Pura Confusão - Cobrina escrita por LabWriter


Capítulo 29
Mais problemas


Notas iniciais do capítulo

Oiie! Tudo bem com vocês?
Eu sei, demorei para postar, desculpa. Meus dias estão cheios ultimamente, nunca tenho tempo de parar e escrever com calma, principalmente por causa da escola. Agora o bimestre acabou e as coisas vão se acalmar um pouco, eu espero.
Muito obrigada por todos os comentários, sei que não respondi todos, mas vocês já devem imaginar o motivo :/. Ainda assim, saibam que eu leio e fico muito feliz com eles.
Por falar em ficar feliz, a fic está com quase 30.000 visualizações!!! Tô no chão. Sei que isso não é muito para algumas pessoas, mas eu acho demais. Essa é a primeira coisa que eu escrevi e postei na minha vida e eu nunca achei que ia chegar nesses números. Apesar de pensar que não devemos nos apegar muito a números, não vejo problema em comemorar. Muito obrigada, adoro vocês!!!



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KARINA

— Eu vou embora, Ka. — ele disse enquanto me abraçava, fazendo meu coração acelerar.

Não precisei perguntar nada, eu sabia o motivo. Ele fez o Lobão ser preso, alguém iria atrás dele, uma hora ou outra. Por algumas horas até acreditei que a gente podia dar certo, sem outros problemas rondando nossas vidas, quem sabe a gente não poderia tentar? Mas nada é tão simples comigo.

Apesar de querer passar o resto da noite com ele, minha família inteira estava no Perfeitão, comemorando. Ainda assim, não ia deixá-lo sozinho.

— Quer ir no Perfeitão com a gente? — perguntei com um pouco de vergonha por estar mudando completamente de assunto, mas pude ver que ele entendeu o que estava se passando pela minha cabeça.

Isso é uma das vantagens de ter o Cobra por perto: a gente se entende, pensamos e sentimos da mesma maneira. Por isso é tão fácil. Eu posso ser eu, e o mesmo vale para ele.

— Eu até queria, pequena. Mas acho que não sou muito bem-vindo lá. — ele disse com um sorriso meio triste.

— Claro que é! Cobra, você me ajudou e ainda botou o Lobão na cadeia. Eu tenho certeza que vai dar tudo certo.

Não esperei resposta. Puxei ele pelo braço e saí andando, não houve nenhum protesto. No meio do caminho ele passou o braço esquerdo ao redor dos meus ombros e me apertou contra ele, fazendo com que eu me sentisse mais protegida do que nunca. Ao chegar daquele jeito, obviamente, atraímos vários tipos de olhares, mas eu nem liguei.

Meu pai fez uma cara estranha no momento em que nos viu, mas logo estava abraçando o Cobra e o agradecendo por tudo. Ambos pareciam estar esperando aquilo há algum tempo. Poucos minutos depois a festa já estava rolando normalmente.

A Dandara estava cantando no microfone, meu pai estava sorrindo para ela exatamente do mesmo jeito que eu o via nas fotos com a minha mãe. Era bom saber que ele estava feliz de novo. A Bianca estava no meio do pessoal da Ribalta, abraçada com o João, fiquei tão rodeada pelos meus problemas que até esqueci o rolo desses dois. O Duca, o Zé e o Marcão estavam conversando com a Dona Dalva e com...a Jade? Ok, isso tá muito estranho. O resto do pessoal estava espalhado, conversando e rindo.

Eu e o Cobra estávamos em um canto, dividindo um X-Gael que Delma fez especialmente para nós dois. Ele estava sentado do meu lado esquerdo, dedos entrelaçados com os meus e ambos trocando sorrisos e risadas a todo momento. Quem olhava pensava que éramos um casal de namorados. Mas nós só estávamos fingindo por algum tempo, antes que a realidade nos atingisse outra vez.

Por algumas horas tudo foi maravilhoso. Todos felizes e sorrindo, como não acontecia há meses. Mas enfim a festa acabou e todos começaram a se despedir e ir embora. Logo estávamos só eu, o Cobra, minha irmã, meu pai, a Dandara, o João e, obviamente, o pessoal do Perfeitão. Ajudamos um pouco com a limpeza, só até a Delma nos dispensar, dizendo que era dia de “aproveitar com a família”.

Me ofereci para acompanhar Cobra até o QG, afinal, eu não sabia quando ele ia embora e queria passar cada segundo possível com ele. Foram necessárias a Bianca e a Dandara para convencer meu pai a nos deixar sozinhos por alguns minutos, mas ele acabou aceitando e disse que estaria me esperando em casa. Trocamos abraços, beijos e carinhos. Tudo menos palavras. Essas pareciam muito difíceis de serem ditas.

E então aconteceu.

Primeiro ouvimos os barulhos, os pneus cantando no asfalto, as rodas passando por cima do meio fio. Demorei algum tempo para perceber que era uma van preta. As portas se abriram e de dentro dela saíram vários homens encapuzados.

Foi tudo muito rápido, não houve tempo para reações, mas nós tentamos. Percebi que Cobra nocauteou pelo menos dois, eu acertei alguns socos e joelhadas. Porém, isso foi tudo. Eles eram muitos. Finalmente, levei uma pancada forte na cabeça e fiquei tonta. A última coisa que vi antes de me jogarem dentro da van foi a Vicki. Ela estava na praça, escondida atrás da banca.

