Before - League of Legends II escrita por Ricardo Oliveira


Capítulo 12
Preparativos




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– Então, você está muito ocupado? – Riven me perguntou, enquanto eu soldava minha nova invenção: O Eco de Luden, um cajado azul com um pequeno núcleo roxo.


– Suponho que não. – Respondi, com um sorriso. Ela estava diferente, agora usava um capuz verde sobre os cabelos brancos e uma armadura prateada sobre o tecido verde. No pulso direito, ela havia prendido um pequeno escudo circular. – Eu gosto disso, sabe? – Apontei para as ferramentas e peças espalhadas sobre a mesa de madeira. – Nunca mudam. São sempre… Previsíveis. Você pode combiná-las de variadas maneiras, é verdade, mas elas nunca deixam de ser o que são.


– Como eu e você? – Ela falou, apoiando os braços cruzados na mesa para olhar as peças de perto. – Ele não se conhece, Brandon. Warlock. Ele não sabe quem é, não sabe do que é capaz. Eu sou uma assassina. – Ela pegou uma peça Hextec da mesa. – Você é isso.


Desliguei a solda, mais uma arma estava pronta. Heimerdinger, Jayce e Ziggs estavam trabalhando nas outras desde que eu decidira invadir o Instituto. Não que as armas fossem para os invocadores ou campeões, mas eu tinha quase certeza de que Warlock estaria lá. E nós lutaríamos, se fosse preciso. E, obviamente, o sucesso naquele plano significava libertar uma das pessoas mais perigosas que eu já conheci.


Kristofer não foi apenas o meu professor, durante muito tempo ele foi o meu melhor amigo. Ou será, daqui a cento e noventa e nove anos. Você nunca tem certeza, quando se trata de viagem no tempo. Pergunte ao Zilean ou a qualquer outro viajante do tempo, se conhecer algum. Ele estava na prisão do Instituto desde a batalha de Icathia, onde sua última ação foi lutar de igual para igual com Lissandra, a bruxa gélida.


Ele não era apenas perigoso, eu lidava com pessoas e criaturas perigosas na Liga, aquele não era o problema. Ele era imprevisível e muito inteligente, mais inteligente do que eu jamais fui. Além disso, era a única pessoa com conhecimento suficiente da tecnologia de Viktor para deter Warlock. Talvez ele não fosse tão necessário assim, mas eu não arriscaria mais nada. Não contra o homem que destruiu a minha cidade.


– Bem… - Suspirei, segurando o cajado. – Não acho que sejamos assim. Todos podemos mudar. – Estendi a outra mão para ela com um sorriso. – Vamos, eles estão nos esperando.


Saímos do laboratório e atravessamos as salas lotadas de Piltovenses até o quarto onde eles estavam. Vayne, Lucian, Sarah, Ziggs e Jayce. Todos esperando por nós enquanto olhavam um rascunho que eu tinha feito da prisão do Instituto. Eu a tinha projetado para ser impenetrável. E agora, eu precisava ser a primeira pessoa a conseguir aquilo.


– Onde está o Heimer? – Perguntei, enquanto Riven conseguia um lugar próximo do mapa da prisão.


– Na ala médica, cuidando de alguns feridos. – Jayce me respondeu. Mesmo em uma crise, ele não perdia o charme característico. Ao seu lado, o martelo de mercúrio, uma de suas maiores invenções, repousava. – Não se preocupe, podemos começar a planejar sem ele.


Olhei para os lados: - Eu não posso. Dois minutos, vou buscá-lo.


– Brandon, eu realmente não acho que… - Jayce começou, mas eu já estava batendo a porta para ir ao encontro de Heimer.


O que me incomodava era o quanto aquele lugar era bem elaborado. Não se construía um bunker daqueles do nada. Ele sabia. Heimerdinger estava mais preparado do que eu. Quando finalmente localizei a ala médica, demorei um tempo para entrar. Minha visão se deteve em um quadro.


Heimerdinger adorava pendurar quadros homenageando pessoas importantes na história de Piltover (eu mesmo ganhara um) e naquele lugar não seria diferente. Aquele continha a foto de Reginald Ashram. Eu conhecia Reginald, ele defendia Ionia veementemente antes de desaparecer misteriosamente.


