Experimento Descontrolado escrita por MarcosFLuder


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Esta história se passa, em termos cronológicos, ainda no começo da primeira temporada de Arquivo-X. Mulder e Scully ainda estão no começo da parceria, o que significa que ainda há um clima de desconfiança muito grande entre eles. Um agradecimento especial para a Autumn, da página do facebook "Beco dos Escritores", pela maravilhosa capa tão graciosamente oferecida.



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PENITENCIÁRI DE KENWOOD

TENESSEE

10:38 Am

Os detentos tomavam um banho de sol naquele dia comum. Eles estavam separados em grupos, como normalmente acontece em lugares assim. Os guardas mantinham-se atentos, mas tudo indicava que aquele ia ser um dia tranqüilo. Um dos presos estava lendo uma revista que havia ganhado de um parente durante a última visita, quando uma abelha começou a importuná-lo. Ele procurou espantá-la do jeito tradicional, mas ela continuou em volta dele até pica-lo, caindo logo depois no chão. Foi uma ferroada aparentemente normal, e ao ver a abelha no chão o sujeito não perdeu tempo em esmaga-la com o pé. Logo a seguir, começou a sentir uma forte dor no peito, o corpo começou a tremer e as pernas fraquejaram, fazendo-o cair no chão com violentas contorções que chamaram a atenção de todos.

Os outros presos ficaram em volta, vendo aquele homem se contorcer, mas logo foram afastados pelos guardas. Estes mantinham os outros presos sob mira, enquanto outros tentavam socorrer o homem que continuava se contorcendo. De repente, um dos guardas também caiu no chão com os mesmos sintomas. Um verdadeiro enxame de abelhas aparece, e de repente todos naquele presídio são atacados pôr milhares delas, que parecem surgir do nada e atacam indiscriminadamente a todos que estão ali. Logo já não existem presos ou guardas naquele presídio, mas um bando de homens desesperados, tentando fugir daquele ataque. Mas a fuga é impossível, pois as abelhas estão em toda a parte. Em pouco tempo, o que se vê naquele lugar são pessoas caídas, se contorcendo em agonia, enquanto outros já estão mortos.

UMA HORA DEPOIS

Os carros chegaram ao presídio e dele saltaram alguns homens. Estes usavam roupas especiais, começando a recolher os corpos, bem como as abelhas caídas no chão. Em pouco tempo, quase todos os corpos, bem como as abelhas, tinham sido colocados em caminhões para serem levados.

— Tudo funcionando como um relógio senhor - disse um dos homens.

— Ainda falta o mais importante - disse o chefe da operação - o sujeito que está na solitária e que vai garantir a veracidade da história que contaremos para justificar o que houve aqui.

— Eu já mandei dois homens para recolher o corpo - disse - ele com certeza deve Ter morrido antes mesmo do ataque das abelhas.

— Mas é claro que sim – ele disse – pois foi exatamente para isso que ele foi colocado aqui.

A porta da solitária foi aberta e dois homens com roupa especial anticontaminação entraram para verificar o sujeito que jazia caído na cama, como se estivesse morto, eles se prepararam para leva-lo dali quando o sujeito deu sinal de vida assustando-os.

— Senhor temos um problema aqui na ... - ele não teve tempo de completar a frase, pois a mão do prisioneiro penetrou sua roupa especial e atravessou a sua pele arrancando seu coração do corpo. Aquele homem ainda teve tempo de ver o seu órgão vital ser esmagado pela mão do preso antes de cair para morrer. Seu colega correu desesperado para escapar do mesmo fim, sendo perseguido pôr um homem que deveria estar morto, mas em vez disso o alcançou e tudo o que pôde fazer era gritar.

— Newmam, Crawford respondam - disse o chefe da operação - chame a equipe de combate, alguma coisa deu errado – se dirigiu ao assistente. Logo um helicóptero desce no pátio do presídio e vários homens armados e com roupas especiais começam a vasculhar o lugar atrás do preso, o comandante do esquadrão faz vários sinais para os soldados e eles vão em diferentes direções.

— Bensom responda - disse o comandante do grupo - alguma coisa?

— Nada senhor.

— Bill informe.

— Tudo limpo senhor.

— Trent, o que tem pra mim.

— Por enquanto nada senhor.

— James informe.

— Acho que ouvi um barulho senhor - disse - vou verificar.

— Vou mandar um reforço até você.

