Reviravoltas escrita por Judy


Capítulo 28
Voltando ao normal


Notas iniciais do capítulo

Hello, ma friends!
Atrasei um pouco porque esse capítulo não tava pronto e eu estava fora desde sexta, voltei segunda muito tarde e ontem tava meio doente, agora já tô melhorando e consegui terminar o capítulo. Espero que gostem, porque eu amei escrever esse, fiquei um pouco travada e a melhor coisa foi esperar a inspiração chegar! Esse capítulo vai pra maravilhosa Ju, minha leitora mais fiel!

Boa leitura, guys!



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Acordei bem cedo mesmo sendo domingo, até porque dormi bem cedo, logo depois do jantar fomos ver um filme eu apaguei antes da metade. O Mitchel me acordou duas da manhã, quando ele e o Mike e terminaram o segundo filme, me mandando ir dormir no quarto porque o sofá dá dor nas costas.

O sol estava nascendo ainda quando levantei animada (olha o milagre) da cama, tomei um banho e fui fazer algumas coisas: arrumar o quarto, organizar as matérias, criar um horário de estudos...

Já passava das oito quando minha barriga roncou mais alto e eu fui forçada a abandonar minha fortaleza, vulgo quarto. A casa estava silenciosa quando saí do quarto, sem dúvidas os dois ainda estavam dormindo. O Oscar ainda não voltou da viagem e eu não tinha visto a Helena chegar ontem à noite, mas quando comecei a descer as escadas ouvi um tintilar de talheres.

— Bom dia, filha! – Helena me recebeu sorrindo. – Acordada tão cedo? – ela colocou os talheres no prato com panqueca e limpou os lábios com o guardanapo.

— Bom dia, acordei tem um tempinho já, - respondi sentando. – mas só agora bateu a fome.

— Sério? É bom comer assim que acordar. – ela tentou manter o diálogo esperando minha resposta.

— Eu tomei um banho e arrumei algumas coisas no quarto, tava planejando meus estudos porque alguns teste já começaram, aí acabei me empolgando e comecei a estudar algumas matérias

— Nossa queria que o Mitchel se empolgasse assim... – nós rimos juntas. – Se você precisar de ajuda em alguma coisa, eu costumava ser boa exatas, mas minha praia mesmo sempre foi ler.

Meu sorriso se tornou meio forçado, não queria admitir que me parecia com ela, ainda existia uma barreira dentro de mim.

— Claro, eu aviso, sim. Você pode passar o suco, por favor?

—@-

— Ah, Bruna, por favor, vai... Por favor, por favor, por favor, por favoooor!

— Mas eu a gente acabou de comer, Mike...

— Que péssima desculpa, pelo menos se esforça, né? – seus (incrivelmente claros) olhos azuis me encaravam. - Sem você não vai ter graça, sério, vamos, por favor, por favor, por favor...

— Olha, nem tá calor e eu tô tãaao confortável aqui lendo meu livro, é muito bom sabia? – ele me encarava com cara de tédio, perguntando com os olhos “sério que essa é a sua desculpa?” – É sobre esse garoto que foi preso por um crime que ele não cometeu, mas a prisão desse lugar é diferente, ninguém consegue sair de lá e tem tipo uns...

— Bruna, fala sério, para de me enrolar, sério vamos por favor. – ele choramingou soltando os braços deixando a palma bater na perna

— Pirralho, realmente não tá calor e...

— Não tá calor aqui, né! Você quer o que com o ar condicionado ligado? Eu já tô até ficando com frio, - ele tava só de sunguinha com a pele branca toda exposta, tão fofinho todo magrelinho - eu vou ficar aqui pedindo ‘por favor’ até você ir com a gente... – ele sentou no chão encostando as costas nuas na minha cama. – Por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor...

— Tá bom, pirralho, eu vou! Mas não prometo entrar na água nem nada. – ele levantou rápido sorrindo até os olhos.

— Você vai mesmo?!

— Só se você sair do quarto pra eu trocar de roupa.

— Uhuuuuuuuul! Ela vai, Mitch, eu disse que ela ia! – ele saiu pulando contar pro irmão.

Aiai, esse garoto ainda me mata de fofura, viu?

Me arrumei bem rápido porque vi que eles já estavam prontos, coloquei um biquíni por baixo só por via das dúvidas. O sol realmente brilhava do lado de fora, coloquei uma blusinha branca leve e um short jeans, peguei um chinelo e minha bolsa com dinheiro e um livro para caso eles entrassem no mar e me deixassem sozinha.

— Mike, cinco segundos!

— Espera, falta a Bruna. – eu já esperava pela entrada estrondosa. – Você está pronta?

— Claro que sim, pirralho. – ainda bem que eu já estava de lente, pensei enquanto descíamos as escadas.

