You're Gone and I Gotta Stay High escrita por Femme


Capítulo 1
Such a bad Habit


Notas iniciais do capítulo

*joga confete* OI SEUS PÃO COM OVOEntão, meu primeiro yaoi postado e pá, sobre Malec e o sofrimento da pag 412 do Cidade das Almas Perdidas. Tem um lemon implícito, nada do estilo 50 tons porque isso aqui é um drama certo? certo. Hnm, sobre a fic eu pergunto, alguém aí sabe quando você ouve uma música e a primeira coisa que vem na sua cabeça é seu OTP? Bem, quando eu ouvi Habits (Stay High), da Tove Lo eu me lembrei na hora de Malec. E foi assim que essa fic nasceu! Então, se você também tem uma música que te lembra seu OTP, insependente de qual fandom seja, fala nos reviews, por que isso acontece muito comigo e queria saber se eu sou a única doida ou não KKK



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Alec tinha aprendido a beber com Magnus.

Tinha sido logo num dos primeiros encontros que os dois tiveram. Foram para um restaurante mundano para jantar e Magnus pedira vinho, só depois que percebeu que Alec não tinha idade suficiente para beber socialmente. Mesmo assim, Alexander fez com que o feiticeiro não se incomodasse e tomasse parte da garrafa de vinho tinto. Mais tarde naquela noite Magnus passou numa adega de bairro e comprou uma nova garrafa de vinho, parecida com a que tinha bebericado no jantar. Chamou o caçador de sombras para beber em seu apartamento que, tentado pela garrafa de vidro esverdeado e o sorriso brincalhão que o outro esboçava, aceitou.

Alec tinha ficado alto com apenas três taças. Falara mole e rira pelo nariz, roncando. Magnus tinha achado sinceramente adorável a intolerância a álcool do rapaz, mas se surpreendeu quando o nephilim se esticou do sofá e beijou-o sensualmente, deslizando a língua em sua boca com casualidade. Nunca tinha visto tal partido vindo de Alexander, que normalmente era tão tímido. Alec o seduzira, tirando a camisa de Magnus com uma mão enquanto deitava no sofá do feiticeiro, entregue.

Magnus tinha ficado tentado, é claro. Não era todo dia que um caçador de sombras lindíssimo, cuja aparência era definitivamente seu tipo, se oferecia para sexo casual no sofá. Mas sabia que era certo: aquela seria a primeira vez de Alec, e ele estava mais do que bêbado. Descartou o rapaz com um pequeno feitiço que o faria dormir.

Após daquele dia, Magnus comprava garrafas de vinho, licor, whisky e champanhe periodicamente, para que ensinasse Alec a beber socialmente, não ficando bêbado e completamente indefeso com apenas dois copos.

Mas isso era uma lembrança distante. Magnus tinha terminado o namoro e tudo aquele gesto de compaixão com Alec em ajudá-lo beber e ficar sempre junto dele tinha acabado, virando cinzas que se espalharam pelo vento.

Agora tudo estava mudado, os nephilim estavam sob ameaça de Sebastian, Alicante estava cercada e inacessível e antes de partir para a Cidade de Vidro Alec encontrara o feiticeiro, que o beijou e disse que o amava, porém não chegaram à um consenso, reatando o relacionamento. Alexander estava se sentindo horrível, como se afundasse numa poça de piche e mentiras ao fingir que não pensava a cada segundo em Magnus. Era como se os dias se estendessem, num interminável tormento que mantinha o coração fino como papel, um papel que entrava em combustão diariamente, expandindo a dor para os pulmões e entranhas, transbordando em lágrimas que soltava às vezes durante o banho.

Até que Alec encontrou uma maneira de anestesiar a dor, um consolo amigo que encontrara acidentalmente. Esperava ansiosamente todos da casa reservada ao Inquisitor se distraíssem o suficiente para que não sentissem sua falta e ia atrás de seu cara consolo, quase que diariamente.

A tarde ensolarada estava perto do fim, normalmente o horário que os pais se distraíam o suficiente para esquecê-lo. E ainda tinha um bônus que Simon estava na cidade, fazendo com que Izzy ficasse terminantemente ocupada com o namorado vampiro. Alec viu uma brecha: tanto Robert quanto Izzy haviam saído e Maryse estava lendo no escritório do marido, solitária e triste. Poderia chamá-la para compartilhar seu consolo com a mãe, mas acreditava que Maryse não gostasse nem um pouco do comportamento do primogênito dos Lightwood. E assim, caminhou de pé ante pé até debaixo da escada, observando a fresta da porta do escritório enquanto saqueava o pequeno móvel. Escolheu rapidamente uma garrafa amarronzada e partiu silenciosamente para o segundo piso da casa, entrando no banheiro e trancando-o com um clique surdo.

