Escolhas ruins... consequências piores escrita por Lilian


Capítulo 8
Sentimentos confusos




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Cumprimentar Thomas como se não o conhecesse quando na verdade queria abraçá-lo foi uma das coisas mais esquistas que ela já fez, ela viu ele piscar o olho esquerdo e logo voltou a amparar Tony que permanecia encarando-a.

– O que você tá fazendo aqui?
– Vim ver o Rhodes e o Phil. - mentiu ela.- Você está bem? - ele sorriu e pediu um segundo. - Você tá bêbado?
– Não. Tô testando um tipo de soro, mas deu errado.
– Soro?
– Tá mais pra um alucinógeno do que soro.- falou Thomas.
– É um soro.
– Alucinógeno.
– Soro.
– Alucinógeno.
– So...
– Chega! - ela gritou e os dois pararam. - O que isso faz?
– Ele te deixa meio leso e te faz contar a verdade.
– Leso, ele já está, mas vamos ver se funciona mesmo. Tony o que você é?
– Na minha concepção ou na sua?
– Na minha.
– Um cretino, cafajeste, narcisista...
– É, já deu. Qual o problema com isso? Parece estar funcionando bem.
– O efeito não tá passando, ele não consegue calar a boca e já contou metade da vida dele, da cintura pra baixo ele não funciona, se bem que nada funciona a única coisa que ele consegue controlar são os braços.
– Talvez um banho gelado ajude. - Tony tentou andar, mas não conseguiu e Pepper por reflexo passou o braço pra ajudá-lo. - É melhor você ir pro seu quarto.
– Não vou conseguir sozinho. Tá a fim de um pouco de nostalgia? - Pepper rolou os olhos, mas não o soltou. - Vou entender como um sim.
– Tem certeza que ele não está bêbado? Pois é assim que ele fica.
– Se eu tivesse bêbado ele também estaria.
– Eu? Eu não.
– Eu e você viramos uma garrafa e meia há dois dias.- Thomas bateu a mão no rosto e Pepper se segurou para não estapeá-lo, ele sabia que depois teria de se explicar. - Mais algumas semanas ou meses de treinamento e ele pode virar um segundo eu. - disse Tony com graça.
– Não pretendo desempenhar a função de papagaio e sair te imitando.
– Você é quem sai perdendo. - a passos vagarosos os três começaram a andar e ele riu ao sentir o seu inconfundível aroma. - Você está bem, Pep? Quer dizer sem mais aquela parada lá? - perguntou ele se referindo ao câncer de um passado distante.
– Estou bem sim. Nunca mais passei por outro medo daqueles... Obrigado pela as flores.
– De nada. E então ainda casada?
– Sim.
– Com o mesmo cara?
– Claro, e você queria que fosse com outro? Casamento é algo muito sério, Tony, se não tivesse dado certo com Zack acho que eu não teria casado novamente.
– Quanto tempo?
– 17 anos.
– É muito tempo pra estar ligada a uma pessoa só, não acha?
– Quando se tem alguém que você ama de verdade o tempo e outras pessoas pouco importam.
– Sabe, isso nunca rolou entre nós.
– Isso o que?
– Esse negócio de eu te amo e tal.
– Não deu tempo.
– Eu posso levá-lo sozinho, moça. - se pronunciou Thomas fazendo-a se lembrar de sua presença ali.
– Fica na tua aí, Thomas, tá atrapalhando a conversa. - ele rolou os olhos e esticando o braço cutucou Pepper para que ela se afastasse, ela entendeu o recado e quando tentou se afastar, Tony a segurou. - Onde você vai, Pepper? Achei que fossemos ter um pouco de nostalgia.
– O rapaz é melhor que eu pra te ajudar.
– Que nada, fique aqui, não é todo o dia que posso ter minha ex-assistente...
– Babá. - corrigiu ela.
– E namorada. - acrescentou ele. - Me carregando pelo os corredores da vida novamente.
– Tudo bem, Tony, mas vê se ajeita essas pernas por que eu quero chegar ainda hoje.- ele riu.
