Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 1
Sociologia é uma droga


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Tudo bom com vocês?
Eu sou a NuvemBranca e estou novamente aqui postando Dez Desejos, com algumas melhorias, conforme pedidos.
Como sabem (Ou ainda não) Dez Desejos foi uma das minhas primeiras fanfics e demorou mais ou menos um ano e meio para ficar pronta. Ela foi postada em outro usuário meu, que foi excluído e por isso, fui crucificada por algumas leitoras que queriam reler.
Já irei avisar que a fanfic é longa, tem 80 capítulos e que eu pretendo postar ao menos 2 ou 3 por dia... Sem promessas, já que toda vez que eu prometo alguma coisa por aqui, algo da errado e eu a quebro. Eu vou tentar, ok?
Espero que vocês curtam para valer Seth, pois é o que mais vai ter nisso aqui! Hehehehe Vejo vocês nos Reviews!
Um grande beijo e aproveitem a leitura!



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Capitulo 01 - “Sociologia é uma droga!”

Ele estava perto de mim, tão perto que chegava a me arrepiar. Eu sentia aquela tensão no ar. A tensão única e inconfundível de que estamos prestes a nos beijar. Prestes a acontecer um tocar de lábios que eu tanto, tanto queria e que ao olhar nos olhos dele, sabia que ele também. Aqueles olhos negros e adoráveis que olhavam a minha alma e que eu sabia, não a poderia conhecer melhor.

Eu já me inclinava em sua direção, sentindo meu coração disparar com a proximidade, quando o meu despertador gritou.

Eu pulei de cama, sentindo a coberta se enrolar nas minhas pernas e eu cair de cara no chão. Meu coração estava á mil e eu levantei de supetão, olhando para todos os lados, completamente confusa.

Aos poucos, minha mente voltava a trabalhar normalmente e finalmente conseguir constatar onde eu estava o suficiente para me acalmar. Quase com raiva, constatei que me encontrava em meu dormitório, no colégio.

Claro. Tudo não passava de um sonho. E seria apenas isso que seria, um sonho idiota, impossível. Havia uma mistura estranha de felicidade e tristeza dentro de mim, que me ocupava o coração sempre que eu acordava de um desses sonhos. Como se passar aquele tempo no meu sonho com ele fosse a melhor coisa que poderia acontecer no meu dia, porém ao ver que era apenas um sonho, eu me sentia incrivelmente depressiva.

Eu cobri o meu rosto com as minhas mãos, me sentando no chão. Isso é impossível, esqueça Anna!

Talvez aquela fosse a pior parte de EU ler um livro. A parte em que eu me entrego demais, que me envolvo tanto com os personagens a ponto de chorar por eles e sorrir com eles. Até imitar as expressões que eles fazem, algumas vezes... Mas, apesar de tudo isso, aquilo era diferente. Daquela vez era completamente diferente. O personagem não apenas me agradava como os outros... Eu havia me apaixonado por ele.

Provavelmente vai achar que o meu "apaixonar" é uma coisa meio passageira e estupida. Mas eu tenho a infelicidade de dizer, que não é.

A exatamente um mês eu venho tendo sonhos como esse com Seth Clearwater. E eu não consigo parar de pensar nele e principalmente sonhar com ele. Sonhos tão reais que me deixam atordoada quando acordava, desejando toda vez a voltar novamente à eles.

Ele parece um mosquito chato que insiste em visitar meus sonhos desde que o conheci. Insistindo, me lembrando, me fazendo ficar cada vez mais apaixonada. Afinal, era possível não ficar?

Gentil e engraçado. Nada maldoso e sempre enxergando a melhor parte da pessoa, não importa o quão irritante ela possa ser. Puro e preocupado... Ah, ele era um sonho.

Eu simplesmente não consigo explicar. É uma paixão aterradora, real, quase tangível e às vezes - como nos últimos dias - dolorosa. Acordar de um sonho, onde eu podia vê-lo e saber que ele era real naquele instante, e no momento seguinte saber que nunca, nunca ele existiu ou irá existir e que é fruto da imaginação da estupida Stephanie Meyer podia ser bem devastador.

