Endless Love escrita por STatic


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Heey amores!
Eu estou mais ou menos correndo aqui, então não vou enrolar hahahah Só vou dizer muuuito obrigada pelos comentários incríveis de voces! Muito obrigada! E todo mundo que está lendo e acompanhando, eu não consigo ver os nomes de todos, mas cada dia chega gente nova e isso me deixa mega feliz!
Vamos ao capítulo de hoje então... Boa leitura, espero que gostem!



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Castle POV

Por muito tempo eu achei que jamais viveria isso novamente. Tê-la assim em meus braços, adormecida, era uma sensação que eu conhecia bem, mas que já havia quase me esquecido.

Quando ela bateu em minha porta no meio da noite daquela maneira, não pude deixar de ter uma espécie de déjà vu. Mas esse logo desapareceu quando abri a porta e vi o estado em que estava. Seu rosto estava vermelho e completamente molhado pelas lágrimas que escorriam descontroladamente, seus braços estavam cruzados sobre o peito e ela mal parecia respirar.

Eu não podia sequer imaginar o que podia ter acontecido para deixá-la naquele estado, mas ainda assim me apavorei até o último fio de cabelo. A puxei pra meus braços no exato momento em que percebi que ela não podia me dizer o que havia acontecido. Coloquei-a sentada na beirada da cama e me sentei ao seu lado, logo a puxando pra perto novamente. Não perguntei nada, apenas a abracei e deixei que chorasse.

Eu estava preocupado e quase entrando em desespero, quando notei que ela já respirava com mais facilidade, o corpo tremendo um pouco menos e os soluços menos frequentes. Perguntei se estava melhor e ela disse que sim. Quando tentei saber o que havia acontecido, vi que ela ficou um pouco fechada, como se estivesse envergonhada, de repente. Mas ela respondeu, dizendo que foi um pesadelo.

Eu era capaz de imaginar, levando em conta o dia que tivemos, que ela poderia sonhar com alguma coisa assim. Mas ainda assim não estava preparado para aquilo. A dor e o medo em sua voz enquanto ela contava sem muitos detalhes o que havia sonhado eram notáveis e já bastavam para me apavorar também, mas a menção ao beco fez meu coração quase parar de bater.

Muitas vezes eu já havia imaginado o quanto aquela imagem assombrou Kate durante sua vida, e eu desejava, agora que ela podia se ver livre dela, que ela estivesse, de fato, livre. Mas a vida é traiçoeira e coisas assim são inevitáveis, ao que parece. Apenas a abracei novamente, expressando o quanto lamentava por tudo aquilo.

Ela não queria dormir. Bom, pelo menos não sozinha, e eu entendia esse medo. Então, sem pensar uma segunda vez, simplesmente afastei as cobertas e a deitei ao meu lado. Não posso negar minha surpresa quando ela se deitou, sem ao menos hesitar.

Ela se deitou e escondeu o rosto em meu ombro, e eu afaguei seus cabelos, aproveitando a sensação de tê-la assim novamente. Exausta, Kate dormiu quase imediatamente e eu ainda fiquei a observando por horas, provavelmente.

Kate dormiu tranquilamente durante todo o restante da noite, sem acordar novamente pelo que pude notar.

O som constante de sua respiração me embalou em um sono também tranquilo, e eu dormi perfeitamente bem, como há semanas não ocorria.

Quando acordei ela ainda dormia, agora um pouco mais distante. Observei seu rosto sereno e o movimento de seu peito descendo e subindo, em um ritmo lento. Não queria acordá-la, então beijei levemente seus lábios e me levantei.

Eu tinha uma reunião logo agora cedo e amaldiçoei Gina mentalmente, porque tudo o que eu mais queria na vida agora era voltar para a cama e não sair nunca mais.

–-

Kate POV

Eu me sentia absolutamente bem. Era como se tivesse sido a melhor noite de toda a minha vida. Quando abri meus olhos, entendi por que. Eu não estava no meu quarto, mas estava sozinha. Confusa, tentei me lembrar de onde estava e os acontecimentos da noite passada voltaram a minha cabeça. Todo o choro, os soluços, o pesadelo...

Balancei a cabeça, tentando me livrar desses pensamentos e me levantei. O quarto tinha o cheiro de Rick.

