Porvir escrita por Lura


Capítulo 4
Família Strauss


Notas iniciais do capítulo

Olá! (Eco) Alguém por aqui?

Sei que já faz um tempão, mas não desisti da fic, nem pretendo.

Nem vou me alongar nas notas, porque está bem tarde e estou com muito sono.

Enfim, espero que apreciem. Informações nas notas finais.



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Família Strauss

Magnolia - x807

O garoto caminhava lentamente - na realidade, praticamente se arrastava - pelos corredores da Academia Mágica. Não fazia a mínima questão de atender o chamado que recebera, razão pela qual adiava o quanto podia a chegada ao seu destino.

Ocasionalmente, uma ou outra garota - por vezes, um grupinho delas - olhavam e davam risadinhas, fazendo com que ele abaixasse a cabeça, na tentativa inútil de fazer com que os fios castanhos de sua franja lhe cobrissem o rosto. Resignado, ajeitava os óculos de grau e apertava o passo, a contragosto.

Logo, tinha chegado onde não queria.

Parado em frente a grande porta branca entalhada, respirou fundo antes de bater três vezes. Menos de dois segundos depois, uma voz feminina anazalada mandou que ele entrasse.

— Com licença, Nodoka-san. - Pediu, adentrando a secretaria.

— Você vai ter que aguardar um pouco. - A senhora de meia idade, carrancuda e atarracada alertou, se divertindo com a expressão de tédio do adolescente. Aquela era Nodoka: Secretária do diretor, solteirona e futriqueira, mais leal ao Conselho Mágico do que a Academia.

Resignado, o garoto caminhou até um dos estofados da sala, quando surpreendeu-se com um par de enormes olhos azuis o encarando.

Parada de pé, encostada na parede oposta, estava uma garotinha, cujos cabelos incrivelmente platinados, estavam divididos em duas tranças que chagavam aos seum ombros. O uniforme, composto por um vestido pregueado azul marinho que ia até a altura dos joelhos e por uma camisa social branca de mangas longas e uma gravata vinho evidenciava que ainda estava no ensino fundamental. Completando o look de forma estranha, um par de asas translúcidas saiam de suas costas.

— Onii-san? - A menina perguntou, encarando o garoto recém chegado.

— Tita? - Ele respondeu, surpreso. - Também veio parar na diretoria? - Questionou. A menina apenas acenou positivamente com a cabeça. - E o que fez, para estar aqui? - Indagou.

— Não quero falar sobre isso. - Tita respondeu, abaixando a cabeça chateada. - Se você também está aqui, então vai descobrir logo. - Completou.

O garoto não questionou. Apenas caminhou até a irmã e se postou do lado dela. Também encostou na parede, descontraidamente, e colocou as mãos nos bolsos da calça azul marinho.

— E você? - Tita perguntou. - Aprontou alguma ou veio bater um papo com o digníssimo por livre e espontânea vontade? - Indagou, carregando o adjetivo de sarcasmo.

—  Tita! - O irmão mais velho repreendeu. - Não fique caçoando do diretor em público! - Ralhou, praticamente cochichando, para que sua voz escapasse dos ouvidos aguçados de Nodoka.

— Vice-Diretor! - Tita lembrou. - Ele é o vice! Tenho certeza que se o Diretor de verdade não estivesse viajando, nós dois nem estaríamos aqui. - Desabafou.

— Não há nada que possamos fazer. - O jovem constatou resignado. - Org-san é um homem muito ocupado. O Conselho mágico o convoca com frequência. É natural que Rigg o substitua durante suas viagens.

— Ele assume o controle, isso sim. - Reclamou a mais nova.

— Tita! - Exclamou o irmão, em tom de aviso.

— Tá, tá. - Ela abanou as mãos, fazendo pouco caso. - Mas você ainda não me disse por que motivo está aqui. - Lembrou.

— Você também não. - O garoto Rebateu, fazendo a pequena albina corar de irritação.

— Baka. - Xingou baixinho.

— Vejamos, deixa eu te dar uma dica da razão que me fez parar aqui. - Começou ele. - Ela é turrona, tem 1,69m, cabelos cor-de-rosa, e tem um gancho de esquerda que é um perigo. - Narrou, entre risos.

