Anti Sociedade - Interativa escrita por AceMe


Capítulo 15
Anti Governantes


Notas iniciais do capítulo

Olá meu povo! Primeiro: Vi que poucas pessoas perceberam que postei outro capítulo no meio da semana, então aqui está o link: http://fanfiction.com.br/historia/586225/Anti_Sociedade/capitulo/14/
Segundo: Quero agradecer a Divergentesemideusa Herondale por ter favoritado! A cada dia admiro mais meus leitores divos que aguentam esse lero-lero meu antes de mostrar o capítulo!
Agora sim, desejo a todos uma ótima leitura:



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–Obrigada pela atenção. – Kelly agradece quando todos param o que estavam fazendo para ouvi-la e guarda o apito. – Bem, como alguns de vocês devem saber, sou Kelly Murray, filha de um dos líderes, Édson Murray. Porém, ao contrário de meu pai, discordo das ideias dos governantes. Assim como ele, também sou líder de um grupo secreto, mas que luta contra eles. Somos os Anti Governantes! – Ela completa empolgada. – E para fazer com que a base volte ao que deveria ser e para finalmente conseguirmos completar nossa missão de recuperar a Terra, precisamos de vocês. Lutando como espiões ao nosso lado. Alguma pergunta?

Um ruivo de cabelo espetado e piercings levanta a mão uma fileira a minha frente, e Kelly o dá permissão para falar:

–Como podemos confiar em vocês de novo? – Ele pergunta, mas uma menina de óculos e tatuada o interrompe e sussurra algo em seu ouvido e ele confirma. – E como pretendem completar esse plano de vocês? – O garoto completa com o que a menina deve ter falado.

–Essa é uma excelente pergunta. – Kelly começou, tirando do bolso da calça um controle remoto. – E eu tenho um vídeo sobre isso, gravado pela criadora de nosso grupo, que não, não sou eu. Mas, somente de saber quem é, conseguirão confiar em nós. – Ela, promete, com todo um jeito de líder, como o do pai, e vai para um lado.

Ela, com a ajuda de algumas outras pessoas, arrumam um projetor, que devem ter trago aqui para baixo, e aperta o botão para o vídeo rodar.

Primeiramente, há uma mão na tela, que tenta ajeitar o foco da câmera. Quando finalmente se dá por satisfeita, a pessoa retira a mão da frente e se ajeita em uma cadeira, e vejo que é a Kelly. O ambiente é um escritório, com vários papéis bagunçados, uma luminária apagada, e uma cama de casal e dois berços se escondem atrás da mulher que se filma. Levo alguns segundos para perceber que na realidade a moça é a mãe da Kelly. Já a vi algumas vezes em fotografias, o suficiente para – Depois de observar por um tempo – reconhecer qual das duas é quem.

A Celina é baixa e um pouco cheia. Tem cachos negros descendo do couro cabeludo até os seios. A pele negra entra em contraste com os olhos castanho claro, e as bochechas redondas se encaixam perfeitamente em seus lábios carnudos. Usa uma blusa azul clara lisa, sem nada de especial. Os olhos dela parecem sempre estar brilhando, e tem uma face originalmente maternal.

–Olá. – Ela sussurra. – Desculpa a bagunça, é que eu não tenho muito tempo. Sou Celina Simões Murray, de Niterói, antigo Brasil. Veterana, 25 anos. Provavelmente, quando estiver vendo isso, já estarei morta, mas não posso deixar que vivam na base como ela é agora. Os líderes daqui, inclusive meu marido, Édson Murray, são todos contra os rebeldes, e são espiões dos governantes, que estão aqui há gerações. Se eu pudesse, voltaria no tempo, para a Escola Mentes Brilhantes, e impedia isso tudo de acontecer. Mas, isso é impossível, então o máximo que posso fazer é dar o ponta pé inicial de mais uma revolta. Já reuni algumas pessoas, estou formando com elas, os Anti Governantes. Nosso objetivo, é sermos espiões dos espiões. Apesar de tudo, amo o Édson, e não quero que ele ou os outros líderes, sofram. Só atacaremos, se eles atacarem. Fingiremos que estamos os apoiando, enquanto na realidade estamos coletando as verdadeiras informações. Sei que já devem estar cansados de ouvir essa promessa, mas um dia conseguiremos o mundo de volta. Minha filha, Kelly, sabe o plano. Se achou esse vídeo, achou meus projetos. Quero que quando eu morrer, ela lidere a gente. Sei que conseguirá. – Ela olha para o lado, como se acabasse de ouvir algo que a câmera não captou, e rapidamente voltou a mirar em nossos rostos. - Já enrolei demais. Boa sorte. – Celina cobre a câmera com uma mão e o vídeo termina.

