Estar deitado na aconchegando cabana que Maseo estava me mantendo com Tatsu cuidando de meus ferimentos era tranquilizante, pois eu tinha em mente que logo melhoraria e poderia voltar para casa. Como estariam todos? Como estaria... Felicity? A ultima pessoa que conversei antes de partir. Droga, eu tinha dito a ela que voltaria, pelo que Maseo estava me contando todos achavam que eu estava morto, como estariam se virando sem mim? Será que continuaram com o Team ou pararam com tudo? E Thea? Provavelmente ainda confiava em Merlyn, e se contaram a verdade para ela? Afinal, eu estava morto, eles poderiam achar que não teria mais problema contar a ela sobre eu ser o arqueiro e que ela que matou Sarah.

Bufei cansado de ter tantas perguntas sem resposta. E se Felicity tivesse seguido em frente de vez e estivesse oficialmente com Palmer, afinal. Eu estava morto, ela teria que seguir em frente algum dia. Calma Oliver, só fazem alguns dias que você foi dado como morto, ela não seria rápida assim, seria?

Deus, como desejava vê-la, abraça-la e dizer que estava vivo, que estava bem. Afundei a cabeça no travesseiro, sentindo meus olhos pesados. Logo minha mente foi me levando cada vez mais longe da realidade.

Me vi na sala de um aconchegante apartamento, e a primeira coisa que meus olhos encontraram foi pendurado na parede um quadro do Robin Hood. Sorri, meu coração bateu forte e olhei em volta, cada coisa tinha a cara dela e o aroma no ar lembrava a ela, mas onde ela estava?

Caminhei pelo apartamento e abri uma das portas encontrando uma cama espaçosa no cômodo, armário, criado-mudo. O quarto estava com a luz apagada e eu podia enxergar pela luz que vinha do corredor. Procurei o interruptor e ascendi a luz. Me assustei ao encontrar Felicity sentada no chão, abraçando os joelhos e as costas apoiadas na parede. Seu olhar estava perdido em algo a sua frente. Haviam lagrimas em seus olhos e algumas desciam, mas ela não fazia qualquer barulho ou mudança de expressão. Olhei para onde ela olhava e havia uma televisão ali, ligada.

Franzi o cenho e caminhei lentamente até Felicity.

–Felicity. –Chamei. –Felicity.

Claro que ela não me ouviu, aquilo não era real. Será que isso estava acontecendo? Eu estava sei lá, adquirindo poderes como Barry e vendo algo que estava acontecendo longe de mim? Isso seria insano.

“Felicity Smoak?”

Ouvi minha própria voz dizer atrás de mim.

“-Oi, sou Oliver Queen.”

Me virei, me deparando novamente com a televisão ligada, eu estava ali. Me lembrava desse dia, era quando entrei na sala de Felicity pela primeira vez, pedindo para que ela concertasse meu notbook.

As imagens mudavam tão rapidamente, nós sorrindo um para o outro, brigando um com o outro, eu me desculpando. Algumas frases marcantes.

“-Você sempre será minha garota, Felicity”

Mais imagens, passando rápidas, Diggle abrindo meus olhos, Felicity e Barry, Felicity e Ray. As imagens não seguiam uma linha cronológica, estavam apenas ali, passando e passando. Então ela congelou. Me vi perguntar a Felicity o que a estava incomodando. Me lembrava também daquele dia, foi quando ela me contou sobre Thea.

“-É só que... Eu não posso perder mais uma pessoa importante para mim outra vez.

–Hey... Você não vai me perder.”

A imagem congelou e não voltou mais. Ouvi um soluço atrás de mim e me virei. Felicity chorava. Pegou uma almofada que estava ao seu lado e jogou com força na televisão pequena, que tombou e caiu no chão. A imagem ainda congelada. Felicity se levantou parecendo revoltada.

–Não vou te perder? Não vou te perder Oliver Queen? Você morreu! –Gritou ela, gritando para a televisão e andando de um lado para o outro. Você disse que eu não te perderia, disse que voltaria da batalha contra Ra’s Al Ghul. Mas você não esta aqui!

Eu estava atônito, sem saber o que fazer, apenas parado observando a cena.

Felicity foi com passos rápido e furiosos pelo corredor, percebi que ela estava de pijamas e descalça, o que era estranho já que eu nunca a tinha visto assim. A segui até a sala, onde ela pegou uma cadeira da cozinha e arrastou até a parede da sala, posicionando em baixo do quadro do Robin Wood pendurado. Subiu na cadeira e pegou o quadro com violência, descendo da cadeira e jogando o quadro no chão.

Colocou as mãos na cintura e olhou para o quadro ofegante.

–A cidade precisa de você, ela precisa do maldito arqueiro e você Não.Está.Aqui!

Esmurrou a tela que abriu um buraco no meio.

–Todos precisamos de você e Você.Não.Está.Aqui!

Pegou o quadro e o jogou longe. Paralisando ofegante, as lagrimas tornaram a descer.

–Você não escutou... Ainda não me ouviu dizer com todas as letras o quanto eu te amo Oliver. –Sussurrou. -Você me disse aquele dia e eu não respondi, eu queria que você voltasse, esperava ter outra chance de te dizer. Mas você se foi.

