Fita de Seda escrita por moonrian


Capítulo 34
Capítulo 34 - Os Primários


Notas iniciais do capítulo

CHEGUEEEI, CRIANÇADA!!!
Hoje é um dia muito importante para vocês e pra mim, pessoas lindas e amadas que acompanharam FDS por tanto tempo a espera da revelação do grande mistério sobre quem raios é Hime Yagami!!!
No capítulo anterior, ouvimos as preocupações de Kaname e as suspeitas de Zero sobre nossa heroína super diva ser uma vampira Sangue-Puro.
Aí vocês me perguntam: Mas Milla, será que Hime é apenas mais uma Sangue-Puro? Uma “raça” de vampiros tão limitada e praticamente extinta? Será? Será?
Bem, então para vocês que esperaram trinta e quatro capítulos para terem suas dúvidas respondidas, aqui está o que vocês TANTO queriam.
Estão preparadas, crianças?
“Sim, Milla”
Eu não ouvi....
“Sim, Milla!!!”
Aaahh... Mora num colégio cheio de vampiros bonitões
“Hime Yagami, menina azarada (?)”
Apaixonada por um albino que só sabe irrita-la
“Hime Yagami, menina azarada.”
Está noiva de um Sangue-Puro de quem ela não sabe nada
“Hime Yagami, menina azarada.”
Kaname gosta dela, mas não pode namora-la
“Hime Yagami, menina azarada...”
Um vilão poderoso querendo mata-la
“Hime Yagami, menina azarada...”
OK, parei kkkkkkk Mesmo que eu tenha curtido a musiquinha...
Enfim, se preparem porque Kira Asamiya irá contar TU-DO sobre a nossa princesinha.
Sentem-se, peguem a pipoquinha e...
*Tenham uma Boa Leitura*



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Kira sorriu com satisfação e estendeu uma mão para mim, que eu hesitei brevemente antes de agarra-la com toda a convicção que eu conseguira juntar. Eu não podia voltar atrás depois daquela decisão, e sabia que seria um caminho sem volta, mas esperava que as coisas fizessem sentido quando ele terminasse de me explicar.

Kira me guiou até um tronco caído e me ajudou a sentar, ficando ao meu lado. Ele não soltou minha mão, seu polegar fazia leves círculos vagarosos e reconfortantes (até demais para um “desconhecido”) nas costas da minha mão.

– Há muito tempo atrás – começou a contar, sua voz adquirindo um tom profundo – os Asamiya e os Kuran lutavam pelo direito de governar os vampiros, pois ambas eram famílias antigas e poderosas. Aquela era uma grande época para os vampiros Sangue-Puro, quando ambos os clãs eram tão grandes quanto se pode imaginar. Mas infelizmente estávamos dizimando uns aos outros por cobiça. Houve muitas baixas dos dois lados sem que houvesse qualquer vencedor.

“Os Asamiya sempre foram conhecidos por seus talentos de guerra, por termos sido agraciados com grande força física em comparação a todos os outros vampiros de Sangue-Puro, embora os Kuran tenham ganhado uma agilidade superior. De qualquer maneira, nós sempre fomos muito honrados e mais confiáveis que a outra família, se me permite dizer, que estava tão cega pela promessa de estar acima de todos os outros.”

Kira olhou para o chão de maneira distraída, parecendo perdido em seus próprios pensamentos.

– Um dia, – Kira continuou – um homem apareceu nos portões de nossos ancestrais pedindo por ajuda. Ele disse que seu clã estava sendo dizimado com constantes ataques de vampiros à procura de poder. Ele confiou em nós como seu último recurso para proteger sua linhagem e o grande poder que existia em seu sangue, e meu ancestral se sentiu honrado que ele tivesse buscado a nós ao invés da outra poderosa família Sangue-Puro que estava tão obcecada em governar. – só eu senti a rivalidade dele contra os Kuran? – Então nós recuamos em nossa guerra e seguimos esse homem com todos os nossos até uma pequena ilha no meio do oceano onde habitava alguns seres humanos que acreditaram que aquele homem e os Asamiya eram deuses. Acreditamos que seria bom para a família daquele homem esconde-los em um lugar tão remoto, a quem damos o nome de Lunier em sua homenagem. Proibimos qualquer vampiro de entrar, para a segurança dele.

