Endless Love escrita por STatic


Capítulo 45
Capítulo 45


Notas iniciais do capítulo

Ooolá mores! Ok, eu disse sexta, mas ontem estava até o pescoço de resumos e formulários e matérias pra estudar, então não consegui aparecer aqui. Maas como declarei esse tipo de coisas proibidas essa noite, aqui estou com capítulo novo!

Espero que gostem!



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Kate POV

Castle havia, após dias, finalmente se afastado de mim. Ele não ficava tão em cima quanto no começo – foram necessárias várias discussões para convence-lo de que não era necessário –, mas ainda assim achava ser inteiramente seu trabalho se certificar de que eu tinha cada pequena necessidade minha atendida.

Embora não estivesse em minha natureza ser tão cuidada o tempo inteiro, isso o fazia feliz, então eu lidaria com toda a situação e ficaria feliz por ele estar feliz. Era claro que Castle amava fazer tudo aquilo, sendo obvio também que ele precisava daquilo. Eu sabia muito bem que Meredith não era a pessoa mais compreensiva com os sentimentos dos outros, e estava inclinada a ser diferente.

Enquanto folheava o livro – se fosse honesta e admitisse, eu não estava realmente o lendo –, as pernas esticadas confortavelmente no sofá, eu podia notar o quanto sentia sua falta. Mesmo quando ele me enlouquecia, era bom. Uma boa loura, inofensiva. Eu sentia falta do som dos seus dedos trabalhando incessantemente no teclado, ou de seus comentários e olhares.

Mas Castle tinha uma carreira, e ambos sabíamos que se quisesse mesmo ver seu filho nascer, ele teria que de fato comparecer a alguns compromissos, como as reuniões que ele repugnava. Era engraçado observar ele sair de casa como se estivesse caminhando para a própria execução.

A casa estava um silencio, e, embora adorasse esse fato no passado, agora me deixava irritada. Algo dentro de mim me falava que eu deveria aproveitar, que eu não presenciaria silencio por um bom tempo dentro de alguns meses, mas esse pensamento só me deixava mais ansiosa. Eu não queria mais silencio.

— Talvez eu mude de ideia quando você estiver aqui. – disse, me direcionando ao meu bebê que estava quieto demais.

Depois da primeira vez, Castle havia se provado incapaz de manter as mãos longes da minha barriga, aproveitando cada pequena chance, e eu já nem sabia quantas vezes havia acordado com ele falando com minha barriga. Era extremamente doce, e me fazia amá-lo só mais um pouquinho.

— Sabe, um dia, quando for grande e eu puder chantageá-lo, você vai ter que me contar sobre todas as história que o papai te conta quando estou dormindo. – continuei falando. – É rude me deixar de fora dessa maneira.

No começo, eu havia ficado desconcertada ao conversar com minha barriga. Honestamente, parecia um pouco idiota, aquele monólogo. Mas assim que Rick começara, me incentivara a fazer o mesmo, e agora eu não conseguia me imaginar sem aquela ligação extra. O bebê gostava do som da minha voz, e Rick era capaz de animá-lo loucamente, assim como de acalmá-lo quando eu precisava descansar, ou me concentrar em outra coisa.

As vezes ainda me deixava sem jeito a maneira fácil que ele fazia tudo, mas eu estava tomando um jeito, lidando com cada coisa em seu tempo.

Fechei o livro, desistindo totalmente da tarefa, e me deitei, levantando a blusa e observando minha barriga exposta. Não estava grande o bastante para me impedir de fazer as coisas ou andar por aí, mas nem pequena o suficiente para que passasse despercebida. E eu absolutamente amava, exibindo por aí. Completamente ridícula, exatamente da maneira que eu jurei que jamais seria. Ainda assim, era maravilhoso, toda a experiência.

E Rick era maravilhoso, e eu sentia falta dele.

— Até você me abandonou hoje! – acusei, circulando a barriga com o indicador. – Deve estar aí, quentinho e confortável, e se esqueceu da mamãe aqui fora e entediada.

Sorri com o pensamento do bebezinho dentro de mim. Era estranho e absurdo, e era o sentimento mais puro que já sentira.

Deitei minha cabeça no sofá, fechando os olhos e após alguns minutos ouvi a porta ser aberta. Maravilhoso o timing daquele homem.

— Cheguei! – ouvi sua voz, minha cabeça levantando imediatamente, o resto do meu corpo seguindo o exemplo. Joguei minhas pernas para fora do sofá, me levantando e quase correndo em sua direção.

— Rick! – me joguei em seus braços e ele me abraçou, parecendo confuso, como se eu tivesse perdido a cabeça.

— Ei! – ele se afastou um pouco para me olhar, sorrindo. – Acho que alguém sentiu minha falta.

