-Onde ela está? –Perguntei a Diggle e Roy depois de vários abraços e algumas explicações de como eu estava vivo.

Havia uma pessoa que eu ansiava para ver, abraçar, sentir seus braços quentes em volta do meu pescoço e senti seu cheiro único. Ver seu sorriso e tocar seus lábios nos meus. Felicity foi meu pensamento em praticamente todo o tempo em que eu estava em recuperação. Quando Ra’s enterrou a espada em mim e senti seu pé me empurrar pelo grande penhasco, pensei que nunca mais veria Thea nem Felicity, Diggle, Roy, todas as pessoas que entraram na minha vida e significavam algo para mim. Mas o que mais doeu foi Felicity, pois eu disse que voltaria, novamente fui incapaz de prometer, mas eu disse que venceria Ra’s Al Ghul e apesar de não ter soado muito convincente, como ela mesma disse, eu tinha dito a ela que eu venceria e estar caindo de um penhasco rumo a morte foi cruciante. Eu não voltaria para ela, não voltaria a escuta-la tagarelar e se enrolar nas palavras, ou teria qualquer outro contato com ela, pois eu estava morrendo.

Agora eu só precisava encontra-la.

Roy e Diggle se entreolharam e depois voltaram a me encarar hesitantes.

-Onde ela está? O que aconteceu?

-Ela... Esta prestes a ir para Central City.

-Talvez consiga pega-la na estação.

-Não, ela estava na PT. –Disse Roy e Diggle olhou de forma reprovadora para ele.

-Mas, se ela...

-Ela vai com Palmer. Eles vão para a Star Labs, Felicity está o ajudando com alguma coisa.

Ajudando com alguma coisa? Eu mal morri e ela já... Oliver, você não pode fazer isso, claro que ela seguiria com a vida dela, você ficou quase um mês longe dado como morto. Um mês não é muita coisa...

-Oliver! Para com isso, eu sei no que você esta pensando e não, ela não seguiu em frente com a vida dela. Ela esta... Sobrevivendo, mas ela precisa de você Oliver, Felicity foi quem mais se negou a acreditar que você tinha partido, a que mais teve fé em você e quando a analise confirmou que o sangue na espada era seu não tinha mais como... Como manter as esperanças, você estava morto e tem sido muito difícil sem você, então vá atrás dela antes que ela viaje, isso se viajar quando te ver. Ela esta tentando ocupar a cabeça para não pensar muito em você, vá antes que seja tarde demais outra vez.

Sorri para Diggle, ele sempre tinha razão.

-Melhor se apressar. –Disse Roy também sorrindo.

Me virei e corri pelas escadas, subi em minha moto e dirigi em anta velocidade até a PT. Não deixaria Felicity viajar sem me ver antes, estava pronto para finalmente dar um passo em nosso relacionamento e nomeá-lo. Ainda tenho muito medo de algo acontecer a ela, mas farei qualquer coisa para protegê-la e só de ser minha parceira ela já corre perigo e não há nada que eu possa fazer em relação a isso, o perigo é constante e finalmente pude ver isso. Eu a amo e preciso estar ao lado dela todos os dias, beija-la todos os dias sem culpa ou medo. Eu preciso de Felicity Smoak.

Cheguei em frente a empresa e desci da moto. Eu não estava de terno, mas estava com minhas roupas normais de Oliver, ainda bem que tive tempo de trocar de roupas, pois senão me confundiriam com algum mendigo. Cheguei realmente um trapo na caverna.

Empurrei a porta de vidro e entrei. Olhei a recepção e eu tinha que passar por ela para ir até a sala de Felicity, mas não, ela não acreditaria se falassem a ela que Oliver Queen queria subir. Torci para ela não ter saído ainda. Observei o elevador e caminhei calmamente até ele tentando me misturar.

-Hey. –Uma voz feminina se fez alto no local. –Aonde o senhor vai?

Hora de correr. Entrei rápido no elevador e apertei o botão varias vezes para que as portas se fechassem logo. Os seguranças vieram correndo, mas as portas se fecharam bem a tempo. Comecei a mexer as mãos nervosamente, qual seria sua reação ao me ver? Acharia que eu era um fantasma, ou me abraçaria sem querer solta, ou gritaria comigo por ter demorado tanto? E se eu chegasse e novamente a encontrasse aos beijos com Palmer?

Meu estomago se revirou com essa possibilidade. Demorou mais um pouco e as portas estavam prestes a se abrir. Com certeza haveriam seguranças do lado de fora, talvez se eles tivessem tempo de ver quem eu era não correriam atrás de mim, ou não. Eu era o antigo dono da empresa, com certeza achariam que vim armar confusão e me colocariam pra fora. Okay, o plano era correr até a sala de Felicity e ela mandaria os seguranças embora.

