Never Say Goodbye escrita por Anninha Batatinha Queiroz


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Já faz algum tempo que eu não não escrevo nada, principalmente por falta de inspiração. Não vou dizer que é por falta de tempo, pois seria mentira.
Espero que aproveitem a leitura.


PS: Como eu sei que muita gente gosta de ler escultando música, deixarei aqui o link da música que eu escultei enquanto escrevia.
http://ikiannie.tumblr.com/post/108519692471/no-time-to-post-sorry-this-is-my-favorite

Boa leitura.



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Yato-sama, por favor, lembre-se disso. Pessoas morrem, mesmo se você não matá-las e isso significa... Que você nunca vai vê-las novamente.”

As palavras de Sakura-san nunca mais saíram de minha mente, eu sempre me pegava pensando nelas e nas coisas que aconteceriam no futuro.

Diferente dos Deuses e dos Shinkis, eu sou um ser humano, eu posso morrer. Deuses e Shinkis não morrem, eles apenas desaparecem quando são esquecidos e esse é meu grande medo. O que acontecerá com Yato quando eu morrer? Quem se lembrará dele? Ele sofrerá muito como aconteceu quando Sakura-san desapareceu?

Esses pensamentos me deixam angustiada.

- Hiyori! Hey! – Yato estava na minha frente, tentando capturar minha atenção. – O que foi?

- Não é nada, Yato, eu apenas voei por um momento. – Ele não gostou da minha resposta, emburrou a cara como uma criança de dois anos faria.

- Você está mentindo, eu sei disso! – Falou ficando de costas para mim. – Deve está pensando em algum garoto da sua escola... – Suas bochechas estavam vermelho tomate maduro, mesmo de trás dava para ver, estava corado até as orelhas.

- Não seja idiota! – Levantei em um sobressalto o que o assustou, pulou para trás como um gato sentindo-se ameaçado.

- Não me bata! Desculpa! – Implorou, ainda protegendo o rosto com os braços.

- Idiota... – Puxei seus braços e olhei para seu rosto ainda corado e com uma expressão bastante hilária. – É serio, eu voei, mas não porque estava pensando em um garoto, é porque eu estava tentando lembrar algo. – Não fui muito sincera no final, mas não o queria perturba com a minha melancolia. – Então, por favor, não pense que eu estou gostando de outro garoto... Eu apenas... Eu... Você é o único rapaz que conquistou meu coração... – E foi a minha vez de corar.

- Hiyori... – Ele me puxou para um de seus abraços tão aconchegantes, daqueles que me faziam esquecer todos os problemas... – Eu...

Antes que ele terminasse de falar, Yukine-kun apareceu e ficou nos encarando. Acabou com os três corados olhando para lugares aleatórios.

Uma das muitas coisas que gosto de fazer com Yato é andar de mãos dadas, me sinto tão próxima dele, nossos dedos entrelaçados me trazem uma alegria inexplicável, como se nada no mundo pudesse nos separar, faz com que meu coração esquente, um calorzinho tão bom...

Gostaria de conseguir dizer para ele tudo o que sinto: como ele faz meu coração acelerar e parar ao mesmo tempo, como me faz esquecer as coisas ruins, como me faz rir por coisas bobas, como só ele da esse tom colorido a minha vida... Esse tom azul profundo...

Como toda noite, Yato vem junto comigo, ele sempre me trás para casa, quase nunca falamos algo, apenas andamos juntos, é um sentimento tão bom, espero que ele sinta o mesmo que eu...

- Hiyori... – Chamou Yato, ele havia parado de andar.

- Hum? O que foi? – Perguntei.

- Vamos nos ver amanhã?

- Mas é claro, como todos os dias...!

- Okay... Então... Boa noite. – Ele ainda queria dizer algo, mas acabou por não dizer.

Quando foi que o caminho da casa de Kofuku-san para a minha casa ficou tão curto?

- Certo... Então, até amanhã. – Queria pedir para ele ficar, para ficar mais um pouco comigo. Abraçar-me e mais uma vez, esquentar meu coração. Mas eu não pedi, apenas acenei e o vi sair saltando pelas casas. – Sou mesmo uma idiota...

Entrei em casa, papai e mamãe não estavam, eles haviam saído para comemorar o aniversário de casamento deles, Sasaki-san estava de folga, então tranquei o portão e a porta da frente e subi para o banheiro, enchi a banheira e entrei, a água morna relaxou meus músculos, então aproveitei, pois o inverno estava muito mais frio que o normal.

Quando finalmente arrumei coragem para sair da banheira corri até o quarto e coloquei a roupa de dormi. Um vestido idêntico ao que eu usei no hospital no dia que conheci Yato...

Aumentei o aquecedor e me deitei na cama, segurei o Capyper que ganhei de Yato quando fomos juntos pela primeira vez a Capyperland... Parece que foi há tanto tempo atrás...

Eu já havia dormindo muitas noites sozinha, mas dessa vez eu me sentia estranha, esse sentimento de aperto no peito. O celular que estava perto do abajur fazia a vontade de ligar para ele tão forte que quase cheguei a ceder...

