Endless Love escrita por STatic


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Ei amores!! Vocês vão me achar -mais ainda- uma pessoa horrível se eu disser que me diverti horrores com as reações de vocês? Não que eu seja má, nem nada, mas é que é muito incrível ver que eu consegui reações assim, sério é lindíssimo hahahah Enfim, MUITO obrigada pelos comentários... Foi o capítulo que mais gente comentou, e muitas pessoas novas e me deixou muito feliz! E obrigada todo mundo que está acompanhando... Eu não consigo ver o nome de todo mundo, mas muito obrigada!
Então, pelos comentários bravíssimos ninguém estava esperando isso, né? jasksahha Mas vamos ver o que acontece agora, e se temos noticias do nosso -possível- baby!!
Boa leitura, espero que gostem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/588010/chapter/31

KATE POV

Eu tinha uma vaga consciência de que estava me movendo. Assim como também tinha uma vaga consciência das coisas e pessoas ao meu redor. Tudo parecia totalmente irreal, como se eu não estivesse vivendo aquilo, mas apenas observando por um vidro enquanto o mundo de outra pessoa desmoronava. Mas não era o que estava acontecendo. Estava sim acontecendo comigo, e era o meu mundo desmoronando bem em frente aos meus olhos, quase ao alcance das minhas mãos.

Mas minhas mãos não estavam se movendo, eu as podia sentir como um peso morto ao lado do meu corpo. Tudo passava por mim em um borrão, fazendo minha cabeça girar e meu estômago se contorcer, então tentei nomear as coisas que passavam por mim, ou o que acontecia ao meu redor. Corredor. Cadeiras azuis e desconfortáveis. Médicos apressados que nunca paravam. Castle sendo levado por uma porta –uma que eu não tinha autorização de cruzar. Lanie.

Lanie.

Agora eu tinha uma noção de que alguém falava comigo, uma voz que parecia distante, como se eu a estivesse imaginando. Como ela havia chegado até ali tão rápido? Ou já fazia muito tempo que eu estava ali? Eu não tinha a menor ideia.

Tentei me focar no que ela dizia, movendo meus olhos para seu rosto, mas ainda tinha um zumbido no fundo da minha mente que impedia minha concentração.

–Kate... Olha para mim. –a ouvi pedir e obedeci. Ela estava parada bem na minha frente, seu rosto era urgente e preocupado. –Você está ferida?

Abri a boca para responder, mas nenhum som saiu dela e então simplesmente balancei a cabeça. Não.

–Tudo bem... –ela olhou em volta. –Que tal você se levantar e vir comigo? Vamos tentar limpar um pouco dessa bagunça.

A encarei confusa, como uma completa idiota. Bagunça? E pela primeira vez eu olhei para minhas mãos e minhas roupas, completamente cobertas de uma substancia vermelha e pegajosa. Sangue. Sangue do Castle.

Eu ofeguei e me inclinei para frente, tentando fazer com que algum ar chegasse aos meus pulmões, sentindo como se o chão tivesse sumido debaixo dos meus pés. Minha cabeça girava ainda mais e agora que eu havia visto, eu também podia sentir o cheiro de sangue e meu estômago se revoltou ainda mais.

–Lanie...

–Tudo bem, apenas respire. – ela respirou fundo várias vezes, me incitando a imitá-la. Depois de alguns minutos, as paredes voltaram paras seus lugares e eu podia respirar novamente. –Muito bem! Agora vem, vamos tentar limpar você, parece que vai vomitar a qualquer momento agora. –ela disse preocupada e se levantou, me estendendo as mãos.

–Não! Eu tenho que ficar aqui! –me desesperei –Eles vão voltar e eu preciso estar aqui para ir vê-lo, Lanie. Por favor. –eu podia sentir que estava chorando novamente.

–Shh, tudo bem! Eu tenho certeza que eles ainda vão demorar um pouquinho, então vem comigo, tudo bem? Vai dar tudo certo. –ela disse segura, enquanto pegava meus braços e me levantava, sem me deixar qualquer escolha a não ser obedece-la.

Nós andamos pelo corredor bem iluminado durante um tempo, antes de eu sentir suas mãos me guiando em outra direção e depois me soltando em frente ao espelho. Eu estava uma bagunça, ela tinha completa razão. Não apenas minhas mãos estavam cobertas de sangue, mas minhas roupas, meu rosto e até meu cabelo também estavam. De quando me debrucei sobre ele ou quando suas mãos tocaram meu rosto. Ele estava tão frio...

Eu senti quando Lanie ligou a torneira e colocou minhas mãos embaixo dela, e depois quando algo úmido tocava meu rosto e meus cabelos, mas eu não tinha qualquer energia restante para tentar entender exatamente o que ela estava fazendo. Então apenas fiquei ali, parada e deixando que ela continuasse a fazer seja lá o que ela estivesse fazendo. Continuei parada, me encarando sem ver de verdade no espelho mesmo quando seu telefone tocou.

