando Claire passou os braços amarrados pelo meu pescoço, com o intuito de que eu não carregasse todo o seu peso. Sempre tão preocupada comigo. Tão preocupada que esquecia que para mim, ela era uma pena.

Nós descíamos lentamente em direção ao mar pouco agitado naquele dia, mas ainda sim, com cara que deveria estar muito frio. Eu olhei para cima, a procura dos garotos, mas eles já haviam sumido.

Com certeza eles esperariam por nós lá em baixo.

Eu aproveitei o tempo que antecedeu nossa queda na água gelada para arrancar pelo menos as cordas que prendiam os pés de Claire, com medo de que quando caíssemos, a corda continuaria a puxa-la e prende-la naquele lugar especifico no ar.

Para o meu espanto, assim que terminei de desprender a corda flutuante de seu pé, ela voltou a ser uma simples e irracional corda normal. Graças a Deus que nós já estávamos á poucos centímetros da água quando isso aconteceu.

Caímos de uma vez na água.

Nós ficamos submersos poucos segundos, e eu já nadei, carreguando minha Claire para areia o mais rápido possível, sempre grudando o máximo em meu corpo, para que ela não sentisse tanto frio.

Quando chegamos na areia, os garotos já estavam esperando por nós. Eu carreguei Claire aninhada em meus braços — tentando fingir que aquele contado não causava arrepios em meu corpo — indo direto para Seth, que tinha uma jaqueta estendida na nossa direção. Ele colocou a jaqueta sobre os ombro de Claire que o olhou agradecida por um instante, com os dentes batendo.

Por algum motivo, eu continuava sem ouvir o que todos diziam. Eu via que alguns pareciam que estavam me repreendendo ou me apoiando, mas não passavam de simples bocas mudas. Eu só conseguia prestar atenção nos olhos assustados e agradecidos de minha Claire, que agora tinha os labios azulados de frio. Por um segundo me imaginei esquentando-os...

Joguei para fora desses pensamentos. Seria no tempo dela, e apenas quando ela quizesse. Eu não forçaria nada.

Eu vi ela me encarar com ternura ao encontrar meu olhar sobre ela.

Ficamos assim por miléssimos de segundos que pareceram horas, mas no momento seguinte seu olhar ficou espantado encarando os garotos. O que ela disse em seguida me deixou confuso:

— O que vocês estão fazendo aqui?! — exclamou alto fazendo todos se calarem. Ela se contorceu em meus braços querendo descer e eu a coloquei com cuidado no chão, contra a minha vontade.

— Como assim? Viemos te salvar oras! — Exclamou Embry dando uma risada irônica.

— Só um "obrigado" estaria de bom tamnho — murmurou Paul

— Não, não é isso. — Ela falou devagar para evitar bater os dentes. Eu me coloquei mais próximo dela para que transmitisse meu calor para ela. Vi Collin sorrir safado para mim. — É que... Se vocês estão aqui, quem está atrás de Anna?

Assim que o nome de Anna foi mencionado, foi quase como automático, todo os rostos se voltaram para Seth, que agora, tinha a expressão mais dura, apesar da visível insistência dele para que o sorriso continuasse.

— Assim que terminarmos aqui nós... — Eu comecei a dizer mais Claire me cortou.

— Vocês... Vocês deviam ter ido aquela hora! Que Merd-- lancia! — Ela exclamou parecendo frustrada, trocando o palavrão no ultimo segundo, o que teria me feito rir se fosse em outra situação — Agora... Agora já é tarde demais.

— Co-Como assim tarde demais? — Seth deu um passo á frente, começando sua mão a tremer, então me postei mais perto de Claire, a fim de poder tira-la de perto dele caso... for preciso.

Mesmo que eu confiaria a minha vida a Seth... Anna era um assunto delicado.

Eu e todos os lobos olhando inquisitivos para Claire, querendo explicações e eu vi ela se remexer inquieta com tamanha atenção. Claire olhou para mim, franzindo a testa corada.

— Seth, me desculpe — Claire sussurrou antes de o abraçar, apesar de ele tremer bastante. Meu coração gritou preocupado ao o ver tremer mais. — E-Eu era apenas uma distração. Uma peça na armação de Renesmee

Jacob

Eu devia ter previsto aquilo.

