PDV Violetta

É quinta feira e nesse meio tempo nem tenho falado direito com o León. Como era dia de consulta médica, eu faço minha higiene matinal e tomo banho.

Eu visto uma blusa de manga comprida branca, regata preta por baixo, legging preta e uma sapatilha coral. Faço um rabo de cavalo e passo uma base para esconder minhas olheiras.

Pego minha bolsa e saio do quarto. Desço as escadas e encontro as meninas com os uniformes.

Violetta: Bom dia. – digo.

Aurora: Bom dia mamãe. – diz vindo até perto de mim – Bom dia bebê.

Sorri com esse gesto. A Aurora aceitou a notícia bem, mas a Jenny está em fase de progresso.

Jennifer: Bom dia mãe está linda.

Violetta: Obrigada, mas dormiram bem?

Jennifer: A mesma coisa de sempre.

Aurora: Sempre insuportável.

Jennifer: Eu adoro ser assim, algum problema?

Lio: Bom dia gente. – elas foram para sala de jantar.

Violetta: Salvou-me.

Lio: Tenho esse dom.

Violetta: Deixa de ser palhaço. – rimos.

Ouço a campainha e vejo o León. Sorrio para ele e o deixo passar.

Lio: Oi. – disse friamente.

León: Oi. – diz do mesmo jeito.

Violetta: León quer tomar café da manhã com a gente? – pergunto tentando livrar aquela tensão.

León: Só se não for incomodar.

Violetta: De jeito nenhum.

Lio: Vou falar para Olga para pôr um prato a mais.

Ele saiu. Ficamos nos olhando e ponho um fio de cabelo atrás da orelha.

Violetta: Desculpa mesmo por aquele dia.

León: Está tudo bem, Vilu, sério.

Violetta: Vilu? Eu gostei. – digo.

Tomamos o café da manhã e o León me levou até o consultório da obstetra. Ficamos esperando na sala de espera e, eu fiquei quieta além de evitar os olhares das pessoas em mim também essa sensação é meio constrangedora.

Chamaram-nos e eu respirei fundo antes de entrar. A sala é toda branca, qual problema dessas salas serem todas brancas? Só porque o branco representa a paz? Eles não sabem quanto isso é deprimente.

XXX: Eu sou a Dra. Platt, vocês devem ser Violetta e León Vargas? – engoli em seco.

León: É um prazer em conhecê-la.

Dra. Platt: Vamos ver como estar esse bebê? – assinto e, ela me direciona até o banheiro para eu me trocar.

Ponho aquela coisa horrorosa azul e volto para a sala. Ela pede para eu deitar na maca e passa aquele gel gelado na minha barriga.

Dra. Platt: Vamos ouvir o coração desse bebê?

Violetta: Ok.

Então, a sala foi preenchida pelo som do coração do bebê. Engoli o choro, logo a doutora perguntou se queríamos saber o sexo dele.

León: Só se você quiser.

Violetta: Tudo bem.

O sinto pegar minha mão. Pela primeira vez senti de verdade – depois de ter acordado e eu soube que além de ter perdido a memória também estava grávida –, que eu poderia me permitir estar segurar, pois ele estava comigo.

Dra. Platt: Meus parabéns é um príncipe.

E as lágrimas desceram pela minha face, malditos hormônios. O León beijou minha testa e a doutora falou que eu já poderia me trocar.

Ponho de novo minha roupa e a doutora conversa com nós dois. Depois disso, nós entramos no carro e eu fiquei encostada com a minha cabeça no vidro.

León: Se importa se formos a um lugar? – pergunta.

Violetta: Não, tudo bem. – digo.

Então, eu percebo que paramos naquele mesmo lugar de música. Ele abre a porta para mim e estende a mão, eu aceito e saio do carro.

Violetta: Obrigada.

León: Sem problemas.

Entramos no lugar e, alguns alunos nos cumprimentaram. Ele me disse que tinha ensaio, mas era rápido. Ouço que esse lugar está falindo e que senão fizerem nada, eles vão ter que fechar definitivamente.

Entro na sala de dança e todos param para me olhar. Não sei de onde veio a tal coragem, mas já estou aqui fazer o que. Sento no banquinho do piano elétrico e toco.

Yo no soy un zombie, yo no soy un robot
Hago mi camino y descubro quién soy
Vivo como siento y eso me hace cambiar
Soy diferente, única, única

Yo no soy un zombie, yo no soy un robot
Hago mi camino y descubro quién soy
Vivo como siento y eso me hace cambiar
Soy diferente, única, única

Pablo: Muito bem.

