Legado de Uma Paixão escrita por BrinaBella


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem dessa adaptação do livro de Kim Lawrence ...Comentem!!!!!Bjs



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Isabela Swan tentou, mais uma vez, ajeitar o chapéu de abas largas, antes de trocá-lo por outro, creme, em formato de cogumelo, que combinou muito bem com seu rosto redondo. Segurava os longos cabelos castanhos para prendê-los quando ouviu a campainha. A apreensão sombreou seu olhar. 

 

"Deve ser ele!" Bella deu um longo suspiro e forçou-se a aparentar calma. Dirigiu-se até a porta de entrada do pequeno apartamento. Abriu-a de supetão, mas, quando fitou o rosto do homem diante dela, o sorriso forçado que trazia nos lábios se apagou e foi substituído por uma linha pro­funda entre as sobrancelhas bem delineadas. 

 

Devia haver algum engano. Sentiu um aperto no peito, encarando as faces de barba cerrada e traços marcantes. Não era, de jeito algum, o que ela esperava. Como poderia aquela criatura pre­tender uma função social? Mal parecia haver sido domesticada! E, além disso, não usava traje es­porte fino, como  Bellahavia estabelecido... Nunca mais confiaria nas recomendações de Ângela. 

 

A indignação fez com que recuasse e procurasse manter-se firme em pé. Por uma fraçao de segundo, teve a estranha sensação de que já o vira antes, o que era um absurdo, lógico! Aquele não era o tipo de rapaz do qual se esqueceria com facilidade. E muito menos era o que ela queria, de jeito algum. Mas a curiosa sensação de reconhecimento a aco­meteu de novo, com tamanha intensidade, que seria impossível ignorá-la. Em vez de dedicar-se à análise daquele sentimento desconcertante, Bella achou mais fácil procurar entender por que a aparência dele despertava-lhe tanto desconforto. 

      Srta.Swan?

Bella percebeu, zangada, que o estranho pa­recia quase tão abalado quanto ela. Os olhos azuis observavam a roupa vermelha que usava com ex­pressão divertida.

De súbito, Bella desejou estar com uma saia comprida, e arrependeu-se por haver escolhido ver­melho, que não combinava com seus cabelos. Sen-tia-se constrangida por achar que havia cometido um erro. Porém, aquilo era uma tolice, pois os ca­belos estavam escondidos, e encontrava-se diante de alguém que não usava roupas adequadas, o que demonstrava uma grande falta de gosto.

      Pedi que viesse em traje de gala. —A ex­pressão de Bella era séria . —No entanto, foi uma sugestão, e esse terno não está tão mal assim.

 

O tecido e o corte pareciam fruto das mãos há­beis de algum estilista, embora, naquele corpo es­guio, qualquer coisa caísse muito bem. Bella o mediu com atenção e balançou a cabeça. "Inte­ressante...", pensou.

      É melhor entrar. — Deu-lhe passagem.

      Você é a srta. Isabella Swan?

O pequeno hall pareceu menor ainda quando o estranho entrou. A voz era grave, profunda e tinha um leve sotaque, que Bella não conseguiu re­conhecer.Sentiu-se perturbada e ansiosa ao con­firmar a própria identidade. Por sua vez, o rapaz parecia tranquilo. Não era de se espantar, ela pen­sou. Afinal, aquela situação era comum para ele. "Ainda bem que é um profissional", disse a si mes­ma, um pouco mais aliviada.

 

—  Já nos encontramos antes, senhorita? — Os olhos penetrantes mostravam uma vaga sombra acusadora.

—  Tenho o tipo de rosto que faz as pessoas se lembrarem de parentes distantes. —Bella se deu conta de que a sensação de conhecê-lo não fora unilateral. A menos que aquele homem es­tivesse procurando ser gentil. Mas não parecia, pois via-se que não se preocupava em ser nada mais do que educado. — Em vista das circuns­tâncias, é melhor me chamar de Bella.

— Bella é um nome bonito.

A seriedade do rosto másculo a deixou descon­fiada e, em resposta, forçou um leve sorriso.

     Entre. Deixei seu cravo da lapela na geladeira.Se não nos apressarmos, chegaremos atrasados.

 

Depois de pegar a flor, Bella voltou à sala de estar e o encontrou olhando, distraído, para os livros na estante. Ter aquele homem a seu lado, com certeza, lhe daria um ar de distinção, con­cluiu, sem ter certeza se era aquilo mesmo que pretendia.

—   Suponho, nestas circunstâncias, que seria me­lhor saber o seu nome, cavalheiro. — Passou a fixar uma delicada orquídea na gola de seu blazer.

—   Edward... Masen.

Edward deu um passo à frente quando Bella furou o dedo com o alfinete, disposto a ajudá-la. Uma meia verdade não seria prejudicial a seus planos. Não revelara o verdadeiro sobrenome.