– E então, Pepper, teve filhos?
– Sim, temos um casal. A Melanie tem 16 anos e o Alex tem 18. - mesmo com a cabeça confusa Tony voltou a pensar em um filho que ele só lembra quando bate uma crise de arrependimento.
– Hm... Alex... É a primeira vez que ouço o nome dele. Já terminou o colégio?
– Ele já é formado, Tony. - respondeu ela hesitante.
– Sério? Em quê? - Pepper ponderou pensou em dizer as duas faculdades na qual o filho se formou, mas optou pela última que concluiu.
– Ele é geneticista.
– Legal.
– É sim, me orgulho muito do meu filho. - Thomas sorriu e Pepper o olhou de lado.
– E a menina?
– Tá na faculdade, 1° ano de engenharia civil ela também é outra que nos dá muito orgulho. E seu irmão, Howard e Cecília, como estão?
– Acho que estão bem. Devem estar em Portugal visitando a mãe dela.
– Tony, por que diabos teu quarto é tão longe?
– Deixa de reclamar meu quarto não é longe, aliás, você nem deve reclamar por que o meu quarto fica bem perto do quarto da Alice.
– Quem é Alice? - perguntou Pepper.
– A namorada dele. - Pepper arqueou a sobrancelha e Thomas coçou a cabeça. - Teu filho tem namorada, Pep?
– Não, de vez em quando ele aparece com uma garota ou outra, mas nunca a chama de namorada e sim de amiga. Tá namorando a muito tempo, Thomas? - perguntou Pepper com um tom ácido.
– Não é namoro, eu e ela estamos nos conhecendo melhor.
– Ah, é com certeza vocês estão se conhecendo. Eu vi você saindo do quarto dela ontem de manhã.
– A gente não fez nada demais só conversamos por um bom tempo perdemos a hora e acabamos dormindo.- se explicou ele.
– Tá certo vou fingir que caio nessa.
– Tony, você não tem mais o que fazer do que ficar falando besteiras pra moça?
– Não, é tão legal deixar as pessoas constrangidas.
– A moça é bonita, Thomas?
– Sim, ela é linda.
– Bom, espero que você consiga conquistá-la... Você tem família, não é?
– Sim. Pai, mãe e uma irmã.
– Ótimo, não esqueça de apresentá-la a sua família, principalmente a sua mãe. Mães adoram conhecer as namoradas de seus filhos, eu mesmo detestei todas as "amigas" do meu filho.
– Acho que ele também detestou senão ele estaria com uma delas, não acha?
– Não sei, vai que ele me aparece com mais uma dessas, né? Só posso afirmar quando ele trouxer uma namorada.
– Deixa o menino, Pepper, parece até que é mãe dele. - ''mas eu sou e ele está muito encrencado'' pensou ela. - Se você perder a sua mãe no mercado já sabe onde encontrar outra, garoto. - Thomas sorriu e em silêncio os três chegaram ao quarto de Tony.
– Pronto, chegamos.- falou Thomas abrindo a porta do quarto.
– Ei, Pep, que tal continuarmos nesse momento nostálgico e cairmos nessa cama?
– Tenho mais o que fazer. - falou ela tirando o braço dele que estava por cima de seu ombro.
– O que seria melhor do que... como é que você chama mesmo? Ah! Fazer amor comigo?
– Fazer amor com o meu marido. Passar bem, Sr. Stark. - respondeu ela irritada.
– Não, Pep, espera, desculpa. - ela não aceitou as desculpas e se afastou dele sem olhar pra trás.- Nós precisamos conversar, Pepper.
– Já conversamos e mais uma vez você passou dos limites. Será que você pode ser meu guia, rapaz?
– Posso sim, moça.
– Pepper, nós temos que conversar.
– Pra quê?
– Pra que toda vez que a gente se veja não tenha esse abismo e nem essa sensação de que tem algo inacabado.

Ele tinha razão e ela sabia disso, desde o segundo que o viu que ela se sentiu assim como se tivesse reticências em um lugar onde tem de ter um ponto final e ela queria acabar com isso e colocando de vez um fim nessa história inacabada.

