Poderia esperar tudo menos isto! O que queria ele que eu dissesse em resposta a sua interrogação, ele estava sempre na minha mente e ele sabia-o bem, tal como no resto da alcateia, fiz questão disso.
O silêncio foi-se prolongando, ate que finalmente me lembrei de uma pequena coisa que não fazia sentido.
-Sam tu tens a minha prima que e a tua impressão natural! O teu beta é o Jacob! Não existe a necessidade de me teres ao teu lado! Sam fica com a Emily e lidera o bando com o mesmo pulso forte que tens tido e fazes-me um favor? - Disse tudo sem ter notado que o fiz.
- Sim Leah, qualquer coisa! - Disse-me sincero.
- Sê feliz e dá a Emily o que me querias dar a mim! - Disse-lhe com saudade no olhar, e também com alguma tristeza ao lembrar do que ele me tinha prometido um ano antes da fatal visita da minha prima
Flashback on
- Sam, voltaste! - Disse sorrindo e atirando-me nos seus braços.
- Sim querida! Mas, diz-me, a que devo esta recepção! Mesa posta com velas vermelhas! - Perguntou-me desconfiado
- É um jantar romântico! E eu queria pedir-te uma coisa! - Disse corando, pensando no que iria pedir.
- Então vamos lá jantar! - Respondeu-me e deu-me um beijo doce nos lábios.
Sentamo-nos a mesa e começamos a jantar, sempre com as pernas entrelaçadas
- Então meu amor, diz-me o que me querias pedir! - Disse com um traço de ansiedade na voz.
- Sam, eu queria... queria-te pedir para... para termos um filho juntos! - Disse nervosa fechando os olhos.
Ouvi a cadeira a arrasta-se, passos na minha direcção e senti os seus braços quentes a erguer-me da cadeira e os seus lábios a darem-me um beijo em cada pálpebra, fazendo-me abri os olhos, ele estava diante de mim com o maior sorriso que se podia imaginar.
- Claro amor, esse é o meu maior desejo! - Disse-me com emoção na voz.
Flashback off
Ao mesmo tempo que me tinha esta recordação caiu-me mais uma lágrima. E logo fui inundada pela culpa de não lhe ter conseguido dar-lhe o que ele tanto queria. Um filho. Eu cheguei a ficar grávida uma vez, mas perdi o feto aos 2 meses. O médico disse-me friamente, na altura, que acontecia em 50% (não são dados verdadeiros) dos casos, eu não era mais um número. Só consegui sair do consultório porque ligaram para o Sam me vir buscar, pois não parava de chorar e chorei muito nos dias seguintes, sentia a falta de alguma parte de mim.
Durante muito tempo nem quis o Sam perto de mim, nem ouvir falar em sexo. Depois voltamos a tentar mas não consegui engravidar. Essa foi nas alturas mais complicadas da minha vida, ainda bem que Sam teve do meu lado.
Voltando ao presente, reparei que ele estava a olhar para mim, a tentar decifrar no que eu estava a pensar, para me por a chorar daquela maneira, ele pareceu ganhar coragem e perguntou!
- Lee, no que estavas a pensar? Estavas tão feliz, mesmo em pensamentos e agora tas assim! – Disse tratando-me pelo nome que usava na altura do nosso namoro apontado para mim.
Acalmei antes de responder, pois naquele estado não ia conseguir falar.
- Estava a pensar no jantar em que te pedi para me dares um filho! E depois, como é inevitável, naquela tarde no consultório do médico que me foste buscar! – Disse desatando, de novo, num pranto imparável.
Senti os braços de Sam a minha volta. Aquele pedaço da minha vida só ele é que sabia, nunca o passei na minha mente enquanto loba!
Soltei-me de Sam, já não conseguia mais suportar aquilo. Estava quase a ser pior deixar que ele realmente soubesse o que me atormentava do que os últimos dois meses de indecisão e conflito comigo mesma. Dói-a mais porque simplesmente ele era um dos causadores do sofrimento.
- Sam... Tenho de ir. Cumpre as tuas promessas e eu cumprirei as minhas. Até um dia Samuel.
E corri para dentro da floresta transformando-me rapidamente, e segui a correr até casa.
Cheguei a casa decidida a partir de imediato, mas não podia deixar a minha família e o Jake sem explicação.
Alcancei o meu caderno e comecei a escrever. Iria escrever uma para a minha querida mãe, outra para o chato mas sempre preocupado do meu irmão e para quem a uns tempos amava, Jake.