Endless Love escrita por STatic


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olaá! Gente eu fiquei louca de felicidade com os comentários no ultimo capítulo, e AMEI demais todas as sugestões! Eu tentei usar todas elas, então espero de verdade que gostem... Obrigada deee novo todo mundo que ta lendo, acompanhando e comentando! E muuito obrigada a CaskettAlways que favoritou.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/588010/chapter/10

KATE POV

O mundo é lindo. Eu não sei se as pessoas têm essa percepção normalmente, mas ele é. Depois de o que parecia uma vida inteira dentro de um quarto de hospital, poder ver a rua era maravilhoso.

Sentir o vento nos cabelos, o sol no rosto, ver as pessoas andando apressadas, crianças correndo e sorrindo, um casal ou outro andando de mãos dadas, cheios de planos pra o futuro... Aquilo tudo parecia incrível. No fundo eu sabia como era, mas agora parecia que estava vendo tudo pela primeira vez. Como uma criança descobrindo o mundo. Tudo novo, tudo lindo e cheio de vida.

Eu devo ter percebido milhões de coisas apenas no caminho até o carro, e mais outro bilhão no caminho pra casa. Eu sorria enquanto o vento batia em meus cabelos, e observava a rua e o sol, que estava quase se pondo. Era uma sensação maravilhosa.

Podia sentir os olhares ocasionais que Castle me lançava, mas não olhei pra ele muitas vezes. Estava hipnotizada com o mundo. Eu ri.

–É tão estranho! Quer dizer, eu no fundo sei um pouco de como as coisas são, mas é tão diferente. –olho pra ele- Minhas memórias se resumem em coisas mais físicas... Me lembro como é o vento, mas não de como é bom senti-lo em meu rosto. –sorrio mais, e posso ver que ele sorri também. Parece um tanto fascinado.

Me viro pra olhar novamente pela janela no exato momento em que passamos por um parque. Eu vejo pais observando seus filhos brincarem, outros tentando convencê-los de que era hora de ir pra casa... Era tudo lindo. Enquanto olho, duas das crianças pulam pra fora dos balanços e saem correndo, deixando-os balançando ali sozinhos.

Fico encarando os balanços e por algum motivo, sinto minha visão ficar embaçada com as lágrimas que não caem e minha garganta se fecha um pouco. Só percebo que estamos nos movendo tão devagar a ponto de quase pararmos, quando escuto buzinas impacientes atrás de nós.

–Castle! –me viro pra ele e percebo que me encara profundamente, com uma mistura de medo e expectativa nos olhos. Ele pisca rapidamente e parece perceber que está fazendo algo errado, porque se vira e acelera um pouco mais o carro. Antes dele se virar, porém, pude ver um rastro de decepção em seu rosto, o que me deixa confusa.

–O que foi?- pergunto.

–O que? –ele responde com outra pergunta. Continuo o encarando. –Nada, só estava observando o parque... Você sabe, tentando ver o que você vê.

–Como assim? Pensei que visse o mesmo que você. –Eu rio um pouco. Eu sabia que não era bem isso o que ele estava fazendo antes, mas não iria forçar nada.

–Bem, sim, mas, eu vejo isso sempre, então é algo normal. Você está vendo tudo pela primeira vez desde que se lembra... Deve ser mais empolgante. –ele sorri.

–É lindo. –concordo sorrindo, e me viro pra rua novamente.

Depois de apenas mais alguns minutos, o carro para em frente a um prédio que parece chique.

–Chegamos! –ele me olha com certa cautela, mas parecendo impossível tirar o sorriso do rosto.

Tento sorrir, meu coração agora bate forte em meu peito. Entramos na garagem e ele abre a porta do carro pra mim.

–Vamos?

Eu assinto e ele me ajuda a descer do carro. Quando estamos dentro do elevador, ele fala novamente: - Eu não sei se vai ser demais, então devo te avisar. Algumas pessoas ficaram muito empolgadas quando souberam que você viria pra casa.

–Mesmo? –pergunto ainda nervosa.

–Sim... Eles quiseram estar aqui pra te dar as boas vindas. –ele sorri e a porta do elevador se abre.

–Isso é legal. –digo. Ainda parecia um pouco difícil formar frases mais complexas.

Saímos do elevador e entramos em um corredor bonito e bem iluminado. Ele para na frente de uma porta e se vira pra mim.

–Não precisa ficar nervosa. Vai ficar tudo bem. Mesmo. –ele diz com convicção, e eu acredito nele.

Sorrio. –Tudo bem, vamos lá.

Ele aperta minha mão e abre a porta.

