Devil Beside You escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 4
04 - Doce Infortúnio


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a todos os leitores, porque graças a eles consegui trazer mais um capítulo.
Eu gostei deste, ficou enigmático e cheio de revelações, já consigo pensar no próximo... n.n



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De repente, fui puxada pelas tranças do meu cabelo e jogada com força escada abaixo. Rolei como uma manga madura quando cai de uma árvore e bati a cabeça – com muita força – na parede no fim dos degraus. Acho que eu bati a mão no corrimão, ele deveria ser feito de um forte aço, minha mão está sangrando. Atrasos mentais, quem cai com os braços abertos?

Olhei para a comida que eu havia comprado completamente espalhada pelo chão frio como mármore, meu corpo perdia o calor gradativamente pela sensação térmica, sorte que estavam dentro de pacotes senão aquele gostoso com cara de psicopata iria me matar. E não, meu cérebro não esqueceu que eu fui puxada pelas minhas lindas trancinhas e arremessada como uma bola de beisebol. Tenho que parar de fazer essas comparações, já estão me afetando, e principalmente, falar comigo mesma, sinal de perca de concepção, mas eu não podia ignorar! Foi quase um atentado, foi um atentado, então foi quase um assassinato!

Levantei meus orbes verdes, inveje-me, encarei a dona da ação. Meus amiguinhos, aulinha de Química com a tia Sakura: para cada ação existe uma reação, e qual foi a minha reação?


- Quem-...?! – Reação extraordinária.

- Quem diabos é você? – A garota me cortou, autoritária. Olhava-me com um ar sublime de superioridade, arrogância, cruzando os frágeis braços. Analisei seu estilo gótico com vestes escuras e seus cabelos extremamente chamativos na cor vermelha, eram curtos e muito bem cortados em um corte com excelente estilo; reparei na franja curta e quadradinha, fofa. O que é isso? Estou elogiando a garota que me atacou? Ok, Sakura, procure um psiquiatra. - Quem permitiu que uma barata como você andasse por aí com o Príncipe?

- Quem é Príncipe? – Perguntei enquanto analisava o restante do meu corpo procurando outros hematomas.

- Uchiha. Príncipe da Sedução. – Seus olhos rubros brilhavam incandescentes ao dizer tais palavras.

- Príncipe?! – Tentativa de segurar o riso fail, não faria questão de torcer meu pâncreas para não esboçar nenhuma expressão, gargalhei. Quase vomitei o miojo que comi noite passada, era de galinha, assim como a garota a minha frente, me erre, por Deus. PRINCE?! Aonde aquilo é um PRINCE?! Se bem que... Esquece. Voltei a organizar as compras. É cada retardado que me aparece, essa garota consegue fazer algo inacreditável, por isso tem a minha admiração, afinal, superar o Naruto em termos de idiotice não é para qualquer um. - Que piada. Me chamando de barata, tão mal-educada.

- Cala a boca! Você não tem noção?! – Chutou minha sacola, filha da... - Mesmo que você queira ser o brinquedo do Prince, você não é digna. Ele se cansará de você rapidamente, estou te avisando, fique bem longe dele.

- O que?! Não agüento mais! – Levantei-me, irritada. - Se não fosse por aquele idiota que não me devolveu a carta eu não teria que fazer isso. Digna ou não, eu não quero isso. – Fitei seus olhos ameaçadores. - E se ele vai se cansar logo, porque está tão preocupada? – Sorri, triunfante. Meu momento de ownar. UHUUL. - Meça suas palavras, garota, eu não sou obrigada a ouvir tudo o que você tem a dizer.

- Carta? – Ouvi passos.

- Ei, o que vocês estão fazendo? – Era ele, o capitão do time de basquete, Gaara. Ao ouvir sua voz senti um calafrio levemente, porém minha raiva era maior, continuei emburrada. A ruiva apenas olhou para o de cabelos vermelhos, encarou-me novamente e saiu.

- Você está bem? – Ele se aproximou de mim, preocupado. Voltei a arrumar as coisas, estava atrasada.

- Estou!

- Uns colegas de classe estavam comentando que um calouro ordenou que você fizesse anotações para ele. – Congelei.

- Não... Não é bem assim... Existe uma razão para isso. – Eu não podia falar que era para pegar a carta de amor que fiz para ele, não agora. Minhas mãos estão gélidas, ai Kami-sama, me salva!

