Correntes de Andrômeda escrita por Virgo


Capítulo 10
Deuses


Notas iniciais do capítulo

Eu e meu PC nos resolvemos =D
Estou ainda tentando achar horários para escrever, tá difícil, mas a gente vai indo, aos pouquinhos chego lá :)
Agora sem mais delongas, desejo a todos uma boa leitura ;)



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Os deuses se ofendem com facilidade. A teimosia e impertinência dos homens os iravam com facilidade e quando irados, nada poderia detê-los em seu profundo ódio.

A voz novamente demorou-se. Desde que sua sobrinha se fora para treinar sobre os cuidados da própria Atena, a voz passou a ocupar menos noites.

A graça dessa relação entre deuses e mortais se encontra no fato de que o comportamento dos homens se espelhava no comportamento dos deuses, aqueles que os criaram e seus “pais” por assim dizer.

Os filhos gostam de imitar seus pais afinal e esse inocente imitar chega a ser admirado por um tempo, mas logo nossos pais se irritam e pedem que paremos, e quando não paramos sua ira recai sobre nós.

¬ Zeus! – bradava a formosa deusa Hera, facilmente identificada pelo pavão bordado em seu véu. – Precisa por um fim nisso! Atacam nossos templos e profanam nossas imagens!

¬ Podemos tentar falar com eles! – rebatia Hefesto em desafio a sua mãe, com seu martelo em uma mão e a mascara de ferro e couro escondendo seu rosto.

¬ Podemos chegar a um acordo! – completava Atena batendo sua lança no piso lustroso e vestindo sua bela armadura. – Uma trégua!

¬ NÃO!! – trovões estouraram, fazendo com que a voz do senhor dos deuses fosse a única. – Eu criei os homens e eles retribuem meu amor com rebeldia?! Não haverá trégua!

¬ Até que enfim alguma ira no senhor, meu pai.

Todas as atenções se voltaram logo para o trono antes vazio do deus da guerra, onde o próprio agora se encontrava confortavelmente sentado, empunhando sua lança e alimentando o abutre pousado em seu ombro. Como ele entrou ali sem que tivessem notado?

¬ Ares. – a deusa da sabedoria se limitou apenas a um rosnar baixo.

¬ Anos a fio eu observei, meu pai, e vi sua fúria moderada pelo amor. – seu tom de voz era bastante calmo, mas existia algum desdém ali. – O senhor os criou por uma razão, os criou para que as preces deles nutrissem a nossa imortalidade, mas o senhor os ama demais. – falava como se a existência humana fosse o maior erro dos deuses. – Eles se fortaleceram e agora sou obrigado a agir porque somos todos ameaçados.

¬ O que deseja? – o senhor dos deuses conhecia bem o seu filho e sabia que tinha uma razão para ele estar ali além de criticar-lhe.

¬ Solte a mim e meus filhos encima deles, meu pai. – dirigiu-se à Zeus em um tom que beirava a mistura aflição e desejo pela batalha. – Eles voltarão a rezar e o senhor a se banhar em admiração e medo. Nós voltaremos a ser fortes!

¬ O lugar dele é entre a carnificina e a dor! – acusou o senhor do submundo segurando seu elmo negro, nada vindo da guerra personificada podia ser bom. – O lugar dele não é aqui!

¬ Não me diga onde é meu lugar, Hades! – rebateu mal educado. – Você é tão odiado quanto eu, então não fales de meu peso sendo que o teu é maior!

Ares levantou-se de seu trono, o simples ato liberou um cheiro horrível de sangue e suor, caminhou tranquilamente até estar frente a frente com o senhor dos deuses e se ajoelhou perante o pai antes de seguir com seu discurso.

¬ Você diz que o amor deles nos alimenta, mas não é assim com todos. O medo e dor deles é o que me alimenta, meu pai. – disse se curvando ainda mais perante o deus.

¬ Zeus. – chamou o senhor dos mares portando seu tridente. – Vosso filho diz a verdade. Escute-o.

O deus refletiu as palavras de seu filho, assim como as de seus irmão e demais filhos. Ergueu-se de seu trono e tocou a cabeça de seu filho, logo escorregou a mão, forçando o deus da guerra a mirá-lo.

¬ Vá. – declarou. – Faça o que quiser.

¬ Pai! – Atena jamais se calaria frente aqui escolha insensata. – Nós precisamos...

¬ Silencio Atena! – rosnou Zeus. – Seu irmão está certo. A insolência deles tem um preço. Como crianças, eles devem ser lembrados da hierarquia. – voltou para seu trono e apontou para as nuvens, as afastando e mostrando o alvo. – Vá, meu filho, faça com que se desentendam e voltem para nós.

Ares apenas fez uma pequena reverencia, se desfez em vários abutres e sua presença sumira daquele solo sagrado. Agora não tinha mais retorno e Atena não conseguia se conformar com a escolha de seu pai.

¬ Meu p-...

¬ Cale-se Atena! – bradou Zeus. – Eu já tomei minha decisão, e não será você a desobedecer-me! – trovões estouraram quando o senhor dos deuses voltou a se erguer. - A reunião acaba aqui! Estão todos dispensados. – e partiu acompanhado de Hera.

Aos poucos os deuses, muito desgostosos com a escolha de Zeus, foram partindo. Restando apenas três deuses, os mais inconformados com a situação.

¬ Hades... – Atena chamou em um tom contido, sabia que o deus dos mortos ainda nutria certo ódio por si. – Agradeço por ao menos o senhor te-...

¬ Nada do que falei foi por você, Atena. – cortou-a no mesmo instante. – Falei porque vi e sei que Ares ainda trará desgraça para o Olimpo. – o deus deu-lhe as costas e começou a se desfazer em sombras pouco depois de colocar seu elmo. - Agora me dei licença, tenho de voltar para meu reino.

Atena era a deusa da sabedoria e guerra, mas ainda era um ser com sentimentos bastante parecido com os dos humanos. Dentre esses sentimentos estavam os de medo, preocupação e tristeza.

Logo lágrimas escorriam pelo rosto da deusa, formando rios no mundo mortal, pois sua dor se transformou na chuva que tudo destruía tamanha a dor que carregava.

¬ Atena... – chamou Hefesto, um dos poucos deuses que ainda a apoiavam.

¬ Ele não me ouve mais... Zeus não me ouve mais... - respirou fundo tentando controlar seu choro. – O que eu faço agora? Eles não estão prontos e graças a Afrodite, dois estão mortos... – soluçou e segurou sua lança com firmeza, odiava chorar por ser incapaz de agir. – O que eu faço agora?

Hefesto segurou sua mão e a puxou para um abraço. Não era segredo para ninguém que era apaixonado pela deusa da guerra estratégica, entretanto jamais a tocou por respeito aos seus ideais, se ela o queria como seu irmão, ele seria seu irmão a qualquer momento e hora.

¬ Tenha fé nos homens. – foi a resposta do deus ferreiro.

Logo mais a deusa começou a urrar contra o peito do outro deus. Como ter fé se tudo aparentava estar perdido?

Não viu nada daquela vez, tudo estava escuro. No entanto, ouviu a voz lhe dizer para nunca perder a fé.


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Notas finais do capítulo

Sou viciada em mitologia grega desde que me entendo por gente. Apesar de que ainda estou tentando entender se foi meu amor por mitologia grega que me fez amar Saint Seiya, ou meu amor por Saint Seiya me fez amar mitologia grega :/
Mistérios da vida :P
Enfim. Espero que tenham gostado :)

Bjs. L :3



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