Eu soltei meu primeiro suspiro do dia, já sabendo que ele não seria o último, levantando de uma vez. Porque as coisas estranhas aconteciam sempre comigo? Ou vai dizer que é normal se apaixonar de verdade pelo personagem de um livro?!

Se ele ao menos fosse o principal, faria sentido! Mas se quer era um secundário importante!

Anna Scavattine, porque você tem que ser tão... tão...

Desliguei o despertador irritante e andei até meu closet, balançando a cabeça, e já tentando me lembrar aonde havia deixado minhas roupas.

No colégio Washterwood, se seus pais tinham dinheiro, eles podiam pagar a mais para você morar em um dos dormitórios “Golden” do campus. Eles eram basicamente como um hotel, com copa, quarto, banheiro e até mesmo um closet maior do que o necessário. Só não era considerado um hotel porque você dividia com uma colega de quarto.

Eu não me importava de dormir em um dormitório comum como todos os outros alunos, mas meus pais... Bem, nós tínhamos um relacionamento complicado. Eles faziam questão daquele tipo de coisa.

Busquei meu uniforme do colégio no fundo do closet, já imaginando o estado deplorável que provavelmente estava, já que no dia anterior, eu havia socado de qualquer jeito dentro das gavetas.

O uniforme era um pouco mais rígido do que nas outras escolas da cidade, algo com muita gravata e pouco espaço para respirar. Lógico que se devia ao fato de ser o colégio semi-interno.

— Toc, toc, alguém acordada? — Jasmine bateu na porta antes de entrar no quarto. Ela era minha colega de quarto, que ao contrário de mim, namorava o cara popular do colégio e não era apaixonada por um ser que sequer existe. Desde que começou a namorar ele, Jasmine nunca mais dormiu junto comigo no dormitório.

Basicamente, ela usava o dormitório apenas para tomar banho, guardar suas roupas e pegar seus materiais.

— Ahhh, qual é Jasmine! Eu tenho a primeira aula! Deixa eu usar o banheiro primeiro!

— Demorou, perdeu! — gritou ela batendo a porta do banheiro e eu resmunguei irritada. Ela provavelmente sairia dali apenas cinco minutos antes começar a aula!!

Eu xinguei baixinho, vestindo a minha saia xadrez abarrotada que buscara em alguma gaveta bagunçada. Enfiei a camisa e a meia três quartos antes de me olhar no espelho com desgosto.

Pois é, o que tinha para hoje.

Enfiei os sapatos nos pés correndo ao ver que se não me apressasse ficaria até sem café da manhã, já que qualquer possibilidade de banho estava extinta. Joguei a mochila nas costas e desci a escadaria do alojamento.

O elevador, nessas horas, sempre ficava lotado.

O campus estava abarrotado de pessoas depois que passei na cantina para pegar uma maça e um suco para comer. Era ainda um pouco cedo para a maioria deles — Metade entravam apenas na segunda aula — mas eu entendia o motivo daquela súbita animação de acordar cedo.

Último dia de aula. Véspera das férias.

Eu sorri para ninguém em particular, jogando os restos do meu lanche em uma lixeira qualquer. Quem me dera eu estar com aquela animação.

Suspirei melancolicamente. Minhas férias em Los Angeles, com minha madrinha Nina, haviam sido reduzidas à uma casa de campo com a minha titia Leslie, graças à agencia na qual Nina trabalhava, que pediu que ela adiasse suas férias.

O pior foi meus pais dizendo que não poderiam largar o trabalho para ficarem em casa comigo. Pior ainda foram me mandar para Leslie! A Leslie que pulava pela casa parecendo uma criança alegre e gastando seu dinheiro como água.

Tinha como estragar ainda mais?

Tinha.

Minha primeira aula era de Sociologia.

