Anti Sociedade - Interativa escrita por AceMe


Capítulo 12
Reviravoltas


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! Postado tarde, mas não esquecido, capítulo onde tudo irá mudar. Boa leitura!



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–Como assim diferente? - Senhor Tanaka pergunta. - Não fizeram um cartaz mostrando o que planejam fazer aqui, ou algo do gênero!?

–Nós estávamos planejando algo maior. Que irá beneficiar todos os rebeldes da base e auxiliar na missão de conseguir o planeta de volta. - Ren continua para mim. Nós dois estamos visivelmente nervosos quanto a isso. Se der errado, não sei o que vamos fazer.

–Muito bem. O que planejam? - Senhorita Moore sorri para nós, em uma tentativa de elevar nossa moral.

–Bem, nossos líderes devem saber que Renny e eu temos trabalhado bastante para trazer novos rebeldes para a Base.

–Sim. Em uma ano aumentaram a população da base de 90 mil para 91 mil. - Nerida olha de lado para Édson, que simplesmente dá de ombros, como se a dissesse silenciosamente que a culpa não é dele.

–Isso era só um teste para um projeto maior. Se nos permitir, iremos realizá-lo agora.

Os cinco líderes se entreolharam, até que Zaire deixou-nos fazer:

–Mas, sejam o mais breves possível. - Ele pediu, ao ver nossa empolgação.

–Venham conosco, então. Veremos tudo na entrada. - Eu digo, e todos saem na mesma direção.

Estou tão animada. Nós dois temos trabalhado nisso desde o meu aniversário de 15 anos. Se der certo, nós podemos ser a geração que salvará a Terra desses seres desprezíveis que estão tomando conta dela agora. Olho para o Ren, e vejo que ele está sorrindo para mim, e eu retribuo. Espero que a overdose de cafeína dele não o atrapalhe.

Ao chegarmos no térreo, podemos ver na entrada os soldados que aceitaram nos ajudar e o Wave. Ele sempre foi meu “instrutor” na hora de ajudar os militares a seguir os caminhos. E, depois do que o Michael disse a ele naquela vez, ele tem me tratado, bem… menos pior. Até que eu gosto disso. Quero dizer, se a pessoa legal também te trata bem, você é mais uma entre todas que ela interage, mas se você é uma das únicas pessoas que ela trata desse jeito, você é diferente.

Mas, voltando a história, Ren e os outros saíram e Wave e eu falamos para eles por onde irem. Porém, quando conseguem por volta de 700 rebeldes da Índia (Nós combinamos com alguns vigilantes rebeldes das províncias para que reunissem a maior quantidade que conseguissem achar), ao invés de voltarem com eles até a entrada da base, usaram o teletransportador em miniatura neles e todos os novos rebeldes aparecem em nossa frente. Um guia os pega para mostra-lhes a base e algumas pessoas param o que estão fazendo para olhar o que está acontecendo. Os líderes ficam boquiabertos com a quantidade que conseguimos, apenas fazendo uma pesquisa antes de procurá-los.

Assim, eles usam um teletransportador em si mesmos para ir a outro lugar do mundo. E assim continua, até chegarem à Vancouver, a última parada. Voltam com cerca de 500 pessoas, dessa vez atravessando o portal. O pessoal está comemorando no térreo e nos andares superiores, com bebida, comida e confetes, pois já sabem o que está para acontecer. Eu e Ren vamos até os líderes, que estão praticamente jogados no sofá, tentando absorver tudo o que ocorreu.

–Nós conseguimos provar que somos completamente a favor da causa, não é!? - Ren sorri para eles.

–Pelos meus cálculos, agora temos 100 mil rebeldes! O número mínimo registrado para que consigamos a Terra de volta! - Completo, retirando meu celular do bolso e terminando de fazer as contas na calculadora, e mostro o resultado para os líderes.

–Sim, é o número exato de pessoas necessárias. - Édson diz, com os olhos bem abertos, como se estivesse extremamente preocupado. - Pelo menos em teoria. - Ele fala, virando a cabeça para os outros líderes.

–Isso está muito maior que a grande ameaça de 3100! - Senhor Tanaka passa a mão pelos cabelos, claramente desesperado.

–Quer dizer, está na hora de usar o plano AR. - Nerida conclui os pensamentos dele.

Não entendo o que querem dizer. O Ren demonstra o mesmo ar de incompreensão. Faço sinal para sairmos de fininho, e andamos sem que eles nos percebam para fora da parte da entrada. A música está alta, chove papel laminado e espuma de spray de festa, as pessoas dançam e sorriem de uma lado para o outro. Nunca os vi tão felizes assim. Recebemos vários tapinhas nas costas, de pessoas nos parabenizando. Chego a ouvir uma vez ou outra alguém gritando: “Renny e Helen para líderes!”. Ficamos andando perdidos de um lado para o outro, até encontrarmos nossos amigos.

–Vocês arrebentam, caras! - Spartan levanta a mão para batermos nela.

–Quando contaram o que planejavam, confesso que não acreditei, até agora pelo menos! - Angel nos abraça.

–Vocês são nossos heróis! - Clare se emociona, ao olhar ao seu redor, e depois para nós. - Nem sei como agradecer!

Kelly chega à nossa frente, com os braços cruzados e uma cara triste, como ela fala quando demonstrar ter um certo medo do pai. “Será que ela ouviu o Senhor Murray preocupado e ficou assim?” Deduzo, pois é a única explicação plausível para essa mudança de hábito.

–Parabéns. Vocês conseguiram. - É somente isso o que diz, antes de se virar e ir embora.

–O que houve com ela? - Ren pergunta para os outros.

