Burro escrita por MrFitzgerald


Capítulo 1
Eu Sei Falar!




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Pobre Burro... Vive uma vida fútil e sem uma gota de emoção. Animal adorado pelo seu dono, porém maltratado pela velha rabugenta de sua mulher. Ela diz que ele não tem utilidade nenhuma na fazenda, já que as vacas produzem o leite e os cavalos fornecem a montaria. O Burro... Bem, o Burro come e dorme. Mas jamais seu dono irá se desfazer dele, o seu leal amigo. É como o cachorro que nunca teve.

– Por favor, veja se o Burro precisa de água. – Disse Sr. Flitz para sua esposa.

– Ele está bem, deixe-o.

– Anastasia, por favor... Não ve que não posso me levantar dessa cama? Esta maldita gripe não me permite, se não, eu mesmo iria até lá.

– Tudo bem, eu faço.

Anastasia pegou um balde que encontrou num canto e encheu de água, foi caminhando até os aposentos do Burro resmungando algumas palavras contra o animal.

– Está aqui sua água. – Ela jogou o balde no chão violentamente e soltou uma risada que só as bruxas fazem, e foi embora. Burro tampou os olhos com a orelha.

Burro estava morrendo de sede. Com seu dono doente, quem lhe dava água? Sorte que a fazenda era grande o suficiente para lhe prover bastante alimento. Ele caminhou até o balde e deu duas lambidas naquela água. Cospiu tudo. Coitado, era água quente... Estava debaixo do sol desde de manhã. Ele havia sido vítima de mais uma maldosa brincadeira de sua “dona”.

Burro virou-se e deitou, debaixo do celeiro. Dormiu até o meio da madrugada quando um homem apareceu no celeiro. Burro acordou assustado, ele não conseguia ver quem era, ou oque era, estava com a vista embaçada.

– Te dou o dom da fala. Te dou o dom do Raciocínio. – Disse o homem ao jogar um feitiço que, para sempre mudaria a vida do Burro.

Agora Burro já enchergava melhor, via o homem a sua frente de joelhos, com nobre vestimentas e ferido na barriga. Fora do celeiro, a chuva e os trovões da noite tornavam o clima um pouco sombriu.

– Burro, pode me compreender?. – Falou o homem com dificuldades.

– Cara, eu to entendendo... To entendendo sim, cara, você percebe isso? Sou um burro que enten... Cara, eu posso falar...

– Burro, calma, eu...

– Ahh, que sensação boa, sabia que eu sempre quis falar? Eu não sei oque você fez, só sei que agora vou poder falar umas poucas e boas para aquela velha que meu dono chama de mulher!

– Burro, te dei este dom... Mas preciso de algo em troca.

Burro olhou para o homem, parecia que ia dizer algo importante. Só parecia.

– Cara, olha quantos beneficios eu terei agora, eu vou falar pro meu dono oque eu quero comer, e sabe de uma coisa... Ração pra burro nunca mais.

– Burro, isso é ótimo, só que...

– Ei, tem como você jogar essa magia naquela égua ali, estou louco pra conhece-la. Eu sempr...

– Burro, cala a boca. E presta a atenção. – O homem berrou, e ao falar sentiu uma dor muito forte. Ele colocou as duas mãos sobre o burro e disse:

– Estou muito ferido, e não acho que tenho muito tempo de vida. Foi confiado a mim entregar esta carta ao Lord Farquad. Mas fui atacado no caminho por pessoas que não gostariam que o Lord tivesse acesso à carta. Não consigo mais andar e há homens me procurando em todos os lugares, então Burro... Confio em você a entrega desta carta.

– Mas qual o conteúdo dela?

Neste momento, eles escutam a voz de 2 homens conversando, estavam se aproximando.

– Não é nada de mais, no caminho, em um local seguro você tem a permissão para lê-la. Agora se esconda.

Burro pegou a carta que estava dentro de um pergaminho de ferro, e se escondeu atrás de uma porta de madeira.

– Ah, te achei, infeliz! – Disse um dos homens que acabara de chegar. – Onde está a carta?

– Não está em lugar algum. – Respondeu o mensageiro. Burro escutava a conversa.

O homem apunhalou a espada.

– Dou-te mais uma chance. Te matarei e roubo-a de ti.

– Bem escondida, leve-me ao seu mestre, e talvez lhes conto. E não me deixe morrer no caminho.

Os dois homens se olharam.

– Certo, venha. – Um deles pegou o jovem e o colocou no ombro, o levando para longe.

Burro percebeu que já estavam longe o suficiente e então saiu do seu esconderijo.

– Mas que coisa. Essa carta deve ter algo muito importante. Estou curioso, sempre fui curioso, lembro do dia em que fiquei curioso quanto aquele buraco que encontrei perto da montanha e descobri que era um ninho de razatanas. Eles morderam meu focinho... Aquilo Doeu.

Burro jogou o pergaminho no chão e de um jeito embaraçoso enroscou com a boca a tampa para abri-lo. A carta ao cair no chão se desenrolou até ficar esticada frente a ele. Ele a encarou. Encarou. E então caiu a ficha...

– Aaaahh, não acredito... ELE NÃO ME DEU O DOM DA LEITURA.


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