— Nashi. - Tita constatou. - Veio parar na direção por causa dela de novo? - Questionou.

— E também por causa dos gêmeos, mas foi mais por causa dela mesmo. - Falou, despreocupado.

— Você não cansa de ter problemas por causa dela? - A menina perguntou.

— A culpa não é dela, você sabe disso. - Respondeu, no mesmo tom desencanado. - Como acabou de dizer, o Rigg assume o controle quando o Org sai. Então qualquer deslise de torna uma avalanche na visão dele.

Tita suspirou impaciente. As vezes, a complacência que seu irmão tinha com a Dragneel a irritava profundamente. Verdade que ela desconfiava que talvez toda essa paciência se devia a um sentimento mais forte.

Pensativa, a garota encarou o mais velho. Não era preciso observar muito para entender por que as garotas eram loucas por ele. Os traços do rosto eram harmoniosos, os olhos azuis tão vivos como os de um legítimo membro da família Strauss. Os cabelos castanhos claros eram bastos e espetados e os óculos lhe davam um ar de mistério e inteligência. O uniforme do ensino médio lhe caía muito bem, sendo que, habitualmente, ele preferia substituir o blazer por um suéter de lã cinza. Enfim, seu irmão, Egeo Strauss era bem popular na Academia Mágica. Mas era também interessado na única garota que não se jogaria a seus pés.

— Vocês, podem entrar! - Nodoka avisou, cortando o raciocínio da garota. - O diretor os aguarda.

Os irmãos assentiram e começaram a subir uma escada circular que ficava a esquerda da mesa da secretária. A escada dava em uma saleta quadrada, que não possuía móveis ou janela. Apenas uma única porta de frente para os degraus quebrava a lisura das paredes.

Educadamente, Egeo bateu na porta e esperou o comando para que entrassem. E, assim que abriu a porta, teve uma leve surpresa.

— Mãe? Pai? - Exclamou, entrando na diretoria. Sentados em duas cadeiras, ante a mesa do diretor - que estava ocupada pelo vice-diretor - estavam Elfman e Evergreen. Outras duas cadeiras estavam desocupadas, para acomodarem os dois irmãos.

— Filhote!!! - Evergreen, que até então se abanava freneticamente com seu leque de plumas alvas, exclamou, levantando-se para ir de encontro ao filho.

— Mãe! - O adolescente esganiçou, enquanto recebia um abraço esmagador da genitora. - Pare de me chamar assim! - Implorou.

— Por que, filhote? - Ela perguntou, ainda esmagando o filho contra os próprios seios.

— Porque isso não é coisa de homem! - Elfman respondeu, sem se preocupar em se levantar.

— E você, minha fadinha, mamãe estava com tanta saudade!!! - Direcionando-se a filha, Evergreen continuou com seu ataque de mãe coruja, fazendo com que a menina olhasse para o irmão mais velho implorando por socorro.

  Salvando a garota, um pigarro irritado cortou a atmosfera. A contragosto, a maga soltou a filha e retornou para seu acento na mesa, de onde o minúsculo vice-diretor os encarava com ar de superioridade.

 Acompanhando o movimento da mãe, os dois irmãos tomaram os lugares vagos, sentando-se ante ao pequeno homem.

O velho Rigg era irritantemente baixo, mas tinha uma pança avantajada, o que fazia com que a maior parte de seus movimentos lembrassem a uma bola rolando em campo. Os cabelos cinza tinham a tonalidade de pelo de rato, e eram eriçados de tal forma que mesmo emplastados de gel, continuavam desalinhados. As vestes púrpuras incrementavam o conjunto nada agradável de se ver.

Egeo preferia olhar para qualquer canto para não ter que encarar o vice diretor. Por isso, inicialmente, concentrou a sua atenção na parede de vidro que ficava atrás da mesa.

A diretoria era construída em torno da saleta onde a escada terminava. Todas as suas paredes, com exceção das compartilhadas com a saleta, eram de vidro, o que permitia que o diretor tivesse uma visão panorâmica do Campus da Academia.