–Nunca a vi tão triste assim. - Comento.

–Ah, não se preocupem! Ela deve estar só com ciúmes de vocês, já que agora devem ser o novo orgulho do Tio Édson! - Spartan diz sorrindo.

–Michael, pare já com isso e venha cumprimentar o Ren e a Helen! - Angel grita para o Michael, que só agora percebo que está beijando um cara, provavelmente o Joshua de quem falou mais cedo. Ele o larga um pouco para falar:

–Claro! Parabéns, crianças! É um orgulho ter sido o guia de vocês quando chegaram!

–Michael!? - Ouço uma voz masculina vindo de trás e olho por cima do ombro.

É um dos rebeldes de Vancouver que trouxemos. O homem é alto e corpulento, mas sem músculos. O cabelo está raspado nas laterais, demonstrando sua iniciativa para a causa dos rebeldes, além de seu tom de pele fazer um certo contraste com o punhado de cabelo marrom escuro, da mesma cor de seus olhos. Por causa do cabelo raspado, dá para ver que o tradutor já foi instalado nele. No instante em que o vê, Michael fica com uma expressão surpresa e larga o Joshua para o lado e corre para o homem. Os dois se abraçam, nenhum de nós parece conhecê-lo.

–Parker! Que saudade! - Michael fala no ouvido dele, mas em alto e bom som. Não consigo me lembrar dele inicialmente, até lembrar do jogo de verdade ou desafio que fizemos ano passado. Esse Parker era a paixão de Michael e o motivo de ter vindo para cá. Quase lacrimejo de fofidão, até que os dois se beijam. Aí, sinto vontade de vomitar. Depois de um tempo, em que nós ficamos bem sem graça, os dois se desgrudam. - Achei que nunca mais te veria!

–E eu, então! Falaram na escola que você tinha morrido! Mas, está aqui! Isso é impossível!

Os dois se beijam de novo, e fico com vontade de cavar um buraco para o além e pular por ele, desde que não tenha que segurar mais vela. Os dois se soltam.

–Venha, preciso de apresentar aos meus amigos.

Michael nos apresenta ao Parker. Ele parece ser um cara legal. Estávamos mostrando a ele como as coisas funcionam, quando uma mulher, aparentemente apenas um pouco mais nova que o Parker chega atrás dele. Eles são bem parecidos, tirando pelo tipo físico, pois ela era menor e com cabelo comprido. Tirando isso e o fato de serem de sexo opostos, eles são quase idênticos. Ela também tem o tradutor no ouvido.

–Parker, finalmente te encontrei! - A menina segura o braço dele e olha para nós, e para os olhos no Michael. - Michael é você mesmo!? - A menina sorri para o loiro.

Ele de repente começa a suar um pouco e fica com uma expressão que é um misto de desespero com surpresa. Parker olha para os dois e pergunta:

–Você já conhece minha irmã, então? Que bom, assim são menos cumprimentos. Gente, essa é Nádia, minha irmã.

E, então, me lembro repentinamente que a Nádia também tinha uma quedinha pelo Michael. Ele realmente é muito conquistador, mesmo quando não quer. A menina provavelmente não deve saber do que houve entre o irmão e a paixão.

–Ah, oi Nádia! Bem, vou ter que sair agora, pois eu tenho que… ver para quem serei guia! Até depois! - Michael sai correndo.

–Ele podia ser meu guia. - Nádia murmura baixinho, apertando o braço do irmão.

–Nosso guia. - Parker concorda.

Ficamos com eles por mais alguns minutos, até que fico com sono e resolvo ir para meu quarto dormir. No caminho, a Lola passa correndo por mim, sem falar nada. Também não a chamo, é normal a menina não dormir no quarto. Agora que temos muito mais rebeldes, provavelmente terei que dividir o dormitório com mais algumas pessoas, mas não me importo. Tomo banho e vou dormir.

–Acorda, meu doce! Assim, você se atrasará para o primeiro turno. - A Lola me desperta, sussurrando no meu ouvido, e sinto algo gelado na minha bochecha.

Me levanto rapidamente da cama pelo lado contrário de onde a voz dela veio, e ainda sonolenta, pergunto:

–É você de novo, Lola!? - Quando me viro para ela, perco completamente o sono com a cena que me deparo.

A Lola está com uma escopeta mirada em minha direção. Tem duas pessoas atrás delas, ajoelhadas e de cabeça baixa, com as mãos amarradas e panos cobrindo as bocas. Não é possível que ela seja louca essa ponto!

–Socorro! Socorro! Tem uma louca apontando uma arma para mim! - Grito o mais alto que posso.

–Melhor economizar saliva, menina tola. Ninguém irá vir te salvar, e se ainda não percebeu onde está, te dou a dica que te adoro, mas terá que fazer tudo o que eu mandar. Agora, pegue uma roupa, vá ao banheiro e troque-se. Depois, volte, que eu te amarrarei e tamparei sua boca, se me obedecer, ganhará um biscoitinho de cachorro no final.

Com as mãos levantadas, para demonstrar paz, ando devagar até o armário e puxo a segunda gaveta.

–Anda logo! Não temos o dia todo! - Lola reclama de minha demora.

Agilizo o processo e troco de roupa no banheiro. Quando saio de lá, ela me amordaça e prende minhas mãos. Ajuda os outros dois a se levantarem, e vamos todos caminhando juntos para fora.


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Notas finais do capítulo

E, então, o que acharam? O que acham que vai acontecer? Vamos debater aí nos comentários, quero muito saber se foi realmente surpreendente ou se já esperavam por isso.
Até a próxima, ;)!



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