Begin Again escrita por Nina Spim


Capítulo 2
Chapter Two


Notas iniciais do capítulo

Agradeço aos comentários e espero que quem está acompanhando esta nova fanfic continue assim xD
Boa leitura!



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Parte III – E se eles descobrirem, será que vai dar tudo errado?

E só Deus sabe, ninguém quer que isso aconteça.

(Friends, Ed Sheeran)

Eu sei, simplesmente sei, que estou encarando Quinn Fabray. E sei que, por dois segundos, fico parecendo uma completa idiota parada ali, olhando para ela como se estivesse tendo o maior flashback da minha vida. Por isso, eu descolo meus olhos dela e caminho em direção ao cara de moicano que carrega um crachá dependurado no pescoço com os dizeres Noah Puckerman, Jornalista. Espere aí, a Quinn se tornou jornalista? Por que ela está junto a ele? Sem entender nada, aperto a mão de Noah.

– Olá. – sorrio nervosa. Não sei se é por saber que esse cara fará a minha primeira entrevista depois de algum tempo, ou se é porque Quinn está toda séria ainda olhando para mim – Sou Rachel. Você... – dirijo um olhar rápido para Quinn, não sabendo como proceder. Devo chamá-la para entrar também? Mas o que ela fará? Vejo uma bolsa toda acolchoada em seu colo, mas não identifico o que pode ser. Ela não usa crachá, de modo que não dá para saber que função está exercendo.

Quinn se levanta muito rapidamente, se aprumando toda, e estende a mão para mim. Assim, como se precisasse se apresentar por ser uma completa desconhecida. Mas decido que, se ela quer se portar desse modo, então eu vou acompanhá-la.

– Quinn Fabray – sua voz ainda continua doce, como de uma fadinha encantada. Ela aperta a minha mão com firmeza, mas logo quebra o contato. Vejo que ela está sendo muito profissional. Mais profissional do que eu – Sou fotógrafa.

Isso me alivia de modo inexplicável. Eu sorrio, pouco convincente, para ela e me dirijo para Noah.

– Será coisa de quinze, vinte minutos, Rachel – ele me garante. Puxa, esses dois são mesmo muito profissionais! Geralmente, a maioria dos jornalistas com quem lida são meio sensacionalistas, então não estão ligando para ética e coisas do tipo “nós estamos aqui porque somos um pessoal sério”. – Serão questões rápidas, mas você tem a total liberdade de demorar o quanto quiser para respondê-las.

Assinto, sentindo-me pouco corajosa. Estou prestes a me virar para convidá-los para entrar quando Jesse sai do camarim e diz:

– A gente se vê depois – ele me dá um beijo estalado na bochecha e me deixa sozinha com Noah e Quinn. Isso acaba me desesperando. Tinha esperanças de que Jesse pudesse participar da entrevista, como uma maneira de me acalmar, ou de, pelo menos, amenizar a situação toda.

Ando até o sofá confortável que há num dos cantos do camarim e me acomodo. Peço para que Noah e Quinn façam o mesmo. Prontamente, estamos sozinhos. Fico sorrindo, esperando que eles iniciem o que fizeram fazer. Vejo Quinn revelar de dentro da bolsa uma câmera daquelas realmente profissionais. Ela não olha para mim. É claro, ela vai me fotografar. Noah, por sua vez, saca num gravador do bolso e o aponta em minha direção. Aperta um botão e diz:

– Vamos começar. Bem, você se formou na NYADA, não é mesmo? – ele pergunta, e eu assinto. Tento me concentrar no gravador à minha frente, não em Quinn que, por algum motivo, está quieta no canto dela, focada na câmera. – E você conseguiu o papel da Fanny Brice enquanto estava se graduando, certo? – assinto de novo. Dou uma olhadinha rápida em Quinn: ela continua absorta na máquina que tem nas mãos – Como foi ganhar esse papel com tanto peso, afinal, a primeira intérprete foi a Barbra Streisand, ainda sendo praticamente uma caloura?

– Bem, foi um choque. Eu fiz o teste com esperanças, é claro, mas nunca poderia imaginar que ganharia o papel. Com certeza, aprendi muito com Funny Girl, pois os ensaios e tudo o que veio depois me serviram como a preparação que eu ainda não tinha tido a experiência de ter na faculdade.

Noah nem perde tempo, já sai perguntando de novo:

– Qual foi a lição que mais te marcou nessa ascensão imprevisível?

