Hope

O som dilacerante e a dor dos ossos se quebrando havia passado. Graças a Deus. Eu havia enfim me transformado. E posso dizer, que essa sensação era... Maravilhosa.

Eu enxergava e ouvia de longe, eu sentia a terra sobre minhas... Patas, e haviam tantos cheiros. Então, eu ouvi um uivo próximo a mim, mau tive tempo de processar isso, um lobo de pelos castanhos e pretos pulou sobre mim, os lábios arreganhados. Rosnei para ele e girando o prensei na terra. Ele ainda rosnava. Ouvi outro uivo. O desgraçado não estava sozinho. Pulei sobre o lobo que eu prensara e corri o máximo que pude. Eu não conhecia a floresta. Olhei para trás e vi dois lobos atrás de mim, um fora o que eu prensara há pouco, o outro, era menor e obviamente uma fêmea, tinha pelos cinzas, e parecia, de certa forma, mais assustadora que seu companheiro.

Continuamos correndo por horas, e não sei como em algum momento aquilo virou uma espécie de brincadeira, um jogo. Não sei explicar, demos a volta no rio e nadamos por ele, logo eu estava no mesmo lugar de quando ouvira o uivo pela primeira vez, porém, as circunstâncias agora eram outras... Pelo menos eu achava que fossem.

Haviam mais cinco lobos ali agora e todos rosnavam para mim, um lobo castanho pulo sobre os dois lobos que estavam comigo e rosnou para eles antes de se virar para mim. E eu soube, que aquele cara, era o macho alfa. E que eu tava encrencada.

Não se pode simplesmente invadir o território de outra matilha e não esperar que eles se zangassem e decidissem revidar. Isso era um erro. Um errinho que eu cometera. Mas, graças ao cara lá de cima que sempre me da uma mãozinha de vez em quando o Sol já pontava o dia. Os outros lobos deitaram-se no chão e dormiram, assim como eu e o lobo Alfa. Acordamos alguns minutos depois... Todos pelados! Ai meu Deus! Socorro! Respirei fundo e peguei uma roupa pra mim na minha mochila.

Uma blusa branca que ia ficando azul com um desenho preto. Uma calça jeans azul, um par de botas com salto, meu colar... Prendi o cabelo num rabo de cavalo e coloquei uma jaqueta preta (Look da Hope)

Me virei e os outros lobos também estavam se vestindo o que me fez pensar que eles deviam se transformar muitas vezes por aquela região. Peguei minha mochila e comecei a sair, mas dois lobos que pareciam assustados entraram na minha frente. Logo soube pelo olhar que eram os mesmos lobos de ontem, mas... Um lobo sempre deve se submeter ao seu alfa.

Me virei novamente e admito. O alfa era bem bonito... Bem bonito mesmo. Ele tinha cabelos pretos arrepiados e os olhos eram azuis a pele era clara... Uau. Mas... Isso não me atingiu.

Cruzei os braços e esperei, ele sorriu mostrando os dentes.

– Quem é a little wolf?- ele disse, virei a cara, little wolf, meu pai me chamava assim vez por outra...

...Não, para. Você tem que parar de pensar nele. Você tem que parar. Porque se não parar, vai acabar jogando toda a liberdade que conseguiu pro alto e voltar. E... Isso nunca. Basta. Chega de ser subestimada. De ter até humanos hipnotizados pra cuidar de você. Chega. Isso já deu.

Olhei novamente pro alfa e respirei fundo antes de falar

– Sou Hope.- digo e ajeito a mochila nas minhas costas.

– E o que você fazia no nosso território... Hope?- ele perguntou. Suspirei pesadamente.

– Longa história.- digo

– Resuma.- ele disse.

–Vou resumir bastante. Sou Hope Mikaelson. Fugi de casa porque meu pai agia como se além de eu ser a única fraqueza dele eu também precisasse de proteção. E ontem eu matei um cara muito abusado e decidi vir pra cá.- falei, eles estavam pálidos. Qual é? Parece até que nunca ouviram o sobrenome Mikaelson.

– Você é uma Mikaelson?- o Alfa perguntou, cara, eu tenho que descobrir o nome dele logo.

– Sim. Filha de Niklaus Mikaelson, então, meu conselho é que não se meta comigo. Porque sou tão temperamental e perigosa quanto ele.- digo e saio. Eu estava com fome, e até tinha algum dinheiro, mas duvidava que fossem dólares canadenses... Dólares canadenses... Ai. Cara. Eu amo saber a senha da conta do banco dos meus pais. Sai da floresta. E caminhei até um banco.

Fui na maquina e respirando fundo, peguei o cartão de banco do tio Kol, que eu admito, eu roubei dele. Mas, todo o Original já roubou. Por que comigo seria diferente? Inseri o cartão e digitei a senha já conhecida. 9615. Sinceramente acho uma senha meio fácil, apesar de eu ter demorado dois meses pra sabe-la de cor. Fiz uma retirada de dois mil dólares canadenses. Pois se eu retirasse mais eles iam perceber. E eu não queria que percebessem.

Fui até um restaurante e comi um saboroso café da manhã. Sai dali e voltei pra floresta.

Logo que adentrei mas soube que estavam de olho em mim.

– Olhe, por mais que eu goste de saber que chamei a atenção de alguém... Isso tá começando a me parecer invasivo.- digo, os dois lobos que me seguiram ontem saem do meio das arvores.

