Strauss escrita por Getaway6738


Capítulo 2
Capítulo 2 - Simon, O Garoto


Notas iniciais do capítulo

Então aqui vai a segunda e ultima parte da fic :D espero de verdade que vocês gostem. Comentem ai o que acharam :D

PLAYLIST:
Nome: Paperman Soundtrack
Link: https://www.youtube.com/watch?v=use50QA6UMs



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Roy

– Simon! – o chamo, aliviado e ofegante.

Ele está se aninhando nos joelhos de um menino praticamente da mesma idade que a minha.

– Oi – ele me cumprimenta sorridente, fazendo carinho no gato – eu acho que tenho algo que você perdeu.

– Oi – sorrio em resposta, me aproximando do garoto e tentando respirar corretamente – Desculpa por te... Nossa. Ninguém nunca conseguiu fazer carinho nele.

O menino simplesmente solta uma risada tímida e olha para mim. Seus cabelos castanho claros ficam surpreendentemente bonitos com o sol vindo de uma pequena janela que fica em cada andar.

– Eu também me chamo Simon – ele se levanta do chão, olhando em meus olhos com um alegre sorriso.

– P-prazer, e-eu sou Roy – me apresento meio sem jeito, estendendo a mão em sua direção com a respiração finalmente voltando ao normal.

– Rima com joy – comenta, corando. Encostamos as mãos em um rápido cumprimento.

– E toy – brinco, o fazendo rir – Obrigado por... Sabe... Esperar com ele por tanto tempo.

– Não foi nada, ele é uma gracinha – ele se agacha e volta a fazer carinho no gato.

– Só com você, ao que aparenta – me agacho a sua frente, tentando fazer carinho em Simon (o gato) e recebendo um guincho estranho e uma quase mordida.

– Você é novo no prédio? – tento manter minhas mãos longe dele, enquanto Simon tenta acalmar o gato.

– Sou sim, me mudei para cá na sexta - ele parece ter talento com os animais.

– E você vai para qual escola? – indago – Eu faço o segundo ano na St. Friedrich.

– A mesma que a sua – ri timidamente, tentando não olhar em minha direção – segundo ano.

Eu solto uma risada. Olha no que esse gato me meteu...

– Bom, lamento te dizer, mas você tem uma pesquisa para segunda feira.

– O que? – arregala os olhos, surpreso.

– Uma coisa chatíssima sobre Richard Strauss – ironizo - Sabe? O músico e coisa e tal.

– Não é chato! – ri e me olha nos olhos com suas orbes negras por alguns milissegundos antes de desviar o olhar.

– Eu estou fazendo ele agora – coço a nuca e me levanto – Bom, estava fazendo... Até essa coisa peluda resolver que não iria me deixar escrever nada. V-você quer... Sabe... Ir lá para casa para fazermos ele juntos?

– Eu... – ele olha para o chão e depois olha para mim. Eu estendo a mão para que ele se levante e ele sorri, segurando nela para poder pegar impulso – tudo bem.

Descemos as escadas conversando animadamente, e entramos no apartamento com Simon (o garoto legal) e Simon (o gato). O segundo foi direto para sua caminha, me tirando uma risada.

– Só você mesmo, Simon – penso comigo mesmo.

– Falou comigo? – pergunta o garoto.

– Não, não... – puxo uma cadeira e nos sentamos, um ao lado do outro para tentar fazer o trabalho.

A tarde passa rápido, e assim que acabamos a papelada, aproveitamos para conversar, comer sanduíche e tomar refrigerante.

– Então o seu gato fez tudo isso para você não escrever? – pergunta ele.

– É... Você não acredita o que ele é capaz de fazer quando quer algo.

– Gatos normalmente acham que mandam em nós – comenta mordendo um pedaço do sanduíche.

– E eles não mandam? – brinco, tirando uma risada dele.

***

O tempo passa, nós crescemos, e os sentimentos que nutrimos pelas pessoas não são diferentes. O tempo fez com que eu olhasse para Simon de uma maneira diferente, que me faz sentir o coração aquecer, toda vez que o vejo. O problema é que não sei se sou correspondido, e não tenho a mínima intenção de estragar nossa amizade me declarando... Então vou deixar as coisas desse jeito. Poder conversar com ele como amigo é melhor do que nem poder conversar com ele.

Nesse meio tempo, nós saímos da escola no terceiro ano e fomos para a mesma faculdade, fazendo cursos diferentes. Eu faço letras e Simon (o garoto que continua legal) faz veterinária. Hoje estamos passando a tarde juntos na minha casa, e estamos sentados lado a lado no sofá-cama preto.

– Lembra-se de quando a gente se conheceu? – pergunto, lembrando-me do quanto trabalho meu gato deu.

– Você provou ser um péssimo atleta naquele dia – brinca sorrindo e me chutando com o pé.

– Hey! – o chuto em resposta.

– Fala sério, como alguém pode subir tão poucos andares e ficar cansado como você ficou? – provoca, me dando mais um chute.

– Isso é totalmente contra as regras! – não aguento e o empurro no sofá, fazendo cócegas nele, que imediatamente começa a rir como um louco – pede perdão!

– Nunca! – ele continua rindo sem parar.

– Ah é? – sorrio com a minha brilhante ideia – Os próximos serão os seus pés...

– Não! Não! Os pés não! – suplica, rindo – perdão, perdão!

– Sempre soube que você ia desistir – constato vitorioso e continuo em cima dele por alguns segundos, tentando estabilizar a minha respiração. Fazer cócegas cansa, sabia?

Quando menos imagino, sou surpreendido por um beijo de Simon. Foi um beijo rápido, então assim que percebo, ele já está de volta ao sofá-cama, com as mãos na boca, como se tivesse cometido o maior sacrilégio do mundo.

Eu demoro alguns segundo para perceber o que acabou de acontecer. O Simon... Me beijou? – penso um pouco - Sim, ele me beijou! E não foi o gato! Olho para ele e o vejo completamente branco e apavorado.

– Ro-ro-roy, eu não... Eu... Foi sem querer, eu não... – desvia o olhar para o encosto do sofá – me desculpe.

Eu continuo em cima dele, tentando pensar em algo para falar, mas simplesmente nada consegue sair da minha boca, por causa do sentimento completamente novo que acabou de nascer em mim. Não há nenhuma coisa que possa fazer, além de sorrir e retribuir seu beijo.

Aproximo-me lentamente de Simon, o vendo arregalar mais ainda os olhos e tirar as mãos do rosto. Finalmente, depois de alguns anos tentando não me deixar levar por isso... O que eu mais queria que acontecesse, está acontecendo, e é tudo tão perfeito, que começo a considerar que estou em algum tipo de sonho, mas o melhor disso é que sei que é verdade. Nossas bocas se colam novamente, dessa vez com toda a paixão guardada dentro de mim por todos esses anos. Ele cruza suas mãos pela minha nuca e corresponde ao meu beijo.

E é ai que ouço um miado e sinto um gato andando em cima das minhas costas.

...

– SIMON! – berro.

Para quem tem curiosidade, esses são os Simons:


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Notas finais do capítulo

Então! Curtiu? Favorite, comente e se possível recomende que você vai estar me ajudando pra caramba. Eu respondo todos os comentários, então não seja tímida(o) e me escreva alguma coisa :D