— TCHAU, MIKE!

A porta da sala estava aberta e o impaciente Mitch já estava do lado de fora, com a mão na nuca olhando por céu.

— A gente já está aqui, calma! – o pequeno falou, correndo pelos últimos degraus pra chegar no irmão.

O mais velho olhou pra dentro da casa enquanto o Mike o alcançava, sol brilhava contra a pele do Mitchel deixando seus olhos ainda mais bonitos.

— Achava que a gente não ia mais... – murmurou já seguindo o caminho pro mar.

— É claro que nós vamos, todos nós, menos a mamãe porque ela está trabalhando em uma causa de suma importância.

— Quem fala “suma” numa conversa? – perguntei rindo da formalidade do pequeno.

— Eu nem sei o que significa “suma”.

— Suma, nesse caso, é sinônimo de muita, bastante... Nem parece que você tem dezessete anos Micth...

— Ei, você que é o superdotado, pirralho! – ele fingiu ficar ofendido bagunçando o cabelo do Mike. – Ninguém mandou a mamãe te alfabetizar com aquelas placas¹...

— Você sabe que eu não lembro disso, eu vou pedir aquelas fotos de novo pra mamãe...

Eles andavam mais à frente se alfinetando com piadas inocentes, às vezes eu invejava um pouco a relação desses dois. Não que eles me excluíssem, longe disso, eles sempre me incluem em tudo e eu me sinto criando laços muito fortes com os dois, mas eu vejo alguns olhares que eu não consigo decifrar, histórias de irmãos que conhecem um ao outro mais que a si mesmos. Nessas horas eu pensava na Manuela, nos seus e-mails que chegavam aos montes e eu configurei pra que fossem direto pra lixeira...

O problema é que a lixeira é só uma pasta, eles não desaparecem...

Não que eu tivesse coragem pra abri-los, mas não era maior a coragem de apagá-los completamente também...

— Essa praia que a gente tá indo é longe, gente? – perguntei depois de alguns minutos de caminhada deixando meus pensamentos de lado.

— Já está cansada, Bú? A gente nem saiu da nossa quadra ainda!

— Você não ia se matricular naquela academia, ô baleia?

— Que isso, Mitchel! – o pirralho me defendeu.

— Não tô cansada! – talvez só um pouquinho, mas eles não precisam saber né? – Só quero saber onde é!

— Aham tá... – o mais velho debochou de mim e o pequeno o acompanhou na risada.

— Af, você dois hein...

—@-

— Eu disse que talvez eu não entrasse, Mike!

— Ah, fala sério, Bruna, quem vai pra praia e só fica sentada na areia?

Eu sabia que eles iam me obrigar a entrar, mas eu tinha que tentar né! A areia tava tão quentinha, meu livro estava perfeitamente iluminado pelo sol, minha toalha de praia estendida na areia tava tãaaao confortável e o vento leve aliviava o sol quente.

— Ninguém! Viu, o Mitch concorda comigo, vamos logo, Bú!

— Mas a água deve estar tãaaaaao gelada... – não se engane com o clima quente da Califórnia, as águas são frias demais! – Vão lá vocês, eu fico olhando daqui! – sorri tentando convencê-los.

Não deu certo.

— Bruna a gente andou até aqui, agora a gente vai entrar! – o pirralho pediu reforços pro irmão e os dois me levantaram do chão.

— Tá bom, tá bom, eu entro! – tive que me render ou ia ser jogada no mar de roupa e tudo.

A praia estava mais vazia do que eu esperava para um domingo à tarde, a água gelada provavelmente intimidante demais. Mais pra esquerda por onde viemos tinha mais gente, ciclistas, vendedores de sorvete, crianças correndo pela calçada em direção ao parquinho que ficava para o outro lado da rua, mas nós caminhamos pela areia ainda mais para a direita, nos afastando das poucas pessoas que apreciavam a praia, chegando na parte onde eu entrei no meu primeiro dia aqui.

O tempo realmente é relativo, eu achava que tinha corrido por horas na primeira vez aqui, que a praia era longe demais (eu ainda tenho suspeitas de que eu dei umas voltas pra chegar nesse lugar e voltar porque hoje a gente chegou muito mais rápido!), mas é bem mais perto do que eu imaginava.

Ainda sobre a maluquice do relógio: me sinto aqui há muito tempo e hoje ainda é dia catorze de setembro! Nem parece que só estou aqui há dezessete dias, nem parece que fiz dezesseis anos há 2 semanas e alguns dias...

— Não adianta ficar de biquíni e não entrar aqui, Bú! Eu confiei em você, entra logo!

— Eu tô entrando, pirralho. – na verdade tô tentando tomar coragem de entrar nessa água...

