7 Dias com ela escrita por AndreZa P S
Notas iniciais do capítulo
"Mas se é amor tudo pode acontecer. Veja bem, eu me refiro ao verdadeiro amor. Não é paixão. Não é obsessão. É amor, puro e simples como Deus o fez." A.P.S
Ela estava vestida de branco. Seus cabelos longos e loiros caíam perfeitamente sobre seus ombros, como uma cortina acetinada. Ah, que sorriso bonito o dela! Largo, branco, iluminado. Como pude passar minha vida inteira sem tê-la conhecido? Não posso viver o restante de minha existência sem tê-la comigo.
Karina dava passos curtos, ritmados, contínuos, deixando pegadas na areia. Passos que a traziam para mim. Para mais perto de mim. Do meu abraço... e como eu queria abraçá-la forte, como já fizera diversas vezes nesses 7 dias em que nos conhecemos.
Ajeitei o colarinho da gravata imaginária e respirei fundo. Ela me olhou DAQUELE jeito. Aquele jeito que fazia com que meu estomago se revirasse inteiro e meu coração acelerasse dentro do peito.
Respirei fundo.
Respirei fundo.
Respirei fundo.
Aqui está ela, ao meu lado, de noiva, com seu vestido branco reluzindo com a luz do sol. Falando nisso, que calor que está aqui. Mas não me importo de estar suando como um condenado. Não me importo que ela esteja com um gostinho salgado, e esteja toda bagunçada. Eu amo ela assim, desse jeitinho.
De todos os jeitos.
_Oi_sussurrou ela ao meu ouvido. Sorri e lhe beijei a testa, abraçando-a forte.
_Você está pronta?_Perguntei, olhando para seu rosto.
_Desde que te conheci_comentou causalmente, quase indiferente, mas no fundo eu sabia, tinha certeza absoluta de que ela estava tão feliz, tão emocionada e empolgada quanto eu.
O que fariamos depois de casados? Bom, eu tenho uma casinha pequena na favela, e lá nós poderíamos viver por um tempo. Talvez comprassemos um carro, adotaríamos um cachorro. Talvez tenhamos muitos filhos. E independente do que aconteça, se for com ela, eu aceito.
Eu quero.
Eu preciso.
_Então a gente não precisa de mais nada._murmurei.
Peguei sua mão lentamente e a pus sob o meu peito. Desejei ardentemente que sua mão pudesse sentir a forma descompassada, forte e acelerada que sua presença me causava.
Poderia ter um ataque cardíaco qualquer dia desses...
Karina tentou ficar na ponta dos pés, mas a areia fofa e branca da praia do Rio de Janeiro dificultou a ação. Me inclinei para baixo e a beijei como se fosse a primeira vez.
E foi ótimo, como sempre.
Ela retirou de dentro do bolso de seu velho e único vestido branco um par de alianças de côco, e ignorando as regras do casamento usual perguntou novamente se eu queria casar com ela (nada nesse casamento é usual).
_Aceito. Vou te amar. Vou te respeitar. Vou ser amor, vou ser o que você quiser. Agora, amanha e sempre_falei sorrindo, sem em nenhum momento tirar meus olhos dos seus. Ela colocou a aliança em meu dedo. "Eu te amo" pronunciou silenciosamente pra mim.
_Eu te aceito. Eu te aceito com todas as tuas falhas, com todas as tuas manias. Te aceito em tudo que conheço em ti, e tudo o que ainda vou descobrir. Vou te descobrir inteiro. Eu te amo, e vou estar contigo na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que em outras vidas nós nos encontremos novamente. Nos amemos novamente. Nos casemos novamente._ Falou com a voz embargada. E ali, naquele momento, naquela praia, com o sol queimando nossas cabeças, eu percebi mais uma vez de que estava perdidamente apaixonado.
Nunca havia imaginado que seria tão bom assim estar perdido.
Pus a aliança em seu dedo. Estavámos casados à nossa maneira. Informal, mas verdadeira.
Nos beijamos pela milésima vez ( hipotéticamente, pois não contei quantos beijos nos demos desde que nos conhecemos) naquela tarde infernal de verão.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Querido leitor, que bom que veio prestigiar o meu trabalho. Espero que volte sempre, e toda vez que voltar sinta-se abraçado por mim. Talvez até te ofereça um café. Que tal?