Acordo suando frio, nunca sonhei com tanta força na vida, vou para o banheiro onde faço as minhas necessidades matinais, logo após saio e me visto com um calça jeans preta meio rasgada na frente, colo uma blusa preta escrita na frente "Eu não vou morrer tão cedo biches", ajeito a franja que caí aos meus olhos e saio do meu quarto.

Vou em direção a sala da minha primeira aula "Matemática!" prefiro ficar fazendo nada do que ir na aula dessa tapada! digo na minha mente.

Assim que entro todos me olham, claro até por que eu sou um sinalizador ambulante! Me sento na última cadeira da sala .

A professora falava algo sobre sei lá o que cúbicos, mas eu não me importo não ligo para essa matéria ao invés disso pego os meus fones e boto para ouvir as minhas músicas...

Até que tudo vem a minha cabeça, meu pai na janela, as fotos, eu tocando as armas e principalmente o cara me falando "Foram eles...", "Salve-a, Salve-a antes que seja tarde!" começo a chorar as lágrimas não param de correr e me pergunto? Será que já não é tarde? Assim com os pensamentos fluindo abro os olhos desesperada e ofegante. E lá está uma sala inteira... INTEIRA me olhando e uma professora de cara emburrada me encarando.

–Hã...o que foi? - pergunto a ela já retirando os fones.

–Eu te fiz uma pergunta senhorita e... - não a suporto então já vou interrompendo ela.

–Vamos ao assunto eu não sou um dos seus cálculos, não tente me resolver... porque não terá um resultado. -digo já começando a ficar irritada.

–Bem eu perguntei seis vezes e você não respondeu a minha pergunta até agora. - diz ela sorridente e arrumando a postura, assim cruzando os braços, reviro os olhos.

–Que perguntasse mais seis eu simplesmente não me importo. - digo sorrindo.

–Você sabe que mora aqui desde os treze, e agora você tem?

–Quinze...

–Bem não preciso falar nada...

–Senhorita Garcia - chamo ela, a mesma se vira para mim e ergue uma das sobrancelhas. -Vá pro inferno! - digo com raiva e ódio uma das alunas dela se levanta e aponta para mim gritando.

–Satânica! - várias vezes.

Pego a minha bolsa, me levanto e saio de lá.

"Escrito no Diário,

Ah eu não contei a você diário, pois é inventam histórias sobre mim, uma delas é que a minha mãe era uma drogada e mataram ela por causa de dinheiro, e então meu pai ficou comigo e me manteve em cativeiro, e quando ele morreu me mandou para cá!"

Paro de escrever, largo a caneta e começo a chorar entre os joelhos.

–Eu não vou ficar aqui!