Estou realmente muito surpreso com tudo isso. A Kelly, a Raja, e esse pessoal todo que está reunido não nos traiu de verdade. Vazia tudo parte de algo maior. E nós estragamos tudo. Helen morreu por causa disso. A segurança aumentou. Deveríamos ter sido pacientes. Mas, ainda assim, eles nos aceitam. Eu entraria no Anti Governantes. Seria uma chance de se redimir e fazer algo de útil, além de estragar tudo, fazer piadinhas com Spartan, sair com Parker, ou arrumar jeitos de explicar o que aconteceu para Nádia. Ao meu redor, os outros parecem convencidos também.

Kelly volta para o centro, esfregando os olhos com o dedo, como se estivesse secando uma lágrima.

–Então... Estão convencidos? Quem quer entrar? – Ela pergunta.

Todo mundo, inclusive meus amigos, rivais e eu, levantamos as mãos. Kelly sorri:

–Ótimo! Para não ficar tão estranho, essa quantidade toda que vai “se unir aos Anti Rebeldes”, vocês irão todos sentar em mesas bem próximas durante o almoço. Quando ele acabar, falarão para os guardas que estiverem lá, que vocês refletiram, e decidiram ir para o lado deles. Depois disso, serão encaminhados para uma cela especial, em que esperarão cada um ser submetido a um teste no detector de mentiras. Nesse momento, irei até vocês, e explicarei com detalhes o que terão que fazer para passarem pelo teste, sem levantarem suspeitas. Até depois. – Ela se despede de nós e faz sinal para cada um que está lá, encaminhar a gente de volta para nossas celas.

Nos levantamos e dou um tchau para meus amigos, antes de Raja me puxar para me levar de volta a minha cela. Fico pensando em como seria esse tal plano que a mãe da Kelly teria feito, quando a Raja puxa assunto:

–Confia na gente agora? – Ela pergunta, ainda olhando para frente, como quem não quer nada.

Há algumas pessoas ao nosso redor, sendo levadas para as celas delas. Nenhuma parece estar nos ouvindo.

–Sim, a Celina me convenceu. Kelly não mostraria um vídeo da mãe se não fosse realmente importante.

–Exatamente. – Ela confirma.

–Como conseguiram cavar esses túneis? – Mudo de assunto, curioso sobre a origem daquele trabalho.

–Pelo que sei, já estava aqui antes mesmo da criação do Anti Governantes. – Raja contrai as sobrancelhas, pensativa. - Ouvi falar que um aluno, ou professor da Escola Mentes Brilhantes, fez essas passagens secretas para fugas, ou algo do gênero. Usamos como passagens secretas, para nos locomovermos mais rapidamente. Também utilizamos como local de reuniões, e para guardar documentos. – Ela completa o raciocínio.

–Legal. – Comento, olhando para os lados. Se Helen estivesse aqui, ela ficaria toda animada com isso e lançaria um mar de perguntas pela boca. – Desculpa por ter te acusado mais cedo. – Digo arrependido do que falei para ela antes.

–Tudo bem. Também ficaria confusa em seu lugar. – Raja me observa com o canto do olho. Estamos próximos de minha cela agora. – Sabe, já sei o que mudou em você.

–O que quer dizer com isso? – Pergunto encarando-a.

–Não é a sua falta de sorriso que te deixou diferente. Depois de hoje de manhã, quando o puseram na cela, você não agiu como se fosse você. Observei todos vocês de longe, e reparei que estava mudado. Não ficou como o Spartan, fazendo piadinhas da situação, como faria antes. Já venho vendo isso em você há algum tempo. – Ela enrola.

–O que reparou em mim, afinal? – Quero saber logo de uma vez do que ela está falando.

–Você amadureceu. – Raja sorri. – Pensa mais antes de falar qualquer coisa, ou se exibir por aí, apesar de não estar totalmente por dentro desse crescimento. De vez em quando dá uns escorregões. É bom ver que maturamos, mas não deixe de sorrir. – Nós dois paramos atrás da porta que leva à minha cela. - O seu bom humor é sua melhor característica, a meu ver.

–Tentarei sorrir mais. – Digo, mostrando os dentes. – Começando por agora.

–Isso aí! Muito bem! – Ela me parabeniza. – Agora, é melhor voltar para o seu lugar. Daqui a pouquinho os guardas os chamarão para o almoço. – A menina ao dizer isso, tenta empurrar a porta. Dou uma ajuda a ela, e facilmente, ela se abre. – Até mais tarde. – Ela se despede.

–Até mais. – Coloco a mão no ombro dela antes de entrar.

...

Quando voltei para a cela, o grupo começou a me encher de perguntas. Tentei explicar o mais breve possível, pois guardas chegaram para nos levar para o refeitório. Peguei uma sopa de alho – que fedia para caramba – pois era a que parecia menos pior.