Nem preciso pensar de mais para responder:

– Ser eu mesma. Sei que muita gente acredita que ganhar certa fama muda quem somos, mas aprendi que não precisamos mudar para sermos estrelas – Quinn chama a minha atenção, por se levantar do sofá e se distanciar alguns passos de onde estamos. Sigo-a com os olhos, apreensiva. Já fui fotografada muitas vezes, mas com ela é diferente. Não sei o que pode acontecer e não me sinto bem com essa situação. De olhos ainda nela, continuo: – Acho que há como conseguir manter os pés no chão mesmo com todo o deslumbre.

Antes que Noah possa me metralhar com outra pergunta, Quinn se manifesta de onde está, há uns dois metros de mim, com a câmera apontada em minha direção.

– Não, não olhe para mim – ela pede, olhando o visor da câmera – Esqueça-se de que estou aqui.

Ah, certo. Esquecer que ela está aqui. Como? A voz dela ressoa na minha mente, mas eu me forço a olhar para Noah, sentindo-me sem graça.

Noah me pergunta mais sobre ser a Fanny Brice, depois sobre a transição de Fanny para Eliza. Eu me atenho às suas perguntas da maneira mais concisa que encontro, numa maneira de terminar essa entrevista o mais rápido possível. Sinto-me rígida e pouco à vontade, mas finjo que estou no meu mais natural estado. De um modo que nunca previ, Noah encerra com uma questão um tanto quanto inusitada:

– Como é conciliar a sua carreira com a vida que leva com o seu noivo? Pelo que soube, ele é professor. Como convivem com as diferenças?

As diferenças entre mim e Finn sempre rondam a minha cabeça. Acredito que escolhemos o melhor para nós mesmos e entendemos os nossos sonhos e os sonhos um do outro. A diferença entre nossas profissões nunca foram uma grande alarde, apesar de, vez ou outra, incomodar Finn. Imagino que seja difícil estar com uma pessoa pública, mas eu sempre deixei claro para ele que, independentemente do meu papel no mundo, eu sempre serei a garota adolescente por quem ele se apaixonou no colegial.

– Nosso relacionamento sempre foi baseado no fato de acreditarmos um no outro, e... – olho para Quinn, que não está mais tirando fotografias; está, na verdade, me encarando. Desvio o olhar e tento retomar o meu raciocínio – E entendemos um ao outro. Nós tentamos lidar com as diferenças da melhor maneira possível. Conversamos muito a respeito de nossas profissões e isso nunca foi um problema real em nossas vidas.

Noah diz que, por ele, já encerraria a entrevista. Ele olha para Quinn, esperando alguma resposta. Ela franze a testa, parecendo insatisfeita.

– Será que podemos fazer outras de outra posição? – ela inquire, olhando-me com suavidade – Por que não senta na sua cadeira de maquiagem e coloca as mãos em cima do chapéu da personagem? Não precisa olhar para mim, olhe para o espelho, ou então para objeto. Mas seja natural, não quero que pose.

Concordo com ela. Ela é profissional, mas agradável. Não é arrogante, nem impaciente. Faço o que Quinn sugeriu e, em menos de três minutos, ela coloca o polegar direito para cima, confirmando que já tem o que precisa.

– Foi um prazer – Quinn diz com leveza, uma espécie de sorriso no rosto. Não sei dizer se ela está feliz, ou meramente sentindo-se desconfortável. Noah aperta minha mão, em sinal de despedida e os dois rumam para o corredor.

– A matéria sairá na próxima semana. Vai querer a versão digital? – Noah me pergunta. Digo que sim, mas na verdade não estou dando a mínima – Legal. Quinn, por que você não anota o e-mail dela enquanto eu procuro a japonesa para agradecer?

Quinn dá de ombros e se senta no banco estreito de novo. Ela está arrumando a câmera fotográfica com atenção – ou está me ignorando de propósito, não sei dizer. Noah segue pelo corredor e desaparece. Ficar ali em frente da porta, aguardando o que for de Quinn me deixa cética e ainda mais desesperada. Estou pensando em algo, literalmente qualquer coisa, para lhe dizer, quando ela o faz primeiro:

– A foto com o chapéu ficou incrível. Acho que captou exatamente quem você é e o que o musical transmite. – ela diz isso olhando para mim de maneira quase natural, como se estar conversando comigo depois de tanto tempo fosse apenas algo a ser enfrentado para que seu dia termine bem. Eu sorrio, sem saber o que dizer. É muito estranho que ela esteja me elogiando, mesmo que de forma indireta. – Aqui – ela estende um bloquinho de notas e uma caneta – Anote seu e-mail. A versão digital, geralmente, sai dois dias depois da versão impressa.

