Tínhamos passado o dia na praia, a família inteira foi e nos divertimos muito. Voltamos para a casa de noite exaustos. Quase todos no carro cochilavam até as crianças (olha que isso é raro). Eu apoiava a cabeça no ombro do Luke quando despertei assim que o telefone do dad tocou.

_Isa, pega meu celular que ta na bolsa da praia. Please? –Ele pediu me olhando enquanto virava rapidamente para trás.

E de repente ouvi uma buzina alta e uma luz branca forte, provavelmente, a luz dos faróis de algum carro. Alto terrível estava acontecendo e vi isso pela expressão de meu pai. Logo senti o veiculo virar várias vezes e pedaços de vidro cortando minha pele enquanto ouvia a ferragem do carro se amaçando. Meu corpo doía muito e algo me fazia querer dormir. Juntei as forças que eu tinha e consegui abrir meus olhos, olhando ao meu redor o choque foi grande. Os meus pesadelos na verdade eram um sinal, mas eu queria acreditar que era só mais um sonho e eu acordaria em casa.

Ninguém se mexia e eu gritava, tirei meu cinto e comecei a chamar nome por nome, e ninguém me ouvia. Tentei me virar um pouco de lado direito apesar da dor para observar a Bea, eu a chamava e sacudia e ela não se mexia, apesar dos fundos machucados que eu observei ainda esperava ela falar. Porém assim que verifiquei seu pulso não encontrei o batimento.

Com dificuldade peguei o celular dela no bolço e disquei para a emergência, mas eu não sabia dizer nem onde estávamos. E nisso ouvi alguém suspirar e a minha esperança veio à tona.

Luke estava ao meu lado esquerdo, olhei para ele e tentei abrir seu olho.

_Fique comigo Luke. Não dorme please! – Eu dizia.

_Minha mão. –Ele avisou e fez um gemido de dor.

Olhei para baixo a mão dele estava amassada por um ferro. Busquei força com Deus e puxei aquele ferro o máximo que eu pude e ele entortou o suficiente para que eu tirasse a mão ensanguentada do Luke dali. Logo ouvi uma sirene de ambulância e eu suspirei aliviada.

Eu não consegui contar quantos bombeiros tinham, mas conseguia ver muitos macacões azuis marinhos. Eles chamaram para ver se tinha alguém consciente e eu falei o mais alto que eu pude, me pegaram e eu avisei sobre Luke e depois deixei que me levassem eufórica naquela dura maca.