Dei de ombros, ainda que algo incômodo se formasse em minha mente. Algo que eu não conseguia enxergar ou entender. Girei a maçaneta e abri a porta de aço. Heimerdinger estava ali com uma pessoa que eu também conhecia. Quando pude entender o que acontecia, desejei não ter entrado lá nem em um milhão de anos.


Corin Reveck estava chorando ao lado de uma cama. Mesmo com todos os aparelhos médicos que a rodeavam, pude reconhecer o rosto dela. Orianna Reveck jazia morta. Com sua expressão serena, qualquer um poderia jurar que ela estava apenas dormindo, que a qualquer momento acordaria e falaria com a sua alegria habitual sobre os passos de dança que tinha aprendido, mas isso não aconteceria. Por minha culpa.


– Brandon! – Heimerdinger exclamou, surpreso e desconcertado. Corin se virou para mim. Eu esperava que ele se enfurecesse, que ele gritasse ou que ele me batesse. Eu certamente merecia. Contudo, ele me abraçou.


Eu olhei mais uma vez para a minha amiga de infância, sabendo que seria a última.


– Eles a levaram, Bran. – Corin lamentou, soluçando. – Eles a tiraram de nós!


– Corin, eu… - Balbuciei, desconcertado. Olhei nos olhos dele. Estavam inchados de choro, e eu não precisava de ninguém para me dizer como os meus estavam. Ardentes de raiva. – Eu vou atrás deles.


– Não precisava ter dito isso. – Heimerdinger reprovou, após saírmos dali, deixando Corin e Orianna a sós pela última vez. Eu sabia que não precisava, mas não estava mentindo. Aquilo acabaria o mais rápido possível:


– Ok, então é isso o que vamos fazer. – Apontei para o quadro-negro, fazendo alguns rabiscos com giz. Todos me olhavam sem sequer piscar. – Assim que entrarmos, as câmeras frontais vão nos ver, nenhum tipo de camuflagem vai adiantar. A primeira frente de defesa são os invocadores policiais, vamos simplesmente nos desvencilhar deles. – Apontei para um caminho no mapa que desenhei da cidade. – Vê? Teremos que ser rápidos.


– Vamos pular pelos prédios? – Vayne perguntou, levantando a mão.


– É o caminho mais rápido. – Respondi. – Então, sobra a Liga para nós. Nós cinco contra eles. Contra os que não estiverem sendo controlados mentalmente, pelo menos. Ou seja, podemos ter aliados extras nisso.


– Brandon. – Sarah falou, um pouco constrangida. – Na verdade, vocês serão três. Eu vou ficar, não quero ser uma fora da lei. Lamento.


– E eu vou voltar para a Ilha das Sombras. – Lucian concluiu.


– Por que você voltaria? – Perguntei, surpreso.


– Ele tem seus motivos. – Vayne interveio, deixando claro que aquele assunto não seria discutido.


– Ok, nós três conseguimos. – Tentei encorajá-las, mesmo já tendo perdido quase todas as esperanças. Mal esperava conseguir tendo quatro deles ao meu lado. – Assim que o libertamos, saímos. Com a ajuda dele, podemos dar o contra-ataque final. Ele conhece aquela tecnologia melhor do que quase qualquer um.


– Isso se ele concordar em nos ajudar. – Riven comentou, preocupada.


– Ele vai. – Afirmei, me voltando para Heimerdinger. – E os dispositivos de proteção?


– Vão proteger contra telepatia básica, talvez seja o suficiente para parar o controle mental de Warlock. – O yordle respondeu. – Mas isso é um talvez. E não temos como fazer isso em quantidade suficiente. Só posso imaginar quantas pessoas ele infectou e converteu.


– Só construa o máximo que puder, vamos nos virar como pudermos enquanto isso. Riven, Vayne. Vocês estão prontas?


– Não. – As duas resumiram, ao mesmo tempo. Eu mesmo estava tendo calafrios, mas superaríamos.


– E como vamos te entregar os dispositivos quando estiverem prontos? – Jayce perguntou.


– Você está brincando comigo? Piltover tem o melhor mensageiro que nós poderíamos querer. Um chamado, e ele aparece. Tão rápido quanto uma translocação. – Sorri, confiante. Não estávamos sozinhos, afinal.


Após os preparativos serem concluídos, nós três saímos, vendo a luz do Sol novamente. E, mais uma vez, eu estava indo para casa. Só que dessa vez, pronto para travar uma guerra.


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