A Paz escrita por Nathália


Capítulo 1
Capítulo Único - A Paz


Notas iniciais do capítulo

Façam uma boa leitura.



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Katherine abriu os olhos, havia despertado de tamanha agonia durante a sugação por qual teria passado. Analisou cada detalhe ao seu redor e não pode enxergar nada além de um pequeno campo que ela pode reconhecer rapidamente, era o campo próximo de sua casa, onde ela costumava ir todos os dias quando queria se sentir livre.
Os detalhes ali eram os mesmos de sempre, orquídeas florescendo, arbustos onde brotavam pequenos morangos, a grama quente devido ao sol forte, e a única árvore ali presente cujo nome era laranjeira.

Katherine estava sozinha, pelo menos era o que parecia.

– Por quê estou aqui? Eu estou morta? Estou no inferno? Ou no céu? - perguntou para si mesma, se sentindo atordoada naquele local que lhe trazia tantas memórias boas, e ao mesmo tempo tantas memórias ruins.

– Você não está sozinha, mãe. - a voz conhecida que vinha de trás de Katherine era certeira, Nadia estava ali, e Katherine pode ter certeza disso ao avista-la, bem ali, sorrindo.

Ambas permaneceram imóveis, analisando seus traços.
"Não pode ser real." Pensou Katherine, lembrando-se do momento em que sua filha havia morrido, no sofá dos Salvatore, assim como se lembrava do instante em que Stefan, o amor de sua vida, declarou fim a história de amor de ambos lhe cravando uma faca na pele.
Aquele lugar com certeza seria o inferno de Katherine, sua ruína, o local em que pagaria por seus pecados.

– Mãe, é real. - declarou Nadia, finalmente se aproximando. Colocou a palma da mão gentilmente no rosto de Pierce, acariciando-o - Estamos aqui.

Katherine cedeu, abandonou naquele instante todo o orgulho e a crueldade que havia abrigado durante quinhentos anos. Estar ali, ao lado de sua filha novamente, era sem dúvidas a melhor coisa.
Abraçou a filha. Se aquele era o inferno, talvez o inferno não fosse tão ruim quanto diziam.
Mas aquele não era o inferno.

Katherine se afastou, colocando um fim no abraço.

– O que faz aqui? - perguntou, dessa vez sem um pingo de amor na voz.

– Eu vim salva-la, te ajudar a encontrar a paz. Iremos encontra-la juntas. - prometeu Nadia.

– Não quero encontra-la. Eu não estou morta!

– Você está viva, estamos vivas! - exclamou Nadia, segurando as mãos da mãe com um sorriso esboçado em seu rosto - Podemos recomeçar. Me deixe salva-la, como fez comigo.

Ao ouvir tais palavras Katherine não suportou. Deixou que uma lágrima escorresse por sua bochecha. Se lembrou de como sua tentativa de salvar sua filha havia falhado.

– Mas... Eu falhei com você - articulou Katherine, enxugando a lágrima teimosa.

– Mas você tentou. É isso o que as mãe fazem... - começou Nadia. - Quando amam.

Pierce abriu o pequeno sorriso deslumbrado com as palavras da filha. Mesmo depois de tudo o que fizera, ela ainda tentava salva-la.

– Eu sou uma causa perdida, Nadia. Não sou uma mãe perfeita. Não pode me salvar, não de mim mesma. - declarou Katherine cautelosamente, ainda sorrindo ao fitar suas mãos que estavam entrelaçadas com as da filha.

– Eu tenho esperança. Sei quem você é de verdade, Katerina Petrova, minha mãe. E não desistirei de você. Me fez uma promessa dizendo que seria uma mãe melhor, e eu acredito que será. - Nadia pronunciou cada palavra deixando amostra as lágrimas que escorriam por seu rosto.

Katherine não impediu que lágrimas transbordassem novamente, soltou as mãos de Nadia e afagou as madeixas acetinadas que a mesma possuía. Eram idênticas as suas.
Sorriu de forma alegre.

– Me desculpe. - pediu Pierce - Por não conseguir impedir sua morte.

– Não se desculpe, você fez o melhor que pode. Eu sei disso. Obrigada. - agradeceu Nadia.

– Eu é que agradeço, Nadia. Por me perdoar. Obrigada, por tudo.

Katherine a abraçou fortemente. As lágrimas de ambas escorrendo por suas faces, seus sorrisos enormemente esboçados, o amor reinando naquele local.

– Eu te amo, mãe. - disse Nadia.

– Eu também te amo, filha. - completou Katherine.

E então, elas sumiram. Simplesmente evaporaram. Elas não encontraram a paz, a paz as encontraram.

***

– Mamãe, mamãe! - exclamou a doce criança enquanto corria pelo campo. - Você não me pega!

Katerina corria, o vestido arrastando pela grama, um enorme sorriso em seu rosto declarava a felicidade daquele momento.

– Estou quase lá, Nadia! - falou, ofegante.

Ambas caíram no gramado, gargalhando de forma estridente. Suas vestes completamente empoeiradas, os cabelos bagunçados feito uma juba de leão. Então viraram-se uma para a outra.

– Eu te amo, filha. - declarou Katerina.

– Eu também te amo, Mãe. - declarou Nadia.


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