Violetta: Obrigada, mas então precisam de ajuda?

Pablo: Sério?

Violetta: Aqui tem muitos talentos para simplesmente serem apagados por causas de alguns problemas. – digo.

Pablo: Bem vinda de volta.

PDV Francesca

Deixa eu te contar o que tem acontecido desde que a Vilu acordou. Minha irmã, Fausta e eu fizemos as pazes. Já que ela agora está com o Andrés e eu, com o Diego. O Studio pediu nossa ajuda, pois dessa vez ele pode ser fechado definitivamente.

Está sendo uma barra com a Vilu sem memória, principalmente para o León. Mas, agora ela quer ajudar o Studio e vi aquela determinação que nós sempre víamos em seu olhar.

Pablo: Já vão pensando na coreografia dessa música.

Olhamos para Violetta que pediu licença. O León ia atrás dela, mas a Cami e eu o paramos.

Francesca: A gente resolve.

León: Mas, Fran...

Francesca: Nem vem, vai lá com os rapazes e se distrai um pouco, enquanto nós vamos atrás delas.

León: Tudo bem. – suspirou.

Fomos para o lado que ela foi e a vimos tomando um remédio e ela sentou na cadeira.

Camila: Violetta?

Violetta: Oi?

Camila: Tudo bem?

Violetta: Sim. – cruzamos os braços – O León mandou vocês aqui?

Francesca: Não. – nego – Mas, fala a verdade se não nem tomaria o remédio.

Violetta: É para dor de cabeça, odeio quando isso acontece. – percebemos que as mãos dela estavam na cabeça.

Camila: Já contou ao León sobre isso?

Violetta: Não, ele já se preocupa demais comigo. – responde.

Francesca: Uma hora ele vai descobrir.

Violetta: Eu penso nisso depois. – diz e, o seu celular começa tocar.

[…]

Ela volta com um meio sorriso e pede para que falemos para o León que ela precisou ir.

Violetta: A gente se vê amanhã no ensaio.

Ando pelo Studio procurando pelo Diego e o encontro na sala de música falando com o seu pai.

Francesca: Eu posso voltar outra hora. – digo.

Gregório: Não, já terminamos.

Francesca: Tudo bem?

Diego: Vai ficar, mas você como está? – perguntou – Falou com a Violetta?

Francesca: Eu tentei, mas não pude.

Diego: Como ela está? – em outra época, eu ficaria com ciúmes, mas eu sei que o único amor que o Diego sente por ela é amor fraternal.

Francesca: Parece bem, na medida possível.

Diego: Era para agora os dois estarem bem e felizes. – eu entendi o que ele quis dizer.

Francesca: Verdade, tantos obstáculos que eles passaram, mas o amor deles prevaleceu como sempre.

Diego: Eu já te contei do dia que aqueles dois fingiram uma briga?

Francesca: O pessoal tinha comentado, mas nunca soube realmente.

Flash Back ON:

Diego: Estão vindo gente, eles estranharam por vocês dois não terem saído. – digo.

León: Como ele sabe? – perguntou olhando para mim.

Violetta: O cara é esperto.

León: Encenação.

Violetta: Como se eu precisasse. – sussurra – Vaza daqui!

León: Por que não vai você, selvagem.

Violetta: Quanta originalidade.

León: Por que não admite que você gosta de mim?

Violetta: Só em meus pesadelos, menino mimadinho. – bate em seu ombro e sai da sala comigo.

Flash Back OFF.

Rimos. Eles dois são impossíveis, sempre se metendo em confusões, de um jeito ou de outro.

Diego: Que tal cantarmos juntos? – sorri, enquanto ele pegava o violão e sentou no banquinho.

Hace falta valor para madurar
(Falta valor) para despegar
(Falta valor) para decir

Todo es posible
Busco en mi destino
Un sueño mágico
Porque yo aprendí a decir adiós

No voy a rendirme
Sigo mi camino siendo lo que soy
Porque yo aprendí a decir adiós
Hace falta valor para decir

Diego: Sai comigo hoje?

Francesca: Não vai contar para onde vamos ir né? – ele nega – Ok.

Diego: Eu te pego às 20h00min. – assinto.

Ele me dá um selinho e me abraça fortemente. Antes de sair, me deu um beijo na testa e disse que precisava conversar com o pai sobre o Studio.

PDV Violetta

Eu tinha recebido uma ligação do Lio, com tanto pouco tempo, nos tornamos amigos. Ele disse que tinha uma surpresa para mim em casa, eu estranhei, mas tudo bem. Dei um meio sorriso para as garotas que foram legais comigo.