Alec apoiou a garrafa de whisky na pia de mármore e se sentou no vaso sanitário. Suspirou audivelmente, encarando a garrafa enquanto apoiava o rosto na mão. Sabia que seu consolo era vergonhoso, mas não o negava; Magnus muito tentara o ensinar a beber, mas seu fígado é fraco e o traíra todas as vezes que ingeria mais do que um copo de bebida alcoólica. Abriu um armarinho embaixo da pia e tirou seu pequeno copo de plástico, entornando a bebida âmbar. Repousou a garrafa e tomou um gole do copo, o líquido queimando a traquéia enquanto passava, deixando o rastro da dor e solidão.

Alec segurou apoiou a mão com o copo na testa e encarou a pia de pedra polida. Sempre que bebia as lembranças voltavam. A última vez tinha sido o primeiro beijo que Magnus o dera, prensando-o no corrimão podre na escada do prédio do feiticeiro; os lábios urgentes de Magnus nos dele, implorando por contato. Na penúltima havia sido a última batalha de Valentim, quando demonstraram seu carinho em meio ao Salão de Acordos lotado, e batalharam juntos e em sincronia.

Certa vez havia relembrado a primeira vez que havia feito sexo com Magnus, como o namorado segurara os ombros dele com firmeza enquanto os corpos se fundiam numa confusão de pernas, braços, bocas e arfadas; como Magnus o olhara profundo nos olhos e sorriu com sinceridade ao falar que tinha sido a melhor transa de todas as quais ele tinha ficado por baixo, em resposta Alec beijou o canto da boca do outro com carinho. Lembrara-se uma vez de certa manhã, onde Alec passara a noite com Magnus e acordara as cinco da manhã para que chegasse no Instituto antes de Maryse acordar. Depois de se vestir, selou a testa de Magnus, ainda adormecido; porém, o feiticeiro acordou com o gesto e indagara onde o namorado iria, segurando o pulso de Alec com receio. Como o feiticeiro estava semi desperto, Alec o beijara e afirmara que não iria a lugar algum, o que fez Magnus suavizar a expressão e adormecer novamente.

Num momento em suas rememorações, lembrou de um picnic onde outro, para comemorar o aniversário de Alec, os fez ficar até tarde da noite no Central Park, somente para que Alexander visse os fogos de artifício que Magnus preparara e soltara com um simples movimento do punho.

Outra vez lembrou de uma das últimas semanas do relacionamento, quando Alec já havia contatado Camille Belacourt em segredo e a culpa de desejar o fim da imortalidade do feiticeiro o consumia, mas não abrira a boca para confessar nada. O clima entre os dois era denso e toda as vezes que Magnus o perguntava porque ele parecia tão distante, Alec sentia vontade de despejar suas perguntas intermináveis: “Quem é Will? Como e porque você veio para Nova York? Quantos anos você realmente tem? Qual era o nome de sua mãe? E seu pai, pode me falar dele? Você já amou de verdade Camille? O que houve que vocês se distanciaram? O que você fez da vida antes de desenvolver seus poderes? Se eu pedisse para que passasse o resto de minha vida comigo, você ficaria?”; mas ao fim, Alec dava um sorriso fraco e dizia que não era nada, que só estava cansado.

Outro momento lembrou da última vez que havia passado a noite com Magnus, alguns dias antes dele o despejar. Alec estava se afundando em culpa por se encontrar com a ex dele secretamente, mas não se importou quando Magnus o beijou tenramente e enfiou a mão no cós de sua calça, já a abrindo. Magnus subira no colo do nephilim para beijá-lo como se nunca mais fossem se ver; na hora Alec achou estranho mas agora apreciava o gesto. Alec segurou o outro pelo quadril e girou os corpos no sofá, fazendo com que ficasse por cima do corpo de Magnus, apertando a mão do outro enquanto o beijava. Entre amassos, o feiticeiro sugeriu que trocassem o sofá pela cama, Alec assentiu e se levantou cambaleante, carregando um Magnus que estava com as pernas no quadril do namorado. Se jogaram na cama, deitados de lado e não desgrudaram os lábios. Magnus cuidou das roupas enquanto Alec segurava o rosto alheio com as duas mãos em um gesto carinhoso. E nus formaram uma bola de corpos misturados, Alec com as costas no colchão, pernas em volta do quadril do amante e Magnus o segurava nas costas largas, apoiando o quadril de Alec em suas pernas ajoelhadas para dar-lhe sustentação na posição. Alec alegou que queria ser feito dele naquele dia; Magnus pôde ver a culpa e receio nos olhos do outro, mas não sentiu necessidade de parar aquilo para ter uma DR. Alec se deu para Magnus por completo, permitindo que o amante fizesse o que bem quisesse consigo, e Magnus o estocou até que seus quadris doessem. O caçador de sombras não emitiu nenhum som, tentando esconder a vergonha e culpa que preenchiam seu âmago. Magnus sempre soube que sexo culpado era o melhor.