 

Apesar da mudança de fuso horário e da demorada leitura do testamento que fora obrigado a presenciar, Edward não se sentia tão cansado. Já deduzira que Isabella Swan deveria ser uma jovem astuta. Era óbvio, considerando a grande herança pessoal que Aro, o tio dele, determinara que entregasse pessoalmente a ela. No entanto, Bella não era bem o que Edward esperava.

 

Seria melhor procurar descobrir o que o tio, a velha raposa, achara de tão atraente em Bella. Além do óbvio, pensou, cínico. Edward não a invejava pelo dinheiro, mas pela maneira como o conseguira.

 

O cumprimento de sua obrigação estava dando mais trabalho do que pensara. Irritara-se por ser obrigado a ficar mais tempo em Londres do que pretendia. Não tinha a mínima vontade de envolver-se em um negócio que não lhe interessava.

 

Desde que chegara, o nome de Bella apare­cera em todos os lugares. Primeiro no escritório do advogado, e depois, quando estivera na Agência Cullen. Era muito suspeito o fato de Bella pa­recer ser a única pessoa que desconhecia o último desejo de Aro. Encontrar a amiga do tio cara a cara fora, de certo modo, um choque, mas não estava disposto a ser enganado por um par de grandes olhos e ar de inocência.

 

     Permita-me—Edward se ofereceu, pegando a orquídea da mão dela.

Aquela aparência jovem e inocente atraíra um velho doente assim como atrairia um jovem ro­busto. Não havia dúvida de que Bella sabia aproveitar-se de todas as suas qualidades.

 

Como sua família e amigos se surpreenderiam se soubessem que Edward estava pronto a agir por im­pulso e envolver-se naquele encontro, às escuras: Edward Cullen, cujos atos eram sempre governados por uma lógica fria e clara. Justificava suas ações dizendo a si mesmo que descobriria muito mais sobre Bella se não fosse visto como uma ameaça.

Bella permaneceu imóvel enquanto Edward fi­xava a flor na lapela do blazer, um modelo que dis­pensava a blusa por baixo. Tinha um grande decote em V, e Bella perguntou-se o que aqueles olhos verdes conseguiriam ver com a vantagem da altura.

     Pronto.—Edward recuou um passo,mas ainda continuou ajeitando a orquídea, sem a menor pressa.

 

O sopro da respiração sobre o queixo dela tinha calor e fragrância. O leve toque do dedo indicador na pele suave do pescoço de Bella foi áspero, apesar de os longos dedos terem as unhas bem cuidadas, ela manteve a respiração suspensa até que a tarefa tivesse sido concluída.

 

A decisão de contratar um acompanhante para aquele dia parecera inocente, mas mudara de ideia ao ver Edward a sua frente. Sob o terno elegante havia um corpo que parecia possuir um poder letal. Ele parecia deslocado naquele lu­gar suburbano. Os traços fortes  eram bonitos,  mostravam energia, confiança e perspicácia.

Bella forçou-se a ser coerente.

No entanto, teria de se contentar com o acom­panhante que a agência lhe enviara. Toda aquela rigidez e a flagrante masculinidade seriam difíceis de suportar por um dia inteiro. Bella preferia rapazes com menor apelo físico.

Não que já houvesse tido algum, pensou com estoicismo, ignorando o aperto na garganta ao lembrar-se de sua solidão.

—   Imagino que você não tenha um carro, Edward. Usaremos o meu. —Bella pegou a bolsa: — Podemos ir. Vou lhe indicando o caminho.

—   Para onde iremos?

—   Ao casamento de minha prima, em Somerset. Será que aquela agência não lhe contou nada?!

Começava a ter dúvidas sobre a eficiência da­quele esquema. Ângela fora bastante convincente. Além disso, Bella procurara se informar, com inúmeras perguntas, sobre a confiabilidade de ter aquele tipo de companhia.

—   Acho melhor me informar todos detalhes, para o caso de haverem se esquecido de alguma coisa — Edward  sugeriu, seguindo-a escada abaixo.

—   Farei isso.

O velho Beetle estava no lugar onde o deixara, na noite anterior. Quando abriu a porta do veículo, Bella achou melhor tirar o chapéu, colocando-o com cuidado sobre o banco traseiro.

     Pode entrar, Edward.

Ele olhava, sem preocupar-se em disfarçar, para os cabelos dela. Eram fartos e espessos, brilhantes e sedosos. Seu único bem, Geórgia sempre dizia. Caíam como uma cachoeira até a altura dos ombros.

Bella achou engraçado quando o viu curvar a longa silhueta para acomodar-se no lugar do passageiro.

—  Não dá para afastar este banco? — Edward, enfim, conseguiu se instalar. — Não é à toa que você deixa a porta destrancada. Ninguém teria interesse em roubar este calhambeque.

—  Está emperrado. É melhor colocar o cinto de segurança. Não quero que seu pescoço quebrado fique pesando em minha consciência.

"Será que está acostumado" a andar em limusines dirigidas por motoristas particulares?"

     Terá mais do que isso em sua consciência se eu tiver de viajar muito tempo nesta coisa.Não seria preferível chamar um táxi?