A palavra que descreveria a atmosfera naquela sala é agitação. Assim que ele abre a porta, me deparo com um ambiente luxuoso, de muito bom gosto, mas que se parecia com um lar. Especialmente pelos balões coloridos e faixas de boas-vindas penduradas, e pelas pessoas que imediatamente vieram ao nosso encontro, sorridentes.

Fui passada de um abraço ao outro com uma velocidade impressionante. Era como se todos estivessem reivindicando uma parte de mim. Era até meio cômico, e eu adorei. A última pessoa a me pegar pra um abraço apertado foi meu pai, que parecia emocionado.

–Oi Katie- ele sorri pra mim, e eu não posso evitar retribuir.

–Oi pai- digo e o abraço novamente. Era como se nós dois precisássemos disso.

Somos interrompidos por Martha que pergunta com a voz elevada, como eu já quase tinha me acostumado: - Estão com fome?

–Morrendo. –Castle responde.

–Claro. –Concordo.

–Que bom, porque eu preparei um jantar especial pra vocês. –Martha diz, e Castle faz uma careta.

–Jura? –Pela expressão em seu rosto ele não parecia muito ansioso por isso.

–Bom, ela colocou a mesa. –Alexis diz com uma risada. –Vovó não é uma cozinheira muito boa- me explica e, pra minha surpresa, me pega pela mão e me leva até a mesa. Os outros vêm logo atrás de nós.

Todos nos sentamos e comemos em meio a conversas animadas e risadas. Estou sentada entre meu pai e Castle, e posso ver que estão satisfeitos e que às vezes trocam olhares sorridentes. Quando terminamos Castle se dirige a Martha, com uma cara divertida.

–Parabéns mãe, estava tudo ótimo. Espero que não tenha te dado muito trabalho.

–Bom, o que posso fazer... Conheço mesmo os bons restaurantes.

Todos riem e se levantam, indo pra a sala. Ficamos conversando por mais um longo tempo, todos juntos, até que se divide em várias conversas distintas. Era um grupo animado. Até mesmo a capitã estava lá. Eu imaginava que chefes geralmente mantinham certa distância, mas pelo que podia ver, Victoria Gates fazia parte daquela família também.

Eu ainda me lembrava de suas palavras da vez em que ela foi até o hospital. Ela me chamou de “detetive Beckett” e me lembro como me senti estranha ao ouvir isso; assim como fascinada. E ainda melhor, ela confirmou o “você é a melhor no que faz’’ que Castle havia dito. Foi algo maravilhoso de se ouvir, saber que era realmente boa em algo, mesmo que não me lembrasse. Talvez eu continuasse a ser. Mas isso provavelmente levaria um tempo.

Em um momento em que ninguém parecia prestar atenção em mim, me levantei e fui andando pela casa. Era linda. E por mais que ainda tivesse medo- bastante medo-, eu me sentia confortável ali.

Quando me levantei, havia pensado que ninguém estava me observando. Eu obviamente estava errada, porque apenas alguns segundos depois posso ver Lanie vindo em minha direção.

–É maravilhosa, não é? –pergunta.

–É sim- respondo- é uma casa linda. E parece mesmo como um lar.

Ela sorri me encarando. –E é. Vocês transformaram nisso. Era um lar apenas com Castle, Alexis e Martha, mas você trouxe algo... Pra completar tudo. Da pra perceber de longe.

Eu me pego sorrindo involuntariamente.

–É mesmo?

–Claro! Os outros querem ir com calma com você, não lhe dar mais do que possa lidar, mas eles são muito devagar. Homens. –ela revira os olhos- Mas eu não sou, então vou te contar mesmo assim.

Ela para, fazendo uma cara um tanto quanto conspiratória. Como ela não continua, eu me aproximo mais e pergunto quase sussurrando: - O que?

–O menino escritor ali – ela aponta em direção à sala –te ama demais garota. E digo mais, você o ama também. Pode até não se lembrar agora, mas é verdade. Você o mudou, assim como ele mudou você.

A voz dela é doce e eu não consigo formular palavras pra lhe responder. Mas não consigo evitar e antes que eu possa impedir, sinto um sorrisinho se formando em meu rosto.

–Ah ta vendo só! –Lanie ri - Eu sabia, não tem perca de memória que afete isso. Quer dizer que você já gostou do bonitão ali, né?

Eu sinto meu rosto corar imediatamente, mas respondo, tentando fazer graça: - Bem, ele é mesmo bonitão.

–Ai meu Deus! –Lanie fala um pouco mais alto enquanto ri- Pelo menos dessa vez você foi mais rápida pra admitir. Nem precisou de chantagem, nem nada.

Ela ainda ria quando pergunto: - Dessa vez fui rápida? O que quer dizer?