Na verdade eu deveria ter previsto muita coisa óbvia que aconteceu. Um exemplo era que ter Claire abraçada á um lobo pronto para entrar em fase enquanto contava aquelas coisas não era uma boa ideia.

Na verdade estava muito longe de ser uma boa ideia. Era uma ideia muito estupida isso sim... E pelo que eu vi, não era somente eu que constatara aquilo. Quil parecia que ia pular em cima de Claire a qualquer segundo para tira-la de perto de Seth.

Mais cedo eu havia visto/ouvido Paul e Brady apostando que Seth ia perder o controle hoje por conta do sumiço de Anna. Eu os vi dando um olhar estranho um ao outro agora, como se para lembrarem a aposta.

Paul apostava que ele explodiria e Brady apostava que não.

Brady ainda ganhava, porque Seth não explodiu... Na verdade ele até parou de tremer. E para o espanto de todos, não foi ele o primeiro a grita:.

— OQUÊ? — Eu gritei, contornando os garotos e indo me postar mais perto do centro da "rodinha" que havia se aberto ali na praia. — RENESMEE FEZ O QUÊ?

Eu queria saber a resposta rápido e poder ir atrás daquela infeliz. Pff... Eu devia ter a deixado morrer de uma vez! Eu sabia que não deveríamos gastar um desejo com um lixo de pessoa como aquela! Sim, aquela garota era um grande e estupido lixo!

Eu havia esquecido que Claire era um pouquinho mais sensível que as pessoas normais e que o mais leve tom mais alto poderia deixa-la assustada. Eu tentei relaxar minha expressão antes de pedir, mais educadamente, para que ela contasse o que havia acontecido.

— Eu sai do quarto para atender o telefonema de Quil... Eu jurava que era ele, porque mais cedo ele havia dito que me ligaria mais tarde assim que achasse um celular emprestado com crédito. Eu pensei mesmo que fosse Quil... Mas quando eu atendi, o telefone continuou mudo e eu pensei que talvez fosse o sinal ruim — Claire explicou baixinho — Assim que eu cheguei na sala, eu percebi que Renesmee havia sumido do sofá onde Jacob havia deixando-a dormindo. Quando eu fui voltar para contar para vocês, uma mão tampou minha boca por trás e me arrastou silenciosamente para fora de casa.

“No começo eu tentei impedir, mas depois eu percebi que era Renesmee e deixei que ela me levasse, me lembrando de quando ela fazia isso comigo na escola quando queria contar segredos para mim. — A garotinha de encolhei minimamente, olhando para os pés — Mas... Mas ela entrou na floresta me carregando, passando na garagem do Jacob e pegando alguma coisa que eu não consegui ver direito e depois ela só foi me soltar quando já estávamos perto da trilha do penhasco. Assim que ela me soltou, eu comecei a fazer perguntas para ela. Ela tinha uma mochila que ela tinha nas costas e uma corda que ela revirava nas mãos... Foi aí que ela me contou o plano dela...”

— Ela contou o plano? — interrompeu Embry — Tipo, ela queria dar uma de vilã de filme?

— Continue Claire, por favor.

— Eu perguntei por que ela estava fazendo aquilo e... E ela me contou que aquilo era apenas uma medida de segurança... Para tirar a atenção sobre Anna por tempo o suficiente para sua parceira pudesse tira-la do alcance dos lobos. Ela disse que tinha certeza que já tinha dado tudo certo, mas ela queria ter certeza absoluta de que ainda haveria tempo de ela fugir antes de vocês descobrirem tudo... E provavelmente ir atrás dela.

— E ela tinha razão! — Bufou Paul

— Mas Claire, como ela te pendurou no ar daquele jeito? — perguntou Jared. Eu senti minha cabeça latejar. Será que lobos tinham enxaquecas?

— Isso eu não tenho certeza — Claire respondeu de mansinho — Em um momento eu estava andando na frente de Ness em direção aos penhascos e no outro eu estava com uma venda e amarrada pelos pés, pendurada de ponta cabeça... Eu pensei que ela havia me pendurado em um dos galhos de uma arvore que se inclina para o penhasco e que se começasse a chover, a pedra que apoia a arvore para não cair iria deslizar com o meu peso extra e eu cairia penhasco abaixo.