Eu só esperava que ela fizesse alguma coisa.

 

COBRA

Eu sabia que estava bom demais para ser verdade, alguma coisa sempre tem que acontecer. Foi questão de segundos até eu estar amarrado e com a boca tapada, cada pedaço de mim queria socar todos eles. Senti o sangue ferver quando jogaram a Karina desacordada no chão, sorte deles de eu já estar preso.

Ninguém falou nada durante a viagem e eu não tirei os olhos da minha pequena em nenhum momento. Acho que ficamos uma meia hora lá dentro, no completo silêncio, até que a van freou bruscamente, fazendo com que o motorista ouvisse várias reclamações. Todos eles desceram e fecharam a porta, me deixando sozinho com a lutadora ainda desacordada.

Me arrastei pelo chão até chegar perto dela. Mesmo com as mãos fortemente amarradas tentei acordá-la. Sem sucesso. Voltei rapidamente para o meu lugar quando ouvi passos se aproximando. A porta se abriu e fomos tirados de lá com agressividade. Estava escuro e eu não conseguia ver quase nada, mas pude perceber que estávamos em uma estrada de terra no meio do mato.

Andamos por quase um quilômetro até que finalmente chegamos. Era uma casa enorme, claramente abandonada e um pouco dominada pelo mato. As janelas estavam um pouco maltratadas e a porta estava quase saindo das dobradiças. Mesmo dali de fora já era possível sentir o cheiro de mofo do lugar, mas aparentemente era o suficiente. Quando entramos percebi que o lugar era muito maior do que parecia. Haviam corredores e portas para todos os lados, era quase um labirinto.

Uma das portas foi aberta, revelando um quarto mais ou menos decente. Haviam duas camas grandes, ambas apenas com os colchões velhos e rasgados. Karina foi jogada em uma delas e eu na outra. Eles me desamarraram, saíram e trancaram a porta.

Assim que fiquei sozinho corri até a Ka. Ela estava com um pouco de sangue escorrendo da boca e com uma marca roxa perto do olho, mas parecia bem. Não tentei acordá-la, queria dar uma boa olhada no lugar antes. Não que houvesse muito pra se ver.

O chão era de madeira e rangia a cada passo, o papel de parede estava amarelado e todo rasgado, assim como as cortinas. As janelas estavam com os vidros quebrados, mas tinham tábuas pregadas pelos dois lados. Além das duas camas havia uma cômoda de três gavetas, nada muito grande, mas ela parecia limpa. Dentro haviam vários objetos de higiene pessoal. Pelo jeito o plano era nos manter ali por um bom tempo. Havia também uma segunda porta, que estava encostada. Era um banheiro, com água.

Horas se passaram e nada mudou. Pude ver os primeiros raios solares adentrando o quarto pelas frestas das tábuas, mas lá dentro ainda era meio escuro. Já havia amanhecido há algum tempo quando ouvi resmungos na outra cama. Me levantei imediatamente e encontrei o olhar assustado da Karina. Ela me abraçou e chorou um pouco, mas logo retomou a pose de forte. Tentei explicar tudo o que aconteceu, e ela apenas assentia a cada palavra. Depois eu limpei os machucados dela e nós nos deitamos em uma das camas.

— O que a gente faz agora? — perguntei, mesmo sabendo que ela não teria uma resposta muito boa.

— Espera.

— Como assim?

Ela deu um sorriso um tanto quanto maligno e me contou o que tinha visto. Que ironia, a menina que ela mais odeia no mundo era a única que podia nos ajudar. Eu sabia que ela ajudaria. A Vicki é vingativa, insuportável e irritante, mas ela não é uma pessoa má. Eu sei disso, pois a Jade é igualzinha e eu sei exatamente o que ela faria se estivesse na mesma situação.

 

JOÃO

Dez, quinze, vinte minutos se passaram e nada da Karina. O Gael estava possesso, mas foi convencido pela Bianca a ficar dentro de casa. De repente a campainha começou a tocar incessantemente e eu sabia que algo estava errado.

Primeiro: não era a Ka, pois ela tinha a chave e não precisaria daquilo. Segundo: alguém que não morava ali, querendo entrar àquele horário, não podia ser coisa boa. Terceiro: o que era tão importante, ou grave, que não podia apertar a campainha uma vez só e esperar?

Assim que a porta foi aberta, a Vicki entrou igual um foguete dentro de casa falando um monte de coisa ao mesmo tempo. Eu só ouvi “Karina”, “Cobra” e “Homens”. Demorou um pouco, mas a Dandara finalmente conseguiu acalmá-la.

— Agora fala, minha flor, o que aconteceu? — minha mãe tem essa mania de chamar todo mundo de “minha flor”, “meu bem”, mesmo que a pessoa seja uma iludidora de corações, como era o caso.

— A Karina. Ela e o Cobra foram sequestrados


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Espero que tenham gostado! Eu, particularmente, achei que ficou melhor do que alguns aí que eu já escrevi. Por favor, comentem!!! Eu amo quando chega notificação de comentário no meu e-mail, essas coisas fazem o meu dia e eu percebi que o número de comentários diminuiu um pouco :
Muito obrigada pela leitura e até o próximo capítulo,
Beijos!!!