Anoto meu e-mail no papel com um misto de esperança e medo. Nunca achei que fosse voltar a revê-la. Pelo que eu sabia, Quinn tinha ido estudar Direito em Yale. Mas agora ela está em Nova York. É fotógrafa. E está linda. Deixou de ser aquela menina das roupas de líder de torcida. Seu cabelo está bastante curto, mas isso apenas a fez mais mulher ainda, de um jeito meigo. Seu sorriso continua o mesmo, e eu amo isso. Quase consigo sentir uma nostalgia muito forte quando penso sobre isso.

Preciso falar algo, mas não consigo. Não sei o que deveria lhe dizer, se é que ela está esperando algo. Talvez nem esteja. Está aqui para cumprir seu trabalho, nada mais.

Antes que qualquer coisa possa acontecer, ou ser dita, Noah surge do final do corredor.

– Não achei a japa. – ele diz para Quinn, então olha para mim – Agradeça-a por mim. Não sou fã do seu trabalho, nem da Broadway de forma geral, mas você é uma pessoa legal. Até a próxima.

Quinn olha para Noah com um olhar que entendo bem: ela o está reprimindo pela sinceridade. Quase rio, porque a expressão de seu rosto é um pouco cômica.

– Obrigada. Eu que agradeço – digo. Olho para Quinn. Ela se levanta do banco e aproveito para estender a mão para ela. Não sei por que faço isso, e nem sei se ela vai aceitar o gesto – Obrigada – repito.

Quinn aperta minha mão, agora com um toque diferente, parece distante e automático e me pergunto se é coisa da minha imaginação, ou se fiz algo que a ofendeu. Ela faz um aceno com a cabeça e desvia o olhar do meu como se eu fosse apenas mais uma pessoa com quem ela tem de lidar. Eles viram as costas para mim e seguem para o final do corredor.

Quando a silhueta de Quinn desaparece, sinto uma espécie de estupor pelo corpo inteiro. Parece que acabei de sonhar, mas é totalmente a realidade.

Parte IV ­- Nós fizemos estas memórias para nós mesmos

Onde nossos olhos nunca se fecham

Nossos corações nunca estiveram partidos

E o tempo está congelado para sempre.

(Photograph, Ed Sheeran)

A primeira coisa que faço ao chegar ao apartamento é fazer uma busca por “Rachel Berry + namorado”. Eu sei que é ridículo, mas ela nunca saberá. Ninguém saberá. Encontro uma foto de Rachel com Finn, possivelmente em um evento de celebridades. Ambos estão sorrindo e estão muito próximos. A informação abaixo diz que eles estão juntos há oito anos. Encontro alguns links e um em especial chama a atenção, que data de quase um ano atrás. Há uma pequena matéria, na qual o grande destaque é uma foto de Rachel, em uma resolução não muito boa, destacando algo brilhante no dedo.

Rachel Berry, atriz e cantora da Broadway, que estreou como Fanny Brice em 2012, foi fotografada com algo muito especial e diferente no dedo da mão esquerda: um anel de noivado. Segundo a própria Rachel, em uma entrevista cedida pelo E! Entertainment, ela disse que o pedido de noivado aconteceu em seu aniversário, no mês passado.

“Conversamos muitas vezes sobre casamento, mas eu nunca tive uma previsão de quando isso poderia acontecer. Por isso, foi uma enorme surpresa quando Finn me propôs”, Rachel falou em outra entrevista também para o E!.

O anel de noivado escolhido é delicado, exibindo uma pedra mediana translúcida. Segundo fontes próximas, ela não é vista sem o adorno desde que o ganhou.

