Pura Confusão - Cobrina escrita por LabWriter


Capítulo 19
Tudo foi ao chão | Karina


Notas iniciais do capítulo

Oiie!!!
Demorei um pouco, não é? Pois é, vou tentar não fazer mais isso, só que eu estava com uma certa dificuldade para escrever esse capítulo.
Não querendo dizer nada, mas querendo dizer tudo: Não me matem, lembrem-se de que com a autora morta, a fic não tem continuação.

Aproveitem o capítulo!!!



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KARINA

Mesmo com preguiça, levantei para pegar um copo de água e já aproveitar para ver quem estava tendo uma convulsão no sofá. Mas quando eu cheguei na sala, descobri que não era uma convulsão. Era a Bianca, e o João. Se agarrando.

Minha primeira reação foi abrir a boca para falar alguma coisa, que, por acaso, não saiu. Os dois continuavam se beijando e nem me viram. Tudo o que passava pela minha cabeça era: Bianca, João, sofá, beijo, Bianca, João, casal, Joanca, irmãos, só amigos, namorados, Bianca, João, juntos.

Era estranho pensar que eles eram quase irmãos e estavam ali, se pegando no sofá. Se bem que eles não eram irmãos, nem de sangue e nem de criação. Mas, mesmo assim, a mãe dele era namorada do nosso pai...

Meus pensamentos foram interrompidos por um barulho de sirene de ambulância. E, de repente, parecia que eu tinha levado um soco na cara. Um sentimento ruim me invadiu e eu soube que alguma coisa tinha acontecido. Percebi que ainda estava parada ali e obriguei meu cérebro a pensar em alguma coisa realmente útil e rápida, para que eu pudesse verificar se estava tudo bem, apesar de saber que não, devido a sirene estar cada vez mais perto. Tentando ignorar os barulhos que eles faziam, analisei as minhas opões: ignorar os dois e ver o que tinha acontecido, ou conseguir a atenção de pelo menos um deles de algum jeito.

Antes que eu pudesse me decidir, a porta de casa abriu. Rapidamente, e o mais discretamente possível, eu voltei para o quarto. Não fiquei para ver quem entrou, só esperava que não fosse o meu pai e, se fosse, que ele não tivesse visto o que eu vi.

Porém, não era ele. Soube disso quando uma voz feminina, a qual eu não reconheci de imediato, soou pela casa.

Ele tá chamando ela.

Ela quem? E quem é ele?

— Mas foi sério? O que aconteceu?

Com certeza alguma coisa séria tinha acontecido, e eu estava prestes a descobrir o que.

Eles continuaram conversando e eu já não era capaz de identificar as palavras ditas, mas também não me esforcei para fazê-lo . Quando cansei de esperar que alguém fosse me dizer alguma coisa, abri a porta do quarto, chamando a atenção de quem quer que tivesse entrado. A...Bárbara?

—O que aconteceu? — eu perguntei, indo direto ao ponto, já que aquele sentimento crescia mais a cada segundo. Ela e a Bianca se olharam, e posso jurar que vi a minha irmã negando com a cabeça, o que só aumentou minha preocupação.

Felizmente, a Bárbara não quis obedecer a ordem da princesinha.

— O Cobra, ele estava saindo de moto e veio um carro em alta velocidade e... — arregalei os olhos e ela deu uma pausa, acredito que se perguntando se devia ou não continuar, mas eu fiz sinal para que ela completasse a frase. — O motorista nem tentou desviar, K. Já chamaram uma ambulância, ela deve ter acabado de chegar, mas o motorista do carro não se machucou e fugiu, só deixou o carro para trás.

Foi como se tudo tivesse ido ao chão. De novo, parecia que o universo estava brincando comigo. Sempre que as coisas davam um pequeno sinal de que tudo ia ficar bem, acontece uma coisa dessas. Um desespero tomou conta de mim, algo que nunca senti antes, e a minha mente pensou em milhões de possibilidades. Entre elas, perder meu melhor amigo.

Não sei o que seria de mim se isso acontecesse. O apoio do Cobra foi essencial para que eu aguentasse muitas coisas pelas quais eu venho passando. Só de pensar em nunca mais ouvir sua voz já dava vontade de sair correndo e nunca mais voltar.

Deixando de lado esses pensamentos, eu saí correndo de casa.

Assim que abri a porta pude ver uma ambulância e várias pessoas ao redor. Mais para a direita, havia a moto dele jogada e o tal carro, meio amassado, e vazio.

Parei de observar e corri até o “bolo de gente”. Não foi tão difícil abrir caminho, a maioria das pessoas, quando via que era eu, se afastava. Cheguei até onde eu queria e vi uma imagem que nunca vou esquecer.

O Cobra, consciente, cheio de sangue, sendo colocado dentro da ambulância. Ele devia estar sentindo muita dor, mas parecia evitar demonstrar isso. Ele já estava conectado em um aparelho pequeno, que media seus batimentos cardíacos. Em um impulso, eu me virei de costas e tapei a boca, na tentativa de evitar um soluço. Finalmente senti as lágrimas descendo pelo meu rosto. Já estava demorando...

Alguém tocou meu ombro de repente, me dando um susto. Olhei para trás e vi a Bianca.

— A Bárbara falou que ele estava te chamando. — disse como uma indireta, o que eu estranhei, já que esse não era muito o feitio da minha irmã, e sim do João.

Felizmente, depois de uma vida de convivência com a Bianca, eu sabia bem o que ela realmente tinha dito. “Vai com ele”, foi a mensagem que seus olhos castanhos me passaram. E, eu tenho que admitir, foi uma ótima ideia.

— Alguém vai com ele? — uma das enfermeiras perguntou no exato momento em que minha irmã se afastou, ainda com aquele olhar, e eu não pensei duas vezes antes de responder.

— Eu. — levantei a mão e dei um passo a frente. — Eu vou com ele.

— Parente?

Ok, com essa eu não contava. Se eu dissesse que era só amiga, era capaz de não me deixarem ir, até porque eu sou menor de idade, e se eu dissesse que era parente a enfermeira perceberia que é mentira, afinal, fisicamente, eu e o Cobra não temos nenhuma semelhança.

Então me veio uma ideia na cabeça. Era uma ideia estúpida, ainda mais com aquele monte de gente observando. Mas o Cobra não podia ir sozinho para o hospital e eu queria, mais do que nunca, estar perto dele. Respirei fundo antes de responder, já imaginando qual seria a reação dos outros.

— Namorada.

No mesmo segundo, os murmurinhos começaram. “Namorada?”, “Mas e a Jade?”. Ignorei todo e qualquer olhar e entrei na ambulância, assim que a enfermeira me deu permissão.

Eu tinha certeza de que em uma hora meu celular teria umas quinze chamadas do meu pai, já que as “notícias” correm rápido no bairro.

Assim que a ambulância começou andar, busquei a mão do Cobra para colocar entre as minhas, na intenção de mostrar a ele que eu estava ali. De tão perto, não pude deixar de perceber em como o seu abdômen estava tenso, creio que isso não era um bom sinal.

— Vai ficar tudo bem, eu estou aqui. — disse baixinho, só para ele, que apertou minha mão, parecendo usar todas as forças que tinha para isso.

— K... — ele resmungou, fechando os olhos logo depois.

Em seguida, eu ouvi aquele som. O apito daquela maldita máquina, indicando que seu coração havia parado de bater.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Acho que não, né...
Sei que deve ter ficado meio confuso, mas logo eu vou contar como o acidente aconteceu.
Bom, comentem aí, e sim, podem ser comentários de revolta.

Beijos e até o próximo capítulo!!!