O soldado James era um operativo experiente e começou a verificar o local com atenção redobrada pois sabia que qualquer descuido poderia custar-lhe a vida. Olhando tudo a sua volta, e sempre cuidando de sua retaguarda, teve a sua atenção chamada por um barulho vindo de trás de um balcão. De arma em punho, ele foi até lá, mas o que viu foi o corpo de um dos homens que estavam na solitária.

— O que encontrou James?- pergunta o comandante.

— Apenas o corpo de um dos cientistas senhor.

James desliga o rádio no momento em que é atacado pelas costas pelo preso, que com extrema facilidade consegue quebrar o seu pescoço. O preso observa o corpo de James no chão e aos poucos começa a sentir uma estranha sensação , como se algo estivesse acontecendo com seu corpo levando o maior susto quando se vê no espelho exatamente igual ao soldado que tinha acabado de matar. O comandante do grupo reúne seus homens e todos dizem não Ter encontrado nada

— Cadê o James - pergunta o comandante.

— Estou aqui senhor, não encontrei nada também - disse - acho que o sujeito fugiu.

— Pois vá com alguns homens no helicóptero - disse o comandante - temos que encontrá-lo – o homem que todos acreditam ser o soldado James entra no helicóptero junto com outros soldados enquanto o comandante ordena uma nova busca pelo presídio.

SEDE DO FBI

WASHINGTON DC

UMA SEMANA DEPOIS

— Essas são fotos da penitenciária de segurança máxima de Kenwood no Estado de Tenessee - disse Mulder, mostrando-as a Scully - elas foram tiradas durante a última visita pelo parente de um dos detentos.

— O que elas tem de incomum?- pergunta Scully.

— As fotos em si nada, mas o fato é que todos os presos e guardas que aparecem nelas bem, como os que não aparecem foram declarados mortos dois dias depois vítimas de um vírus tão letal como altamente contagioso. Segundo o que foi informado, o tal vírus teria sido trazido por um preso que estava na solitária - Mulder entrega uma ficha de identificação a sua parceira - o nome de é Virgil Somerfield , foi condenado por assaltos, assassinato e tráfico de drogas. Quatro meses antes ele havia fugido misteriosamente dessa mesma penitenciária, só sendo encontrado em um país da África, de onde foi extraditado.

— Foi de lá que ele trouxe o tal vírus?

— Tudo indica que sim

— Esse país de onde ele foi extraditado não é aquele onde está havendo o surto de um vírus misterioso, em muito semelhante ao Ebola.

— Foi de lá mesmo que ele veio.

— Mas isso é um absurdo Mulder - disse Scully - esse homem deveria ter sido colocado de quarentena em um centro especializado, e em vez disso o mandaram direto a uma penitenciária.

— Os responsáveis pela extradição alegam que houve um erro burocrático qualquer.

— O que foi feito com os corpos dos que estavam no presídio?

— Foram todos cremados - disse Mulder - tudo o que as famílias receberam foram cinzas em um jarro.

— É o procedimento normal numa situação dessas Mulder e afinal de contas porque esse caso veio parar aqui?

— Todos foram declarados mortos, Scully, inclusive Virgil Somerfield, só que nos dias que se seguiram pelo menos 4 membros de uma quadrilha local foram assassinados e advinha quem é o principal suspeito?

— Virgil Somerfield?

— Puxa Scully você devia participar desses programas de perguntas na TV aposto que ia ganhar muito dinheiro.

— Não começa Mulder - disse - porque a suspeita recaiu sobre um homem que foi declarado oficialmente morto, isso não faz sentido.

— Todos os quatro assassinatos foram cometidos em locais públicos, com várias testemunhas. Algumas delas conheciam o assassino, e todas fizeram o mesmo retrato falado - disse Mulder – na verdade é como se ele fizesse questão de ser visto e reconhecido por todos.

— Pelo que eu li aqui esse homem está bem longe de ser um criminoso brilhante – Scully folheia o relatório sobre o suspeito – na verdade, a sua quadrilha praticamente entregou-o a polícia, o que sem dúvida explica o seu desejo de vingança.

— Aí que está - disse Mulder - ele nunca foi um criminoso brilhante, mas foi capaz de matar quatro homens considerados de alta periculosidade, na frente de várias pessoas, e depois fugir do local com extrema facilidade, sem deixar pistas.

— Como foi que esse caso veio parar até nós Mulder ?

— Um jogo de empurra-empurra - disse - estranhamente ninguém no FBI parecia disposto a aceitá-lo e então ele sobrou para nós - colocou as passagens de avião sobre a mesa - diga-me Scully, você já esteve no Tenessee?