Os Anti Governantes organizaram-nos nas mesas. Achei que estivesse com sorte, já que fui parar com meus amigos, mas logo depois, eles trouxeram Jou e Wave para comer junto com a gente.

–Ah, qual é! – Spartan reclama. – Tanta mesa, e vocês sentam logo na nossa!

Jou e Ren ficam se encarando, zangados um para o outro. Clare tenta puxar Ren para outro lado, provavelmente para não acabar em guerra. Joseph observa os guardas, fingindo que eles não sentaram na nossa mesa. Angel ignora tudo aquilo, brincando com os brócolis do prato dela.

–Se não percebeu, também não queríamos estar aqui. – Wave contrapôs frio e me encarou com olhos cortantes. Dos meus dois lados, Nádia e Parker, se aproximam de mim, e fico ainda mais desconfortável. Ainda por cima, tento tomar aquela sopa com cheiro horrível sem chorar. Mas, não aguento o olhar penetrante dele em mim.

–Desculpa por ter te feito desmaiar e prometo nunca mais fazer isso! – Peço perdão sem pensar. O pessoal para o que está fazendo e olham diretamente para mim.

–Você. Derrubou. Ele. – Angel diz pausadamente, apontando de Wave para mim, sem acreditar na situação. – Sério!?

–Bem, mais ou menos! Ele começou a brigar comigo e POW! – Faço ênfase no barulho de explosão. – Ele caiu comigo por cima dele! – Tento explicar o que aconteceu.

–Minha cota de remédios havia expirado. Roubo o estoque de remédios do laboratório uma vez por semana para me manter forte, mas dessa vez não pude fazer isso. – Wave conta como se não fosse nada.

–Você roubava remédios!? – Ren e Jou exclamam ao mesmo tempo. Os dois juntos parecem uma dupla cômica. Um é praticamente o oposto do outro, e isso de certo modo, deixa os dois engraçados quando estão juntos.

–Como acham que fiquei forte tão rápido com meu problema sanguíneo? – Ele age como se isso fosse o mais normal do mundo.

–Quer dizer que esse tempo todo você só tomava remédio de academia? Não sei por qual motivo, mas estou me sentindo traído! – Spartan diz abatido.

–Então esses músculos são falsos!? Não pode ser! – Nádia diz quase gritando ao meu lado, e abaixa a cabeça, ainda olhando para mim. – Desculpa, Michael. – Até Parker chegou para frente para vê-la.

–Não entendo o motivo de estarem assim. Até vocês escondem segredos entre si! – Ele dá um gole num líquido verde, que está em uma garrafa, com os dizeres “Suco de clorofila”.

–É verdade. – Joseph sai de seu devaneio. – Nós ficamos com raiva de nossas amigas por não nos contarem um segredo. Como podemos confiar em nós mesmos se ficamos com eles escondidos?

Depois disso, por algum motivo, começamos a contar, cada um, um segredo de cada vez.

–Meus pais são os líderes de Roma. Eles mataram meu irmão por ser rebelde. A cicatriz no meu braço é por eu ter tentado protege-lo da bala. – Angel conta, cabisbaixa.

–Eu fico arrumando meu cabelo o tempo todo porque tive vários casos de piolho, inclusive aqui na base, então fico com nervoso de encontrar um, ou passar para alguém. – Clare comenta, envergonhada.

–Trato os novatos mal por causa de uma frase que ouvi quando menor. Eu fui mandado para a guerra porque no meu quarto tinha outro Jou, mas ele não estava. Então acharam que era eu o homem que havia se inscrito no exército. E lá, falaram que matavam os outros porque todos os que não conheciam foram culpados por mortes, então deveríamos mata-los também. Essa frase mexeu muito comigo. – Jou explica.

–O meu olho mecânico tem visão raio-x! No começo usei isso para espionar pessoas, mas juro que depois de uma semana parei! – Ren fala mais envergonhado do que Clare.

–Nunca contamos a ninguém, mas Raja e eu somos meio que namorados. – Joseph diz baixinho.

–Ah, Joseph! Disso todo mundo já sabia! Tem que ser segredo! Que ninguém além de você mesmo saiba. – Spartan e eu falamos ao mesmo tempo, como se tivéssemos treinado por horas. Batemos as mãos uma na outra e fizemos o nosso super cumprimento de amigos.

Quando Parker ia contar o segredo dele, os guardas avisaram-nos que está na hora de voltar para nossas celas.

É agora. Nós entraremos para os Anti Governantes, e ajudaremos a recuperar a base. Depois, o mundo.


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Notas finais do capítulo

Alguma crítica? O que estão achando? Fale agora ou cale-se para sempre! Rsrsrsrsrs, brincadeira! Vejo vocês no próximo capítulo!



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