Fiquei brevemente catatônica.

– Então os vampiros não foram expulsos por humanos, mas pelos Asamiya – concluí, surpresa – E vocês quem fecharam a ilha para todos e os afastou com risco de morte.

Ele sorriu como se estivesse orgulhoso da minha genialidade (mesmo que qualquer idiota pudesse concluir aquilo ouvindo sua história), e assentiu.

– Não queríamos nenhum risco a família e expulsando todos os vampiros pareceu a opção mais viável.

– E por que vocês desistiram de governar por essa família? – inqueri, confusa.

Não fazia sentido uma estirpe tão poderosa quanto os Asamiya, concorrendo a grande possibilidade de reinar, desistirem de tudo tão facilmente apenas porque um homem pediu.

– Não era uma família qualquer, Hime, – explicou calmamente, voltando seus olhos azuis intensos para mim – eram os Yagami.

Meu queixo caiu no meu colo.

– Minha família? Por que os vampiros estavam atacando minha família? Por que os Asamiya decidiram ajudar os Yagami?

Ele sacudiu a cabeça, com um pequeno sorriso apreciativo nos lábios.

– Sempre tão curiosa... – contive minha vontade de revirar os olhos – Bem, por que nós lutaríamos contra os Kuran para nos tornarmos reis se era um título falso? Estávamos brigando pelo poder por sermos famílias antigas, mas o título nunca pertenceu aos Kuran e nem cabia a nós. – seus olhos incrivelmente azuis se tornaram cautelosos – Essa posição pertencia aos Yagami.

Meu cérebro foi ao inferno pelos minutos que se seguiram, as minhas sobrancelhas tocando o céu e meu queixo perdido em algum lugar no chão.

Não. Não, não, não... Não! Isso não pode ser possível, é insano...

Eu não soube como se falava por um tempo longo demais, as palavras dele rodando por minha mente e fazendo uma bagunça enorme antes que eu conseguisse apreender qualquer coisa.

– Pertencia a minha família? – minha voz estava estridente – Você está me dizendo que sou uma vampira Sangue-Puro?

Expressar a conclusão em voz alta tornava tudo ainda mais estranho e insano...

Entretanto, Kira balançou a cabeça, ponderando a questão.

– Não. Você é mais do que isso.

Fiz uma careta extremamente confusa.

Lembrei-me dos livros que li, repassando a lista de tipos de vampiros por minha mente incessantemente apenas para ter certeza se não esqueci nenhum detalhe.

Não existe nada acima dos vampiros Sangue-Puro...

– O que quer dizer com isso? Não tem nada acima de Sangue-Puro e eu não sinto sede de sangue...

– Nós, os Asamiya, – interrompeu-me suavemente – e a corja dos Kuran estávamos nos matando por acharmos que éramos mais antigos que os outros e por isso tínhamos o direito de governarmos. Mas os Yagami eram muito mais do que antigos, eles eram a primeira família vampira que existiu, de onde veio todos os outros. Não são chamados de Sangue-Puro, pois esta designação é usada para todos os que vieram diretamente de vocês, o que os Yagami transformaram. Sua família é chamada de Sangue-Real ou Sangue-Primário.

Meu cérebro estava superaquecendo com tanta informação maluca e trabalhando com uma lentidão digna de frustração. As palavras se atropelavam na minha mente sem que eu conseguisse capturar coisa alguma para formar uma pergunta decente, e nem sabia por onde começar com toda essa insanidade improvável.

Aquilo ainda era absurdo! Como poderia eu ser uma vampira? Eles geralmente eram criaturas perfeitas e deslumbrantes! E cá entre nós, eu não tinha nada de extraordinário; eu nem era incrivelmente bonita como Ruka (estilo top model da Victoria Secret’s) ou Yuuki (uma bonequinha de porcelana com corpo de Barbie), na verdade, eu tinha uma aparência decepcionantemente comum.

Cabelos negros. Olhos negros. Pele pálida. Alta. Curvilínea como um alfinete.

Sem contar minha disposição física de um velho de oitenta anos!