– Quem são vocês?- perguntou

– Sou Liesel e ele é Joe.- a garota disse. A olho com atenção. Não deve ser muito mais velha do que eu. 17 anos talvez. Tinha cabelos compridos castanhos lisos com cachos nas pontas, olhos escuros e pele clara. Era... bonita. Olhei o garoto. Tinha olhos escuros, pele clara, devia ter a mesma idade da garota... Demorei um instante pra perceber que eles eram gêmeos.

– Legal. E estavam me observando por que?- indago

– Eric mandou ficarmos de olho em você.

– O alfa?- perguntei só pra ter certeza. Joe assentiu. Sorri minimamente mais ainda séria antes de me voltar para a floresta e continuar a andar.

– Me explica, porque vocês seguem ele?- perguntei, caminhando.

– O que quer dizer?- Joe perguntou

– É, tipo... Ele é o alfa.- Liesel afirmou, revirei os olhos.

–Disso eu sei.- falei, eles pareceram confusos.- Eu quero saber porque servem a um alfa que domina por força?- explico e termino em tom de pergunta.

– Por que acha que ele domina com a força?- Liesel perguntou, mas pelo seu tom eu tive certeza. O cara dominava com a força

– Simples. Um alfa está sempre pronto para receber um novo membro em sua matilha. Sempre é piedoso e só manda outros lobos atacarem o novato, se tiver certeza que ele representa o perigo.- explico.- Ele faz completamente o contrário.

– Tá. O.k, talvez ele domine por força, mas de que isso lhe interessa?- Liesel perguntou sorri

– Por que isso torna o meu lado muito mais fácil.- Digo- Eu quero uma matilha. E se querem alguém que lidere, sem ser por meio da força... Se unam a mim.- falo- Podem pensar antes de dar a resposta. Vocês tem até o momento que a Lua subir no oriente.- digo e corro para longe. Eu só quero uma matilha. Por mais que se negue, os lobos não nascerão para serem solitários.

Rebekah

Um ano atrás

Hope estava namorando um cara da escola. Eu o achei uma graça. Educado, bonito, esperto. Ele era um bruxo, então poderia ajuda-la a fazer magia. Porém, Klaus não gostou muito do garoto. A prova disso é o que ele fez. Klaus e o garoto que até onde me lembro se chamava Davis, tiveram uma conversa breve de cinco minutos a sós. E então Klaus saiu agarrando Davis pelo pescoço. Hope implorava ao pai para que ele soltasse-o. Porém, Klaus não a ouvia.

Então, Niklaus jogou Davis do alto da escada. E o garoto morreu. Hope chorou, dias e dias. Ficou sem falar com Klaus por um mês. Isso magoou meu irmão, mas ele não se arrependeu de ter matado Davis.

Hope teve outros dois namorados, humanos. Klaus também os matou. Ele era pior com ela do que fora comigo. Sempre fui eu a consolar Hope quando Klaus matava seus amores. Mas, quando ele matou o ultimo namorado dela, Will, há, isso foi o pior.

Eu me lembro muito bem. Klaus quebrou o pescoço do garoto. Foi a primeira manifestação real da magica de Hope. A primeira vez que nós tivemos certeza que ela herdara a parte bruxa. Um terremoto sacudiu a cidade enquanto Klaus caia de joelhos, seus ossos quebravam e ele vomitava sangue.

– Eu devia matar você!- Hope gritara. Estávamos assustados de mais para reagir. Então ficamos parados, surpresos.- Por que? Por que faz isso? Eu odeio você.- ela continuava a gritar.

– Hope. Pare.- Kol gritou, ele fora o único de nossa família que conseguira praticar magica antes de nossa mãe nos transformar. Por isso devia ser o que mais entendia o que estava acontecendo.

–Você... É cruel. Insesivel. Pior pai do mundo.- ela disse.

– Hope, você vai mata-lo.- Kol gritou.

– Eu...- Hope se acalmou por fim- Eu odeio você, pai.- Hope disse e saiu indo trancar-se em seu quarto.

Atualmente

–Vejam que ótima noticia.- Kol disse- Alguém retirou dinheiro da minha conta no Canada.

– Por que isso é uma boa noticia?- perguntei

– Mas importante, por que você tem uma conta no Canada?- Davina perguntou

– A pergunta da minha linda primeiro.- Kol disse se virando pra Davina.- Eu tenho uma conta no Canada por que nunca se sabe quando eu vou ir pra lá atrás de uma garota de quinze anos com mais ou menos...- Kol semicerrou os lábios e ergueu a mão- Bem, mais ou menos dessa altura.- ele disse, era a altura de Hope.

– Do que...- Davina ia tentar falar, Kol se virou pra mim.

– Agora a pergunta da minha mana.- Ele disse, sorri falso pra ele.- Isso é bom, porque além de mim e Davina a única pessoa que sabe a senha de retirada da minha conta é a Hope.

– Eu também sei a sua senha, Kol.- Matt disse sando, sorri mostrando os dentes diante desta informação.

– Cala a boca, zagueiro.- Kol disse e prosseguiu.- Enfim, eu peguei um mapa, e acho que sei aonde Hope está agora. Bom... Mais ou menos, aquelas florestas são bem densas. Mas... Já sabemos aonde procurar. O que já é alguma coisa.- ele disse sorrindente, reviro os olhos e por fim assinto.

– Legal. Eu vou avisar Klaus e Elijah e vocês vão... Comprar as passagens de avião.- digo e subo até o andar de cima, enquanto Kol e Davina saem.

– Te achamos Hope. Te achamos.- sussurro.