No dia que eu cheguei eu estava tão nervosa e confusa que nem senti a água congelar meus ossos, mas agora eu tinha total consciência da temperatura da água...

— Tá muito gelada, gente!

— Não tá não, deixa de besteira, Bú!

— Achava que baleia já era acostumada com água fria. – Mitchel tirou com a minha cara.

Esse garoto me paga!

Finalmente entrei de verdade no mar, a água gelada batendo na minha cintura.

— Jesus amado! Os ossos de vocês não congelaram não?

— Mergulha de uma vez, Bú. Assim você vai sentir muito mais frio.

— Vamos ajudá-la, pirralho! – Mitchel gritou já jogando trezentos litros de água nas minhas costas (tudo bem, não foi taaanto assim, mas aquelas gotas nas costas estavam grossas!)

— Não, gente, por favor, calma!

— Eu já esperei demais! – o pirralho caiu na do irmão e fez cara de bravo. – Um, dois, três e ATACAR!

Foi água pra todo lado (literalmente), eu perdi feio a guerra e me rendi mergulhando na água salgada. Realmente não estava tão gelada depois que você acostumava... E não tinha como ficar parado com tanta brincadeira que o Mike inventava dentro da água: “Quem fica mais tempo sem respirar?” “Não vale levantar e afundar de novo!”; “Quem pula mais onda?” “Sete, oito... Eu tô ganhando!” “Bruna você caiu, tem recomeçar a contagem!”; “Quem consegue pegar mais onda?”, “Ah não, o Mitch vai ganhar!”, “Olha ele indo nessa!”; “Vocês sabem plantar bananeira?”...

— A gente pode sair um pouquinho da água pra respirar direito? – até o Micth tava se cansando com tanta coisa.

— Claro! – os olhinhos do pequeno brilharam quando a gente chegou na areia e eu sabia que ele ia aprontar alguma... – Guerra de areia! – ele pegou areia com as duas mão e jogou em mim e no Mitchel ao mesmo tempo.

— Volta aqui, pirralho! – eu gritei quando ele fuugiu da gente

Dessa vez foi terra pra todo lado, eu acho que nunca corri tanto na minha vida!

— No cabelo, não, Mitchel! – gritei exasperada correndo atrás do idiota pra dar o troco.

— Na guerra tudo vale, baleia!

Eu consegui alcança-lo quando o pirralho me ajudou e acabou derrubando o irmão.

— Não acredito que você me traiu soldado! – Mitchel riu fingindo indignação jogado no chão tentando recuperar o fôlego.

— Eu era um espião! Você nunca percebeu que eu sou do time dos olhos azuis? – o pirralho sorriu pra mim.

Nós dois praticamente enterramos o único de olhos âmbar de tanta areia que ele levou!

— Eu... preciso... descansar... – me larguei no chão imunda, tinha areia em todas as partes do meu corpo.

— A gente precisa se lavar, vamos! – o Mike saiu correndo entrando no mar.

— Como faz pra desligar essa criança? – perguntei zombeteira pro Mitch que ainda terminava de se “desenterrar”.

— Essa é uma ótima pergunta, mas vem – ele levantou e estendeu a mão pra me ajudar a sair do chão -  a gente precisa se lavar também.

Eu olhei a hora no meu celular enquanto ele ia na frente encontrar com o pirralho que pulava sozinho na água. Já passavam das seis e o sol ainda brilhava quente no alto.

— Eu quero brincar! – o pequeno anunciou quando eu entrei no mar encontrando com os dois.

— Que tal a gente ver quem consegue boiar? – sugeri depois de ficar levemente assustada com a  ideia do pirralho.

— Isso é chato, Bruna... – ele reclamou.

— Eu tô com a Bú, Mike! – o mais velho se juntou a mim também surpreso com tanta energia do caçula. – E, olha, boiando a gente consegue ver a forma das nuvens.

O céu estava azul, com algumas nuvens decorando a imensidão dele, ainda demoraria mais de uma hora para o sol se pôr.

— Bora, então! -  ele deitou sobre a água e encarou o céu por alguns instantes. – Olha, Bú, aquela parece um dragão cuspindo fogo! – ele apontou pro céu e acabou afundando.

Eu e o Mitchel rimos do pequeno e entramos na brincadeira também. Os três boiando encarando a beleza do céu.

Eu me senti mais em casa ali do que jamais havia me sentido antes...


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Notas finais do capítulo

Gente, qualquer erro me avisem! Como terminei esse capítulo agora a revisão não foi muito eficaz, me ajudem! E aí, o que acharam? Ah, deem uma olhadinha na capa porque eu mudei e me digam o que acham! Preferem a antiga ou a nova? (E só pra não ficarem confusos eu mudei meu nickname kkkkkkk, tava precisando de uma repaginada!)

Espero vocês nos comentários ou até o próximo capítulo!



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