– Eu não sou vampira! – retruquei, descrente – Eu nem sinto sede de sangue e sou muito sedentária. E nem existe essa coisa de Sangue-Primário, e eu li todos os tipos de livros de vampiros que você pode imaginar.

– Para começar, você não sente sede de sangue ainda. Você só se tornará uma vampira de fato quando alcançar a maior idade, o que vai acontecer em poucas semanas. Foi uma medida que fizemos para proteger os menores de vocês de serem mortos; os outros vampiros estavam sempre buscando os Sangues-Primários mais novos por não saberem se defender. Em segundo lugar, nossa intenção era manter todos os outros longes de sua linhagem, você acha que deixaríamos que os vampiros soubessem de vocês? Deixamos que pensassem que haviam sido exterminados, e com o passar do tempo eles se esqueceram. Em algum desses livros você ouviu qualquer menção a lutas entre Asamiya e Kuran? Ou qualquer detalhe sobre minha família? Acreditaram que fomos extintos, e acabamos esquecidos pela maioria da nossa espécie.

– Mas eu não morava em Lunier... – argumentei – Eu nasci e cresci na Itália.

Ele sorriu e deslizou uma mão por meu cabelo brevemente.

– Seu pai acreditou que estaria a salvo, já que passara tantos anos desde que houve ataques contra a vida dos Yagami. Pensou que poderia retornar ao mundo e explorar tanto quanto possível, mas nós, seus protetores, o mantivemos sob nossa vista o tempo todo. Meus pais se encarregaram de segui-lo em suas expedições até que ele se apaixonou e se estabeleceu na Itália.

– Se apaixonou por uma humana? – inqueri, incrédula.

Ele sacudiu a cabeça, negando.

– Oh, não... Sua mãe era Sangue-Puro. Não era de uma família tão poderosa quanto os Asamiya, e de qualquer maneira o Sangue-Primário é um traço dominante, biologicamente falando, e por isso você nasceu Sangue-Primário como seu pai. Então Leigh, louco por poder, bebeu do sangue de seu pai, e você deve saber que é no sangue onde se encontra nossa essência... Nosso poder. Ele não se tornou um Sangue-Primário, é claro, ninguém pode se tornar algo assim, é algo hereditário; mas conseguiu tanto poder e força que quase poderia ser confundido com um.

E meus olhos foram se arregalando vagarosamente quando enfim eu entendi o perigo real da situação e do meu segredo.

Eu tinha um poder extremamente cobiçável em meu sangue, algo que ainda não ascendera, e qualquer vampiro que tivesse o desejo de se tornar mais poderoso que os outros – até que o Kuran que estava liderando o conselho – precisaria apenas beber de mim.

E eu deixei que Zero bebesse do meu sangue... Duas vezes.

E se eu acabei tornando Zero um Nível-E mais poderoso? Capaz de causar ainda mais destruição e caos sem que mais ninguém tivesse poder para detê-lo? Ninguém, além de mim...

Oh, Droga...

Eu estava esperando apenas atrasar Zero até que viesse um caçador ainda mais habilitado para fazer o serviço que eu não teria coragem sequer de ver, muito menos de fazer. Mas agora que eu dera tanto poder nas mãos de um rapaz ranzinza e bem treinado que futuramente irá perder toda a sua consciência, era realmente minha responsabilidade.

– E como eu entrei nessa situação de noivado com você? – quis saber, embora ainda estivesse pensativa.

Para minha surpresa, Kira riu.

– Os vampiros Sangue-Puro são de bastante ajuda quando a intenção é prolongar a linhagem dos Primários. – explicou Kira – Nós não “maculamos” o sangue real vampiresco de seus descendentes, sendo assim, os herdeiros seria tão Sangue-Primário quanto você. Além do mais, é uma honra para um Asamiya ter sido designado para dar continuidade na linhagem dos Yagami.

Fiz uma careta de dissabor.

– Você põe tudo de uma forma tão nojenta – reclamei – Você tornou toda essa situação como um documentário do Animal Planet, como se fossemos dois animais que precisam acasalar para o bem da espécie.

Kira riu alto, para minha completa irritação.

– Tecnicamente, o propósito do nosso noivado é esse. O nosso propósito era ficarmos juntos para sempre...

