More Like Sisters escrita por Mavelle, Nederland


Capítulo 14
Capítulo 14 - Scott


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo pessoas!!
Cá estou eu de novo, trazendo um capítulo bônus do Scott.
Se vocês tiverem lido as notas iniciais do outro capítulo, sim, essa é a surpresa.
Não me matem por ser lesa, por favor. Eu gosto de viver.
Beijos da Sabidinha ♥♥



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Eu ainda não acredito que, depois de anos, eu consegui finalmente trazer Lily à minha casa novamente. Ela não se lembra da sua infância, mas eu me lembro da nossa. Eu era seu melhor amigo, apesar de ela ter se esquecido completamente de mim e ter começado a me odiar no fundamental.

Eu tomei um banho rápido e vesti uma bermuda e uma camisa. Preparei um lugar no jardim para que pudéssemos gravar o vídeo ao ar livre. Já eram 3:45 e tínhamos combinado de começar a gravar pelo menos às 4 horas. Agora faltam 15 minutos e eu já estou ansioso. Na verdade, o simples fato de estar perto dela já me deixa num estado natural de alerta e, ao mesmo tempo, de relaxamento.

Ding-dong.

A campainha tocou. Minha mãe já foi abrindo a porta da casa. Lá, bem em frente à porta, estava Lily, com um vestido amarelo estampado com uns passarinhos aqui e ali e que dava a impressão de que ia voar. Ela estava nada menos totalmente deslumbrante nesse vestido. Fui para a porta, a fim de ser um bom anfitrião, coisa que minha mãe já estava sendo.

– Olá, Lily. Sinta-se em casa. - minha mãe estendeu uma mão para dentro de casa, como que convidando-a para entrar.

– Obrigada, senhora Rivers. - ela foi entrando e franziu a testa, como se minha sala de estar lhe intrigasse. Então me viu no canto da sala. - Ah, oi, Scott.

– Oi, Lily. - apertamos as mãos, apesar de eu querer bem mais. Um abraço está bem abaixo do que eu quero, mas já seria um bom começo. - Melhor começarmos logo, para aproveitar a luz solar ao máximo.

– Concordo. - ela respondeu fria.

– Vamos para o jardim.

Fomos seguindo lado a lado e, devo admitir, tive que me controlar muito para conter meu impulso inicial, que era pegar em sua mão. Eu não podia estragar tudo. Não hoje.

– Sobre que livro vamos falar? - perguntei quando nos sentamos nas cadeiras do conjunto de jardim.

– O Pequeno Príncipe. - ela respondeu retirando um exemplar de dentro da bolsa.

– Hum. Legal. Mas porque você o escolheu? - ela me fuzilou com o olhar e ia começar a despejar palavras em mim, mas eu a cortei. - Porque esse livro é ótimo, mas existem outros tão bons quanto esse. Então eu queria saber se tem algum motivo especial.

– Bem, - ela começou a falar. - na verdade tem. É porque, enquanto meu avô ainda era vivo e morava na minha casa, havia uma espécie de tradição: eu só dormia depois que ele lesse um trecho do livro para mim. Eu era muito pequena quando ele morreu, mas esse livro é um tipo de conexão com ele. Um jeito de eu me sentir mais próxima, sabe? - ela olhou nos meus olhos. - Mesmo ele estando morto. - então ela sacudiu a cabeça. - Nem sei porque eu estou contando isso. Eu deveria ter dito que é esse livro porque eu o adoro ou simplesmente porque eu quero que seja esse livro. Mas, isso ia gerar uma briga e eu...

– Não quer mais brigar? - completei.

– Exatamente.

– Eu também não quero. Vamos dar uma trégua. Pelo menos por hoje.

– Certo. - ela suspirou. - Amigos? - ela estendeu a mão.

– Amigos.

Apertei aquela mão delicada e macia. O momento durou bem menos do que eu esperava, já que Lily se levantou abruptamente e começou a falar.

– Agora vamos fazer logo isso, que estamos perdendo tempo. E luz.

– Verdade. - sorri. Eu adoro as atitudes dela, seu temperamento, seu corpo, cabelos e mesmo os dedos dos pés. Ela é simplesmente perfeita a meu ver.

– Vamos gravar nesse conjunto, ok?

– Certo. Vou pegar a filmadora.

Voltei para dentro de casa, procurando pela filmadora, que geralmente está no escritório. Acho-a rapidamente com Peter, meu irmão mais novo.

– Peter, eu quero a câmera. - eu disse num tom decidido.

– Eu também quero. Preciso gravar um vídeo pro meu vlog no YouTube. - ele disse. Que tipo de juventude é essa onde pirralhos de 10 anos gravam vídeos e postam no YouTube? Eu cresci brincando com as outras crianças na rua ou no parque. - Eu já tenho 3 inscritos no meu canal! Eu preciso gravar esse vídeo, Scott.

– Olha só, eu preciso mais dessa câmera do que você. - puxei a camisa dele. - Está vendo aquela garota sentada no quintal? - apontei para Lily pela janela de vidro. - Ela veio para gravar um trabalho importante comigo. E nós vamos precisar dessa filmadora. Quando terminarmos, você pode gravar quantos vídeos idiotas quiser. Entendido?

– Sim. Mas você não vai receber a filmadora. Só a moça.

Bufei. Sério mesmo que ele ia me obrigar a apresentá-la para ele?