Quando desci as escadas ele já estava lá, arrumado e pronto pra sair, mas ainda assim fazendo o habitual café.

–Ei, linda. –Disse quando me viu.

–Bom dia. –Respondi enquanto me aproximava.

–Bom dia! Meio cedo, não?

–Sim. Mas eu aposto que daqui a pouco Lanie aparece pra me arrastar daqui. –Digo e me sento na bancada, o olhando.

–Pode apostar. –Ele riu. Colocou as xícaras de café entre nós e me olhou. –Dormiu bem? Algum pesadelo? –Supus que ele já sabia a resposta, mas parecia mesmo preocupado e curioso.

–Sim, nenhum pesadelo. Dormi perfeitamente. –Respondi sorrindo, tentando impedir que as imagens voltassem a minha cabeça. Tomei o café. Estava maravilhoso, como sempre.

Comemos em silêncio por algum tempo até que ele suspirou.

–O que? –perguntei.

–Eu não quero ir!

–Ah eu também não iria querer se fosse eu.

–Por quê? –perguntou com uma cara um pouco confusa.

–Não da pra ficar muito animada com a perspectiva de tomar uns belos puxões de orelha.

–Não mesmo. E eu fiquei bastante experiente nisso convivendo com você.

–Mesmo? –Pergunto e me levanto. Passo por trás dele e coloco minha xícara na pia.

–Ah sim! Você é perita em puxões de orelha. Aliás, é perita em qualquer tipo de agressão contra minha frágil pessoa. –Faz uma cara sofrida.

–Sério? – Digo enquanto passo por ele novamente. Dessa vez paro exatamente do seu lado e pego uma de suas orelhas com a ponta dos dedos. Ele imediatamente tenciona o corpo e reclama. –Isso é por ter me chamado de dona da razão controladora ontem no parque. – Soltei sua orelha e desci a mão para o seu ombro, me apoiando ali para me curvar um pouco, encostando meus lábios nos dele. –E isso é por tudo o que veio depois.

–Tudo? –Ele pergunta e se vira na cadeira, ficando de frente pra mim. Coloca a mão em minha cintura e me puxa pra perto.

–É, tudo. Você sabe... –Respondo e enlaço meus braços em seu pescoço. -Por ter amparado uma doida chorando na sua porta de madrugada. E por ter deixado que ela dormisse com você.

Ele pareceu engasgar por um segundo, antes de dizer: - Nunca se sabe... Às vezes coisas maravilhosas começam exatamente assim. –Ele tinha um sorriso e um brilho diferente no olhar que me deixou confusa, mas eu apenas ignorei.

–Tudo bem... –disse- Eu vou subir e me arrumar. Você não vai fugir da reunião né?

–Se você me der um motivo... –Ele parecia implorar.

–Não. Vá receber seu merecido segundo puxão de orelha. –Digo rindo e me virando, subindo as escadas. Ainda pude ouvi-lo suspirar pesadamente.

Eu estava bastante animada sobre passar o dia com Lanie. Ainda mais por que, se ela não aparecesse eu teria que passar o dia inteiro sozinha e completamente sem nada pra fazer.

Vou para o banho pensando sobre o que poderia significar aquele brilho nos olhos de Castle quando falei sobre malucas aos prantos em sua porta. Talvez tivesse algum significado que eu no momento desconhecia, pra variar. Ou talvez não fosse nada.

Quando desço novamente Lanie já está ali, conversando em voz baixa com Castle e parecendo completamente confortável.

–Ei garota, bom dia! –Diz quando me aproximo.

–Bom dia. E ai? Quais os planos pra hoje?

–O que eu disse ontem. Shopping. Comida. Colocar os assuntos em dia.

–Oh! –Castle exclamou de repente, como se estivesse com dor. –Eu adoraria fazer parte desse passeio! Principalmente essa última parte das fofocas... Mas preciso ir. Acho que Gina não precisa de mais um motivo pra me perturbar.

–Não mesmo. –Concordo.

–Vá logo menino escritor... Hoje Kate é minha! –Lanie diz com um sorriso conspirador.

–Tudo bem. –Ele se aproxima e me beija de leve, e se despede também de Lanie. –Cuida dela. Não vá fazer loucuras! –Diz pra ela.

