Darwin POV

Acordo meio desorientado, com a visão ainda turva, sem saber onde estava. Vejo apenas uma silhueta de uma pessoa em minha frente, que me olhava atenciosamente. Minha visão aos poucos vai ficando mais nítida, até que consigo finalmente distinguir o rosto de quem me observava. Era uma garotinha que flutuava na minha frente, ela tinha uma pele branca e franja azul, e parecia estar preocupada. Minhas costas estavam repousadas num tronco de uma árvore, que me fornecia uma sombra agradável. Começo a me lembrar do que tinha ocorrido, e me lembro de Carrie, que entrou ao meu lado naquele espelho estranho, e começo a ficar preocupado.

Darwin: onde está a Carrie? Digo olhando para todos os lados, desnorteado.

?????: Quem é Carrie, é aquele fantasma que estava com você? – diz a garotinha, com uma voz dose e meiga.

Darwin: deve ser, onde ela está?

?????: humm...ao seu lado eu acho. – diz ela, estranhando o fato do peixe não tê-la visto.

Olho para o meu lado e a vejo a Carrie, que ainda estava em repouso. Sinto um alívio, e ao mesmo tempo preocupação, pois mesmo sabendo que ela estava bem, ainda sim estávamos perdidos.

Talvez essa criança de aparência familiar possa nos ajudar, afinal eu duvido muito que eu tenha caído do nada nesse lugar confortável e com sombra, com certeza fui carregado.

Darwin: onde eu estou?

?????: Ué, você está em Almore. – diz ela, como se todos soubessem.

Darwin: Al... More? Tipo... Com A no começo?

?????: dãh! – diz ela, com um tom tão familiar que me deu calafrios!

Darwin: tá, mas... Como vim parar aqui, debaixo dessa árvore?

?????: Bom, meu irmão Zach te trouxe até aqui.

Mano... Que sensação de Déjà vu mais chata, mas também pudera, isso daqui é uma cópia exata do mundo de Elmore, se bem que eu nunca vi essa criança antes, embora ela seja assustadoramente familiar... Putz, lá vem outra vez à sensação de déjà vu!

Sinto a Carrie se mexendo ao meu lado, acho que ela já deve estar acordando.

Carrie: ...onde... Estamos? – diz ela, sonolenta.

?????: Em Almore. – diz ela, com um sorriso meigo.

Carrie: Al... More... com”A”? E quem é você?

?????: Meu nome é Catty. Meu irmão Zach foi quem trouxe vocês até aqui.

Carrie: Você é... Um fantasma? – diz ela, analisando a menininha.

Catty: bom, mais ou menos, é que..! – seu irmão chega na mesma hora.

Zach: vocês estão bem? – diz o felino azul que se aproximava. Era aparentemente o irmão mais velho de Catty.

Então esse é o Zach, ele é bem parecido com o Gumball que eu conheço. Será que ele não é o Gumball desse mundo maluco? Talvez...

Zach: ei, você estão bem? – diz ele, insistindo.

Carrie: estamos.

Zach: o que estavam fazendo aqui?

Darwin: como assim?

Catty: vocês estavam dormindo bem ali, no meio do parque.

Zach: acho que o certo é desmaiado, ninguém dorme daquele jeito Catty.

Catty: eu dormiria jogada na grama. – brinca ela.

Não podemos perder tempo com isso, o Gumball pode está em qualquer lugar assim como a Penny. Talvez se eu perguntar para eles...

Darwin: vocês viram alguém chamado Gumball por aí?

Catty: você o conhece? – diz a menina, curiosa.

Zach: espera como ele é? – estranha ele.

Carrie: ele é igual á você, um gato azul, só que um pouco mais velho.

Zach: igual a mim?...Mais eu não sou tão velho assim, nem o...

Darwin: você o viu?! – digo surpreso.

Zach: claro que sim, mas de onde você o conhece?

Carrie: é uma longa história, pode nos levar até ele?

Catty: claro! – diz a garotinha fantasma, animada (ou meio fantasma, sei lá...).

Zach: Vamos, eu levo vocês. A aula já acabou mesmo. – diz ele, nos ajudando a levantar.

No caminho...