- Apesar de não saber a razão por trás disso... – Ele esboçava um sorriso brincalhão agora, de fato me reconfortava. - Se você não quer fazer, devia dizer que não quer.


... Como eu não pensei nisso antes? Ele... Ele está preocupado comigo? Nhaaa! Sorri, branda e feliz, ele me ajudou a empacotar as coisas novamente, tão lindo, gentil, agradável, sedutor... Aquele sorriso que me fascinava... Certo, eu devo me confessar para ele, se eu disser a ele o que sinto não terei nada a temer, portanto, me livrarei de Uchiha Sasuke para sempre!


Entreguei as coisas à Sasuke, que estava acompanhado com um de seus seguidores, o que tinha cabelos brancos, Suigetsu o nome dele acho, ignorei-o e chamei a atenção de Sasuke. Logo comecei a lhe avisar que iria me confessar ao Gaara, que ele não podia mais me chantagear! YEH! Eu devia ter trazido uma câmera para filmar seu semblante de ódio misturado com frustração, era sadicamente doce. Inconscientemente percebi que o que eu mais queria ver era Sasuke frustrado, e por minha causa.


- Vai declarar seu amor ao capitão do time de basquete? – Ele falava amargo tentando me intimidar, entretanto dessa vez não conseguiria. - Está certa que consegue fazer isso?

- Eu consigo! – Bati o pé, firme. - Então não adianta mais me procurar, por que eu NUNCA mais quero ver essa sua cara de... – Eu pensei de anjo, anjos são bonitos, mas isso ele não era, era um diabo infame que me atormentava, irritantemente desejável. - De idiota!

- Ok. – Respondeu simples, pegando um dos pacotes. - Porque os croissants estão despedaçados? Você arruinou meu café da tarde.

- Eu não me importo! Morra de fome, eu nunca mais vou deixar que você mande em mim, grave o que estou falando. – Me virei para sair dali, contudo Suigetsu me barrou.

- Sakura, você está muito confiante. – Disse ele, calmo. Empurrei-o. Sim, eu estava o cão em pessoa, mexe comigo agora para ver se não leva uns boxes bem dado. Sasuke interveio a minha frente, estava pronta para esmurrá-lo quando este me pegou pelo pulso, encarando meus olhos violentamente, tão frenético que senti o ar parar de invadir minhas narinas por um longo tempo.

- Cuide-se, Sakura... Sua mão tão macia e suave fica tenebrosa assim, com esse corte. – O que... Sasuke está preocupado? Ta, deve ser mais uma das confusões da minha mente. Ele está brincando comigo, estúpido!

- Cai fora! Saia do meu caminho. – Soltei-me, dando passos violentos passei pela garota ruiva de antes, que agora segurava um bolinho em mãos. Não me importei, dane-se! Sai logo dali antes que matasse alguém.



Sasuke POV’s


- Oi, Karin! – Suigetsu a cumprimentou, todo sorridente, porém a moça passou direto, deixando Suigetsu no vácuo, para...

- Prince! – Ouvi Karin me chamar, não me dei o trabalho de olhá-la. Apenas encarava os croissants quebrados, a última coisa que Sakura tocara... Sakura... Que garota... Interessante. - Trouxe um bolinho para você... Porque está comendo isso? Está despedaçado...

- Não quero.

- Ei, porque você está tão irritado? – O garoto de cabelos brancos me perguntou com aquela pose de indiferente.

- Cale a boca! – Joguei meu quase lanche no chão e saí.

- Não fique assim. – Suigetsu se aproximou de Karin, que me olhava abismada. - Ele só está de mau humor.


Sakura... Você vai voltar para mim, você vai ser minha... Custe o que custar, porque quando eu desejo, eu possuo e eu a possuirei, só para mim.



Sakura POV’s


Universidade de Tóquio
07.04.2010 - 14h30m


Outro dia, outra roupa, obviamente. Calça jeans casual clara, botas de camurça cinza, uma blusa de alça amarela – bordada de galhos de árvore na cor branca, no qual contornavam o tecido fino –, uma blusa de mangas longas verde-água, que deixei aberta prendendo-a por um laçinho no centro; já que possuía a borda em babados. Deixei meus cabelos soltos, prendendo menos da metade atrás para fazer volume. Rezava, em pensamento. Esperava Gaara sair do treino para me declarar e estava quase na hora. Para minha tristeza, comecei a pensar como seria o decorrer da declaração...