Me afastei completamente, dando de ombros e o guiando até o sofá. Ele se sentou e eu me sentei ao seu lado, descansando a cabeça em seu ombro quando os braços dele me circularam.

— Talvez. Como foi a reunião?

— Longa e dispensável, e com certeza não a última. Como foi seu dia?

— Longo e tedioso.

— Bom, eu cheguei para animar seu dia!

— Você é muito convencido!

— Realista. – concluiu, e retirou os braços ao redor de mim, beijando meu rosto quando comecei a reclamar, e se levantou. – Só um minuto, eu trouxe algo.

Quase correu até a cozinha, voltando com um pacote grande que eu sequer havia notado antes.

— O que é isso? – perguntei, realmente curiosa. Castle tinha mania de surpresas, e algumas delas eram realmente inusitadas.

Ele parou na minha frente, depositando o pacote na pequena mesa, me olhando animadamente, parecendo esperançoso. Com o que, eu não podia imaginar.

— Você sabe que tenho o colete mais legal da história, certo? – eu assenti, por algum motivo. Talvez só estivesse curiosa de ara onde ele ia com aquele discurso. – Errado!

— Quem responde a própria pergunta? – murmurei. Ele me ignorou.

— Eu mandei fazer outro colete muito mais legal e adorável que o meu, o que é impressionante. - Enfiou a mão na sacola e me olhou com expectativas. – Pronta?

— Você mandou fazer outro colete? – eu ainda estava confusa. – O que há de errado com o seu?

— Nada errado, e esse não é exatamente para mim. E é mais simbólico, apenas... Okay? – perguntou e eu ri da cara que ele fazia.

Castle tirou o pequeno objeto de dentro e eu ofeguei.

— Isso é... – parei, sem ter certeza do que dizer.

Castle agora segurava nas mãos uma miniatura dos nossos coletes, a palavra baby muito visível escrita ali. Ele me olhava com uma mistura de animação infantil e expectativa.

— Demais? Maravilhoso? Super legal e criativo digno de Richard Castle? - disparou.

— Perturbador! – eu disse, para seu completo desgosto. Eu ri da sua cara, caminhei até ele e peguei o pequeno colete nas mãos, o erguendo até a altura do mesmo rosto. – É uma coisinha fofa e perturbadora, e eu adorei!

— Jura? – ele perguntou, aliviado e novamente parecendo uma criança animada.

— Sim.

Vi quando seu alívio se transformou em choque, ao mesmo tempo que senti as lágrimas impossíveis tentando me vencer. Mas por que diabos eu estava chorando agora?

— O que foi? – me puxou para seu peito, e eu ri quando um soluço escapou meus lábios. – Kate?

— É tão fofo!

Castle se afastou, me olhando chocado novamente.

— Você está chorando por que é fofo?

Balancei a cabeça. Aparentemente, eu estava.

— É muito fofo e adorável, e você já imaginou nosso bebezinho aqui dentro? – perguntei através da voz embargada. Era uma cena ridícula, e ainda assim eu não conseguia parar de chorar.

— Claro, é lindo! Mas você está mesmo chorando por isso? É estranhamente bonitinho, mas...

— Estou, não me julgue. – escondi o rosto em seu peito, o sentindo rir embaixo de mim. – Droga, Castle!

Ele riu mais alto, tentando disfarçar com uma tosse.

— Me desculpe, mas falando sobre coisas perturbadoras...

Pisei em seu pé com a maior força que consegui reunir e me afastei, voltando a me sentar no sofá.

— Você é um idiota.

— Mas você me ama. – se sentou ao meu lado.

— Continua sendo um idiota.

— Mas um idiota que vai te levar para jantar! Que tal?

Olhei o relógio.

— Está meio cedo.

— Certo.

— Que tal um filme antes? – me levantei, deixando o novo presente no sofá e puxando sua mão.

Ele me seguiu até a porta, pegando nossos casacos.

— Desde que não seja algo muito fofo... – o ouvi murmurar enquanto buscava por minha bolsa.

Castle POV

A cama não parava de se mover. Eram duas da manhã, e a cama se movia irritantemente. Toda vez que eu conseguia fechar meus olhos e começava a beirar a ilha dos sonhos, a cama se movia. A cama não parava de se mover, o que significava que ela não parava de se mover.

Eu havia escutado alguns resmungos e suspiros exasperados, mas não me atrevi a perguntar o que estava errado. Eu valorizava minha vida o bastante. Entretanto, quando horas haviam se passado e nada melhorara, eu sabia que era hora de intervir.  Especialmente quando ouvi o som que me alertou para o fato de que ela estava chorando.

Me virei na cama até estar encarando-a. Kate olhava para a parede no lado oposto.