Peguei um táxi e eu encontro o Lio na sala com sorriso enorme. Arqueie a sobrancelha e ele me levou até a garagem.

Lio: Espero que goste.

Eu vi os carros, mas um me chamou atenção, um Porsche 911 vermelho. Olho para o Lio que esperava minha reação. Sorri para ele que o mesmo me deu a chave do carro.

Violetta: Lio não precisava.

Lio: Bom sabe, eu não quero virar seu motorista, então...

Violetta: Engraçadinho.

Lio: O que acha de darmos uma volta?

Violetta: Entra aí. – rimos.

Dirigi até uma praça e o Lio diz que já voltava. Sai do carro e fui dar uma volta. Ouço uma melodia, então eu fui dar uma de curiosa. Eu vejo o León e uma garota. Ela tocava uma música e cantava e ele a acompanhou.

Si no hay nada que decir
I nada de que hablar
No te falta explicarte
Si guardas todos los secretos de mi vida
Y de mis sueños, si lo sabes

Eres la única canción
Que siempre escribiré
Siguiendo mis latidos
Cada palabra, cada nota que me das
Me hace sentir que estoy contigo

Es conexión entre tú y yo
En cada verso de esta canción
Tu voz y la mía
En cada acorde en cada rima
Es conexión entre tú y yo
En cada verso de esta canción
Es tan distinto junto a ti
Soy lo que soy si estas aquí

Eu não sei o que eu senti, mas a única coisa que eu fiz no automático foi sair de lá o mais rápido possível. Encontrei o Lio encostado no carro e joguei a chave para ele.

Lio: O que...

Violetta: Só vamos voltar para casa.

Assentiu. Quando chegamos, eu me tranquei no quarto e sento na cama. Pego um porta-retratos e vejo uma foto minha com a garota italiana e a ruiva.

Começo ter flash backs com elas duas. E uma dor de cabeça me envolve tanto que meu ouvido começa zumbir, mas as memórias delas vêm a minha mente à tona. (N/A: Video nas notas finais)

Pego o celular e ligo para o Lio que vem no meu quarto com tal velocidade. O mesmo me leva ao hospital e o médico faz uma bateria de exames comigo para saber se eu estava bem, tirando a dor de cabeça.

[...]

Vejo o Lio sorrindo para mim. E o mesmo dar um copo d’ água para mim. Bebo tudo e ouço a porta do quarto de hospital bater.

Violetta: Entre.

León: Você está bem? – pergunta e, eu olho para o Lio.

Lio: Vou deixar vocês sozinhos. – responde – Vilu, qualquer coisa, eu estou no corredor.

Deu um olhar mortal para o León e sai do quarto. Ele senta na cadeira ao meu lado, cruzo os braços e desvio o meu olhar do dele.

Violetta: Sim, eu estou bem. – respondo sua pergunta – Se é só isso, não tem mais nada para fazer aqui.

León: Vilu...

Violetta: Se quer saber, não precisa mais casar comigo se o bebê te mantem preso a mim, você pode vê-lo e ir às consultas, não precisa se manter mais ligado a mim.

León: Por que diz isso?

Violetta: Eu te vi com uma garota na praça, cantando com ela e sorrindo com a mesma, então para de se bancar de bobo e vai embora.

León: Quer que eu vá embora?

Violetta: Foi o que eu acabei de dizer! – exclamo.

León: Quer que eu vá embora da sua vida para sempre? – me olha com tanta intensidade que eu desviei o olhar.

Violetta: Se você quiser. – dou ombros.

León: Então, diga olhando nos meus olhos. – olho para ele.

E ele me beija. Sim, você não leu errado. Se eu estou surpresa? Muito. Mas, voltando a essa cena que está rolando. Eu sinto borboletas no meu estomago, uma corrente elétrica correr pelo meu corpo e um friozinho. Ele pede passagem e eu cedo, a sensação é boa até demais, parece que uma bolha que envolve só a gente. E o León encerra o beijo me dando selinhos e cola minha testa na sua, e deu um sorriso.

León: Você é a pessoa que eu amo e sonho todos os dias. – diz – Eu vejo você quando vou dormir e quando acordo, mas também te vejo em meus sonhos.

Dou um tapa no seu rosto. Uma hora canta com uma garota e, agora, me beija e diz palavras lindas.

Violetta: Se diz que me ama, prova. – ele arqueia a sobrancelha – Eu preciso só ter certeza, palavras bonitas e um beijo não diz nada, eu preciso saber o porquê tu me amas.