- Gaara! – Meus olhos brilhavam, abri um sorriso de orelha a orelha. Corria, pulando até ele com os braços abertos imitando aquelas cenas de cinema dramáticas quando a mocinha corre atrás de seu salvador, o rapaz permanecia de costas quando me aproximei. - Gaara!

Quando o suposto Gaara se virou, não era ele e sim um garoto com a face gorda cheia de sardas, uma verruga no queixo e uma espinha inflamada do tamanho de uma almôndega no nariz! MORRI!



- WAAAAAAAAH~ - Acordei dos meus devaneios, ofegante. Não, eu tinha que ter um pensamento feliz para falar com o meu ruivo maravilhoso, então, resolvi imaginar novamente...


- Gaara. – Eu estava tímida, manhosa, mexendo os joelhos de um lado para o outro sem encará-lo, sorrindo.

- Sakura... – Ele mordiscava o cordão da blusa e possuía um sorriso envergonhado, fofo. - Eu gosto de você. – Encarei-o, surpresa.

- Verdade? – Ele assentiu. Pegou-me pela cintura virando para o lado, apoiando meu tronco em seu joelho; levantei uma perna instintivamente. Fechei os olhos e ele se aproximava para me beijar, até que...

- Sakura... – Ele resmungou. - Você comeu alho?



NÃÃÃÃÃÃO!
Despertei, cheirando meu hálito, passei spray na hora. Não podia deixar nada dar errado.


- E se... Gaara realmente quiser me beijar...? – Falava comigo mesma, mas em voz alta desta vez... PROGRESSO, eu sou demais. - Estou tão nervosa, tão nervosa. Estou tão nervosa... Gaara! – O chamei quando ele apareceu no meu campo de visão, o fiz parar. Fui até ele sem mais demora, segurando minha bolsa para não cair. - Gaara...

Ele se virou.

- AH! Graças a Deus não é aquele horroroso!

- Hein? Horroroso? – Céus, o que estou falando?!

- Nada, Gaara... – Eu tinha certa firmeza na voz, gostei disso. - Na verdade... Eu... g#o&st&(o d@e vo3c4ê...

- Desculpe, não entendi. – Ele falou, calmo. Vamos Sakura, você consegue! Tem que provar para aquele imprestável que gosta de rir da desgraça dos outros que é capaz!

- Eu gosto de você!


Ele ficou sem reação por alguns instantes, eu estava ansiosa, queria saber a resposta o mais rápido possível. Por mais que estivesse com vergonha, o encarava fixamente. Os segundos pareciam horas, meu coração acelerado fez-me ficar histérica internamente. Eu sonhava com outro tipo de declaração, daquelas com flores, serenata e que o rapaz a fizesse para mim, não uma moderna no qual a mulher toma a iniciativa, eu não sou uma princesa e não podia esperar o Gaara chegar com seu cavalo branco, me pegasse no colo e levasse para as colinas. Eu fiz o certo, independente da reação dele.


- Sakura... Eu também gosto de você. – Disse num riso, esqueci de respirar... Eu havia sido aceita!


Caminhávamos tranqüilos, rindo de nós mesmos, até que vi uma coisa que me matou por dentro. Um mural cheio de cópias da minha carta... Maldito! Todos estão zombando de mim e Gaara está sem saber o que fazer, eu sem saber o que dizer. Lágrimas vieram à tona, mas me contive. Cerrei os punhos e comecei a arrancar as cartas da parede, involuntariamente, saindo correndo dali. Eu já sabia para onde iria. Onde? Atrás de Sasuke. Isso é horrível! Porque você fez isso, Sasuke? Dessa vez ele ia me escutar.
Ao encontrá-lo, não me segurei, dei-lhe um tapa na frente de seus amigos.
Eu nunca o perdoarei!

NUNCA!

Ele ficou imóvel, mais à frente estavam seus seguidores boquiabertos.


- O que você está fazendo!?

- Porque você expôs a minha carta?! – Minha voz estava elevada, falei enquanto mostrava uma copia amassada. - Zombar de mim te deixou feliz? Te deixou orgulhoso? A verdade é que isso o fez ficar triste e com pena de si mesmo, porque... – Senti as lágrimas voltarem. - Você nunca gostou de ninguém de verdade, por isso você não tem nenhuma consideração pelos sentimentos dos outros. Os sentimentos das pessoas não podem ser manipulados tão facilmente! – Ele ficou me encarando, sem reação, mirou os olhos ônix para baixo por um segundo e os voltou para mim.