- Não seja tola, Hiyori. Yato já deve estar dormindo, ele irá caçar muitos ayakashis amanhã, você não pode perturbá-lo por besteira... – Repreendendo a mim mesma eu tentava dormi, mas era em vão...

Depois de um tempo sem dormi, comecei a lembrar de quando o conheci... De quando prometi que nunca o esqueceria... Quando ele lutou contra Bishamon-san para me salvar... Quando sumiu e eu quase o esqueci... Quando o tirei do Yomi e ele me abraçou depois de um longo tempo separados... Quando fomos para Capyperland... Quando eu descobri sobre Sakura-san e sobre como ele havia sofrido por causa de Nora e de seu Pai... Todas as boas e más lembranças vieram em minha mente e fizeram um aperto em meu coração, as lágrimas que eu não sabia que estava segurando começaram a escorrer pelo meu rosto.

Ouvi uma batida na janela, ou seria um arranhar? Será que o gato da vizinha caiu de novo e ta arranhando a porta porque não consegue sair...?

Levantei da cama e fui em direção à janela, abri a porta para deixar o bichano entrar, mas não era o gatinho que estava ali e sim Yato, com uma cara meio desconcertada.

- Yo, Hiyori. – Falou sem jeito, olhando para as próprias botas. – Sabe... Eu queria te dizer uma coisa, por isso acabei voltando...

- A-A quanto tempo você está ai fora? – Perguntei vendo um pouco de neve sobre seus ombros.

- Acabei de chegar! – Tirei a neve de seus ombros e cabelos com a mão.

- Você está mentindo. – Segurei sua mão gelada e o puxei para dentro. – Deveria ter batido antes, idiota. – O encarei com um olhar acusador.

- Desculpa! Eu fiquei com medo de te acorda. – No sentamos em minha cama.

- Seu casaco está úmido. Tire ele. – Ordenei.

Ele fez o que eu mandei sem reclamar, então o enrolei com a cocha. Levantei-me da cama e fui em direção à janela, estava nevando forte, então a tranquei.

- Você não vai poder ir até essa neve parar de cair.

- Certo. – Disse sem se opor.

Ficamos nos encarando, então finalmente cedi ao cansaço e me deitei, ele fez o mesmo, mas continuamos a nos encarar, ele segurou as minhas mãos.

Parecia que nem precisava de um aquecedor, o calor que era produzido no meu coração já me aquecia.

Aproximei-me um pouco mais, seu cheiro me invadiu de uma forma avassaladora. Tudo nele me cativava.

- Sabe Hiyori... Eu te amo... – Ele falou extremamente tranquilo, falou como se tirasse um peso que carregou por muito tempo. Por todo esse tempo nenhum dos dois havia falado com todas as palavras “Eu te amo” e ouvi-lo dizer aquilo, naquele momento, foi um dos momentos mais bonitos da minha vida...

- Yato... Eu... – Não conseguia pronunciar. Não conseguia dizer o que eu tanto queria... Dizer para ele o quão único ele era para mim... O quanto eu o amava. Eu apenas o abracei e comecei a chorar.

- H-H-H-Hiyori? O que houve? – Falou me abraçando, com um desespero na voz. – Desculpe! Eu não deveria ter dito isso, me desculpe! Eu...

- Não fale isso! – Gritei com o rosto enterrado em seu ombro. – Esse foi um dos momentos mais felizes da minha vida!

- Então o que foi? – Perguntou sem entender.

- Eu não posso!

Ele continuou em silencio esperando que eu continuasse.

- Não posso dizer que te amo! Não podia ter deixado que você dissesse que me ama! – Solucei. – Eu não quero isso Yato. Eu não quero que você sofra, eu não quero que você sofra por MINHA causa. Quero ficar com você para todo o sempre, mas sei que isso é impossível! Eu sou uma humana que pode morrer a qualquer momento por qualquer motivo. – O apertei com mais força. – Não quero viver sem você! Não quero que viva sem mim, Yato.

Ele continuava calado enquanto minhas lágrimas molhavam sua blusa branca.

- Eu sou tão egoísta! Eu sei que estou apenas te fazendo sofre, mesmo não querendo que você sofra eu acabo fazendo você sofrer. Você não merece isso... – Terminei de falar e fiquei chorando agarrada a sua camisa.

- De onde você tirou a ideia que vai me fazer sofrer? – Falou quebrando o silencio que havia se instalado.

- Se algo acontecer comigo você vai sofrer, como aconteceu com a Sakura-san... – Os soluços começaram a ficar mais frequentes. – Eu não quero que você caia em desgraça. Não quero que você faça coisas ruins por minha causa. – Lembrei-me dos momentos que ele se descontrolava por achar que eu estava em perigo. – Você e Yukine-kun são muito dependentes de mim, Yato. Eu sou mortal, morrerei em poucas décadas, não poderei ficar com você pelo tempo que quisermos, o tempo está passando. A cada segundo estou mais próxima desse destino!

Ele não disse nada, apenas me abraçou e ficamos assim até que eu pegasse no sono...