–Quer dizer que da primeira vez, você demorou um pouquinho pra admitir que tinha sentimentos pelo escritor.

–Mesmo?- pergunto corando ainda mais. Por que estávamos tendo essa conversa mesmo? –Quanto tempo?

–Um longo tempo. O suficiente pra deixar todo mundo maluco. Uns quatro longos anos.

Quatro anos? Nossa. Mais uma coisinha pra lista de “coisas que aprendi sobre mim”: Eu era bem difícil.

–É um longo tempo. –comento.

–É mesmo. Mas você teve seus motivos. E no final deu certo. Ele esperou por você, e deu certo. Igual vai dar certo agora.

Ela sorri pra mim e eu sorrio de volta. –Tomara.

–Tomara o que? –me viro e vejo Castle vindo ao nosso encontro.

–Tomara que um certo escritor aprenda que é feio ser tão curioso e ficar ouvindo a conversa das pessoas. –Lanie diz e sai andando em direção a sala.

Castle a observa e depois se vira pra mim.

–E então?- pergunta.

–E então o que?

–Tomara o que? –ele repete curioso, o que me faz rir e revirar os olhos.

–Você a ouviu, ser tão curioso é feio!

–Tudo bem, não me contem! Mulheres... –ele sacode a cabeça- Mas tudo bem, aceito porque apesar de parecer impossível isso acontecer, não posso ficar feio. Tenho muito trabalho pra fazer, e beleza ajuda nesse caso. –ele sorri malicioso.

–É mesmo? E que trabalho? Pensei que fosse escritor. –dou um sorriso fraco, enquanto tento entender a pontada que senti no meu peito.

–Bom, eu tenho uma mulher pra reconquistar. Eu poderia usar do meu charme e aproveitar que sou bonitão. Ajudou da primeira vez. –Ele sorri ainda mais e o azul em seus olhos fica quase invisível, de tão pequenos que seus olhos ficaram. Ele tinha um sorriso meio malicioso no rosto e meu coração quase parou.

Tudo que eu pude responder foi um simples “ah” e tentar com todas as minhas forças não deixar o sorriso partir meu rosto ao meio, já que não tive sucesso em evitar que ele aparecesse.

Quando me recupero do pequeno choque, digo, com a voz um pouco trêmula:

–Parece ótimo.

Meu coração quase para novamente quando ele se aproxima e sussurra em meu ouvido:

–Você não faz ideia.

Depois de dizer isso, beija meu rosto e volta para a sala.

Eu não sei descrever o que senti ao ouvir aquelas palavras. Era como se elas fossem familiar, mas estivessem completamente fora de ordem ou contexto. Tinha algo à beira da minha mente, algo que queria desesperadamente sair e derrubar a parede que não me deixava ver, mas não tinha força o suficiente. Apenas serviu pra me deixar frustrada e com dor de cabeça.

Não conseguindo entender exatamente o que tinha acontecido, decido ignorar e volto pra sala. Me sento novamente ao lado do meu pai, mas dessa vez quem está do outro não é Castle e sim Alexis. Vejo que ela olha o outro lado da sala e quando sigo seu olhar, percebo que ela está observando Castle. Ele está rindo e em uma conversa animada com Ryan e Esposito.

–Ele está radiante. –Alexis diz e quando desvio o olhar dos meninos percebo que ela me encara, um sorriso no rosto. –Desde o acidente não o vejo assim. Ele tentava agir normalmente, mas não enganava ninguém. Estava arrasado e é bom vê-lo feliz novamente.

–Ele parece mesmo feliz. Empolgado. –Também estou sorrindo pra ela.

–E está. Sua culpa. -ela ri-Eu fico feliz que você esteja bem, e de volta. Fez muita falta. Não só pro meu pai, mas pra todo mundo aqui.

Eu sorri ainda mais, sentindo lágrimas se formando. Eu não tinha ideia de que seria recebida assim. De repente, alguns dos meus medos pareceram bobos e infantis. Eu ia ficar bem.

–Obrigada, é um alívio imenso saber disso.

–Eu disse isso pro meu pai, mas vou dizer pra você também. Todos vão ajudar você nessa, e vai dar certo. Espere só.

Ela aperta minha mão e se levanta indo pra a cozinha.

–Ela tem razão. – ouço a voz do meu pai dizer. Levanto a cabeça pra olhá-lo e ele também me encara.

Sinto mais lágrimas se formarem e me encosto nele, pra impedir que elas caiam.

–Obrigada. –sussurro e sinto seus lábios em meus cabelos.

Depois de um tempo, todos se despedem e vão embora. Recebi tantos abraços apertados que me sentia quase sem fôlego. Era maravilhoso.

