- Olá Lee. Entra minha querida. Passou-se alguma coisa? Para esta reunião repentina?

- Passa Emy, mas nada grave, que não se resolva! – Disse-lhe pensando para mim mesma o quanto seria grave para os outros.  

Entrei e segui para a sala de estar, onde estavam todos reunidos, a volta da mesa, a minha espera. Aparentavam todos, uma certa tensão e ansiedade nos rostos. Mal me viu, Jacob levantou-se, com uma ruga de tensão na testa e o seu coração bateu mais rápido do que normal. Perguntei-me se ele teria ouvido algo na minha mente.

Tentei olhá-lo nos olhos, para tentar entender o que se passava, mas estes estavam demasiado profundos e distantes com a preocupação, e simplesmente eu estava tão assustada que a firmeza que sempre assumi, por momentos desvaneceu e só queria gritar. Mas consegui conter-me e dirigi-me a cadeira ao lado do meu líder, que antes havia sido o meu namorado, Sam.
Todos me olhavam com as expressões fechadas e longínquas, com os pensamentos vagueando algures nas razoes prováveis para os ter chamado. Eu não conseguia falar, tinha um nó na garganta, algo que me sufocava e não me deixava dizer lhes o que os preocupava tanto.
O velho Quill apercebeu-se da minha cara, provavelmente, de sofrimento e cortou o gelo:

- Olá Leah! Bons olhos te vejam... bem podes dizer-nos o porque da tua convocatória urgente?

Nesse momento eu só queria desaparecer, mas tentei raciocinar e cheguei a uma conclusão: se era o que eu queria teria de lhes dizer, ou nunca sairia dali. Eu estava a um fio da ruptura emocional e física. Todos os dias deitava-me exausta de tanto chorar e martirizar. Eu tinha de acabar com aquilo, e só havia uma solução.
 
Tentei alcançar o meu melhor ar calmo e sereno, respirei fundo e consegui que as palavras saíssem da minha garganta, apesar da rouquidão e com os olhos todos postos em mim, iniciei.

- Eu pedi para nos reunimos, pois eu quero informar-vos de uma decisão minha! - Disse calmamente.
 
Todos assentiram com a cabeça incentivando-me a continuar.
Enquanto eles aguardavam que eu continuasse, Jacob procurava os meus olhos na tentativa de tentar compreender o que viria, mas sem resultados, Sam tentava não me olhar, mas sem sucesso, os únicos calmos eram o velho Quill e o Billy. Fechei a minha mão num punho, obrigando-me a falar.

 
- O motivo para que eu...humm. Chamei-vos porque...Humm - a voz falhava-me cada vez mais. Limpei a garganta e segui devagar, mas com uma ponta de determinação – Infelizmente, eu não estou bem, preciso de paz e não a encontro. Todos os dias os problemas assombram-me e eu não consigo parar isso, é incontrolável. Eu preciso de procurar essa paz, mas... não aqui.

A minha cabeça, que enquanto falei estava cabisbaixa, ergueu-se lentamente procurando as reacções. Não havia. Sam e Jacob estavam estáticos a observar-me, Jacob com cara de compreensão e dor, Sam com cara de preocupação e raiva. O velho Quill e o Billy observavam me com atenção, mas algo em seus rostos me fez acreditar que tinha compreendido o que eu queria dizer!

- Importaste de te explicar melhor - pediu Sam com um certo cinismo, ele sabia bem o que eu queria. Não lhe respondi, olhando-o directamente nos olhos. Ele olhou para mim com uma expressão obscura.