Não é impossível imaginar Rachel noiva. Eu sempre soube que isso aconteceria algum dia. Eu me recordo bem do colégio, a época em que confidenciávamos tudo. Ela dizia que se casaria um dia e teria filhos. Isso sempre me incomodou, porque imaginava que, se ela desejava uma vida assim, com certeza não seria comigo que a dividiria. E mesmo quando as coisas começaram a mudar, eu sabia que não estávamos destinadas que ficar juntas como ela almejava. Acho que foi pensando nisso que me distanciei. Hoje, não sei se poderia ter lidado com a situação de forma diferente. Tínhamos apenas 16 anos e eu pouco sabia sobre o amor e sobre o futuro. Eu sabia que Rachel fazia parte da parcela que sairia de Lima, que venceria na vida. E quando ela conseguiu isso, entendi que deveria seguir em frente, bem como já estava tentando fazer. Tentei deixar Lima e Rachel para trás. Consegui esse feito por algum tempo. Retornei algumas vezes a Lima, sabendo que não pertencia mais àquele lugar. Mas, quando Rachel estourou nos palcos com Funny Girl, eu entendi que nem sempre podemos ser responsáveis pelo futuro.

Por isso, começar de novo é sempre difícil. O que mais dói é que não sei se serei capaz de fazer tudo diferente. Todo mundo quer ganhar uma chance de transformar o que for, alguma memória ou situação, mas ninguém sabe muito bem o que fazer para promover essa transformação. E se eu falhar? Como conseguirei seguir em frente mais uma vez?

{...}

Três dias depois, me encontro com Sam. Estudamos juntos em Yale, no meu ano de caloura. Ele, entretanto, prosseguiu o curso e se graduou na área. Hoje, mora também em NY mantendo um pequeno escritório no ramo do Direito de Família. Cultivamos uma amizade forte durante todos esses anos, porque, para falar a verdade, Sam é uma pessoa equilibrada e muito correta. Ele foi a primeira pessoa para quem contei sobre Rachel e, contrariando a maior parte do raciocínio masculino, Sam encara a minha história com Rachel como qualquer outra – nem melhor, nem pior. Apenas uma história. E ele nunca quer saber sobre as coisas mais íntimas.

Conto tudo o que vivenciei na noite de re-estréia de Rachel, e Sam realmente me ouve. Digo sobre como quase decidi sair correndo no meio do espetáculo e sobre eu ter feito cópias de todas as fotos que tirei dela para a matéria da Variety – e como eu acho que isso quebra alguma cláusula do meu contrato. E também sobre o noivado dela e o fato de que não posso fazer nada para mudar o destino (não que eu esteja pensando em fazer algo. Claramente, não estou em condições de arquitetar planos para destruir o noivado dela).

Sam continua a tomar seu sundae com a maior calma do mundo. Espero uma resposta, impaciente.

– E então?

– Qual é a real probabilidade de você voltar a vê-la? – Sam pergunta. Isso me parece uma perspectiva totalmente nova e impensada.

– Nenhuma? – arrisco, sabendo que é a mais pura verdade. Sam afirma com a cabeça.

– Tudo bem você pensar sobre ela, mas de que adianta você ter todos esses sentimentos se a situação real é outra?

Penso sobre isso por um tempo. Ele está certo. Não vou revê-la. Como poderia? Nem mesmo levamos a mesma vida. Eu sou apenas uma fotógrafa qualquer, e ela é uma estrela em ascensão. O nome dela está pela cidade, e todo mundo sabe quem é Rachel Berry. Meu nome é creditado numa área minúscula perto das fotos que tiro e quase ninguém lê isso – ninguém se importa, ninguém quer saber quem é a fotógrafa.

E, por Deus, ela vai se casar. Com um cara. Esse sempre foi o sonho de menininha dela. Não posso impedir isso, nem que pedisse, nem que implorasse. Ela simplesmente riria da minha cara e seria bem feito para mim. Pelo visto, ela seguiu em frente de uma vez por todas e não se arrepende por isso.

– Tem razão. Não faz sentido viver nos meus próprios sonhos.

– E mesmo que você confessar qualquer coisa, quem garante que isso irá mudar algo? Ela aceitou se casar, não aceitou? Isso quer dizer que...

–... Que ela não se arrepende de ter de fazer essa decisão – concluo alto.

Sam concorda. É bom tê-lo por perto, porque ele sempre é muito realista e racional. Acabo aceitando a derrota e todos os sentimentos embaralhados que vêm junto com ela.