KENWOOD

TENESSEE

3: 25 Pm

O carro alugado por Mulder e Scully parou em frente à casa de uma mulher que os recebeu ligeiramente desconfiada.

— Eu já disse a polícia tudo o que sabia a respeito do Virgil - disse a mulher.

— Seu marido pode estar com uma doença grave e muito contagiosa - disse Scully - é importante que ele seja encontrado e submetido a um tratamento médico.

— Creio que você é a única pessoa com quem ele poderia manter contato - disse Mulder - ele precisa se entregar o mais rápido possível.

— Se você sabe onde ele está, a melhor coisa que pode fazer é convencê-lo a entregar-se - disse Scully.

— Eu já disse que não sei e não quero mais continuar essa conversa - disse a mulher que convidou Mulder e Scully a sair.

Mulder e Scully estavam entrando no carro quando ele notou um veículo preto parado junto a esquina. Ele foi em direção ao carro, que, à sua aproximação tratou de sair dali. Mulder correu até seu carro e tratou de segui-lo sem muito sucesso.

— Acha mesmo que aquele carro estava vigiando a casa da mulher de Virgil?- pergunta Scully.

— Não tenho dúvidas - disse Mulder - aposto até que o telefone dela está grampeado.

— Há uma coisa nessa história que não consigo entender - disse Scully.

— E o que é?

— Virgil cometeu esses crimes em locais cheios de gente, mas ninguém foi contaminado pelo vírus que ele pegou na África.

— Talvez ele não tenha vírus nenhum e tudo tenha sido uma farsa para encobrir algo bem mais terrível.

— Como o que, por exemplo?

— Não sei - disse Mulder - mas talvez alguém que eu conheço saiba.

MOTEL BAILEY

11:32 Pm

Mulder estava deitado na cama sem conseguir dormir e pensando em todo aquele caso quando notou que alguém estava forçando a fechadura do seu quarto, rapidamente ele pegou sua arma e colocou-se em posição de atirar quando a pessoa entrou e acendeu a luz.

— É você - disse - porque não bateu? Eu podia ter atirado.

— Não vim fazer uma visita social agente Mulder - disse o homem - na verdade eu estou me expondo muito aqui e portanto não posso demorar.

— O que tem a me dizer a respeito desse caso?

— Porque acha que eu teria algo a dizer?

— Dá um tempo - disse Mulder - com certeza foi você que mexeu os pauzinhos para que esse caso virasse um Arquivo-X.

— Vejo que você é mais perspicaz do que eu imaginava - disse o homem sorrindo - na verdade ele tem tudo a ver com o Arquivo-X.

— Vírgil Somerfield não tinha vírus nenhum!

— Na verdade ele tinha sim agente Mulder - disse - um dos mais letais e contagiosos já vistos. As pessoas que o usaram acreditavam que ele era o álibi perfeito para encobrir a verdadeira história por trás das mortes no presídio.

— E que história é essa?

— Um experimento macabro - disse Garganta Profunda - o primeiro de muitos que ainda serão feitos antes da "hora final".

— Se ele tinha esse vírus como pode estar vivo se os outros no presídio estão mortos?

— Porque algo deu errado. Uma variante não prevista pelos que conduziram o experimento no presídio. Apenas Vírgil tinha o vírus, trazido da África especialmente para contamina-lo, enquanto os outros no presídio foram expostos a um outro vírus, esse sim a verdadeira razão do experimento, bem como a causa de suas mortes.

— E vírgil deve ter sido exposto a esse vírus também - disse Mulder - dois vírus letais e pouco conhecidos num mesmo organismo humano, quem sabe o tipo de mutação que poderiam gerar.

— As pessoas que conduziram o experimento com certeza acreditavam que Vírgil somerfield já estava morto quando introduziram o segundo vírus no presídio - nesse instante Scully bate na porta do quarto - ela não pode me ver aqui.

— Vai para o banheiro - disse Mulder enquanto dirige-se até a porta abrindo-a parcialmente – Scully, porque está acordada numa hora dessas?

— Eu vi luz no seu quarto e fiquei curiosa.

— Curiosidade deveria ser o sobrenome de todas as mulheres.

— Olha só quem fala - disse - não vai me deixar entrar Mulder?

— Não! Eu acho que é muito tarde e devemos ir dormir.

— É o seu informante que está aí com você! – não foi uma pergunta, mas uma afirmação.