— Esperai. — Foi a vez de Quil interromper o relato de Claire — Você tinha dito parceira? Renesmee tem uma parceira?

— Eu... Eu acho que sim. Foi o que me pareceu, porque ela ficou toda hora se referindo á ela...

— E você não tem nenhuma pista de quem seria...

Eu não fiquei para ouvir a resposta de Claire. Eu tinha os braços tremendo desde a palavra "Renesmee" ser ronunciada na primeira frase. Eu só conseguia sentir meu lobo esquentando e urrando para eu liberta-lo para caçar aquele projeto mal feito de sanguessuga.

Eu não soube em que momento eu decidir deixar que o lobo corresse, mas somente quando eu pulava o rio que separava a fronteira do antigo tratado com os Cullen e aquele cheiro horrível deles já estava por toda parte, foi que meu cérebro voltou a funcionar direito e comecei a ouvir as vozes dos garotos em minha cabeça. A maioria deles vindo atrás de mim.

Por um segundo eu não me importei com que eles viessem. Quem seria eu para proibir eles de matar alguns vampiros estúpidos e sua filha retardada, mas assim que eu vi a casa branca se erguer diante da floresta e todas aquelas lembranças vieram até a mim, eu mandei para que eles parassem exatamente onde eles estavam e esperassem o meu sinal.

A maioria rosnou, mas obedeceu ao meu comando Alpha.

Como o esperado, lá estava Edward parado em frente a porta e ao seu lado eu via Alice e Jasper. Eu me perguntei onde Bella estava por um momento, só para depois eu mesmo responder que provavelmente estivesse escondendo sua preciosa filha.

— Jacob? — A anãzinha Alice foi a primeira a falar e eu não evitei rosnar para a sua voz afinada demais.

"Poupe meu tempo de seu teatro fajuto! Onde está Renesmee, sanguessugas?" Eu rosnei e ouvi os outros lobos ao longe ecoarem o meu, enquanto diversas maneiras de matar Renesmee vinham a minha mente, mas não era eu que as pensava.

Edward estava parado me encarando, provavelmente tão confuso quanto eu. Os garotos estavam agitados demais e seus pensamentos estavam enchendo a minha cabeça a ponto de explodir. Eu continuei concentrado nos sanguessugas na minha frente, ignorando o resto do bando e pouco me importando para o que eles falavam. Eu estava com raiva! Eu só queria os meus dentes dilacerando a carne daquela garota estupida, e pouco me importava se teria que enfrentar todos os Cullen para isso.

E quem seria eu para não deixar que meus irmãos não façam o mesmo com o resto daquele bando de vampiros? Todos deveriam pagar por proteger aquele monstro que haviam criado.

Sim, aquele ser era um monstro. Primeiro me induzindo, mesmo que indiretamente, á machucar Leah ao defende-la, depois coordenando um sequestro á Anna com a clara intenção de mata-la e por ultimo uma tentativa de matar á Claire? Que tipo de pessoa/vampiro/ser vivo faria isso?

— Ela fez o quê? — vi Edward arfar em minha frente. Eu nunca vira a cara de decepção em Edward, nem mesmo quando eu e Bella nos beijamos... Mas agora, ali estava o que se me falassem algum tempo atrás, eu daria risada e diria para se internar em um hospício.

Edward decepcionado com Renesmee. Uau.

— O que foi Edward? — perguntou a anã, quase quicando no seu lugar — Ele sabe onde está Ness? Vamos me diga, eu não consigo ver nada!

Que tipo de pergunta era aquela? "Ele sabe onde está Ness.." Como se eles não estivesse escondendo a monstrinha atrás de suas asas de morcego. Anelídeo hipócrita.

— JACOB! — Bella se materializou ao lado de Edward — Graças ao Céus você está aqui!