— Pois bem Senhor e Senhora Strauss. - Começou o vice-diretor, atraindo a atenção do garoto, que mesmo assim não o encarou. - Sem mais delongas, quero esclarecer o motivo pelo qual solicitei essa visita. - Fez uma pequena pausa para tomar fôlego. Porém, mal abriu novamente e boca e foi interrompido, antes que tivesse chance de reproduzir algum outro som.

— Acho bom, Sr. Rigg. - Começou Evergreen, abrindo novamente o leque e fazendo uma pose prepotente. - Só esse ano é a terceira vez que nos convocam para vir a escola, e nem encerramos o primeiro semestre ainda. - Observou, encarando o velho com cara de pouquíssimos amigos.

 Rigg empertigou-se, claramente atingido. Sabia que Evergreen estava o alfinetando.

— Creio que os senhores não tenham muito do que reclamar. - Retrucou o velho. - O Sr. e a Sra. Dragneel têm comparecido a Academia quase que semanalmente, na maioria das vezes acompanhados do Sr. e da Sra. Fullbuster. - Contou. - E, é claro que eu não os chamaria até aqui se seus filhos não apresentassem tantos problemas. - Justificou.

Dessa vez, quem se endireitou na cadeira foi a maga que, irritada, fechou o leque em um estalo.

— Está chamando meus filhos de problemáticos? - Indagou, fazendo menção de levantar-se, porém foi impedida pelas mãos de Elfman e Egeo, que pousaram em ambos os seus ombros, em um gesto tranquilizante.

— Acalme-se Ever. - Pediu Elfman. - Deixe que ele termine de falar. - Pediu. Em resposta, a mulher apenas cruzou os braços.

— Como eu ia dizendo - Continuou o vice-diretor. - Seus filhos vêm apresentando alguns problemas comportamentais. - Explicou.

— Isso é o que você diz! - Resmungou Tita.

— Quieta, Tita! - Ralhou Egeo.

— Que tipos de problemas? - Perguntou Elfman.

— Bem, vou começar pela menina. - Comunicou. - Ficou claramente demonstrado que sua filha vem protagonizando episódios de indisciplina, insubordinação e rebeldia. - Contou Rigg.

— Isso o Senhor nos disse em nossa última visita. - Lembrou Ever. - Será que não pode ser mais específico e nos dizer o que o levou a nos chamar aqui dessa vez? - Perguntou.

 O pequeno homem suspirou irritado antes de prosseguir. O que ele mais odiava era perder a liderança em uma conversa, e quando as reuniões com pais aconteciam com magos da Fairy Tail, isso acontecia frequentemente.

— Ela se recusou a remover as asas. - Revelou.

 Enquanto Tita abaixou a cabeça revoltada, seu irmão e seus pais apenas encararam o velho com semblantes incrédulos.

— O senhor está falando sério? - Dessa vez, Egeo interferiu, indignado. - O senhor convocou meus pais aqui só porque a Tita não quer parar de usar as asas? - Questionou.

— Não só por isso. - Rebateu o velho. - Nem ao menos cheguei em você, então, não se intrometa.

— Ei! - Reclamou Elfman. - Veja como fala com meu filho! - Advertiu.

— E veja como fala comigo! - Devolveu o vice-diretor. - Não se esqueça que sou um representante do Conselho. - Lembrou, em tom de ameaça.

— E qual o problema de Tita usar as asas? - Questionou Evergreen, retomando a questão.

— Vocês sabem muito bem que não se pode usar magia na escola, a não ser nos momentos propícios. - Começou Rigg.

— Mas as asas são parte dela! - Evergreen exclamou, indignada.

— São parte da magia dela! - Rigg devolveu.

— Elas podem ter origem mágica, mas já foram incorporadas ao corpo dela. - Evergreen explicou, amenizando o tom. - Estão com Tita ininterruptamente desde os três anos de idade, portanto, não pode simplesmente pedir que ela remova as próprias asas! - Declarou.

— Se as asas foram implantadas magicamente, então magicamente podem ser removidas. Eu não entendo porque tanto drama em cima deste assunto. - O vice-diretor comentou, casualmente.

— Nós é que não entendemos porque o Senhor faz tanta questão que a nossa pequena remova as asas. - Elfman interviu.

— Para começo de conversa, é um comportamento excêntrico. - Começou.

