Como Quebrar Um Coração escrita por raggedy man


Capítulo 4
Regra Número Quatro.


Notas iniciais do capítulo

E eu não demorei hoje! Aqui está o capítulo final da minha one! Espero que todos vocês gostem :)



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Regra número quatro: você tem que parecer pura, dê um beijo de despedida à porta e o deixe querendo mais.

Os últimos três meses foram os mais difíceis. Desde o conselho de James, Marlene e Sirius haviam saído menos que o normal. Sempre o quadribol e os estudos entravam na frente e isso estava irritando Marlene profundamente.

Ela sabia que James queria apenas cuidar dos melhores amigos, mas isso não a deixava mais calma. Tudo que queria fazer era agarrar o amigo e jogá-lo pela torre de astronomia.

Em um sábado à noite, ela encontrou Sirius sentado em uma das escadas do segundo andar, com uma garrafa de uísque de fogo vazia nas mãos. Estranhou o fato de ele estar sozinho bebendo. Normalmente, quando um dos marotos bebia, todos bebiam juntos. A loira se aproximou e sentou-se ao seu lado, em silêncio.

Ela observou seu rosto atentamente. Apesar de saber da presença da garota, ele não moveu ou sequer olhou para ela. Estava em seu pior estado e realmente desejaria que ficasse sozinho. Mas alguma coisa, ele não sabia o que exatamente, impedia de virar para ela e manda-la ir embora, como havia feito com uma garota do sexto ano alguns minutos atrás.

Um bom tempo passou e ele finalmente olhou para Marlene. Ela reparou que ele havia chorado, uma vez que seus olhos cinzas estavam inchados e vermelhos.

– O que houve? – Ela perguntou suavemente. Sabia que não era da sua conta ou que eram sequer amigos para fazer uma pergunta tão pessoal, mas as palavras pularam de sua boca antes mesmo que pudesse evitar.

– Meu irmão idiota. – Sirius começou a falar sem tirar os olhos dela. – Não sei se ouviu, mas ele finalmente ganhou sua marca negra. – Ele riu sem humor.

Marlene não soube exatamente o que dizer. Ela sabia que Sirius tinha grandes problemas em casa devido à sua família obcecada por sangue puro e que era odiado pelos pais e todo o resto da família por ir contra tudo que eles acreditavam. Mas ouvir que uma pessoa que ele amava, uma pessoa que podia ter seguido os passos dele e escolher o caminho certo na vida, como Sirius fizera, tenha se juntado à um homem que punha em prática o fanatismo que a família de Sirius possuía, fazia a pensar que poderia ser qualquer um. Sua mãe, seus irmãos, seu melhor amigo... Qualquer pessoa que amasse.

Ela segurou sua mão e deitou a cabeça em seu ombro. Marlene não sabia, mas aquilo fora o suficiente para manter Sirius forte naquela noite.

Algumas semanas depois, quase tudo estava de volta ao normal. Sirius e Marlene continuavam a sair juntos, mas não percebiam que apenas estavam saindo um com o outro. Mas Hogwarts inteira havia percebido.

Foi no meio da aula de História da Magia que Marlene ouviu uma das garotas da Lufa-Lufa conversarem sobre os dois.

– O nosso relacionamento é tão... Normal, sabe? – Uma delas falou suspirando desanimada. – Às vezes, eu gostaria que fossemos como Marlene e Sirius. Eles sim têm um relacionamento dinâmico.

A loira levantou os olhos e os direcionou imediatamente para Sirius, que estava a algumas cadeiras a frente, dormindo em cima de seu livro, como metade a classe. Como assim a lufana gostaria que o relacionamento dela fosse como a de Sirius e a dela? Eles nem estavam em um relacionamento. Eles apenas saíam as escondidas e ninguém, a não ser James, sabia daquilo. Ela continuou a prestar atenção na conversa.

– Eu sei! – A outra continuou. – E não é uma graça como eles tentam disfarçar com todas aquelas briguinhas? Pensam que ninguém sabe, mas como não perceber? Está na cara que ele é louco por ela e vice versa.

Quando a aula acabou, Marlene praticamente voou até a porta onde Sirius estava parado. Ela, consciente de que muitos a observavam, segurou seu pulso e o puxou para longe.

– Ei, o que está fazendo McKinnon? – Ele perguntou quando pararam em um local distante.

– As pessoas sabem sobre nós. – Ela resmungou. – Sabem que estamos saindo escondidos e acham que estamos em um relacionamento.

Sirius ficou em silencio por alguns estantes, deixando Marlene impaciente.

– Bem... Isso é tão ruim quanto parece? – A pergunta dele a surpreendeu. Ela levantou uma sobrancelha e ele continuou. – Ora, estamos saindo a quase um ano. Não seria tão ruim se... Sabe, oficializarmos.

A loira ainda o encarava surpresa. Esperava qualquer reação, menos aquela. Mas então se lembrou do verdadeiro motivo de estar fazendo aquilo. E aquela parecia uma hora perfeita para finalizar seu plano.

Ela então deu um sorriso frio para o maroto.