Por um segundo eu imaginei se ela iria tentar me abraçar mesmo na forma de lobo (porque era o que parecia). E ao tentar imaginar aquilo, a imagem de eu vomitando na forma de lobo em cima dela apareceu em minha mente e eu vi que fora os garotos que a projetaram ali. Eu tentei ignorar, torcendo o meu nariz para não manda-los sair de fase e me deixar sozinho.

Eu bufei em resposta a Bella. Mais hipocrisia impossível.

— Quer calar a boca, Jacob? — Edward faiscou raivoso e eu recuei por um segundo. E não foi apenas eu, porque agora tinha Alice e Bella olhando dele para mim, tentando decifrar a conversa silenciosa

Quem era aquele cara e o que ele fez com Edward engomadinho Cullen?

Ele bufou revirando os olhos. Ele segurava os dois lados da cabeça, como se tivesse pensamentos demais ali. Percebi o olhar de Alice para cima de Edward e só então me veio a cabeça ã quantidade de "pessoas que falavam" em sua cabeça. Os anos devem ter afetado seu "super poder" e ele nem conseguia mais aguentar algumas dezenas de lobos e uma vampira incistente. Pff... Fracote.

— Que tal você parar com essas suas observaçõezinhas ridículas e me contar sobre Renesmee? — Ele mudou o peso de pé, inquieto demais para um vampiro e parando de apertar a cabeça.

— Renesmee? — Os olhos debilmente dourados de Bella me fitaram — Você sabe dela? Onde ela está? Está bem?

"Como assim? Vocês não estão com ela?" pensei

— Ela saiu de casa ontem a noite e deixou um bilhete dizendo que estava fugindo de casa e que não queria que fossemos atrás dela. — Respondeu Edward rapidamente — O que você sabe Jacob?

Por um segundo eu fiquei intorpecido com a informação, vendo a ligação dos acontecimentos de encaixarem perfeitamente, mas fui acordado quando as imagens e lembranças de tudo vieram a minha cabeça.

Agora, eu percebia que todos os lobos se mexiam inquietos nos lugares onde eu os mandara parar. Eles queriam ajudar de alguma forma e como não podiam ajudar de outro jeito, me ajudaram a transmitir as suas lembranças... Me senti mal por me impor sobre eles daquele jeito, mas logo fui jogado para fora daquele pensamentos.

Conforme a lembrança da briga entre Renesmee e Leah foi desenrolando, puxando logo em seguida o sumiço de Claire e de Anna, os machucados e Quil saltando do penhasco como um maluco, eu fui vendo a fisionomia de Edward ir murchando. As sobrancelhas deles foram se unindo e de repente, ele parecia uma estatua de mármore, com uma expressão de choque gravada no rosto.

Eu podia ouvir até mesmo o cerebro morto de Edward trabalhando, e eu imaginei o que ele devia estar passando. A tipica pergunta "Aonde eu errei" estampada no rosto.

— Edward? — Bella tocou seu braço parecendo desesperada — Ah, Deus. Edward, o que aconteceu? Renesmee não...

O nome da monstrinha pronunciado na voz de sino de Bella foi o que tirou Edward de seu transe, mas foi como se aquele nome lhe desse um choque.

Eu sabia o que ele estava pensando. Eu entendi perfeitamente o seu momentâneo choque e porque ao mais leve insinuar na palavra Renesmee parecia lhe deixar tão irritado. O que ela se transformara? Em uma vadia psicopata e egoista.

Me perguntei se Edward, ou algum deles, sabiam onde ela estava, mas para logo em seguida desisti da ideia, porque se soubesse, eles já estariam atrás dela. E agora que eu pensara nisso foi que eu ligara o fato de Emmet e Rosalie não terem aparecido para nos receber.

Eu senti outra descarga de raiva sobrecarregar meu lobo e ele estremeceu involuntariamente. Aquela garota tinha atingido mais do que ela poderia ter previsto. Será que não passou na cabeça dela o que aconteceria? Desde quando Renesmee virara um ser tão desprezível, manipuladora e... Inconsequente? Quando ela mudara de pequeno prodígio para vadia depressiva e egoísta?

Eu não consegui achar o ponto em que se dividia

Só conseguia enxergar as pessoas que ela atingira com seus atos imaturos e estupidos.

Os Cullen, os lobos, os imprintings.

Garota tola.


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