— Excêntrico? Ora, por favor! - Evergreen interrompeu. - O diretor da escola usa um morcego na cabeça! Qual o problema da minha filha usar asas?

— Porque as asas dela vem causando transtorno aos outros alunos. Eles estão começando a questionar porque ela pode usar magia durante as aulas e eles não. Até mesmo os pais estão enviando reclamações, por sua filha supostamente estar sendo privilegiada.  - Explicou.
— Eu não uso magia durante as aulas. - Tita manifestou-se, entredentes. - Eu só uso magia quando voo. Apenas usar asas não consome meu poder mágico. - Explanou. - Além disso, elas se incorporaram ao meu corpo. Eu nem sei se consigo removê-las!!! - Exclamou, se levantando.

— Querida, acalme-se! - Evergreen pediu, lançando um sorriso doce em direção a filha, que tornou a se sentar. - Tita não vai remover as asas. - Falou, voltando-se para o vice-diretor. - E eu me recuso a discutir esse assunto com você novamente! - Falou, apontando o dedo indicador para a cara do homenzinho.

— EVER! - Elfman exclamou, alarmado.

— Eu exijo uma reunião com o diretor de verdade! - Falou a maga, fazendo uma veia saltar na testa de Rigg. - Quero ver o que Org tem a falar sobre toda essa baboseira. - Concluiu.

A atmosfera pesou sobre a mesa. Rigg respirou profundamente diversas vezes. Egeo começou a achar que se a conversa não terminasse logo, o homenzinho acabaria se ferindo, e sua mãe provavelmente sairia algemada da escola.

— Bem, quanto ao seu filho… - Rigg começou, mas novamente foi interrompido.

— Deixa eu adivinhar. - Começou Evergreen, com sarcasmo. - Cometeu atos de vandalismo? Depredou patrimônio escolar? Pichou o muro da Academia? - Sugeriu, ironicamente.

Rigg respirou fundo, novamente.

— A senhora pode ter certeza que se o menino tivesse cometido qualquer um desses atos, eu teria chamado a polícia e não os pais. - Respondeu, fazendo com que os olhos da maga faiscassem. - O problema do seu filho são as más companhias. - Explicou.

— Oh Céus! A Nashi de novo? - A mulher perguntou, encarando o filho. Egeo apenas assentiu, resignado.

— Parece que a Senhora já entendeu onde quero chegar. - Constatou o vice diretor. - Não adianta nada seu filho ter as melhores notas da turma, se continuar andando com pessoas de ínldole duvidosa. - Falou.

— Até onde eu saiba - Dessa vez, Egeo interrompeu. -, Nashi também tem uma das maiores notas da turma. E a conduta dela não é duvidosa, senão pelas circunstâncias em que é obrigada a viver. - Completou, cerrando os punhos.

— Bem, acredito que depois disso não há mais nada para ser dito. - Elfman declarou, encerrando a conversa. - Nosso filho é um homem, e é livre para escolher as pessoas com quem anda, e também para integrar o time que quiser. - Lembrou. - E eu peço, por favor, que pare de falar da conduta dos membros da nossa Guilda. - Pediu, levantando-se. - Além de não ser atitude de homem, tenho certeza que pode acabar gerando problemas para ambos os lados. - Concluiu. - Vamos Ever! - Chamou a esposa.

Enquanto Rigg encarava o mago grandalhão extremamente irritado, Evergreen lançava ao marido um olhar extremamente admirado. Até mesmo os filhos trocaram olhares estupefatos ante a atitude do pai.

— Passar bem. - Evergreen falou prepotente, abrindo o leque novamente e se abanando, enquanto aceitava a mão que Elfman lhe oferecia.

— Com licença! - Os irmãos Strauss pediram em uníssono, antes de se levantarem.

A família começou a caminhar em direção a saída, deixando um diretor extremamente irritado - também podendo ser descrito como "furioso", "completamente fulo", "P da vida" e vários outros termos - para trás.

Quando se aproximaram da porta, Egeo e a irmã tomaram a dianteira, ansiando por deixar logo o ambiente.  Porém, quando o primogênito abriu a porta, nada poderia prepara-los para o que aconteceria em seguida.