– Ora, Black. Quer dizer então que se apaixonou por mim? – Ela deu uma risada seca. – Isso é realmente impressionante. Marlene McKinnon é a primeira pessoa a conseguir que Sirius Black se apaixone. – Ele franziu o cenho, estranhando a reação da garota. – Isso realmente vale mais do que qualquer troféu de Quadribol que ganhamos, não concorda?

– O que...

– O que quero dizer? – Ela perguntou sorrindo. – Quero dizer que você caiu como um patinho. Estava tão entediada e encontrar você na cozinha realmente me deu uma ideia. E quebrar seu coração foi realmente um prazer, Black.

O maroto ficou a encarando sem saber o que dizer, até ela se virar e ir embora. Apesar de Marlene estar planejando aquilo por vários meses, nunca se sentiu tão vazia antes. Não entendia o por que estava daquele jeito. O plano era essa, ela havia tido total sucesso, mas não estava feliz. Tudo que sentia, era um grande aperto em seu coração.

Por que Marlene havia sucedido em como quebrar um coração.

Porém não havia sido apenas o de Sirius Black.


Marlene havia parado de sair com garotos havia quase dois meses. Tanto ela quanto suas amigas achavam estranho demais que ela só vivia estudando e completamente quieta. Lily, que a conhecia como a ponta do nariz, foi confrontá-la quando a mesma recusou sair escondida para Hogsmead em uma sexta feira para ir beber.

– Marlene, qual é o problema? – A ruiva perguntou sentando na cama da amiga. – Você está desse jeito há dois meses, o que aconteceu?

– Lily, tem algo extremamente errado comigo. – Ela disse triste. Seus olhos azuis estavam cansados e confusos. – Eu mal como, mal durmo e sinto uma dor na boca do estomago toda vez que penso no... – Ela ficou quieta antes que terminasse a frase. Lily sorriu.

– Sirius? James me contou do que estavam fazendo uns meses atrás. – Ela disse deitando-se ao lado de Marlene. – Sinceramente, você me deve dez galeões.

– Pelo que? – Ela perguntou.

– Apostei com James que você se apaixonaria por Sirius ou vice versa, apenas quando terminássemos Hogwarts. Perdi por apenas um mês, então por se adiantar, me deve dez galeões.

Marlene estava estática. Não esperava por nada disso. Ela tinha certeza que não estava apaixonada por Sirius e ao abrir a boca para transmitir seus pensamentos, a verdade lhe atingiu como uma pedra.

Todas aquelas vezes que passava o dia com Sirius apenas conversando, rindo ou estudando. O dia que ficou ao lado de Sirius enquanto ele desabafava de algo tão pessoal. Como se sentira quando contara ele que tudo que fizera era apenas um jogo para ela.

Ela estava apaixonada por Sirius Black.

O que? – Ela olhou para a ruiva com os olhos arregalados. Como fora tão estupida de não ter percebido que o tiro havia saído pela culatra? – Por que você não me contou?!

– Pensávamos que você sabia e que seu orgulho estava atrapalhando finalmente seu final feliz com ele.

– Final feliz, Lily? Sério? – A loira revirou os olhos sentando-se novamente na cama. – E pensávamos? Quem exatamente pensava isso além de você?

Lily deu de ombros.

– James, Remus, Alice, Dorcas, Hogwarts inteira... Menos Sirius. Ele acha que você é uma vaca sem coração que se aproveitou de um momento de fraqueza dele para o humilhar em público. – Ela sorriu. – E eu pensando que você fosse a rainha do drama.

A loira começou a andar pelo quarto de um lado para o outro. Não podia estar acreditando no que estava acontecendo. Começou então a fazer uma lista mental dos acontecimentos dos últimos cinco minutos.

Havia percebido que estava apaixonada.

A pessoa por quem estava apaixonada era Sirius Black.

Ela havia estragado tudo por causa do seu plano ridículo.

Ele a odiava por ser “uma vaca sem coração.”

Ela respirou fundo pensando como tudo havia dado errado sem que ela percebesse. Não adiantaria mover um dedo no momento pois havia estragado qualquer possibilidade de ter qualquer contato com ele.

Mas Marlene McKinnon era uma Grifinória de corpo e alma. Nunca desistia. E Sirius Black a ouviria hoje a noite.

Ela virou para Lily com um sorriso confiante no rosto, fazendo-a sorrir junto. Marlene pegou sua jaqueta de couro e a vestiu, colando seus cachos loiros para trás.

– Vamos, Lily. Temos uma longa noite pela frente.

A festa no Três Vassouras era, com toda absoluta certeza, uma festa proibida. Havia inúmeros feitiços em volta do estabelecimento para que a pessoas de fora não soubessem o que estava acontecendo lá dentro. Só Merlin sabia como os marotos haviam convencido Madame Rosmerta a permitir o uso de seu bar para festa de tal tamanho.

Praticamente todos os jovens do sétimo ano haviam sido convidados para a tal festa. O local estava totalmente cheio, com várias bebidas disponíveis, algumas drogas e até havia uma banda bruxa local tocando para animar mais a festa.