Estávamos caminhando na calçada, seguindo o tal de Zach que mais parecia um clone do Gumball. Segui-lo parecia ser o melhor a se fazer naquele momento, pelo menos era melhor do que ficar parado ali, esperando uma ideia melhor surgir do nada como um milagre. Estranho é que esse caminho que ele está seguindo me parece muito familiar. Essa rua, essas casas, essas pessoas, Parece até o caminho de casa que eu e o Gumball fazemos quando vamos a pé para a escola. Será mesmo que esse é o Gumball desse mundo? Mas e essa garotinha, não tem como ela ser a Carrie, ou será que tem... A não ser que... Eles fossem... AI MEU GLOB! (Glob... de onde você tirou essa Darwin? Deve ter sido daquele desenho estranho que vi no hotel... Esquece, voltando ao surto).

Darwin: ESPERAAA! – digo bem alto, o que chama a atenção de todos.

Zac: oque foi cara? Diz ele preocupado.

Darwin: vocês são...! – sou interrompido pela garotinha, que nem ligara para a nossa conversa.

Catty: chegamos! – diz ela, apontando para uma casa.

Ficamos de frente para uma casa, que se parecia muito com a minha, se é que não era. Vejo Zach se aproximar e tocar a campainha. Ele nos chama para se aproximar, e escuto o som do destrancar da porta, que logo depois se abre. Ao ver quem abrira a porta, fico em choque assim como a Carrie. Quando quem estava abrindo a porta nos vê, faz a mesma expressão de surpresa, como se nos reconhece, e recua como sinal de espanto. O Vejo tentando falar, mas ele não parara de tropeçar em suas palavras, Zach e Catty já estavam bastante confusos a essa altura.

???????: Da-da-da-dar...

??????: Algum problema querido? Diz a mulher, que estava lá dentro, com uma voz mais do que familiar.

A mulher se aproxima e revela seu rosto, nos deixando ainda mais assustados, principalmente a Carrie, que reconhecera as feições da moça.

Carrie(s): você... Sou eu?! – diz as duas Carries, em uma assustadora sintonia de voz.

Zach: mas oquê?! –diz ele bastante confuso.

Catty: que história é essa mãe?

Carrie (jovem): mãe?! – diz ela, quase tendo um infarto (mas só que sem chance de morte ¬¬).

Darwin: Você é o Gumball?! – digo surpreso.

Gumball (Adulto): ...- ele fica calado, me observando com espanto.

Catty: e quem mais seria não é papai? Diz ela, com aquela sua carinha fofa.

Darwin/Carrie: pai?!

...Carrie desmaia ao meu lado...

Depois, dentro da casa dos Krueger Wattersons...

Fico sentado ao lado de Carrie no sofá da sala, esperando que o Gumball adulto voltasse. Zach e Catty estavam no chão, nos olhando fixamente, com olhar de admiração. A Carrie Adulta nos trás algo para beber, enquanto o Gumball descia as escadas, com um álbum velho de fotografias. Ele senta ao nosso lado e abre o álbum, nos revelando as fotos da sua infância. Em uma foto de família, me vejo ao lado deles, e em outras, me vejo se divertindo ao lado de Gumball. Oque são essas pequenas manchas d’água sobre a página do álbum? Olho para o Gumball Adulto do meu lado, em busca de uma possível resposta, e vejo uma lágrima quase saindo de seus olhos.

Darwin: por que você...?

Gumball (Adulto): ...

Ele não diz nada, apenas continua folheando o álbum, revelando as fotos em família de anos depois. Percebo nas fotos que Gumball havia mudado. Ele e o resto da família não estavam tão animados, principalmente o Gumball, que não parecia feliz. Sinto um aperto em meu peito ao perceber que eu não estava presente na fotografia. Eu não estava naquela foto, e em nenhuma outra que se encontrava na mesma página do álbum. Eu olho novamente para o Gumball, e o vejo enxugar as lágrimas que caíra do seu rosto, e logo depois virando a página do álbum com rapidez, como se não gostasse daquele capítulo de sua vida. Nas fotos seguintes vejo um Gumball mais velho, maduro, mais triste, usando roupas escuras. E na outra um Gumball feliz, de roupas claras, com um certo alguém ao lado, em ambas as fotos...

Fico observando as duas fotos, e percebo que ele havia mudado ao ficar ao lado dela. Fico imaginando a vida que ele deve ter levado, e o que deveria ter acontecia comigo... Volto a olhar para ele, e vejo que lágrimas ainda escoriam pelo seu rosto, mas desta vez ele não estava triste, e sim feliz, sorrindo...

CONTINUA...