–Tudo bem, Javi. Ela está aqui, está bem... Eu não sei, ela não me disse muita coisa, mesmo agora. –eu a ouvi dizer e pude sentir seus olhos me encarando. –Nenhuma notícia ainda, eu te ligo.

Ela desligou o celular e voltou a atenção para mim, continuando a fazer o que estava fazendo antes. Ela estava calada, mas eu podia sentir que me olhava a cada poucos segundos, enquanto eu permanecia parada, tentando continuar com minha respiração sob controle. Pelo menos isso eu podia fazer agora.

O sangue que estava quase completamente seco em minha pele, agora combinado com a água tinha um cheiro muito mais forte, como ferrugem e sal e de repente foi demais para mim. Me soltei das mãos de Lanie e praticamente corri em direção a porta mais próxima, me debruçando sobre a privada e vomitando tudo que ainda restava em meu estomago. Droga.

Me sentei ali mesmo, jogando a cabeça pra trás e escorando na parede fria, sem energia para fazer mais do que isso, o mundo voltando a girar loucamente ao meu redor. Fechei meus olhos e logo depois pude sentir mãos pelo meu rosto, e a voz de Lanie me chamando.

–Kate? Droga, você está branca feito um fantasma! –ela murmurou, as mãos ainda em meu rosto, afastando os cabelos da minha pele.

Eu não respondi nada, sequer abri meus olhos. Era como se toda a minha energia tivesse sido sugada de mim de uma única vez.

–Abra os olhos, Kate. –ela pediu e depois de alguns segundos eu consegui obedecer, minhas forças retornando aos poucos.

–Foi só o cheiro do sangue. –comentei, levando uma das minhas mãos até minha barriga, a repousando ali.

–Como você está?

–Eu não posso fazer isso. Ele não pode morrer, Lanie. –sussurrei, sentindo mais lagrimas se formarem. Eu estava tão cansada de chorar!

–Vai ficar tudo bem, querida. –ela assegurou. – O menino escritor é forte, você sabe. E teimoso.

–Eu sei! Mas eu não quero... Eu não posso... –solucei, apertando levemente minha barriga.

Como eu deveria fazer isso? Como eu poderia fazer isso sem ele ao meu lado? Eu estava tão feliz e com tanta certeza que daria tudo certo, que ficaria tudo bem –havia mesmo sido apenas essa mesma manhã? Parecia como uma vida inteira atrás- e que estaríamos juntos para isso, que eu me sentia segura... Por que estaríamos juntos. E agora... Eu sequer tinha contado para ele.

–Eu não contei para ele. –solucei novamente, trazendo a mão que não estava em minha barriga até minha boca em uma tentativa fracassada de conter os soluços e o choro histérico, dobrando meus joelhos e os encostando no meu peito, tentando ficar o menor possível. Eu não podia fazer aquilo, não podia suportar nem mesmo a ideia de fazer aquilo sem Rick.

–Contou o que, Kate? –ela perguntou, ficando cada vez mais nervosa enquanto eu me desfazia em pedaços no chão do banheiro. Ela colocou as mãos nos meus joelhos, tentando de alguma maneira me confortar.

–Que nós vamos ter um bebê. –sussurrei, minha mão acariciando minha barriga instintivamente. Levantei meus olhos para Lanie, sua expressão de completo choque.

–Você... –ela começou.

–Grávida. –disse, um sorriso crescendo no meu rosto, mesmo através das lágrimas. Era a primeira vez que eu falava aquilo em voz alta. Tornava tudo tão mais real e eu não podia conter a onda de felicidade que varria meu corpo. Ainda assim, essa não era de forma alguma o jeito que eu queria contar pra alguém.

–Ai meu Deus, garota! –Lanie praticamente gritou. –Parabéns! O menino escritor vai pirar quando descobrir.

Ela estendeu a mão e me ajudou a levantar, logo depois me puxando para um abraço de tirar o folego.

–Você acha? –sorri, sem querer me deixando ser confortada por sua empolgação. – Eu só descobri ontem à noite, mas não contei nada pra ele, Martha chegou e eu queria fazer uma surpresa e ia contar hoje, quando chegássemos em casa, mas...

–Você vai ter a oportunidade de contar, não se preocupe. –eu tentei tirar algum conforto da certeza que ela transmitia, mas a imagem dele no chão e todo aquele sangue ainda era fresca em minha mente.

Ela me encaminhou novamente para a porta, me guiando até as cadeiras azuis no fim do corredor mais uma vez, murmurando algo sobre não ter muito o que fazer pelas minhas roupas e que alguém poderia trazer algumas para mim. Bom, eu não sairia dali, de qualquer maneira.

–Como eu pude ser tão idiota? Com toda essa droga de experiência, eu já devia ter aprendido a não esperar para fazer as coisas. –suspirei resignada. – Por que a qualquer momento seu carro pode estar voando pelos ares, ou um idiota com uma arma pode aparecer, ou...

–Ei! Não foi culpa sua, você não tinha como prever. –ela me parou. –Você vai contar isso ao seu escritor, só tenha paciência, ele vai sair dessa e voltar a irritar todo mundo por aí rapidinho.