–Tchau Castle! –Lanie diz revirando os olhos com impaciência. Assim que ele fecha a porta ela se vira pra mim, uma expressão descrente. –O que foi aquilo?

–O que? –desconverso - Ele só disse pra ir devagar, não fazer loucuras. Só está preocupado.

–Eu percebi e Katherine Beckett você sabe muito bem o que eu estou falando! Esses beijinhos, naturais assim? Desde quando?

–A última vez que chequei ele era meu marido, não? –Perguntei tentando me esquivar, terminando de tirar a mesa do café que ainda estava ali.

–Engraçadinha, muito mesmo. Ah mas eu quero saber de tudo. É o que eu digo, se trabalha demais e perde as novidades. –Diz pegando nossas bolsas e me puxando em direção a porta. –Mas você vai me contar tudo.

Eu a deixo me arrastar porta afora e vamos em direção ao shopping. Ela me enche de perguntas durante todo o caminho, sem nem ao menos parecer precisar de fôlego. Ela me pergunta sobre o que anda acontecendo e se me lembrei de qualquer outra coisa e intercala suas perguntas com suas próprias histórias. Eu lhe contei sobre algumas pequenas coisas que eu havia me lembrado.

Nos últimos dias eu tinha tido alguns momentos. Eu me lembrava de algumas coisas pequenas, apenas frações de acontecimentos que raramente se encaixavam, só me deixavam confusa. Mas era bom no final das contas. Mesmo sendo apenas alguns detalhes, já era alguma coisa. O médico havia dito que minha amnésia era passageira, que logo minhas memórias voltariam, nem que fosse aos poucos, de modo que essas pequenas coisas que me vinham à mente às vezes me deixavam cheia de esperança.

Geralmente essas memórias vinham de vários momentos da minha vida. Não muitos de minha infância e apenas alguns poucos da minha adolescência. A maioria parecia bem recente, a maior parte delas na delegacia ou em lugares que eu não reconhecia, com pessoas que eu também não reconhecia. Uma boa porcentagem delas Castle estava presente.

–Eles me contaram sobre minha mãe. –Digo e ela larga um vestido que estava olhando e se vira pra mim. Nós tínhamos chegado há apenas alguns minutos e mesmo assim Lanie já tinha uma pilha de roupa por perto.

–Mesmo? E como foi? –Pergunta com uma voz preocupada.

Sorrio um pouco para traquilizá-la e conto tudo o que houve, inclusive do pesadelo na noite passada.

–Vocês dormiram juntos? –Ela quase grita.

–Shh! –Digo olhando em volta. –Sim, nós dormimos Lanie, dormimos!

–Espera... Dormiram, dormiram? –Pergunta com uma cara sem graça. Eu concordo com a cabeça. –Sabe de uma coisa? Vocês já foram mais ativos, já foi capaz de me dar mais detalhes Kate!

–Oh desculpe não suprir sua curiosidade mórbida! Mas não aconteceu nada.

Ela resmunga algo sobre “não ter bastado quatro anos” e se volta novamente para os vestidos, atirando alguns pra mim de vez em quando.

Permanecemos caladas durante um tempo e eu hesito antes de perguntar: - Lanie, quem é Josh?

Ela para imediatamente e foca toda sua atenção em mim.

–Por quê? –pergunta.

–Só quero saber quem é...

–Sei... O que houve?

–Foi só uma dessas visões ou sei lá como chamar essas coisas... Esse Josh estava lá. Nós parecíamos bem íntimos.

–Josh... –Ela diz com uma careta. –Foi um namorado seu. Eu tenho bastante certeza de que Castle o odiava! –Ela deu uma risadinha.

–Por quê? –pergunto. A simples ideia de Castle não gostar de alguém me parecia estranha.

–O que você acha? Ciúmes garota! O menino escritor já era caidinho por você na época em que você namorava Josh. Aliás, você também era caidinha por ele, só pra deixar claro. E por Josh ter se atracado com ele no hospital quando você foi baleada. Josh ficou furioso e culpou Castle por tudo o que havia acontecido... Bom, já são motivos suficientes. –Completa e continua a olhar as roupas.

–Acho que sim.

–O que você viu com o Josh? –E lá estava de novo. A careta ao pronunciar o nome dele.

Fiquei constrangida imediatamente. –Nós... Hm... Estávamos...