Egeo nem viu como aconteceu. Sabia que em um instante estava abrindo a porta, e no outro um amontoado de pessoas despencaram em cima dele. As costas e a cabeça doiam, e uma grande pressão era exercida sobre si.

— Tira o pé da minha cabeça! - Uma voz conhecida o fez voltar a realidade.

— Nashi? - Egeo perguntou, olhando para cima de si,  mas a única coisa que conseguiu distinguir foi uma massa composta por diversas mão e pés.

— Onee-chan, você está pesada! - Um timbre, que parecia pertencer a um garoto de dez anos, choramingou.

A partir desse momento, Egeo passou a compreender a situação.

— Cala a boca, Ryuuji. - Nashi retrucou.

— Será que dá pra saírem de cima? - Dessa vez, Gael perguntou, irritado.

— Não empurra, já to saindo. - Crystal, que tinha ficado por cima do amontoado de corpos, avisou.

— Agatha, seu cotovelo está machucando as minhas costas. - Ruby reclamou para a irmã.

— Desculpa, mas não consigo me mexer. - A ruiva justificou.

— Ainda bem que caí em algo macio. - Gael suspirou impaciente, flexionando os dedos da mão esquerda.

— NÃO APERTA AÍ!!! - Nashi berrou, acertando-lhe um soco.

— Onii-san, eu vou morrer! - Tita, que teve a infelicidade de ficar por baixo de todo mundo, exclamou, quase sem ar.

Elfman e Evergreen simplesmente não sabiam como reagir ao ver as “crianças” da guilda praticamente emboladas umas nas outras. Presenciando aquela cena, não era realmente difícil compreender por que o vice-diretor Rigg tinha tanta implicância com os alunos da Fairy Tail. Constrangidos, viraram a cabeça vagarosamente para espiar a reação do pequeno homem.

É claro que o vice diretor não podia estar mais infeliz. Além de ter acabado de perder uma briga para dois pais de alunos problemáticos, presenciou outros alunos problemáticos praticamente rolarem para dentro da sala, pois estavam descaradamente ouvindo a conversa por detrás da porta.

Irado, o homenzinho levantou de sua cadeira. As "crianças", que ainda brigavam uma em cima da outra, perceberam a movimentação e olharam para o velho no exato momento em que sua coloração atingiu um vermelho beterraba e ele tomou fôlego para gritar:

— DETENÇÃO!!!

—__________________________

Os oito adolescentes caminhavam exaustos pelos jardins do campus. Como castigo por espiarem a conversa alheia, tiveram que limpar uma das quadras poliesportivas da Academia, e não poderiam voltar para casa naquela semana. Uma punição por demais severa.

Chateados, dirigiam-se aos dormitórios do colégio.

— Eu não entendo. - Tita começou, indignada. - Se vocês é que estavam ouvindo a conversa, porque Egeo e eu também ficamos de castigo? - Questionou, revoltada.

— Porque somos um time. - Ryuuji respondeu, como se fosse óbvio.

— Compartilhar das detenções não estão incluídas nas atividades de um time, Ryu. - A albina retrucou. - E nós não somos um time. Somos dois. - Falou, lembrando que os alunos do ensino médio formavam outra equipe.

— Você reclama demais. - Ruby chiou.

— Você também reclamaria se fosse injustamente castigada. - Rebateu Tita.

— Vocês duas são muito chatas. - Ryuuji decretou, assanhando os cabelos cor-de-rosa.

— Quietos pirralhos! -Gael exclamou, exasperado. - Vocês estão me dando dor de cabeça! - Emendou, calando os menores.

O grupo continuou caminhando em silêncio, até chegarem ao prédio onde se localizava o dormitório dos alunos do ensino fundamental. Após se despedirem, Ryuuji, Ruby, Agatha e Tita entraram na construção, enquanto os demais seguiram caminho, já que o dormitório do ensino médio ficava em outro prédio.

O silêncio perdurou por mais um tempo, até que Nashi, que caminhava mais a frente, decidiu rompê-lo:

— Ne, Egeo. - Chamou, despertando a atenção do primogênito Strauss.

O jovem observou a garota de longos cabelos rosas virar-se para ele, porém continuando a caminhar de costas. A saia vinho xadrez balançava levemente por conta do vento, evidenciando suas meias negras que iam até o início das coxas. Os cabelos enormes também seguiam o movimento da brisa, e mesmo no escuro faziam um belo contraste com o suéter de lã azul marinho que ela usava.