Eu não disse nada. Eu não sentia como se aquilo fosse verdade. As imagens estavam muito vívidas e eu ainda podia sentir cheiro de sangue.

–Como foi que chegou até aqui tão rápido? –perguntei.

–Javi me ligou, disse o que aconteceu e para eu vir ficar com você, que daqui a pouco viriam também. –ela respondeu, ainda me guiando lentamente pelo corredor. –E ele ligou para Martha e Alexis também, e eu posso apostar que elas ligaram para o seu pai. –completou apontando para as cadeiras. A medida que nos aproximávamos, eu pude reconhecer as figuras sentadas ali. Martha, Alexis e meu pai, todos com expressões preocupadas.

Talvez tenha sido minha recém-descoberta ou a culpa que finalmente havia resolvido se manifestar de maneira absoluta, mas assim que meus olhos encontraram os de Martha, meu coração parou de bater por um segundo e minhas pernas falharam, as lágrimas voltando aos meus olhos imediatamente.

Ela se levantou quando viu que estávamos nos aproximando, dando um passo em minha direção e eu me joguei sem pensar em seus braços, meu corpo tremendo com a intensidade dos soluços, minhas mãos se agarrando fortemente em suas costas.

–Me desculpe. –balbuciei, as palavras saindo de maneira quase incompreensíveis. – Me desculpe, a culpa foi toda minha! Ele atirou e eu não fui rápida e o Castle estava no chão... Tinha sangue e a culpa foi toda minha! Eu...

Eu falava rápido e chorava de maneira descontrolada, e eu podia notar que estava apavorando as pessoas ao meu redor. Senti meu corpo sendo separado do de Martha e alguém me ajudando a me sentar na cadeira, antes da voz de Lanie estar falando freneticamente bem perto do meu ouvido, para que somente eu pudesse ouvir, uma preocupação tão grande que me assustou por um momento.

–Você lembra do que acabou de me contar? Você precisa se acalmar, Kate! Isso não faz bem pra você, e com certeza não faz bem para o seu bebê. –ela se afastou para olhar nos meus olhos e eu pude ver que ela falava completamente sério. –Você precisa se acalmar, tudo bem?

No fundo eu sabia que ela tinha razão. Eu precisava me acalmar. Precisava respirar fundo e pensar que tudo ficaria bem. Castle precisava de mim, e eu não podia desapontá-lo. Mas mesmo com todo o meu esforço para respirar, o ar ainda não chegava de maneira regular aos meus pulmões e me fazia ofegar fora de controle.

A culpa e o medo que eu sentia dominavam completamente meus pensamentos e demorou um longo tempo até que eu conseguisse me concentrar inteiramente em Lanie e controlasse minha respiração. A sensação do ar fluindo novamente pelos meus pulmões e o pensamento de que eu podia estar colocando a vida do meu –nosso- bebê que sequer havia nascido –que o pai sequer sabia da existência, graças a mim- em qualquer perigo, acabaram por me acalmar, as lágrimas diminuindo para um ritmo mais brando e os soluços cessando totalmente.

Era um alivio, até eu saber de qualquer outra coisa. Eu poderia lidar com a culpa, o medo e o desespero mais tarde, depois que eu me certificasse que Castle estava bem. E ele estaria. Tinha que estar, por que eu não podia suportar a ideia de um mundo –especialmente o meu mundo- sem Richard Castle nele.

Depois que finalmente me acalmei, levantei minha cabeça para olhar pra Lanie, que estava abaixada bem a minha frente e segurava uma das minhas mãos nas suas – o que eu só havia notado de fato agora. Movi os lábios no que eu pretendia ser um “obrigada” e tentei sorrir, eventualmente saindo mais como uma careta.

–Vai ficar tudo bem. –ela garantiu, se levantando e se sentando na cadeira ao meu lado. Olhei em volta e vi que Martha sentava do meu outro lado, e assim Alexis e depois meu pai. Todos me olhavam preocupados, mas agora começavam a relaxar um pouco.

Eu apenas assenti, lutando para continuar sobre controle e acreditar em suas palavras.

Antes que alguém pudesse falar uma palavra, a porta que eu havia sido impedida de cruzar se abriu e um médico com uma expressão que fez meu coração acelerar novamente veio em nossa direção.

–Família de Richard Castle? -ele perguntou e eu me levantei imediatamente, em minha mente apenas as preces para que tudo estivesse bem.

Por que tinha que estar, Richard Castle precisava ficar bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E eu fiz um corte assim de novo... mas temos um bebê!! No próximo temos noticias do Castle, e eu tive algumas sugestões, inclusive uma do meu irmão que disse -com toda a inocência, sem sequer conhecer a historia de EL- "por que você não deixa ele em coma e depois sem memoria?" tipo, O QUE? Fiquei bem assombrada com esse menino hahahhaha
Enfim, me contem o que acharam!! Eu amei mais que tudo todo mundo nos comentários no ultimo capitulo, espero que continuem! Beejo!