Alec agora filosofava olhando o mármore polido da pia. Suspirou e entornou o copo todo, num gole só. Não reencheu o mesmo, tomou na garrafa vários goles graúdos e permitiu que seu corpo ficasse bêbado. Dessa vez a rememoração que veio foi de uma tarde ensolarada no Broklyn, onde Magnus e ele estavam deitados com roupas na cama de Magnus, contando piadas e historias divertidas das aventuras de Magnus; Alec brincando com os dedos de Magnus, sem tirar os olhos do anel Lightwood que o outro estava usando no dedo anelar direito. Combinava com ele, Alexander pensou na hora, e também pensou como o gesto significava que Magnus era seu namorado e todo o povo das fadas, vampiros, feiticeiros, lobisomens, nephilim e mundanos nunca o teria.

Mas agora eles podiam ter, pois Magnus se foi e ele tinha de ficar chapado.

Alec queria libertar as lágrimas que ficaram presas em seus olhos, mas não tinha força para concluir o ato. Levemente embriagado, Alexander Lightwood encarou o copo de plástico vazio, pensando quando teria coragem para parar com aquele hábito e mostrar para si mesmo que era forte o suficiente para nunca mais tomar uma bebida alcoólica.

Fungou. Fechou a garrafa e, ainda a segurando, deixou pender enquanto apoiava o cotovelo na pia. Pensou o quão ridículo era ter que se manter chapado para que não passasse a madrugada pensando nele. Ficar tão auto para que não se lembrasse da dor que era sentir falta de Magnus.

Era isso que Alec acreditava. Mas no fundo, no fundo, ele sabia que não era completamente verdade: uma vez que beber trazia a tona todas as melhores ―e piores― lembranças que Alec tinha do ex-namorado. Era como se ele nunca tivesse verdadeiramente o deixado. Na bebedeira, onde Magnus permanecia, era o consolo que o nephilim escondia.

Não queria ficar cheirando álcool, pensou Alexander. Lavou o copinho com água corrente e o guardou, destrancando a porta logo em seguida. Desceu silenciosamente e guardou o resto da bebida no bar atrás da escada, voltando para a parte superior da casa com casualidade. Quando estava no segundo andar ouviu a porta da frente destrancar-se e Izzy entrar, acompanhada de Simon. E assim, Alec escondeu-se em seu quarto e fingiu dormir, deixando que seu metabolismo processasse a bebida em seu sangue e trouxesse paz― e a falta de lembranças sobre o feiticeiro que amava.

...

Quando Alec e Magnus reataram, logo após o fim da Guerra Maligna, a primeira coisa que Magnus fez ao chegar em Nova York foi convidar o namorado para jantar em seu apartamento ― que agora também pertencia ao nephilim, uma vez que convencera Maryse que não faria nenhuma besteira desaconselhável enquanto morasse com o namorado. Magnus mal sabia cozinhar um ovo, mas não usou mágica para fazer a macarronada ao sugo com molho caseiro. Tanto Alec quanto Magnus notaram o quanto o spaguetti tinha ficado uma bola grudenta e indivisível de fios de massa, sem contar que o molho tinha queimado um pouco; mas isso não importava realmente. O que importa é a intenção, pensou Alec, tentando desgrudar o spaguetti para levá-lo a boca.

Magnus também abriu um vinho, surpreendendo-se quando Alec tomou duas taças e meia e não ficou alcoolizado. O feiticeiro indagou-se como o namorado havia conseguido tanta resistência à bebida, mas ao perceber o olhar melancólico que Alexander lançava a taça, como se lembrasse de uma memória extremamente dolorosa, não se importou em perguntar.


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Notas finais do capítulo

Hnm... gostaram? Espero que sim! Comentem pfv, e se deixarem reviews, não se esqueçam de falar um música que lembre seu OTP (independentemente do fandom!)XOXO