– Será que você pode me esperar lá fora, Thomas?
– Moça, esquece...
– Por favor. - ele conhecia aquele tom e aquele olhar e por isso sabia que não adiantava relutar, hesitante ele deu uma ótima olhada para seus pais e saiu do quarto. - O que você quer falar?
– Me desculpa pelo o que eu disse a pouco, tá certo? Eu sei que se passou muito tempo, mas é que você seguiu em frente e isso me incomoda.
– E o que você queria que eu fizesse? Ficasse lhe esperando? Você não tem o direito de ficar com raiva de uma escolha que você mesmo me forçou a fazer.
– Não, eu não tenho o direito, mas eu simplesmente não consigo ficar numa boa com isso.
– Pois acho melhor você aprender a ficar por que é assim que as coisas são.
– Pepper, a minha vida mudou de uma hora para outra e eu precisava de tempo pra entender o que tava acontecendo. Eu fui sequestrado, vi que a vida não era essa maravilha que eu vivia, me transformei em um homem mais sério tentando me melhorar, melhorar a vida daqueles que prejudiquei e de todos os outros, eu me peguei gostando de você e me envolvendo em uma relação de um jeito que eu nunca tinha me envolvido antes e eu estava gostando até que...
– Até que eu engravidei. - ele não precisou concordar o silêncio fez isso por ele.
– E tudo isso aconteceu muito rápido, entende? Foi como se fosse uma tsunami tomando conta de todo o território e me fazendo correr o mais rápido que eu pudesse para que eu conseguisse me salvar...
– Sem se importar com quem ia se afogar.
– Eu não queria que tivesse afogamentos nessa história.
– E não teve, no final todos conseguiram se salvar. - respondeu ela dando as costas para ele que estava sentado na cama.
– Eu precisava de um tempo pra respirar, pra me situar, pra entender o que minha vida tinha se tornado, eu não queria me ver mais enraizado do que eu já estava, eu queria ter a liberdade de escolher e não de ser obrigado a fazer, eu não queria que nosso relacionamento deixasse de ser prazeroso pra que virasse uma obrigação só por que tinha uma criança envolvida, eu também não queria te dividir com ele e ser pai, não queria ouvir seu choro, nem sua voz, nem seus problemas conforme fosse crescendo, nem ser responsável por alguém que não fosse eu mesmo. Eu só queria ser eu, Tony Stark, ser o Homem de Ferro e ser seu namorado, só isso.
– Isso chega até a ser engraçado, você só queria ser Tony Stark, o Homem de Ferro e meu namorado, eu só queria ser a Pepper Potts e a mulher que te fizesse feliz, e nós dois falhamos em alguma coisa. Você continua sendo você e o Homem de Ferro, mas não é mais meu namorado. Eu não sou mais a Pepper Potts e nem fui a mulher que te fez feliz. - os dois ficaram em silêncio refletindo sobre as escolhas que fizeram nos caminhos separados que traçaram, Pepper, andou pelo o quarto até que seus saltos a cansaram e ela se sentou, Tony, aproveitando sua distração e que o efeito de seu soro estava passando se aproximou dela o suficiente para que ficassem lado a lado.
– Ele sabe sobre mim?
– Todo mundo sabe sobre você, Tony, por que o Alex não saberia?
– Você me entendeu.
– Eu disse a você que ele nunca saberia sobre você e eu cumpri isso. Para o meu filho o pai dele se chama Zachary.
– É justo. - falou ele batendo na perna. - E como ele é?
– Pra quê você quer saber?
– Curiosidade. - ela tentou se levantar, mas ele segurou sua mão.
– Já está na minha hora.
– Nós já terminamos a conversa?
– Por mim já, você explicou os seus motivos eu repliquei e daí finalizamos.
– E qual é o veredito?
– A gravidez foi só a antecipação de um fim que nós dois sabíamos que ia chegar. Tínhamos desejos diferente e chegaria um ponto em que nós não conseguiríamos mais empurrar com a barriga. No final todos nós saímos ganhando.