- Eu sei disso Hiyori... – Não sei se essas palavras vieram de um sonho ou se elas foram reais, pois na manhã seguinte já estavam fragmentadas...

Cheiro bom...

- Yato...

- Estou aqui Hiyori. – Senti que estava sendo abraçada e que algo estava encostado nos meus cabelos... – Sabe... Você não era tão inquieta assim nas outras vezes...

- Como assim? Você já tinha vindo ao meu quarto enquanto eu dormia? Tarado! – O empurrei de leve e ri, sem querer demonstrar que a ideia me agradava...

- É-É-É que eu gosto de ver você dormi. – Levantei o rosto para olhar para ele e mais uma vez estava corado até as orelhas. – Parece uma pintura... de um anjo – Sussurrou o final, mas eu escutei.

Ambos acabamos vermelhos o que tornou a cena ainda mais constrangedora...

- Vamos tomar café. – Falei querendo quebrar o clima que havia se instalado.

- COMIDAAAAAA! – Yato pulou da cama ainda mais animado que o normal e me puxou juntos. – Hiyori vai cozinhar para mim. Yeah!

- Folga... –Murmurei rindo de sua reação.

Quando chegamos à cozinha, apontei para que ele sentasse na cadeira e comecei a pensar no que prepararia para ele.

Nos últimos anos eu melhorei muito na cozinha, agora nem tudo o que eu tentava prepara virava carvão! Um dia ainda farei um bento maravilhoso!

Desisti de fazer algo muito complicado, e que precisasse de muita coisa para ir para o fogo. Peguei o arroz branco e coloquei na panela, junto com algumas coisas que Sasaki-san havia deixado previamente cortados. Em trinta minutos o arroz já estava bom, mas a mistura não parecia ter ficado muito legal... Talvez eu tivesse deixado tempo demais...

- Então o que vamos comer, Hiyori? – Perguntou Yato chegando por trás e olhando o que havia dentro da panela de arroz.

- É um prato que eu mesmo criei! – Tentei fingir que sabia o que o arroz havia se tornado. – Agora se sente que eu vou servi.

- Okay...

Peguei duas tigelas e com uma concha coloquei o arroz e levei para mesa, era pura papa.

- Pega dois copos e duas colheres no armário, por favor. – Ele se levantou e pegou. Coloquei as tigelas na mesa e peguei uma jarra de suco que estava na geladeira.

- Por que colheres?

- Porque não da para comer com hachis.

- Ata...

Sentamos um do lado do outro, servi o suco.

- Obrigada pela comida. – Yato teve coragem de comer aquela papa... Que dizer arroz que eu havia preparado. – Ta gostoso. – Falou quando viu meu olhar de espanto. – Serio! Ta com essa aparência horrível, mas é muito bom! – Rapidamente ele terminou a sua tigela e entreguei a minha, espantada sai da mesa e trousse a panela onde havia muito arroz ainda, novamente eu havia errado a mão.

Ver Yato comendo algo que eu havia preparado com tanto gosto me trazia uma felicidade estranha, algo como ser útil para alguém que eu gosto...

- Parece que somos casados. – Falou Yato enquanto terminava a sua quinta tigela.

- Eu gosto da ideia. – Soltei sem pensar.

- Eu também. – Um sorriso tão lindo se instalou em seu rosto e aquela sensação de calor voltou ao meu coração.

Ele voltou a comer e eu continuei a olhar sua expressão de criança. Tão bom vê-lo feliz...

- Sabe Hiyori, a possibilidade de você me deixar machuca, me deixa perturbado e me faz sentir uma dor terrível, mas isso não quer dizer que eu vá querer me afastar de você. Eu te amo e vou sempre lutar por sua felicidade, apenas me permita ficar ao seu lado por todo o tempo que for possível, sejam dez hora, dez dias, dez semanas, dez anos ou mesmo dez mil anos, cada momento com você é único e eu não quero que você se preocupe com o tempo, afinal eu sou um Deus, não sou?

Confirmei com a cabeça.

- Então. Vou arrumar um jeito para que fiquemos juntos por toda a eternidade. – Passou a mão em meus olhos para capturar as lágrimas que caiam pelo meu rosto. – Então não se preocupe em dizer adeus. Não diga adeus. – Sussurrou com toda a autoridade que pode. – Pois no momento que você disser adeus, que dizer que está tudo acabado, que não tem mais volta.

- Okay... – Passei a mão nos olhos para enxugar as lágrimas que ainda estavam em meu rosto.

- Nunca diga adeus.

- Nunca direi adeus.

Me abraçando forte e com suas palavras gentis, Yato me mostrou que eu não preciso dizer adeus. Eu sei que precisaremos lutar muito para que consigamos ficar juntos, mas em momento algum eu posso dizer adeus ao que eu sinto e deixar para trás.

- Obrigada Yato. – Olhei em seus olhos e depositei um breve beijo em seus lábios.

Eu finalmente poderia dizer o que esteve preso em minha garganta por todo esse tempo...

- Eu te amo...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Muito obrigada por ler.
Então... Até a próxima ^^



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