A forma como aquilo soou foi tão doce e romântica, como se Kira realmente desejasse que aquele propósito se concretasse, e ter uma vida ao meu lado fosse tudo que ele ansiasse.

Os olhos dele...

A forma como Kira me olhava era de uma maneira tão admirada, como se eu fosse a única pessoa no mundo que aprendera a voar. Não havia como contestar aqueles belos e intensos olhos azuis e a verdade que brilhava neles, que aquele rapaz tão, tão bonito tinha sentimentos românticos por mim.

Eu não sabia como me sentir em relação aquilo, ou se havia alguma espécie de etiqueta de como reagir quando vampiros de Sangue-Puro como ele te permitiam ver a essência de sua alma e seu coração através das belas janelas que eram seus olhos.

Resolvi que era melhor eu mudar o assunto antes que a situação ficasse desconfortável.

– O que você disse sobre eu “ascender”?

– É uma magia antiga que suprime seu sangue vampiro e a mantém humana. Quando você completar os seus dezoito anos humanos, seus traços como vampira Sangue-Primário irá retornar a você. A transição não é das mais prazerosas, devo alertar. Seu aniversário está próximo demais, então essa semana você pode sentir sensação de fraqueza, dor no corpo, febre alta e/ou muita dor de cabeça.

Eu soltei um suspiro decepcionado com a transição, mesmo que estivesse secretamente contente por não ser como em Crepúsculo – que a transição dura horríveis três dias de dor excruciante.

– Kira, eu não quero ir embora ainda – comecei a falar lenta e cautelosamente – Quero ter tempo para me despedir de todas as pessoas com quem me importo nesse lugar.

Ele avaliou meu rosto tristemente.

– Quanto tempo você precisa, minha Hime?

Eu não soube o que deveria responder para ele naquele momento, e não porque não sabia de quanto tempo precisaria para dar adeus a todos àqueles com quem eu me importava tanto, mas sim porque eu não sabia se devia objetar quanto ao fato de ele dizer que eu era dele.

Se não percebeu ainda, Hime, você não fez nada para tornar-se “não-dele”.

– Eu preciso de no mínimo uma semana – pedi – Eu quero ir ao baile com Kaname Kuran, assistir filmes de nerd com Mitsuo, brigar pela milionésima vez com Zero e abraçar Kaien.

Para minha total surpresa, Kira aquiesceu sem discutir, e isso me deixou satisfeita o suficiente para esboçar um minúsculo sorriso. Mas então prossegui:

– Também quero suspender meu noivado com você – Kira arregalou os olhos – Eu não sei quais são as boas-maneiras vampírica para se fazer uma coisa dessas, mas eu não vou me casar com um rapaz de quem eu não me lembro de nada.

Antes que ele viesse a falar qualquer coisa ou protestar, eu me pus de pé.

– Eu ainda vou partir com você, Kira – falei por sobre o ombro – Mas eu não vou me casar quando não sinto nada por você.

Eu sabia que estava sendo cruel ao dizer para um cara que acabou de se declarar que eu não sentia nada por ele, e que eu o estava machucando; mas eu não podia deixar de ser sincera sobre meus sentimentos e ser arrastada para um compromisso tão sério quando eu não correspondia os sentimentos dele naquele instante.

Vi Kira baixar o rosto tristemente, mas ele não parecia inclinado a contrariar meu desejo.

– Eu aceito isso, Hime, desde que ainda possa mantê-la segura.


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Notas finais do capítulo

Mas menha genteeeee!!! Sangue-Primário? A primeira família vampírica, de onde todos os outros vieram? Oh Céus, que força deve haver escondido em alguém que deve ser tão poderoso? Então a nossa princesinha é a verdadeira dona do trono real vampiresco (soou como uma privada muito chique)? E Hime vai ficar dodói na transição? Vixi...
Ai meu Deus, eu mereço reviews? Eu espero que sim hehe Mandem suas opiniões sobre tudo que houve no capítulo, suas sugestões, as criticas... Espero que o capítulo tenha sido bom o bastante para ressuscitar até os fantasminhas o/
Bem, espero que tenham gostado desse capítulo bombástico!
Isso é tudo, pessoal! o/