– Saímos ganhando?
– Sim, você tem a sua liberdade e eu tenho a família que lá no fundo eu sempre quis ter.
– É, olhando por esse lado.- ele sorriu amarelo e apertou a mão dela que o surpreendeu com uma aproximação maior e um beijo na testa.
– É o fim?
– É o fim.- ele não deixou que ela se afastasse e ambos encostaram suas testas, ele ergueu sua mão para tocar sua bochecha e logo seus dedos ásperos estavam acariciando seu rosto, foi que questão de segundos para que suas bocas se encontrassem trazendo de volta um velho sentimento, ele passou seus braços ao redor dela e a puxou para perto, as mãos dela procuraram os cabelos negros dele para que pudesse puxar.
– Senti sua falta.- a voz dele saiu abafada pois ele estava beijando o pescoço de Pepper que ao retomar sua consciência se afastou dele. - O que foi? - nervosa ela passou as mãos em seu cabelo e em seguida passou a costa da mão em sua boca para limpar o batom borrado.
– Isso não podia ter acontecido, Tony, não podia.
– Mas aconteceu e ia bem além se dependesse de mim. Pelo o visto 17 anos pesa na bagagem.
– Não, eu amo meu marido.
– Tem certeza? Você tem certeza que está amando o seu marido e não o homem que foi capaz de gostar e assumir um garoto na qual ele não tinha nenhuma obrigação?
– Eu reencontrei um velho amigo e vivi uma antiga amizade, vi nele responsabilidade, alegria, e até um pouco de imaturidade, não vivi um amor de cara, eu aprendi a amá-lo assim como ele aprendeu a me amar também, então, sim, Tony, eu tenho certeza de que amo o meu marido assim como também amo o homem que foi capaz de amar meu filho independente de laço sanguíneo. - ele esperava por outra resposta, mas não retrucou ela respirou fundo cobriu o rosto com as mãos e após alguns segundos caminhou em direção a porta.
– Pepper, não é o fim, nós nunca teremos um fim. - ela não respondeu estava com a cabeça confusa demais, ela só queria sair dali e esquecer o que aconteceu, mas assim que cruzou a porta ela viu seu filho sentado do outro lado do corredor.
– Alex.
– Mãe... Você tá bem?
– Estou.
– Tem certeza?
– Tenho. - ela passou seu braço ao redor do braço de seu filho e os dois passaram a caminhar lentamente.
– E o Tony?
– Está na cama. Por que você se apresentou como Thomas?
– A senhora quer mesmo que eu responda? - Pepper parou de caminhar e Thomas soltou seu braço para que pudesse encará-la. - Sim, mamãe, eu sei sobre minha origem e não quis que o Stark ligasse os pontinhos quando te ouvisse me chamando de filho, e além do mais a senhora também não queria por que senão teria dito que eu sou o Alex e não ter fingido que não me conhecia.
– Desde quando você sabe?
– Desde que eu tinha 12 anos. Depois que eu descobri isso foi que eu vim entender as piadinhas da mulher do tio Scott.
– Foi por isso que você passou aquele tempo revoltado, não foi?
– Foi, no começo eu tive muita, muita raiva, mas depois eu vi que não tinha necessidade disso.
– Você e Tony são amigos?
– Somos, ele é legal, meio babaca... Meio babaca? Não, todo babaca, mas é legal. Sabe, mãe, essa foi a melhor decisão que ele poderia ter tomado.
– Por que?
– Por que, nós nunca seriamos uma família, Tony, não tem estrutura emocional pra isso, qualquer dificuldade maior do que de costume ia fazer ele surtar e consequentemente abandonar o barco, ou a senhora acha que ele iria ficar do seu lado quando estivesse doente? Quando ele visse que a barra tava pesada ele ia dar um jeito de se sair e depois ia encontrar uma forma de não sentir culpa como ele sempre faz.
– Você não tem raiva dele?
