Udyr x Nidalee - League Of Legends escrita por MeReezita


Capítulo 1
Apresentação e o primeiro encontro




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Estava eu caçando coelhos quando o vi pela primeira vez. Meu nome é Nidalee, nascida na Grande Barreira, criada por pumas na misteriosa e perigosa Selva Kumungu. Meus pais eram caçadores de tesouro, procuravam relíquias perdidas durante as Guerras Rúnicas nesta densa floresta quando contraíram uma desconhecida e perversa doença, e agonizaram até a inevitável morte... Assisti em prantos seus rangeres de dentes e lamentei durante incontáveis e tristes luas.

Ninguém acreditou que eu sobreviveria, e confesso que já estava perdendo a esperança sendo tão pequena e frágil num lugar tão desconhecido e assustador, mas então apareceu meu salvador. Aquele animal selvagem e imaculado me olhou com ternura e piedade, me envolveu de paixão e adotou-me como sua cria. Meses se foram até que eu conseguisse me adaptar ao seu modo de viver, e quando notei, já caçava ao seu lado e lhe dava orgulho; tornara-me um bom filhote puma e excelente caçadora.

Conforme fui crescendo, absorvi uma magia grandiosa e bruta deste lugar, tornando-me poderosa e selvagem, digna de ganhar a admiração de todos que cruzaram por mim e sobreviveram. Uma magia desconhecida e forte que decidiu me envolver até o fim de minha vida, e que escolhi usá-la para proteger o meu lar, a grande Selva. Ainda isolada pela mata agora conhecida nos mínimos detalhes por mim, não permiti que maus caçadores encontrassem minha nova família e não hesitei em derramar o sangue inimigo e me deliciar em seus corpos frios.

A primeira vez que atravessei minha lança por um peito pelado de um homem de minha espécie, amargurei-me por dias, mas o segundo e o terceiro já não me deu sensação alguma. Foi como se, habitualmente, eu estivesse caçando veados, mas estes não sabiam correr tanto e faziam mais barulhos com a boca. Na minha adolescência, algo nada comum para uma simples garota aconteceu; vi-me transformar em um puma grande e forte. Em uma briga com lenhadores sádicos e cruéis, senti meu sangue aquecer por todo o meu corpo e os meus músculos trincarem, relaxando em seguida e me dando a sensação de voar. Uma estranha luz da cor do sol me envolveu, puxando junto algumas folhas caídas no chão, e em segundos meus sentidos mudaram. Eu podia ouvir o coração acelerado do meu inimigo, podia sentir o cheiro desprezível do seu suor e adivinhar sua próxima reação ao olhá-lo friamente no fundo dos seus olhos.

Ficaram todos pasmos, e não duraram muito tempo. Com garras e dentes afiados, destrocei corpo por corpo e banhei-me com seus sangues, impiedosa e tomada de fúria e ódio. O gosto de suas carnes macias a cada mordida ficava mais saboroso, não podia controlar a força nas minhas patas, mas sentia que estava incrivelmente poderosa e indomável.

Quando o silencio tomou conta da selva novamente, estava eu, humana, exausta sobre os corpos das minhas vítimas. Eles não tiveram nem a chance de correr. Um profundo arrependimento tomou conta de mim naquele dia, e percebi que a minha maneira de proteger aqueles que eu amo, machucavam demais o coração daqueles que amavam os que viravam minha caça. Lembrei-me dos meus pais, humanos e inocentes, que também invadiam aquelas florestas em busca de riquezas para me dar uma vida melhor.

Entendi que não eram muito diferentes daqueles que eu matava semanalmente, alguns usavam alianças e guardavam fotos de crianças em suas roupas... Abandonei seus pedaços na trilha que formaram e fui a um riacho me limpar, decidindo parar com as mortes e cessar todo esse ódio que nascera em mim contra os humanos. Fiquei anos sem me transformar novamente, mas esse dia me torturou em sonhos por todas as noites que vieram. Continuei crescendo com essa nova ideia na cabeça e, toda vez que um intruso resolvia entrar para machucar o meu lar ou a minha família, eu os assustava. Vivos, testemunhavam sobre mim, fazendo com que outros desistissem de explorar a grande Selva Kumungu, temerosos em me encontrar.