–Transando?- Ela quase grita novamente.

–Nos beijando! Deus, tire sua mente da sarjeta!

–Ah. E então? –Eu a olho sem entender. –Como foi? O tal beijo que você lembrou.

–Hm... Foi, sei lá... Não era ruim, mas era diferente... Estranho. Faltava algo.

–Ah eu sei exatamente o que faltava. –Diz com uma risadinha e eu me limito a responder com uma careta.

O resto do dia passa rapidamente. Nós entramos e saímos de dezenas de lojas, e estava sendo divertidíssimo. Lanie era uma das pessoas mais empolgadas que eu já havia conhecido e eu estava certa quanto a precisar de energia para acompanhá-la. Ela comentava sobre o que acontecia a nossa volta, contava histórias hilárias e absurdas e parecia não se cansar nunca.

Agradeci mentalmente quando nos sentamos para comer. Eu estava exausta e fiquei agradecida também quando ela disse que talvez estivesse na hora de ir pra casa.

–Foi um dia bem produtivo. –Comentou no carro.

–É, você provavelmente comprou metade do shopping! –Digo apontando para as sacolas empilhadas no banco de trás.

–Não exagere Kate. Mas eu estava falando de você. –ri-Foi bem produtivo... Pra saber o que está havendo com você e o seu maridinho.

–Oh! Você tem uma mente e tanto Dra. Parish!

Ela ri. –Eu sei. Devíamos fazer isso mais vezes.

–Eu também acho. –Olho pela janela e vejo que estamos paradas em frente ao prédio. –Não quer subir?

–Hoje não. Tenho um longo serviço quando chegar em casa. –Olha de relance para as sacolas.

–Sei... –Digo com uma risada. –Tudo bem, até mais. –A abraço.

–Até, esquecidinha.

Saio do carro revirando os olhos. Não tive muita dificuldade em levar as minhas duas sacolas para dentro. O loft estava completamente silencioso então eu sabia que Castle não havia voltado da reunião ainda.

Subi e deixei as sacolas sobre a cama, indo tomar um banho. Quando terminei, fui guardar as poucas coisas que tinha comprado. Eu ainda não tinha parado para revirar o quarto e nem as minhas coisas, e de repente me pareceu uma ótima hora pra fazer isso.

Olhei no meio das minhas roupas e sapatos - constatando novamente meu ótimo gosto-, revirei cada centímetro alcançável dali, e parecia não haver muita coisa que eu ainda não tivesse visto. Foi em uma das gavetas que eu o vi. Repousando cuidadosamente em um cantinho, fora de vista em um primeiro momento, tinha um bonequinho. Ele parecia envelhecido e feito de pequenos gravetos, e eu me perguntava o motivo de tê-lo guardado. Então, com um clarão repentino, eu me lembrei.

Meu pai e eu caminhávamos em uma fuga lenta pela praia, em silêncio e parecendo cada um perdido em seus próprios pensamentos e dor. Era visível que algo terrível estava acontecendo e no fundo eu conseguia saber o que era. Meu pai se abaixava de tempos em tempos e parecia ocupado com suas mãos, me deixando curiosa. Lágrimas vieram imediatamente aos meus olhos quando ele me ofereceu o que tinha em mãos, e eu reconheci o bonequinho que agora aninhava carinhosamente.

E com outro clarão a lembrança seguinte surgiu. Depois de um dia completo me negando a falar, eu finalmente explicava a Castle o significado do boneco. Ele pareceu fascinado e feliz que eu tivesse contado, e eu me sentia aliviada.

Olhei com algumas lágrimas nos olhos para o montinho organizado de gravetos em minhas mãos, para depois devolvê-lo ao fundo da gaveta.

Um lembrete de que mesmo nos piores dias, existe a possibilidade de alegria. De fato. Mesmo agora, com essa enorme confusão em que me encontrava, eu estava feliz.


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Notas finais do capítulo

Josh... Não resisti sorry! hahahahha
Então, o que acharam??
Minha internet linda, como sempre está sendo fresca hehehe então novamente estou abusando dos pcs da faculdade shhhh huauhau
O próximo capítulo já está quase pronto, e algo me diz que vocês vão gostar dele rs
Enfim, é isso, me contem o que voces acharam!!
Beeeijos amorinhos



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