–Bom, nós vamos subir também- Martha diz e sai puxando Alexis pelo braço.

–Que maravilha, fogem e deixam a bagunça pra mim. –Castle reclama, mas o sorriso nunca deixa seu rosto. Inacreditável como alguém podia sorrir tanto.

–Eu posso te ajudar, se quiser. –ofereço.

Ele me olha com os olhos brilhando e concorda. Pegamos todos os copos espalhados pela sala e levamos pra cozinha. Ele vai lavando a louça enquanto eu seco com um pano, e guardo onde ele indica. Trabalhamos em silencio por um tempo, até que não resisto e pergunto:

–O que você disse mais cedo... –hesito, mas solto o resto de uma vez. –É verdade?

–Sobre eu ter sido amaldiçoado por uma múmia? Verdade! Foi um caso e tanto. Aliás... – ele ia continuar, mas eu o encaro e levanto a sobrancelha- Okay –ele ri – é verdade. Sabe, eu decidi isso assim que fiquei sabendo que não se lembrava. Nós somos ótimos juntos e é assim que deve ser.

Eu sorrio e olho pra baixo. Isso foi bem direto. Mordo os lábios pra tentar evitar que o sorriso fique ainda maior quando ele completa: -Boa sorte, eu sou muito apaixonante.

Quando levanto a cabeça e o encaro, ele tem uma malicia e um brilho diferente no olhar, e eu acredito nele. Definitivamente acreditava nisso.

–Tudo bem, obrigada. –sorrio – Eu acho que devia dormir agora. –termino de guardar o último copo.

–Hmm, eu tinha me esquecido. –ele parece nervoso – Hã, você pode ficar no quarto, eu vou para o de hóspedes...

Ele não ia ficar no mesmo quarto que eu. Por um lado isso era um alívio, porque já tinha sido muita coisa pra me acostumar hoje, e não sabia se estava pronta pra ficar na mesma cama que ele. Mas por outro lado, eu tinha me acostumado com ele dormindo próximo a mim.

Eu balanço a cabeça concordando, incapaz de confiar em minha voz pra transmitir toda a encruzilhada em que eu me encontrava.

Eu o acompanho pela casa até que ele para em frente a uma porta.

–Aqui. Tem roupas suas e toalhas no banheiro se quiser tomar um banho.

–Obrigada. –respondo, voltando a ficar sem graça.

–É sua casa também –ele sorri- vou ficar no quarto bem a lado do seu, se precisar de qualquer coisa, a qualquer hora, é só gritar.

–Tudo bem- sorrio e me viro pra entrar, quando ele pega meu braço e eu o olho.

–Boa noite Kate - diz e beija meu rosto novamente, meu coração aos pulos.

–Boa noite. –respondo um pouco tarde demais, ele já tinha começado a voltar pra sala.

Entro meio cambaleante no quarto, e depois de tomar banho, visto um dos pijamas que encontro e me deito na cama enorme. Ela tinha seu cheiro. Não demora muito e eu pego no sono.

**

Eu estava em um daqueles sonhos em que sabemos que estamos sonhando, mas não conseguimos acordar e ao mesmo tempo ele parece inacreditavelmente real.

Castle estava lá, eu estava lá. Tinham carros e sirenes piscando a nossa volta. Nós conversávamos e tudo tinha um tom de despedida. Até ele dizer que devíamos sair pra jantar. Sinto meu coração pular mesmo no sonho e me vejo dando uma resposta negativa.

–É uma pena. –ele diz- Nós seríamos ótimos.

Meu eu no sonho sorri -e posso sentir que a acompanho- e diz, com certa malicia:

–Você não faz ideia. – diz, se vira e sai andando, podendo sentir o olhar dele grudado a acompanhando.

Abro os olhos de repente e percebo que estou sorrindo novamente. Não tinha certeza se aquilo se tratava de um sonho ou se tinha sido algum tipo de lembrança.

Eu esperava que fosse a segunda alternativa. Por que foram exatamente as mesmas palavras que ele havia usado mais cedo. Talvez tenha causado algum tipo de reação, me fazendo lembrar.

“Você não faz ideia.”

Sorrio ainda mais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Eu acho q meio que dei uma mudada na planta do loft né? kkkkk foi preciso u.u
Pra as meninas que queriam beijo, tem um beijinho ali no meio, mas não acho que era exatamente disso que vcs estavam falando né? huahahaha mas ta só no começo, não se preocupem...
Me digam o que acharam, se gostaram, quero muuito ouvir a opiniao de vcs *nervosa* huahuahau COMEEEENTEM!!