O dia de hoje então chegou; estava eu com coelhos em mãos para me alimentar quando o encontrei examinando algumas plantas. Ele trajava uma roupa de monge verde-musgo rasgada, e uma pele de lobo na cabeça. Os dentes ferozes do pobre animal morto ficavam na direção de seus olhos; sua cabeça era como um chapéu naquele estranho e robusto homem.

Ele estava cabisbaixo, então só pude notar a ponta de sua longa barba loira e ressecada. Suas mãos eram calejadas e seus braços aparentavam ser bem mais fortes do que de lenhadores comuns que eu costumava enfrentar. Parecia assoviar algum som, calmo e distraído, quando decidi sorrateiramente mudar de posição para ataca-lo por trás, já o odiando pelo que fez ao animal que agora era apenas um traje seu.

Levantei minha lança e mirei em direção ao centro de suas costas, com o objetivo de já acertar seu coração no primeiro golpe.

Quando então a lancei, o homem desviou-se facilmente, jogando seu corpo para o outro lado e encarando-me diretamente, como se já soubesse que eu estava ali. Minha lança perfurou a planta que estava tomando sua atenção, e isto o fez desviar os olhos por pouquíssimos segundos. Tempo suficiente para o meu segundo golpe. Pulei em cima dele com minhas garras já preparadas, mas em vão, porque ele me virou com força e me deixou de costas no chão. Ao lado da lança, tentei ataca-lo novamente com ela, mas este apenas contornou como antes. Não dizia palavra alguma, e apenas desviava sem me rebater.

Levantei-me então, longe da lança que eu já havia atirado, e decidi me comunicar com ele, ainda furiosa.

— O que o trás aqui? — Gritei séria, tentando mostrar segurança e domínio por aquele lugar.

— Meu nome é Udyr, de Freljord. E seu nome é? ­— Sua voz, embora grossa e forte, era mansa e agradável aos meus ouvidos. Senti-me estranha por um momento, mas mantive minha pose e continuei em alto tom.

— Eu não quero saber quem você é, seu lugar não é aqui. Vá embora. — Minha cabeça continuava levantada e eu dava pequenos passos em direção à lança. Ele sorriu.

— Ouça, garotinha... — Continuou.

— Meu nome é Nidalee, filha da Selva Kumungu! — Interrompi.

— Bom, então este é o seu nome. Estou de passagem, filha da selva. Precisava apenas daquelas plantas que você destruiu. — Encarando as folhas rasgadas pela minha lança no chão. Senti-me mal por alguns segundos, mas continuei.

— Pegue-as e vá embora, está é a minha casa e você não é bem-vindo aqui, caçador! — Encarei friamente a pele de lobo para que este entendesse a minha colocação. Ele levou uma de suas mãos até a cabeça e abaixou os olhos por um momento, mas descaradamente ainda perguntou.

— Sabe de algum lugar seguro de chuva para eu passar a noite aqui?

— Sei. Tem uma vila logo atrás dessas florestas, por onde você veio. — Eu já estava bem irritada.

— Nesse caso, vou ficar por aqui mesmo. E só pra constar, minha caça não é diferente da sua. — Encarou meus coelhos. Senti-me hipócrita por um momento e não consegui responde-lo de novo. Agarrei minha lança que já estava perto de mim agora e saí bufando mata adentro.

Fiquei a observá-lo a noite toda de cima de uma arvore numa distancia segura dali. Solitário, estava comendo plantas e frutas em um pequeno acampamento que montara até que, de repente, a mata ao seu lado se mexeu. Num movimento involuntário o mesmo levantou uma das mãos imitando uma garra. Da sua mão saiu uma forte luz cor de sol, com formas de chamas de fogo e a envolveu.

Quando percebeu que era apenas um coelho, relaxou novamente e continuou a comer suas frutas observando a fogueira. Fiquei tão espantada que por alguns segundos perdi o equilíbrio e quase caí do grosso galho que me sustentava. A curiosidade então tomou conta de mim e eu mal podia esperar pela manhã, para surpreendê-lo e interroga-lo.

Quando o sol nasceu, meus olhos se mantinham abertos e atentos, e decidi encontra-lo. Talvez ele fosse igual a mim e, talvez me ensinasse a dominar essa magia tão misteriosa que também vivia em meu corpo.


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