– Você não aceitaria dez dólares ao invés dela vir para cá?

– Não. E eu quero conhecer sua namorada.

– Ela não é minha namorada. - retruquei imediatamente, muito provavelmente, com as bochechas vermelhas.

– De qualquer forma, só entrego a ela. - ele cruzou os braços em cima da pança dele, parecendo que tinha o dobro de sua largura já considerável.

Bufei mais uma vez. Ele ganhara, mas seria a única vez.

– Certo. Vou chamá-la. Fique aí.

Volto para o jardim com as mãos abanando.

– Não achou a câmera? - ela me perguntou.

– Achei. O problema é que ela está com um pirralho que acha que seu vlog exibido para três pessoas é mais importante que um trabalho.

– Pode deixar, Scott. Eu trouxe a minha filmadora também. - ela sorriu para mim, enquanto pegava a filmadora dentro da bolsa.

– Ainda bem. Aquele pirralho irrita.

Ela sorriu novamente. Esse sorriso me hipnotiza.

– Vamos gravar? - ela chamou, ligando a filmadora.

– Certo. - sentei ao lado dela.

– Oi. Sou Lily Tanner. - ela ficou em silêncio e eu também, após algum tempo, ela falou. - E você, Scott? Quem você é?

– Ah. Sou Scott Rivers. E isso tá uma bosta.

– Concordo. - ela riu. - Making off. Vamos tentar de novo. - ela ligou a câmera de novo. - Oi. Eu sou Lily Tanner e esse - ela apontou para mim. - é o Scott Rivers.

– Vamos falar do livro o Pequeno Príncipe, que é um dos livros favoritos da Lily. Bem, eu falaria um pouco da história, mas eu sei que ela com certeza sabe explicar bem melhor de que eu.

– Você também saberia explicar.

– Mas você com certeza explica melhor de que eu. - sorri para ela.

– Bem, o livro fala da história de um príncipe que morava em um mini-planeta... - então se virou pra mim. - Eu posso falar assim?

– Acho que pode. Dá pra entender o que é.

– Enfim, é a história de um príncipe que morava num mini-planeta com uma rosa e três vulcões, sendo dois extintos e um ativo. Então o príncipe resolveu conhecer o universo e saiu da segurança de seu planeta para conhecer os outros, incluindo a Terra. Enfim, o pequeno príncipe aprendeu muitas coisas e acabou voltando para casa.

Chegou a minha vez de explicar o porque de o livro ser do gênero que é.

Terminamos de gravar e resolvemos assistir o vídeo.

– Isso tá... er,... - Lily começou.

– Uma bosta? - completei.

– Exatamente.

– Vamos tentar de novo. Até fazer qualquer coisa mais ou menos decente.

●●●

Terminamos de assistir o vídeo, já editado, pela vigésima vez.

– Eu gostei. - afirmei. - Dessa vez, ficou bom.

– Também, se não conseguíssemos gravar após 25 tentativas falhas, eu diria que não sabemos fazer nada. - ela riu baixinho.

– Realmente. - concordei sorrindo. - Já somos idiotas o suficiente para ter que gravar isso 25 vezes.

– Muito! - ela riu de novo. Meu Deus como eu adoro essa risada.

Olhei para o relógio.

– Já são mesmo onze horas??? - perguntei meio assustado com a hora.

– Ah, meu Deus! Eu prometi que estaria em casa para o jantar! - ela dizia jogando as coisas dentro da bolsa. - Eu tenho que ir, Scott. Minha mãe deve estar preocupada.

– Você vai voltar a pé a essa hora da noite?

– Sim.

– É perigoso, Lily. Deixe que eu te levo pra casa.

– Scott, eu agradeço a gentileza, mas você já está em casa. E eu não quero que saia da segurança da sua casa por mim.

– Mas você não estaria nem um pouco segura andando sozinha a essa hora da noite. É um bairro perigoso, Lily. E você sabe disso.

Ela revirou os olhos.

– Isso é por causa do que aconteceu no shopping, não é?

– Em parte sim, e em parte porque as ruas são mais perigosas a essa hora da noite de que o shopping.

Ela bufou.

– Você sempre quer dar uma de cavalheiro, não é? - ela disse sarcástica.

– Caso ainda não tenha percebido, eu sou um cavalheiro, minha querida. Sem armadura, mas ainda assim um cavalheiro. - sorri para ela, que me lançou um olhar de desprezo. Nesse momento, eu soube que ganhara a discussão.

Ela pegou sua bolsa e foi descendo as escadas, comigo logo atrás. Peguei as chaves do meu carro no pote em cima da mesa. Fomos para a garagem e eu abri a porta do carona para ela, que apenas me encarou, levantando uma sobrancelha e dizendo:

– Você é cavalheiro com todas ou só comigo?

Contornei o carro e sentei no banco do motorista.

– Se houvesse qualquer outra, talvez eu fosse cavalheiro com ela. Ou, mesmo que houvesse outra, talvez esse seja um lado meu que só pertence a você. - olhei para ela, que apenas abaixou a cabeça, tentando esconder as bochechas perceptivelmente vermelhas.

Sorri para mim mesmo. É esse o efeito que eu causo nela? Se for... ah, meu Deus. Eu definitivamente preciso dessa garota.


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Notas finais do capítulo

TCHAUU



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