Estendi a mão na intenção de toca-la, e minha mão encontrou seu ombro. Estranhei em ver o quanto estava quente, palpável, real. Felicity endireitou o corpo e respirou de forma entrecortada. Franzi o cenho. Será que ela...

Felicity se virou para mim e seus olhos brilharam

–O-Oliver?

–Vo-Você consegue me ver.

–Você está aqui! –Disse.

Sorri para ela.

–Estou aqui.

Logo senti seus braços envolver meu pescoço em um abraço apertado. Envolvi meus braços em sua cintura e a abracei apertado. Nos separamos um pouco e levei minha mão até sua bochecha.

–Eu vou voltar Felicity. Estou vivo, e eu vou voltar, eu disse a você que voltaria.

Ela sorriu ternamente para mim.

–Eu sei que vai. Você sempre volta.

Sorri, e ciente de que aquilo era um sonho eu a puxei para mais perto de mim e selei nossos lábios. Sonho ou não aquilo parecia ser bem real.

Xxxx

Era estranho me sentir tão confortável, mesmo sabendo que era um sonho, mas era um daqueles sonhos bons que você tem pleno controle. Beberiquei o liquido de minha caneca de chocolate quente e passei os dedos levemente pelos braços descoberto de Felicity, devido a blusa de alcinha, apesar do frio o apartamento estava com uma boa temperatura devido ao aquecedor.

–Desculpe pelo meu pequeno surto.

Eu ri.

–Tudo bem, eu estaria revoltado comigo mesmo, onde já se viu, um cara estar partindo para um batalha que pode leva-lo a morte, dizer a você que vai voltar e sumir, ser dado como morto? Eu me esganaria.

Felicity soltou uma gargalhada gostosa de se ouvir, ela ficava linda rindo, poderia ficar naquele sono para sempre. Deu um tapa de brincadeira em meu braço.

–Você não devia brincar com isso, ou eu posso considerar esgana-lo.

Rimos, então fiquei sério e a olhei.

–Sério? –Segurei o riso com a cara que ela fez para mim.

Felicity pegou minha caneca e a colocou junto com a dela na mesa e se virou para mim, colocando os dois joelhos sobre o sofá e inclinando o corpo sobre o meu. Deitei até sentir minha cabeça no braço do sofá. Felicity sorriu e beijou meus lábios rapidamente.

–Eu até poderia te esganar, mas ai você morreria de verdade e daria na mesma.

–Você sabe que teria que ter muita força para me matar não é? –A provoquei.

–Eu sou muito forte, Queen. –Revidou fazendo uma cara séria exagerada que me fez dar outra gargalhada.

Nos encaramos e eu avaliei o que deveria estar passando por sua mente. Felicity cerrou os olhos e em um rápido movimento eu bloqueei a tentativa de golpe dela, prendendo seu pulso com a minha mão. Bloqueei a outra tentativa de golpe com a outra mão, também prendendo seu pulso.

–Ai você perde. –Eu disse, rindo de seu falho esforço em me atingir. Inclinei meu rosto para cima e a beijei brevemente.

Felicity sorriu e me beijou, senti sua língua passar pelo meu lábio inferior e ela morder levemente o mesmo. Soltei seus braços e levei minhas mãos para sua cintura. Felicity passou as mãos pelos meus cabelos e elas desceram até a gola da minha camisa, indo para o primeiro botão e desabotoando todos eles. Aprofundei o beijo, pensando que nunca me cansaria de beija-la, de sentir a perfeita combinação do seu gosto com o meu.

Senti suas unhas passando por meu peito e abdômen. Subi as mãos por sua cintura por de baixo de sua blusa, a levantando e passando por sua cabeça. Tratei logo de beija-la novamente, mas Felicity desgrudou nossos lábios e sorriu travessa para mim.

–Você se distrai e ai então, perde, arqueiro. –Debochou. Realmente, se ela quisesse mesmo me esganar já teria conseguido por eu ter me distraído.

Ri de sua logica.

–Se algum dia eu for louco e te ensinar a lutar vou ter pena do cara que se meter com você.

Felicity sorriu e eu beijei seus lábios.

–Você é linda, eu te amo.

Ela olhou encantada para mim.

–Eu também te amo Oliver.

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Eu também te amo Oliver. –Ouvi sua voz ainda ecoar em minha cabeça.

Abri os olhos me vendo no mesmo lugar de antes. Suspirei.

–Quem é Felicity? –Perguntou Tatsu, só então percebi sua presença ao meu lado.

Franzi o cenho em uma expressão confusa, ainda absorto em meu sonho do qual eu não queria ter acordado.

–Você ficou repetindo o nome enquanto dormia. –Explicou.

–Ela, ãn... É alguém pra quem eu preciso voltar.

–Você vai, os ferimentos estão quase curados.

Se levantou indo até o outro cômodo da cabana.

Afundei novamente no travesseiro, fechando os olhos, torcendo para voltar para o sonho. Mas nada aconteceu.

–Eu vou voltar, Felicity. –Sussurrei.