– Por querer que eu tivesse morrido? Hoje não, como eu disse antes, eu tive muita raiva de tudo e de todos, mas agora eu só tenho a agradecer por que mesmo sem querer ele deu a nós a chance de sermos felizes de um jeito que nunca seriamos se tivéssemos ao lado dele... Eu principalmente, né, por que não é possível ser feliz estando morto.
– Eu nunca...
– Eu sei, mãe, obrigado por preferir a mim.- ele a abraçou apertado e Pepper sorriu, mas ela logo lembrou do que Tony falou mais cedo e começou a estapeá-lo. - Ai! Mãe!
– Você tá bebendo, Alex?! Eu num te disse que não quero você bebendo?
– Disse, ai! Mas foi só uma vez.
– Foi só uma vez e vocês viraram uma garrafa e meia imagine se fosse mais! E você tá namorando? Como é que você tá namorando e não me conta?! Seu pai sabe disso?
– Eu... Ai, mãe! Eu não tô namorando, eu tô conhecendo a garota e não, o papai não sabe. Prometo que quando ela me aceitar eu levo ela pra que a senhora possa conhecê-la, tá bom?
– Tá. Mas não pense que eu esqueci essa história de bebida quando chegarmos no hotel você vai levar uma surra.
– Mamãe, eu tenho 18 anos.
– Você pode ter 1000 quando eu digo pra não fazer você não vai fazer, entendeu? - ele pensou em retrucar, mas Pepper tinha aquela veia da testa saltando então ele só concordou com um aceno, ele estendeu o braço pra ela que aceitou de bom grado quando eles chegaram na sala principal deram de cara Alice que estava tendo uma amistosa conversa com uma mulher desconhecida.
– Liz?
– Quem é Liz?- perguntou a mulher.
– Eu. Ele me apelidou de Liz.
– Ok, mas quem é ele?
– Thomas.
– Ah! Esse é o famoso, Thomas.
– Famoso?
– Ah, sim, você é muito falado lá em casa.
– Mamãe!
– Bom saber. - falou ele. Pepper ainda por fora deu-lhe uma leva puxada no braço e ele entendeu o recado. - Liz, quero que conheça uma das mulheres mais importantes da minha vida, minha mãe, Virginia Harris.- ela sorriu e acenou para Pepper que também colocou um sorriso em seu rosto. - Mãe, essa é a Alice.
– Olá.
– Acho que você deve fazer o mesmo, Liz. - pediu a mulher usando o apelido em um tom debochado.
– Sim, é claro. Thomas, Sra. Harris, essa é Laura a minha mãe.
– Muito prazer em conhecê-la, Sra. Barton.
– O prazer é todo meu. Bonito esse seu modo de se referir a sua mãe.
– Há duas mulheres por quem eu daria minha vida se preciso fosse e eu tenho quase certeza que achei a terceira. - disse ele olhando para ela que não conseguiu quebrar contato visual, as mulheres trocaram olhares e em seguida passaram a olhar para seus respectivos filhos.- Mas é claro que pode existir uma quarta ou quinta ou sexta, tudo depende. - falou ele com graça e Pepper rolou os olhos " igual ao pai" pensou ela.
– Depende de quê?
– De quantas filhas eu e essa possível terceira mulher vamos ter.
– Ah. - suspirou Laura. - Esses com lábia...
– São os piores. - completou Pepper.
– Eu tenho um presente pra você, Liz, vocês podem me esperar um pouco? - as mulheres concordaram e ele seguiu em frente e dobrou a esquerda sumindo da vista delas.
– Olha, nunca vi ele assim. - comentou Pepper.
– As mães sempre tentam fazer os lados dos filhos.
– Por mais que eu ame meu filho se ele fosse um cafajeste eu diria.
– Ah, então você faz igual a mim, quando o Bernard aparece com alguma namorada eu já digo a ela que não nutra muitas esperanças por que ele é um caso sério. - as duas começaram a discutir sobre os filhos, sobre manias que elas gostavam e detestavam neles e isso as ocupou até a chegada de Thomas.
– Liz, sei que seu aniversário é só na semana que vem, mas aqui está o meu presente. - ele lhe entregou um envelope preto com um laço branco ao redor. - Eu sinceramente espero que você goste.