- Você veio aqui, só para gritar essa porcaria? – Pegou-me pelo pescoço aproximando minha face da sua, sorrindo igual um demônio, se aproveitando de mim, malicioso e sádico... Ao mesmo tempo... Triste? - Escute... Quando eu quero alguma coisa, eu consigo. Você precisa aceitar isso.


Eu não agüentava mais olhá-lo, o afastei e joguei o papel amassado em sua cara desaparecendo de sua vista.


“- Escute, quando eu quero alguma coisa, eu consigo. Você precisa aceitar isso.”



Ino POV’s


Gaara estava desesperado atrás da Sakura, cortava meu coração vê-lo assim. É, eu gostava dele, sempre gostei, mas nunca falei nada para não magoar a Sakura. Ela é tão inocente e pura que deixaria de lutar por ele por minha causa, isso era a última coisa que eu queria. Liguei para ela e marquei um encontro no terraço em frente à livraria, porém não era Hinata e eu que iríamos, mas sim Gaara; nós só acompanharíamos para ver de longe. E assim foi, a cada passo que dava sentia Gaara mais longe do meu alcance. Ele disse que a última coisa que queria era ver a Sakura sofrer... Ele gosta mesmo da Sakura, eu perdi sem nem tentar.

Sakura andava de um lado para o outro nos esperando, ficamos atrás de um muro próximo as escadas e permanecemos a observar a aproximação do ruivo. Daqui eu pude ver que, quando Sakura o fitou, seus olhos encheram de lágrimas, estas não contidas. Hinata estava animada, eu também queria estar, era a minha melhor amiga afinal, mas algo mais forte me impedia; estou de mãos atadas agora, irei esquecê-lo. É a minha decisão.
Ele agora se aproximava dela, sublime.


- Eu... Sinto muito. – Sakura dizia em meio ao pranto. - Eu não queria te envolver nisso ou te causar problemas... Eu estou com tanta vergonha.


Gaara esta sério, pude imaginar seu semblante sombrio e ao mesmo tempo adocicado, pegou um lenço e começou a limpar as lágrimas da rosada, senti meu coração saltar.


- Aquela carta não me incomoda... Mas quando você chora, eu não sei o que fazer. Há pessoas neste mundo que tentam te fazer mal, mas também há pessoas que se machucam porque você está ferida. – Gaara agora se aproximava de Sakura, eu não podia ver aquilo! Eu... Eu... Minhas lágrimas, tenho que segurar.



Sakura POV’s


Ele iria me beijar se o sinal não tivesse tocado e acabado com o nosso momento. Olhei para o lado e ele sorriu, me dando um “até mais, minha namorada”. Deixou seu lenço, macio e cheiroso, comigo... Porque eu ainda sinto que está faltando algo? Talvez eu deva deixar de lado, agora que me livrei do Sasuke. Deus, nem sei por que estou falando dele quando Gaara quase me beija! Gaara, pura sedução. E agora, é meu!


Coffee Palace
07.04.2010 – 18h30m


- Mãe, você é impossível! Da última vez, sua chefe me disse que estava deprimida. Agora, você está mais feliz que passarinho cantando. Você deveria me dar o exemplo, mostrar algum comedimento.

- Eu não consigo evitar! – Minha mãe dizia entre sorrisos. - É um momento de virada do preto e branco para as cores coloridas!

- Eu entendo. É como comer o Danone mais doce, ter uma hélice na cabeça e voar por entre as nuvens, e ter alguém levantando as extremidades dos meus lábios. Eu não posso fazer mais nada além de sorrir! – Me empolguei, lembrando que agora estava namorando.

- Você entendeu! Eu não pensei que ele perguntaria tão rápido.

- Nem eu...

- Por favor, me dê a sua benção! – Falamos juntas. Me virei para minha mãe, assim como ela para mim.

- Eu vou me casar!
- Eu estou namorando!

 


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Notas finais do capítulo

E é isso, eu não tenho data para entregar o quinto capítulo, pois eu não consegui escrever esses dias. Motivo: problemas pessoais juntamente com a volta do meu curso de inglês que está imensamente rígido, mas tentarei escrever agora e prometo que de o prazo de uma semana não passa. n.n
Espero que gostem, bgs. n.n



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