Minha morte! Meu fardo. Sociologia! Se eu pudesse eu voltaria no tempo e explodiria a cabeça de Marx, Durkheim e Weber e todos aqueles que pensavam como aqueles malditos, só pra nunca existir essa matéria na escola. Mesmo que isso resultasse em um futuro terrível.

— Anna! — A voz grave e masculina de alguém soou á minhas costas — Me espera, vaquinha!

Não pude segurar meu riso, estacando meu passo. Vaquinha... Aquele só podia ser...

— Oi Jonathan. — Eu me virei segundos antes de ele chegar em mim — Como você está?

Jonathan Flint, melhor amigo desde a sétima série. Sempre arranjando alguma merda pra fazer e implicando um com o outro.

O garoto parou em minha frente, parecendo analisar minha cara emburrada e minha roupa amarrotada.

— Melhor que você pelo que vejo. — Ele riu e passou o braço pelo meu ombro, fazendo nós voltarmos a andar em direção ao prédio da escola.

— Te garanto que qualquer um está melhor do que eu.

— De novo isso? Pelo amor de Deus! — Ele parou de andar, segurando meus ombros e me sacudiu — Último dia de aula! Animação!

Eu o encarei, com o meu melhor olhar de desanimo.

— Ok, eu sei que você vai passar as férias em um fim de mundo, mas tenta pensar em algo bom: Pode acontecer alguma coisa de interessante lá!

Eu soltei uma risada forçada e voltei a andar, deixando-o plantado para trás. Ele teve que correr pra me alcançar.

— Interessante? Só se for eu dar uma volta ao redor da casa e tropeçar em uma pedra. Você sabe que o único que tem alguma coisa de emocionante na vida é você, nessas férias.

Ele bufou, aquele típico ato que, com ele, é sempre acompanhado de um revirar de olhos. Eu quase sorri com aquilo.

— Você também! — Ele entrou no meu caminho e eu fui obrigada a parar de andar.

Suspirei pela quinta vez naquele dia. Nós nos atrasaríamos para aula se continuasse a parar daquele jeito.

— Tudo bem que não temos tido nada de tão emocionante quanto naquelas férias de verão do ano passado, mas acho que a aula dupla de sociologia hoje, não é algo que uma pessoa normal possa fazer. Devia ser considerando no mínimo arrisc...

— Dupla?! É DUPLA? — Eu berrei, interrompendo-o

— É. Você não sabia? — Ele franziu o cenho. — Nós temos a mesma grade faz um ano e você ainda não decorou nada?

Eu abri a boca, para dar uma resposta malvada, mas nada saiu. Eu só fiquei o encarando por alguns segundos, esperando minha cabeça parar de latejar de raiva e passar a vontade enlouquecedora de bater em alguém.

Espera em vão, se quer mesmo saber.

— Hoje vai se o dia de cão. — Eu suspirei pela terceira vez, já desistindo de algum dia normal e voltando a andar em direção ao meu armário, pisando duro. Bosta de sociologia.

— Olha pelo lado bom, pelo menos não tem aula de Física hoje... — Ele disse.

Cheguei em frente ao meu armário e o abri, revirando-o atrás de meus livros.

— Graças aos céus que já acabamos aquela matéria ontem. — Eu falei sobre o ombro, enquanto pegava meu caderno — Você sabe que aquele professor é o capeta.

— Capeta é apelido carinhoso. — Ele murmurou.

— Vamos acabar logo com isso. — Eu murmurei tomando coragem. Bati a porta do meu armário e me virei para olhar ele. — Pronto para o último dia de tortura?

Ele sorriu — Aquele sorriso que só ele sabia dar — antes de me responder.

— Junto com você? Sempre.


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Notas finais do capítulo

Para os curiosos sobre como Anna e Jon são, aqui vai um gif deles:

https://38.media.tumblr.com/4e90ce2146080dfb3fb2ef22f7168587/tumblr_mo2pijflEG1stupd2o1_500.gif

Beijos, até o próximo Capitulo!



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