Ao chegarem lá, as garotas foram recebidas por uma onda de pessoas bêbadas, seminuas, drogadas ou muito bem acompanhadas em cantos escuros. Marlene pegou a primeira bebida que viu na frente e virou, sem parar de andar a procura de um certo moreno.

Não foi difícil localiza-lo. Por ser um maroto e por ser Sirius Black, o moreno atraia uma atenção admirável das garotas. No momento, ele estava sentado em cima de uma mesa, fumando algo que ela suspeitava que não fosse apenas cigarro e flertando com uma garota da Lufa-Lufa.

A loira olhou para o lado para falar algo com Lily, mas a ruiva já havia ido atrás do namorado e com certeza logo estaria em um canto escuro com ele, como tantos outros casais. Ela então foi em direção a ele.

– Black, parabéns! Fiquei sabendo que vai ser papai! – Ela disse, fazendo a expressão mais animada possível. A garota que conversava com Sirius, saiu nervosa, mas ele apenas ficou a encarando sem dizer nada. Ao olhar em seus olhos, viu que não estava tão alto quanto pensava, então logo retirou o cigarro de sua mão e deu uma tragada, relaxando o corpo. – Precisamos conversar.

– Eu não tenho absolutamente nada para conversar com você, McKinnon. – Sua resposta foi curta e grossa. Ele levantou-se e foi começando a se afastar, mas ela o empurrou contra uma parede e o encarou. – McKinnon, você não acha que já me humilhou por uma vida inteira?

– Você realmente sente isso por mim? – Mesmo perguntando em um sussurro, ele conseguiu ouvir o que ela dizia. Sirius continuou em silêncio, apenas olhando para a loira. – Sirius, por favor. É importante.

– Por que isso importa agora? Você me fez de palhaço e fez questão de todo mundo saber.

– Você sente? – Os olhos de Marlene estavam desesperados e até estando furioso e profundamente machucado por causa dela, nem mesmo Sirius conseguiria dar as costas para a loira e deixá-la sem uma resposta.

– Sim. Feliz? Você, com essas drogas de olhos azuis, cabelos loiros, pernas longas que vão por quilômetros ou essa cara de inocente quando todos sabemos que você é o demônio em pessoa, fez eu me apaixonar por você.

Ela olhou para Sirius e o abraçou e começou a chorar. Ele ficou confuso com a reação dela. Tinha certeza absoluta que ela iria fazer uma piada ou um comentário irônico, mas não algo sentimental desse tipo. Lentamente, ele passou os braços na cintura dela, retribuindo o abraço, mas ainda sem entender o que estava acontecendo.

– Desculpe. Eu sou patética e idiota por fazer isso com você. Mas a culpa é de todo mundo que não me avisou que eu estava apaixonada por você! – Ele a olhou muito surpreso, mas ela continuou a falar como se não houvesse falado nada demais. – Lily só me disse hoje, depois de meses que eu fiz aquilo com você e eu sinto tanto...

Você está apaixonada por mim?

– Patético, não acha? – Ela disse limpando suas lagrimas e pegando uma bebida largada em uma mesa próxima e bebendo. – Planejar uma coisa e acabar acontecendo outra?

– É. Patético. – Ele disse se afastando, subindo em uma mesa e oferecendo a mão para Marlene. Ela olhou para ele sem entender e aceitou a mão, subindo na mesa. Com um movimento rápido com sua varinha, ele parou a música e acendeu todas as luzes, fazendo todos presentes pararem o que estavam fazendo e olharem para os dois.

– Black, o que você está fazendo?

– Boa noite, pessoal. – Ele disse com a voz elevada para garantir que todos ouvissem. – Vocês me conhecem, Sirius Black o organizador principal dessa festa. – Todos deram um grito comemorando. – E essa é Marlene McKinnon. Vocês a conhecem também. – Vários garotos gritaram e algumas meninas também.

– Black... – Ela tentou falar, mas ele a ignorou.

– Como vocês sabem, Marlene me fez de idiota e fez com que eu me apaixonasse por ela só para ela acabar com o tédio de sua vida. – Ela o encarou furiosa. – O que ela não percebeu até agora, quando estava chorando no meu ombro e se insultando, é que ela também estava apaixonada por mim.

Todo o lugar estava em silencio agora. Tanto o fato de que Sirius Black havia se apaixonado quanto o de Marlene McKinnon era uma grande surpresa para todos eles. Os únicos que não estavam com o rosto em choque era o resto os marotos, Lily, Dorcas e Alice. Lily praticamente pulava de animação, mesmo talvez sendo a bebida falando mais alto.

– Serio? Eu correspondo o que você sente por mim e a primeira coisa que você faz é me humilhar também? Eu deveria saber que... – ela não terminou de falar uma vez que Sirius havia a puxado para um beijo, fazendo todos gritarem animados.

– Eu amo você, McKinnon. – Ele disse após se separarem.

– Eu amo você também, Black.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentem e muito obrigada a todos vocês que comentaram e que gostaram da One!