– Não precisava, Tom.
– Precisava sim. Abra-o. - ela puxou o laço, abriu o envelope e sorriu abertamente ao tirar seu conteúdo e ver que era 5 ingressos para um show que ela queria muito ir.
– Ah, meu Deus! Ingressos pro show do Coldplay!- ela correu na direção dele que estava um pouco mais afastado e o abraço forte. - Obrigado, obrigado. - ela beijou sua bochecha algumas vezes até que o soltou. - Onde a gente vai se encontrar?
– Eu não vou, esses ingressos são pra você. Quero que chame suas amigas, que se divirta, que cante até ficar rouca e que tire muitas fotos.
– Mas por que você não vai?
– Um: por que esse momento é seu. Dois: por que não quero te sufocar te obrigando a me aturar em um show que eu sei que você quer ir muito com suas amigas. Três: eu não vou estar aqui.
– E vai estar aonde?
– São Francisco. Feliz aniversário adiantado, Liz. - ele desejou de longe e com um enorme sorriso em seu rosto.
– Obrigado.
– Vamos, querido? Seu pai deve ter caído na cama e esquecido de nos buscar.
– Vamos.
– Cadê o Giovanni?
– Tá com os pais dele. Mais uma vez foi um prazer conhecê-la, Sra. Barton. - ele beijou as costas da mão dela e Pepper deu um sorriso discreto, aproximou-se de Alice deu-lhe um beijo na bochecha e em seguida se afastou para que mais uma vez pudesse entrelaçar seu braço com o de sua mãe e assim caminha para perto do elevador. - Ah, Liz!
– Oi.
– Aproveite os bastidores. - ele piscou o olho e essa foi a última visão que ela teve antes que as portas do elevador se fechassem. Ao lado de Thomas, Pepper, sorri ao ver a cara de bobo de seu filho.
– Essa te fisgou mesmo.
– Fisgou, mãe, e eu não me importo.- respondeu ele sorridente.

A descida de elevador, a caminhada para a garagem, a espera na estrada por conta do trânsito e a narração de Thomas de como foi seus últimos dias não bastaram para que Pepper conseguisse esquecer o beijo que lhe foi dado mais cedo, era algo tão involuntário que quando ela dava por si já estava pensando em Tony e no que poderia ter acontecido caso não tivesse parado aquele beijo.

– Mãe? Mãe! - grito de Thomas chamou sua atenção e só então ela percebeu que o carro estava parado na frente do hotel. - Chegamos. - ela assentiu e desceu do carro, passou na recepção deu seus dados, pegou sua chave e foi para seu luxuoso quarto que mais parecia um apartamento de tão grande. - Cadê o pai?
– Acho que ele tá dormindo. - os dois seguiram na direção porta dupla e quando ela o abriu viu Zack dormindo de buço.
– A viagem deve ter deixado ele bem cansado.
– Me cansou também. Vou tomar um banho e vou dormir.
– Mãe, antes de ir. - Thomas fechou a porta e assumiu uma expressão séria. - Não dê mais aquele olhar para o Tony.
– Olhar? Que olhar?
– O mesmo olhar que a senhora dá para meu pai, sei que a senhora não fez por mal, mas, Tony, não te merece e o papai não merece te dividir, então seja lá o que foi que aconteceu naquele quarto ficou naquele quarto e não se pensa e nem se fala mais nisso. - ele não disse mais nada deu as costas e seguiu para o outro lado da cobertura, Pepper, por sua vez preferiu ficar calada, abriu a porta do quarto e foi diretamente para o banheiro onde optou por um banho gelado e sem muita demora, vestiu uma camisola de seda e se deitou ao lado de Zack que minutos depois procurou o corpo dela pra pra se encaixar.
– Amor? - chamou ele sonolento.
– Hum?
– Te amo.
– Eu também, querido, eu também. - respondeu ela convicta de seus sentimentos por ele, mas também tendo a certeza de que também sentia o mesmo por Tony.


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