{...}

No meio da semana, Santana me convida para jantarmos juntas. Depois do jantar, Brittany me conta uma novidade: elas vão se casar. Não estranho isso, considerando que já estão formadas e dividem a maior parte do tempo e das responsabilidades. Brittany, hoje, é professora numa academia de dança e se diz muito realizada com o trabalho que exerce. Santana ainda tem o ateliê e dá palestras e cursos periodicamente. Vejo que ambas estão muito felizes com a notícia. Não as invejo, nem nada assim. Acho que elas são a cara-metade uma da outra e torço muito pela felicidade delas.

Elas também sabem sobre a história de Rachel, e não deixe de comentar que descobri que ela está noiva.

– Eu já sabia – Santana diz.

– Como assim você já sabia? – fico surpresa e me sinto traída. Por que ela nunca me disse nada? Por que tive de descobrir isso justamente numa missão de trabalho?

Santana dá de ombros.

– Todo mundo sabe. Achei que você também soubesse. – ela fala – Quando saiu a notícia, faltou a Barbra Streisand se manifestar, praticamente.

– Estava evitando saber a respeito de Rachel – eu explico. – Reencontrei-me com ela na semana passada. Tive de fotografá-la para uma matéria sobre o novo show dela.

– My Fair Lady? – Santana dá uma gargalhada – Garanto que a Audrey está se revirando no túmulo dela.

Não gosto do tom depreciativo de Santana, por isso me sinto no dever de retrucar:

– Eu assisti ao show. Ficou muito fiel. E a voz da Rachel quase supera a da Julie Andrews. Em todo caso, Puck fez o favor de mencionar Finn como o noivo dela.

– E vocês conversaram? Ficaram sozinhas?

– Sim. Mas não conversamos. Senti que ela foi bastante polida, nada mais do que isso.

– É, acho que ela superou você. – Santana dá de ombros.

– E você, Quinn? – Brittany quer saber, sorvendo o seu vinho.

– Se eu superei a Rachel? – sinto meu rosto queimar e não sei se quero confirmar o que ambas já sabem.

– Está na cara que não – Santana diz. – Mas, corrija-me se eu estiver errada. Não foi você quem a mandou passear? Nada mais justo que ela encontrasse outro amor, certo? Tem certeza de que pode reclamar?

– Não estou reclamando! – exclamo – Apenas estou dizendo. Ela vai se casar. E eu não farei nada, porque acho que ela está mesmo feliz.

– Se ela está feliz, fique feliz – Brittany diz.

Como?

O que eu sinto por Rachel nunca morreu, apenas ficou adormecido. Não dá para ver o amor da sua vida se casar com outra pessoa e se dizer feliz por isso. Mas parece que o que terei de fazer agora em diante é aceitar essa realidade.

O fato de ela se lembrar de mim não significa que seus sentimentos de adolescente continuam os mesmos. As lembranças ficaram, mas ela não tem culpa se seu coração decidiu enxotar tudo o que sentia por mim.

Quando checo minha caixa de entrada, horas mais tarde, encontro algo que não diz respeito ao meu trabalho. O remetente é missrachelberrystar@gmail.com e o assunto é “Oi de novo”.

Abro o e-mail na mesma hora, ansiosa e quase tendo um ataque do coração.

Oi, Quinn. É a Rachel. Seu colega, Noah Puckerman, quis algumas informações adicionais para a matéria dele, e eu aproveitei e pedi seu e-mail, espero que você esteja ok com isso.

Eu não sabia que você também estava em Nova York. Sei que perdemos contato há muito tempo, mas por algum motivo achei que você teria ficado mais realizada em New Heaven, estudando e exercendo o Direito. Fico feliz que tenhamos nos encontrado, espero que saiba que não guardo mágoa do passado. Como deve estar sabendo, eu me casarei no final do mês e eu e Finn vamos fazer uma confraternização para os padrinhos e madrinhas do casamento neste fim de semana. Ficaria satisfeita se você aparecesse, preciso muito conversar contigo. Pode levar algum acompanhante.

Um beijo,

Rachel Berry.

Tudo o que consigo pensar é: ela precisa muito conversar comigo. Não sei se isso é bom, ou ruim. Ou se devo me animar, ou ter receio. Mas ela me convidou para uma festa. Que diz respeito ao casamento dela. Por quê? Por que ela está fazendo isso? Será que ela acha que estará fazendo algo benéfico para ambas? Não que ela tenha como saber o que sinto. Pelo visto, está muito claro como ela se sente.

Ela está feliz.

Mas eu estaria mentindo se dissesse que estou feliz por ela.


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Notas finais do capítulo

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