— Ei, o que houve? – perguntei e toquei seus cabelos que estavam espalhados pelo travesseiro. Ela se virou e confirmei minhas suspeitas ao ver o rilho das lágrimas no seu rosto. Estava tarde, mas eu conseguia ver o suficiente.

— Eu não consigo dormir. – murmurou.

— Você está chorando? – perguntei apesar de saber a resposta.

Ela não respondeu, ao invés disso virou o rosto e o secou no travesseiro.

— Pesadelo? – tentei adivinhar.

— Não. Eu preciso estar de pé em poucas horas, e não posso dormir e vou estar exausta... – disse bem baixinho e virou de lado, se aproximando mais e colando seu corpo ao meu. No segundo seguinte, eu pude entender o porque dela não poder dormir.

— Oh. – murmurei e levei uma mão de forma desajeitada até sua barriga. – O bebe está chutando.

— Como um jogador de futebol. – ela concordou. – Não incomoda tanto, mas eu não consigo me concentrar e pegar no sono!

Ah, aquilo eu podia me identificar. Quer dizer, não exatamente, mas ainda assim.

— Talvez eu possa acalmá-lo. – sugeri e a ajudei a deitar de costas novamente.

— Fique a vontade.

Eu estava mais animado agora, qualquer vestígio de sono desaparecido. Eu amava fazer aquilo, e que Kate estivesse completamente disposta a me deixar, era uma oportunidade que eu não deixaria passar. Então eu me sentei na cama na direção de sua cintura, e me abaixei um pouco.

— Então, bebê... – comecei, me dirigindo a barriga. Parei, então, pensando em outro assunto pendente. – Sabe, nós realmente devíamos escolher um nome.

Olhei para Kate e ela tinha um dos braços atrás da cabeça, o outro para sempre em sua barriga.

— Eu pensei, que, talvez nós pudéssemos deixar para quando o virmos. Quer dizer, para saber o nome que combina, o nome perfeito... Ou não? – perguntou insegura e eu me perguntei o que vira na minha expressão.

— Não, eu acho ótimo. Isso vai acompanhá-lo para sempre, nós não queremos que tenha um nome que não combine. – garanti. – Só é estranho chamá-lo de “bebê” o tempo todo.

Ela riu.

— Talvez você possa criar um apelido. – sugeriu e eu pude sentir meus olhos se iluminando.

Balancei a cabeça e voltei minha atenção para minha tarefa.

— Tudo bem, Cosmo...

— Não! – ela reclamou no segundo que saiu da minha boca e eu a olhei. – Castle! Nós já falamos sobre isso.

— Mas você...

— Sem essa. E sem nomes de frutas ou legumes, por que eu não ter você falando com minhas partes por aí usando nomes de comida.

Coloquei minha melhor expressão chocada.

— Eu não estava pensando nisso! – disse e continuei baixinho. – Eu vou pensar em outra coisa mais tarde.

— É melhor. – disse e bocejou. Estava claro que ela estava exausta.

Voltei minha atenção para o bebê.

— Então, pequeno bebe habitante da anti-Cosmo... – senti algo atingir minha cabeça, mas ignorei, levando ambas minhas mãos para os dois lados da barriga que quase podia ser classificada como enorme.  – Você realmente devia deixar a mamãe ali dormir. Sabe de uma coisa, ela está a meses sem cafeína, o que não ajuda muito a situação do restante do mundo, mas sem café e sem dormir? Isso pode ser a causa de uma terceira guerra, e ninguém quer isso, certo?

Senti um movimento leve sob a palma da  minha mão, sorrindo imediatamente. Ainda me deixava sem ar quando sentia aquilo.

— Nós somos bem durões, mas não acho que eu consiga bater isso. Quer dizer, nós já salvamos a cidade uma vez... Bom, algumas vezes, mas o mundo é um lugar grande. Você vai ver. Na verdade, e não conte à sua mãe, mas eu já planejei alguns lugares que vamos conhecer. Ou reconhecer, no meu caso.

Continuei falando por um tempo impossivelmente longo, sentindo os chutes diminuindo lentamente até que cessaram. Quando olhei para cima, de volta a Kate, ela dormia angelicalmente. O rosto estava completamente relaxado, os lábios curvados em um sorriso mesmo enquanto dormia profundamente.

Sorri e observei o movimento calmo e constante de seu peito conforme ela respirava, constatando, mais uma vez o quão sortudo eu era de tê-la ali, depois de tudo. Ela era linda, de tirar o folego, e no momento parecia radiante. Me abaixei e deixei um beijo fraco sob o tecido de sua blusa, e depois em seus lábios, voltando a me deitar ao seu lado.

Eu poderia pensar em um novo apelido pela manhã.


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Notas finais do capítulo

Até sexta!