Ótimo Oliver Queen, você é o arqueiro e esta preocupado com meros seguranças.

Respirei fundo e as portas se abriram. Dito e feito, dois seguranças de cada lado. Soquei os dois para me dar tempo de correr. Imagino o que as pessoas estariam pensando de Oliver Queen correndo de seguranças pelos corredores da empresa, pois havia varias pessoas ali tentando sair do caminho e olhando curiosas. Estava quase chegando à porta.

Empurrei com a força desnecessária e observei a porta se fechar novamente, os seguranças quase chegando.

-Hey você! Pare ai onde está.

Ouvi o barulho alto de algo se quebrar e me virei. Com certeza estava sendo melhor do que eu tinha imaginado, foi como se tudo a minha volta começasse a se passar em câmera lenta. Felicity estava a alguns passos de distancia de mim, em seu vestido azul e com os cabelos soltos, me olhando atônica. A mão ainda em posição de estar segurando a caneca de café que tinha se espatifado no chão. Meu coração batia tão rápido que paralisei naquele momento. Ela estava linda. Nem ao menos liguei para Palmer que estava parado um pouco mais atrás de Felicity com uma expressão completamente confusa. Só existiam eu e ela.

Percebi as lagrimas que caíram de seus olhos e confesso estra segurando as minhas próprias. Minhas mãos começaram a formigar, eu precisava ir até ela e precisava abraça-la, apertar bem contra mim e senti-la quente em meus braços para logo depois beija-la como nunca nos beijamos.

O momento foi quebrado pela porta que se abriu e quatro seguranças entraram igualmente ofegantes, dois pegaram em cada braço meu e ouvi a voz de Palmer dizer para me soltarem e eles o fizeram. Meus olhos não desviaram do de Felicity nem por um segundo e ela estava claramente em uma guerra interna consigo mesma. Sua mão tremeu levemente e ela engoliu em seco, dando um pequeno passo hesitante par frente, como se tivesse medo de chegar até mim e eu desaparecer. Sorri para ela, tentando dar a certeza de que não iria sumir, de que eu estava ali. Vivo.

-Oliver. –Sussurrou. No minuto seguinte acelerou os passos que nos separava e abri os braços recebendo seu pequeno corpo feminino se encaixar em mim com perfeição. A abracei forte finalmente sentindo algo quente escorrer por minhas bochechas. Lagrimas.

Enterramos os rosto no pescoço um do outro, sentindo que era real.

-Okay, todos vocês voltem ao trabalho, não tem nada pra ver aqui. –Palmer ordenava, provavelmente para as pessoas no corredor que parará para observar a confusão que fiz pelo caminho. Sorri, estava começando a gostar mais desse Palmer.

-Felicity, eu... Vou sair e deixa-los um pouco, mas... Nós temos que ir, não demore.

Escutei a porta se fechar. Esquece, nunca gostaria dele.

Me afastei levemente do abraço apenas para podermos nos olhar.

-Oi. –Eu disse.

Felicity Sorri e ergueu a mão tocando meu rosto. Seu polegar passou por minhas bochechas no caminho em que as lagrimas tinham percorrido.

-Oi. –Sussurrou. –Co-Como você...

-É uma longe historia, eu explico depois.

-Eu sabia que Merlyn estava mentindo.

-Ele não estava, realmente achou que eu estava morto e o sangue era mesmo meu.

-Então como...

Coloquei meu polegar sobre seus lábios, sentindo a macies deles.

-Não quero falar disso agora, eu... Precisava te ver.

Felicity tinha uma mão atrás de meu pescoço que fez movimentos leves com os dedos em meus cabelos curtos.

-Eu amo você, Oliver. –Disse. Meu coração acelerou ainda mais com aquilo, Deus, ela era perfeita. –Eu sei que eu devia ter dito antes, mas...

Não deixei que ela terminasse, colei meus lábios nos dela sentindo sua textura e seu gosto doce. Aprofundamos o beijo mergulhando em um mundo completamente nosso, não ligando para qualquer som ou pessoa fora daquele momento. Apertei mais sua cintura, a apertando mais contra mim, aprofundando mais o beijo, não querendo nos soltar pelo ar que começava a se fazer necessário.

Nos afastamos lentamente, os lábios inchados e ambos completamente ofegantes. Sorrimos um para o outro ainda entorpecidos pelo momento.

-Promete não me deixar mais? –Perguntou com um tom temeroso.

Sorri, nunca mais iria querer ficar longe dela.

-Eu prometo.

Sorriu para mim e colamos nossos lábios novamente.