— Boa noite agente Scully - Mulder bate a porta na cara dela que, fica alguns instantes parada, até resolver voltar ao seu quarto.

Scully acordou no dia seguinte com uma sensação nada agradável e não foi pela noite em que mal conseguiu pegar no sono. Na verdade era a falta de confiança de seu parceiro que a incomodava terrivelmente, mas o que fazer se ele tinha suas razões para isso, afinal Scully tinha sido colocada no Arquivo-X para controlá-lo. Ela ainda era obrigada a fazer relatórios constantes de suas atividades. Ele tinha suas razões para não confiar nela, o que a incomodava cada vez mais, pois o tempo em que trabalhavam juntos já tinha sido suficiente para Scully desenvolver uma grande admiração por ele. Ela, definitivamente, gostava de trabalhar com Mulder, mesmo nas constantes divergências que tinham, ela percebia que aprendia alguma coisa. Talvez isso explicasse porque a falta de confiança dele a incomodava tanto. Todos esses pensamentos foram deixados de lado quando a campainha do quarto tocou e ele foi abrir a porta, dando de cara com a mulher de Virgil.

— Senhora Somerfield - disse Scully - pode entrar.

— Desculpe incomodá-la a essa hora agente Scully - disse nervosa - eu não sabia o que fazer - Scully a fez sentar-se - os últimos dias foram terríveis para mim.

— Tem visto o seu marido Senhora Somerfield?

— Pode me chamar de Grace - disse - já faz muito tempo que eu não me sinto casada com o Vírgil, mas ele é como uma doença que insiste em voltar.

— Todo mundo precisa de alguém com quem possa contar Grace - disse Scully - você é o porto seguro dele nos momentos de tempestades.

— Eu não quero ser o porto seguro de ninguém.

— Aquele homem precisa de ajuda Grace, e você é a única pessoa em que ele confia - disse Scully - só você pode nos ajudar a encontrá-lo.

— Ele não é mais o mesmo homem agente Scully - disse – aliás, eu nem sei mais se ele pode ser considerado humano depois do que eu vi ele fazendo.

— Do que está falando?- pergunta Scully - o que aconteceu com ele?

— Ele me contou que foi tirado do presídio por um grupo de homens e levado para um local estranho e tudo o que lembra é das inúmeras injeções que tomou até acordar na solitária do presídio com aqueles dois homens com roupas estranhas tentando leva-lo dali – Grace faz uma pausa antes de voltar a falar - ele matou os dois, disse que foi uma reação instintiva, depois vieram soldados e ele matou um deles e ficou ali olhando, admirado com a facilidade que teve para fazer isso.

— Porque ele ficaria admirado?

— Vírgil nunca foi bom de briga - disse - mas ele ficou ali olhando o soldado um bom tempo até sentir um formigamento pelo corpo, principalmente no rosto, e quando se olhou num espelho viu que tinha as mesmas feições do soldado.

— Você quer dizer que ele tinha se transformado no homem que tinha acabado de matar?

— Eu também não acreditei quando ele me contou, mas provou que dizia a verdade quando me levou a força até o local onde matou um de seus antigos comparsas - disse - eu não sei como e nem porque, mas ele pode fazer coisas que uma pessoa normal não é capaz. Eu estou apavorada.

— Escute Grace se essa história que Vírgil contou for verdadeira ele está correndo um grande perigo - disse Scully - ele precisa aparecer para denunciar essa gente.

— Ele não vai fazer isso sem alguma garantia.

— Podemos colocá-lo em um programa de proteção a testemunhas - disse Scully - mas ele precisa depor contra essa gente e dizer que eles foram responsáveis pelas mortes no presídio.

— Ele me deu um número de telefone.

— Use o meu celular - disse Scully - meu parceiro acredita que seus telefones podem estar grampeados - Grace ligou para o marido e depois de muito insistir o convenceu a aceitar o encontro. Ela e Scully foram até o quarto de Mulder chama-lo e os três saíram ao encontro de Vírgil.


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Notas finais do capítulo

Como já havia dito antes, todas as fanfics de Arquivo-X que eu estou postando, na verdade, foram escritas muitos anos atrás, na época do auge dessa fantástica série de TV. Eu tive de revisá-las, principalmente para adequá-las às recomendações dos administradores do site sobre o tamanho dos capítulos. Por conta disse, essa fanfic será dividida em duas partes. A última parte eu pretendo postar até o final desta semana.