Querido Stiles escrita por Tulipa


Capítulo 1
Faço tudo por você. Por nós.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!Boa leitura.



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Querido Stiles,

Você não sabe o quanto foi maravilhoso nossos anos juntos. Seu cheiro ainda está impregnado em cada canto dessa casa, inclusive em mim e minhas roupas. E também na penteadeira de madeira que você tinha no canto esquerdo do quarto.

Não posso dizer que ela está em perfeito estado. Com o passar dos anos a madeira foi envelhecendo, e alguns cupins queriam fazer dela refeição. Mas, eu prometo que estou colocando algo para afastá-los dela.

Eu sinto sua falta. Só Deus sabe o quanto eu sinto sua falta. Eu já estava completamente acostumado com a sua falação, seu sorriso, sua fome por frango frito que nunca se esgotava. Sinto falta até dos seus arrotos inconvenientes quando íamos jantar com meus pais.

Nosso cachorro Bob está doente. O veterinário disse que ele não tem muito tempo de vida. Mas não se preocupe meu amor, eu estou procurando fazer esses últimos dias os melhores da vida dele.

Elizabeth, a neta de Scott, está grávida de gêmeos. O velho Scott está tão feliz que você não faz ideia. Insiste em ficar falando com a barriga da neta, mesmo que sua dentadura esteja falha, babando Elizabeth toda. Mas ela gentilmente limpa com um pano e ele nem percebe.

Cora faz dez anos de casada hoje. Quem diria que ela e Isaac dariam em casamento, não é? Eu sempre senti tanto ciúme dela. Deve ser pelo fato de ser a mais nova, e eu sempre querer protegê-la.

Boyd, aquele carteiro sempre sorridente que nos trazia donuts se aposentou. Diz ele que não aguenta mais pedalar aquela bicicleta por ai, e que agora só quer descansar e viver os últimos dias da vida dele.

Ele descobriu um tumor nos rins, o coitado. Erica, mulher dele, está fazendo de tudo para confortá-lo, mas no final, quem conforta ela é o Boyd.

Lembra-se de quando nós nos conhecemos? Você estava tão lindo trabalhando naquela lanchonete. Eu te pedi um café expresso e você me trouxe um café com leite, não consegui parar de rir enquanto você pedia desculpas sem parar. O gerente brigou feio com você e eu senti muita pena, mesmo que não tenha te contado aquela parte. Ps.: as janelas da cozinha me mostraram tudo. Culpe-as.

Pedi seu número e você me deu. Fiquei tão fascinado com todas essas suas pintinhas e não conseguia parar de pensar nelas. Muitas vezes naquele mesmo dia eu quis te ligar, mas me segurei até o segundo dia, não queria parecer desesperado.

Te liguei e marcamos um encontro. O pior encontro das nossas vidas. O carro quebrou, não tinha conserto e começou a chover. Tá, talvez não seja o pior encontro, porque nós nos fechamos dentro do meu carro e começamos a comer barrinhas de cereais com chocolate.

Falamos sobre as estrelas, sobre o mar, sobre o rio Mississípi e até sobre a circuncisão masculina.

Você não conseguia parar de falar. E eu não conseguia tirar os meus olhos de você.

Não nos beijamos no primeiro encontro, lógico, isso era antiquado na época, mas mil vezes quis te beijar, e mil vezes me segurei. Acho que se eu te beijasse você me daria um tapa. Suas mãos são muito grandes, um tapa doeria.

Mas hoje eu me arrependo. Talvez se eu tivesse te beijado naquele dia, não teríamos enrolado tanto. Tivemos um segundo, terceiro, quarto encontro e só fui te beijar no quinto. De selinho. Seu pai bateu no vidro do meu carro e apontou pro distintivo. Não ouvimos a voz dele, mas entendemos o que ele disse.

“Eu tenho uma arma. E sei usá-la.” Essa frase me atormentou por anos.

Lembra quando fomos passar nosso um ano de namoro no México? Você insistiu em comer tacos muito apimentados, não aguentou, e tomou uma taça inteira de margarita. Nunca te vi tão vermelho na minha vida. Foi difícil no dia, mas nos rendeu boas risadas depois.

Acho que aquela senhora do segundo andar nos odiou até a morte, tadinha. Fazíamos muito barulho. Mas eu não tenho culpa se essa sua boca grande não conseguia reprimir gemido.

Veio à morte de meus pais e eu fiquei tão arrasado. Passava noites sem dormir, apenas chorando, e você me abraçava e confortava, sem reclamar de nada. Você foi o melhor presente que eu poderia ter recebido. Eu nunca te mereci, Stiles, mas você continuou do meu lado mesmo assim.

– Está tão frio, Derek. – Você reclamou enquanto batia o queixo sem parar.

Peguei suas mãos e assoprei, aquecendo-as. Você me olhou tão apaixonadamente e eu me senti a pessoa mais feliz do mundo. Beijei-te delicadamente e fizemos amor pela primeira vez. Você ficou tão envergonhado no começo, mas Sti, eu te juro, ninguém no mundo conseguirá ser mais perfeito que você.

No nosso quarto ano de namoro eu tentei te preparar uma lasanha. Queimei a carne, o macarrão cozinhou demais e o molho branco ficou encaroçado. Fora aquela toalha de mesa inglesa que sua bisavó tinha passado de geração em geração que eu manchei de vinho.

Mas pelo menos a torta com as alianças dentro tinha dado certo, afinal.

Esse foi um dos momentos mais estranhos. Você ria e chorava sem parar, me abraçava e me batia como um louco. Eu achei que você ia negar, sinceramente, mas graças aos céus você não negou.

Eu profundamente te amo. Apesar de todos esses anos, dos altos e baixos, eu te amo como nunca amei outra pessoa antes.

Por mais que eu sempre tenha sido carrancudo e às vezes chato, quero que você saiba que era tudo medo de te perder, meu anjo. Você sempre fez parte da minha vida. Você era mais importante para mim do que eu mesmo.

Eu sei que isso é confuso, estranho e não saudável, mas eu não ligo. Eu te amo mesmo assim. Eu te amo ao ponto de querer desistir de tudo.

Não faz mais sentido viver uma vida que não seja ao lado de Stiles Stilinski. Não faz sentido caminhar pelas ruas sem ter sua mão para me segurar. Não faz mais sentido tomar café expresso sem ter você do meu lado contanto o quanto eu parecia feliz quando nos conhecemos pela primeira vez.

Stiles, minha vida não faz o menor sentido sem você, e é por isso que eu vou agora. Vou atrás de você, minha vida, pois já esperei por muito tempo, e não mais consigo esperar.

Eu amo você. Estou chegando.

Com carinho,

Derek Stilinski Hale.

ʌʌʌ

– Alô, aqui é o policial Barley da central 121. Encontrei o corpo do Sr. Derek Hale em sua residência.

– Assassinato?

– Suicídio, senhor. Ele estava com o pescoço envolto com uma corda e quebrado. Na escrivaninha tinha uma carta endereçada ao Sr. Stiles Hale, mas é estranho, já que o mesmo morreu há cinco anos atrás.

– Mais um caso de amor, Barley. Ligue para a família do mesmo e dê as notícias. Diga a eles que eu sinto muito.

– Sim, senhor.

ʌʌʌ

– Derek? Você não sabe o quanto eu esperei por isso.

– Desculpe pela demora, Sti, mas eu cheguei.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.