— Eu ouvi quando você me defendeu do nojento do Rigg. - Falou Nashi, unindo as mãos atrás das costas. - Arigato! - Agradeceu, abrindo um sorriso.

Egeo sentiu-se grato pela falta de claridade do ambiente, pois seu rosto esquentara violentamente. Apenas agora tinha se dado conta que a menina escutara tudo aquilo. Certamente, devia estar bem corado.

— N-não foi nada de mais. - Respondeu, puxando a franja para cobrir o olhos.

Nashi, virando-se para frente, subiu no meio fio que ladeava o caminho e começou a caminhar equilibrando-se com os braços abertos, tal qual uma criança. Nem parecia uma adolescente que tinha acabado de sair da detenção.

Crystal, que acompanhou a breve conversa, suspirou, levemente chateada. Aparentemente, a garota de cabelos rosas não percebera o impacto que suas palavras causaram sobre o grupo.

Egeo continuava cobrindo o rosto, levemente constrangido. Gael tinha fechado - ainda mais - o semblante, e ia chutando qualquer pedra que encontrasse pelo caminho. Ela mesma sentia um incômodo no peito, tal como aconteceu no momento em que ouvira Egeo defender a companheira de time em frente ao vice-diretor. Apenas Nashi parecia indiferente a tudo aquilo.

O grupo finalmente alcançou o prédio dos dormitórios, e adentraram-no rapidamente. Contudo, para desgosto geral, um grupo de alunos intragáveis estava por ali, fazendo nada de útil ou aproveitável.

— Olha aí, finalmente as fadinhas perdedoras chegaram! - Um ruivo alto e magro debochou quando os alunos da Fairy Tail entraram.

— Olha que triste, eles estão de castigo de novo! - Um outro, gorducho de cabelos verdes continuou. - Não vai ser hoje que eles vão ver as mamães! - Completou.

Os quatro adolescentes cerraram os punhos irritados, mas seguiram caminho sem esboçar maior reação. A vida dos alunos da Fairy Tail na Academia Mágica não era nada fácil. Eles já estavam de castigo. Se aprontassem mais alguma, era perigoso criarem problemas para a Guilda.

Era o inferno que tinham que enfrentar para que pudessem se tornar magos oficiais.

Juntos, subiram as escadas, que se dividiam em duas na plataforma superior, separando o prédio em ala feminina e ala masculina.

Com um rápido boa noite, Nashi e Crystal subiram a escada a direita, enquanto Gael e Egeo seguiram pela da esquerda.

Quando finalmente chegou ao quarto que dividia com Fullbuster, Egeo abriu rapidamente a porta e praticamente correu para dentro, atirando-se em sua cama. Estava exausto, e sabia que se continuasse ali, dormiria de uniforme e tudo.

— Então - Gael começou, enquanto trancava a porta. -, ponto para você. - Falou, ostentando um sorrisinho debochado.

Egeo sorriu também. Sabia exatamente do que o amigo estava falando.

— É. - Respondeu, cobrindo os olhos com o braço direito. - Ponto para mim. - Comentou, lembrando-se do sorriso de uma certa garota de cabelos róseos.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso.

Esse capítulo meio que encerra um ciclo na fanfic, já que fala sobre o último integrante do novo time mais problemático da Fairy Tail. Não sei se vocês repararam, mas todos os capítulos até agora são ambientados no mesmo ano. A partir do próximo, isso provavelmente vai mudar.

O time é composto por: Nashi Dragneel, Gael Fullbuster, Crystal Fullbuster, Agatha Scarlet e Egeo Strauss.

O outro time mencionado é composto por Ryuuji Dragneel, Ruby Scarlet e Tita Strauss.

Para quem não se lembra, Org é aquele membro do Conselho Mágico que usa um morceguinho na cabeça:

http://vignette2.wikia.nocookie.net/fairytail/images/a/af/Org_X791.png/revision/latest?cb=20120723231854&path-prefix=es

Espero que tenham gostado.

Ah, o próximo capítulo se chamará Família Redfox.

Até mais!



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