Bella ria ao pôr o carro em movimento.

—  Até Somerset? Não tenho máquina de fazer dinheiro. Mas não se preocupe: poderei pagar seus honorários.

—  Que alívio! — Edward exclamou, com ar en­fastiado, e acrescentou, decidido: — Posso dirigir.

—  Nunca imaginei que se pudesse ser machista em seu ramo de trabalho. Não que haja algo er­rado no que faz.

Bella sabia que não era fácil arrumar um bom emprego. Talvez Callum tivesse responsabilidades familiares e estivesse desempregado. Olhando-o de relance, concluiu que não parecia alguém compro­metido com problemas domésticos. Estava preocu­pada em não parecer radical e preconceituosa.

—   Você procura pela agência com frequência, Bella?

—   Nunca havia usado seus serviços, mas minha amiga Ângela usou várias vezes. A maioria das mu­lheres anda muito ocupada para ter um relacio­namento, e algumas ocasiões sociais podem se tor­nar desconfortáveis sem uma companhia mascu­lina. — Arriscou um outro olhar para ele, espe­rando que argumentasse, pois sentia mais neces­sidade de convencer a si mesma do que a Edward.

Os olhos verdes estavam fixos no perfil dela, e Bella procurou manter a atenção na estrada, tentando não se deixar perturbar pela persistência daquele olhar.

      Tem razão, mas duvido que sua situação per­dure... Você é uma moça muito atraente.

Bella rangeu os dentes.

—   Tenho certeza de que tem uma lista pronta de cumprimentos falsos, Edward Mansen, mas quero deixar claro que preciso de um acompanhante atencioso e apresentável, nada mais do que isso.

—   Foi só uma observação.

Edward já vira outras moças atraentes, lindas, é claro. Também sentira atração instantâneas, mas nunca experimentara antes aquele desejo imediato e urgente de tocar, de possuir uma mu­lher de uma maneira tão selvagem.

 

Aquele instinto primário fora despertado depois de um breve encontro de olhares. Os músculos de seu abdome ainda estavam contraídos quando se obrigou a fazer o cérebro funcionar com raciona­lidade. Edward arqueou as sobrancelhas. Precisa­va controlar a reação de seus hormônios.

 

Bellameneou a cabeça, descontente e incré­dula. Precisaria deixar bem claro, desde o início, que não se tratava de uma mulher em situação patética a ponto de precisar contratar um homem para lisonjeá-la.

—    Qual é o nome de sua prima, Bella? Pre­ciso, ao menos, ter alguma informação para re­presentar meu papel da maneira certa. Afinal, tenho um nome a zelar.

—    Jéssica. Ela irá se casar com um advogado,Mike Nilton. Como você acabará sabendo, Mike me dispensou há dezoito meses. — Com o queixo er­guido, Bella arranhou o câmbio ao mudar de mar­cha. — Eis aí a razão para um companheiro aten­cioso. Você, Edward, é um truque para salvar minha pele — confessou, deixando-o a par do que acontecia.

 

Afinal, era um alívio contar com alguém com quem não precisasse ficar mantendo as aparências. Não importava o que Edward Mansen pensaria dela.

 

      Quer dizer que não suportariaos olhares piedosos e sussurros maldosos?—Em silêncio,Edward se congratulou por haver seguido a intui­ção no que dizia respeito àquela mulher.

 

Bella não se sentia obrigada a usar nenhum artifício com ele, pois não passava de um empre­gado contratado. Se Bella soubesse quem ele era, o quadro seria diferente, com certeza.

 

-Acertou. Suponho que já passou por situações similares.

—  Não como essa. Mas tenho muito jeito para enfrentar as situações embaraçosas — acrescentou, quando notou o ar alarmado no rosto de  Bella

—  Espero que sim.

—  Não podia ter pedido ajuda a algum de seus amigos?

—  Está querendo insinuar que, se eu tivesse algum amigo, não teria me valido do serviço da agência?

—  É uma hipótese interessante.

Bella fuzilou com o olhar e cerrou os maxilares.

      Fui criada em uma cidadezinha onde o ca­samento de uma prima significa horas de entre­tenimento. Não gostaria de expor alguém querido a tal tipo de curiosidade. Preciso de um homem que possa desaparecer sem deixar vestígios, que seja apresentável, mas...

      Fácil de ser esquecido? Bella menou a cabeça.

—   Com certeza, irá se destacar demais para o meu gosto,Edward.

—   Por quê? — perguntou com visível interesse.

 

O fato era que seria muito difícil para um ho­mem tão atraente passar despercebido, mas Bella não queria massagear-lhe o ego. Tinha certeza absoluta de que ele entendera o que quisera dizer. Sob circunstâncias normais, um homem como aquele não seria visto em companhia de uma moça comum como Bella.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E aí?Gostaram?

A regra é a seguinte

Reviwes = Mais capítulos!!!!!rsrsrs

Bjs